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Resenha - Analise sobre O Principe (1)

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Resenha e analise do recorte da obra O Príncipe de Nicolau Maquiavel. 
Discente Jessica A. S. da Conceição. 
13 de Agosto de 2021 
 
Esta resenha tem por objetivo analisar e explicitar os conceitos e informações contidos no livro 
O Príncipe de Nicolau Maquiavel, dos capítulos VII e IX. O recorte aqui apresentado é, antes 
de tudo, uma análise simples sobre umas das grandes obras da historiografia, política social 
entre outros. 
 
Início esta resenha contextualizando um pouco o que é abordado por Nicolau Maquiavel nos 
capítulos iniciais da obra O Príncipe, apresentando uma parte do livro anterior ao recorte que 
foi mencionado na introdução, além de informações sobre o autor e período da obra. 
Nicolau Maquiavel foi um importante teórico, pensador político, filósofo, historiador, 
diplomata, músico e escritor do Renascimento. Considerado o "Pai do Pensamento Político 
Moderno", nasceu em Florença, Itália, no dia 03 de maio de 1469 e falecido dia 21 de junho de 
1524. Autor de várias obras literárias tidas como clássicos no meio acadêmico como "Decenal" 
(1506), "Relatos sobre os Fatos na Alemanha" (1508), "Retrato das coisas da França" (1510), 
“Discursos sobre a primeira década de Tito Lívio” (1513 a 1521), “A arte da Guerra” (1517 e 
1520), "A Mandrágora" (1518) e o livro aqui abordado O Príncipe (1513). Como diplomata e 
historiador passou por vários tipos de governo diferentes, além de estar presente durante 
transições importantes na Itália e sua relação com a França. Dono de uma opinião política 
polemica para sua época, deu ao seu livro O Príncipe um lugar na Index Librorum Prohibitorum 
(lista de livros proibidos pela igreja), devido ao caráter direto e até irônico na opinião desta 
resenhista sobre os poderes, tipos de governo e o estabelecimento de seus conceitos, onde em 
seu livro pode-se notar que não há poder mais abusivo do que o domínio da igreja e de 
governantes sem escrúpulos. 
Fazendo uma recapitulação, levando como referência a partir do primeiro capitulo de O 
Príncipe, podemos ver Maquiavel discorrer sobre os principados, suas características e como 
conquistar cada tipo de província ou principado, como um guia ou conjunto de regras lógicas 
e pautadas em acontecimentos históricos por ele citados. Ele inicia usando uma dicotomia para 
mostrar os tipos de governo da época que seria um Republica ou um principado, dando seu 
primeiro indicio sobre o que realmente se trata esta obra. 
Ao apontar as falhas e acertos dos reinos e principados, Maquiavel usa de uma linguagem 
clara, dura até em certos pontos, porém sempre explicitando ao leitor uma visão focada sobre 
o fato. Suas palavras se baseiam em uma história real e presencial, onde o mesmo fez vários 
relatórios de suas viagens, dos reinos e conquistas ao qual pode observar, demonstrado na 
parte de Cronologia no início do livro. Tendo assim ele além dos relatórios produzidos 
naquele período, há também sua própria memória e vivencia com a pauta. O autor demonstra 
um certo esforço para abster sua opinião e apenas relatar os acontecimentos políticos para que 
depois possa usá-los para embasar suas teorias. 
 
Com o decorrer dos capítulos, seus títulos especificam o tema que será abordado, assim falando 
sobre o principado, seu tipo de domínio ou ruina, se foi conquistado por virtú, fortuna, força, 
com a própria habilidade ou até por meio de atos criminosos. É aqui que começamos a análise 
do recorte, iniciando pelo capítulo VII. 
Com o título de “Dos principados novos que se conquistam com as armas ou pela fortuna de 
outrem” pode-se notar qual será o tema abordado no capitulo. Nesta parte do livro o autor relata 
exemplificando como se chega ao poder pela fortuna que entendi como sorte ou acaso 
dependendo de onde for aplicada, no caso deste capitulo ele inicia narrando que seria possível 
um homem se tornar príncipe pelo benefício do povo, militar ou por conhecimento e 
conhecidos poderosos. Durante seu exemplo Maquiavel fala que a fortuna pode torna-lo um 
príncipe mas para manter seu principado necessitaria de virtú, termo no qual entendo como 
sabedoria política, pois não apenas de carisma e bons aliados se mantem um principado, pois 
há a possibilidade de conflitos e traições, além da fortuna que pode ser ou não favorável. 
A narração de Maquiavel sobre as conquistas do Duque de Milão e como utilizou da virtú para 
manter suas conquistas além de se preparar para um futuro ataque caso o papa não fosse seu 
aliado é bem importante, já que a igreja tinha muitos aliados senhores de suas províncias, sua 
tática foi eliminar esses senhores e aliar-se a pessoas que possuíam força militar, assim 
minimizando o poder papal. O exemplo que foi resumido acima faz esclarecer melhor o 
conceito de virtú, já o exemplo do Duque Valentino que consegui seu poder por herança e 
fortuna, mas não conseguiu o manter por falta da virtú é um início de compreensão da fortuna. 
Então esses dois últimos exemplos usados pelo autor pautam principados conquistados pela 
força, armas, fortuna e virtú. No capitulo VIII Maquiavel se aprofunda em seus conceitos antes 
apresentados e mostra mais um exemplo de principado “Os que chegaram ao principado por 
atos criminosos”, onde ele discorre sobre uma dominação bruta e violenta, sendo mantida pelo 
temor e também pelo mesmo acaba sucumbindo. O autor condena os atos relatados no capitulo 
porém não há como negar sua eficiência política para que não haja conflitos internos, assim 
elegendo novos líderes e focando seu poder. 
Depois de analisar todos os tipos de principado anteriormente citados chegamos ao segundo 
recorte o capitulo IX, onde Maquiavel fala sobre o principado civil e apresenta mais claramente 
sua teoria que se encontra nas primeiras linhas do capitulo, a teoria dos humores. 
A teoria dos humores vem com o exemplo de uma ascensão advinda do povo(particular) ou 
dos Grandes, através da virtú ou da fortuna, segundo o exemplo de Maquiavel, um particular 
pode receber fama dada pelo povo, ganhando status o suficiente para se tornar um príncipe, a 
mesma influencia pode ser dada pelos grandes, que são pessoas de posse e poder. 
Aqui o autor entra na dualidade entre como favorecer o povo sem importunar os grandes, e 
como favorecer os grandes sem importunar o povo, o autor responde isso no mesmo parágrafo 
que manda o problema, relatando que os Grandes querem oprimir o povo e o povo só não quer 
ser oprimido, sendo assim é mais fácil agradar o povo. Porém um governante sem virtú teria 
problemas em tentar equilibrar este eterno conflito no principado, já que a definição de poder 
e lei se baseia no Príncipe, sendo assim desagradar os grandes pode resultar em traições e ruina, 
desagradar o povo é certeza do mesmo, cabe ao governante manter um equilíbrio entre os 
humores. 
 
Quando o autor fala sobre memória e afeto sobre algumas províncias quando cita seus tipos de 
dominação e como poderiam domina-la, que o afeto pelo governante e a memória de uma 
estrutura antiga atrapalham uma conquista caso não haja uma total aniquilação é difícil manter 
tal conquista, levando em pauta as revoltas e insurreições que se dariam. 
Isto também pode acontecer com estados governados por príncipes e seus barões, mesmo o 
príncipe tento a soberania sob os barões, Maquiavel relata que a invasão é fácil devido ao 
descontentamento de algum barão (chefe de províncias), mas que para manter a dominação, 
além de ter que conquistar os barões restantes, a revolta popular também afetaria a estabilidade 
desta conquista. 
Já em outros casos onde há certa rotatividade de poder terceirizado, exemplo dado pelo autor 
do Grão turco, onde os chefes de províncias eram trocados de acordo com os desejos dos 
emissários mandados por ele aquela terra, pode gerar além de revoltas internas, facilita a 
chegada de outro poder principado, pois a formação de alianças lhe é útil, porem se o príncipe 
utilizar da virtú para manter umequilíbrio entre barões e povo, seria uma proposta de governo 
duradouro. 
É aí que se torna claro que o povo é o principal condutor político, sendo assim o povo é uma 
prioridade, e o governo que mais demonstraria essa prioridade e conseguiria manter esse 
equilíbrio seria a república, já que o poder em um republica se centraliza nas leis e não em uma 
figura. Voltando a falar de memória, o governante tem sempre sua inspiração em se tornar 
lendário e ser conhecido, Maquiavel não retira esse ego humano de querer ser eternizado, 
porém sua visão é realista, seu método é sobre a verdade efetiva das coisas, sendo assim, o 
autor mostra que é possível em uma Republica ser lembrado, mas não por ter sido o governante, 
mas sim por seus feitos e batalhas, dando os primeiros indícios da conclusão de sua primeira 
dicotomia apresentada no início desta resenha. 
A Republica em sua teoria dos humores conseguiria esta estabilização entre o conflito povo x 
grandes, além de tornar mais justa a ascensão ao poder. 
O entendimento da obra é bem mais abrangente que esta resenha mostra, os capítulos 
posteriores ao deste recortes relatam melhor a grandiosidade da obra de Nicolau Maquiavel, 
além de sua teoria e termos aqui apresentados, há também uma mostra mais explicita dos 
pensamentos do autor e seu método, que mesmo após a difusão do termo “maquiavélico” para 
“demonizar” esta obra, ainda há muito a se discutir sobre suas obras em um período atual onde 
a clareza de informações nos permite ter as ferramentas e instruções corretas para lidar com as 
fontes destes tempos. 
 
Fonte: 
MAQUIAVEL, Nicolau. O Príncipe. São Paulo: Martins Fontes, 1994. 
SKINNER, Quentin – Maquiavel (Capitulo sobre O Príncipe).

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