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Mapeamento e Gestão de Competências Mapeamento e Gestão de Competências Professores Marcos Baptista Lopez Dalmau Kelly Cristina Benetti Tonani Tosta Universidade Federal de Santa Catarina Centro Sócio-Econômico Departamento de Ciências da Administração Mapeamento e Gestão de Competências Professores Marcos Baptista Lopez Dalmau Kelly Cristina Benetti Tonani Tosta Florianópolis 2009 Copyright 2009© Departamento de Ciências da Administração CSE/UFSC. D148m Dalmau, Marcos Baptista Lopez Mapeamento e gestão de competências / Marcos Baptista Lopez Dalmau, Kelly Cristina Benetti Tonani Tosta. – Florianópolis : Departamento de Ciências da Administração / UFSC, 2009. 124p. - (O Saber para conquistar um lugar) Inclui bibliografia Curso de Capacitação a Distância ISBN: 978-85-61608-79-8 1. Administração de empresas – História – Estudo e ensino. 2. Gestão de pessoas. 3. Competência e desempenho. 4.Recursos humanos. 5. Educação a distância. I. Tosta, Kelly Cristina Benetti Tonani. II. Título. CDU: 658.31 Catalogação na publicação por: Onélia Silva Guimarães CRB-14/071 PRESIDENTE DA REPÚBLICA Luiz Inácio Lula da Silva MINISTRO DA SAÚDE José Gomes Temporão SECRETÁRIA EXECUTIVA Márcia Bassit Lameiro da Costa Mazzoli SUBSECRETÁRIO DE ASSUNTOS ADMINISTRATIVOS José de Ribamar Tadeu Barroso Jucá COORDENADORA GERAL DE RECURSOS HUMANOS Elzira Maria do Espírito Santo COORDENADOR DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DE RECURSOS HUMANOS Rubio Cezar da Cruz Lima UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA REITOR Álvaro Toubes Prata VICE-REITOR Carlos Alberto Justo da Silva CENTRO SÓCIO-ECONÔMICO DIRETOR Ricardo José de Araújo Oliveira VICE-DIRETOR Alexandre Marino Costa DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA ADMINISTRAÇÃO CHEFE DO DEPARTAMENTO João Nilo Linhares SUBCHEFE DO DEPARTAMENTO Gilberto de Oliveira Moritz PROJETO MINISTÉRIO DA SAÚDE/UFSC/CSE/CAD COORDENADOR Gilberto de Oliveira Moritz COORDENADOR PEDAGÓGICO Alexandre Marino Costa COORDENAÇÃO TÉCNICA Marcos Baptista Lopez Dalmau Alessandra de Linhares Jacobsen CONSELHO EDITORIAL Maurício Fernandes Pereira (Coordenador) Luís Moretto Neto (Subcoordenador) COORDENADOR DA BIBLIOTECA VIRTUAL Luís Moretto Neto COORDENADOR FINANCEIRO Altair Acelon Mello COORDENADOR DE APOIO LOGÍSTICO Sílvio Machado Sobrinho COORDENADOR DE TUTORIA Marcos Baptista Lopez Dalmau COORDENAÇÃO DE PRODUÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO Denise Aparecida Bunn DESIGNER INSTRUCIONAL Denise Aparecida Bunn Fabiana Mendes de Carvalho Patrícia Regina da Costa Paula Balbis Garcia REVISÃO DE PORTUGUÊS Claudia Leal Estevão Brites Ramos PROJETO GRÁFICO Annye Cristiny Tessaro DIAGRAMAÇÃO Annye Cristiny Tessaro Rita Castelan ORGANIZAÇÃO DO CONTEÚDO Marcos Baptista Lopez Dalmau Kelly Cristina Benetti Tonani Tosta Prefácio Quero inicialmente cumprimentar a todos os servidores e servidoras do Ministério da Saúde, e ao fazê-lo estarei praticando a forma mais dire- ta e desejável de comunicação que, nas atribuições do dia-a-dia, nem sem- pre nos permitimos fazer. Alcançar o maior número possível de pessoas de forma direta, ime- diata, com transparência e abrangência, democratizando o ambiente de trabalho e o acesso à informação é sem dúvida um de nossos maiores desafios. A evolução das tecnologias de informação e comunicação nos per- mite, hoje, inúmeras escolhas e estratégias para lidar com essa crescente produção e disseminação de conhecimentos e informações, que por vezes até alimentam mais as nossas dúvidas do que sugerem soluções. A gestão do conhecimento e o desenvolvimento de uma inteligência em saúde é imprescindível para o cumprimento do preceito constitucio- nal do direito à saúde – nosso objetivo maior. Neste sentido, o Ministério da Saúde está lançando um programa de educação a distância, em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina, que permitirá capacitar os servidores, inclusive aqueles cedidos a Estados e Municípios em razão do SUS e que desde então não tem sido alvo da política de capacitação do Ministério. Trata-se do projeto “O Saber para conquistar um lugar”, que, junta- mente com outras iniciativas, trará importante contribuição, quer pela reconhecida excelência dos trabalhos oferecidos pela UFSC, quer pelo empenho de nossas Unidades responsáveis pela capacitação no apoio à utilização desse novo instrumental. É igualmente importante que todos conheçam o projeto e as oportu- nidades de aprendizagem que ele apresenta, de modo a assegurar o seu aproveitamento pleno e potencial. Acredito que desta forma estamos superando mais uma etapa, rumo à consolidação do Sistema Único de Saúde e da saúde cidadã. Agradeço a atenção, na expectativa de que todos procurem cada vez mais um envolvimento significativo com esta questão e que aproveitem ao máximo o Programa de Educação a Distância. Elzira Maria do Espírito Santo Coordenadora-Geral de Recursos Humanos Sumário Sobre o Curso........................................................................................... 11 Apresentação........................................................................................... 13 UNIDADE 1 Conceito de Competência e sua evolução ao longo da história administrativa Introdução................................................................................... 19 Conceito de Competência................................................... 24 Escolas que mais influenciaram o conceito atual de Competência.... 28 O valor de uma Competência........................................................ 35 Resumo..................................................................................... 41 Atividades de aprendizagem.................................................................... 42 UNIDADE 2 A Gestão de Competências Introdução................................................................................... 45 Objetivos e benefícios da Gestão de Competências...................... 50 Importância e estrutura da Gestão de Competências........................... 56 Resumo..................................................................................... 67 Atividades de aprendizagem.................................................................... 68 Curso de Capacitação a Distância 10 UNIDADE 3 Mapeamento de Competências Organizacionais Introdução................................................................................... 71 Um pouco de planejamento estratégico........................................ 73 Valores e Princípios................................................................ 76 Missão.................................................................................... 78 Visão.................................................................................... 79 Objetivos Estratégicos............................................................... 80 Preparação para o Mapeamento de Competências Organizacionais............. 81 Resumo..................................................................................... 93 Atividades de aprendizagem.................................................................... 94 UNIDADE 4 Mapeamento de Competências Individuais Introdução................................................................................... 97 A construção do cargo............................................................... 98 Utilização do Mapeamento de Competências na gestão: o exemplo da avaliação de desempenho..................................... 106 Resumo..................................................................................... 117 Atividades de aprendizagem.................................................................... 118 Referências..................................................................................... 120 Minicurrículos..................................................................................... 124 Mapeamento e Gestão de Competências 11 Sobre o curso Cursode Capacitação Mapeamento e Gestão de Competência Objetivo O curso visa apresentar os conceitos básicos de Gestão de Competências e discutir aplicações práticas de forma a extrair a máxima contribuição de sua equipe. Público-alvo Servidores do Ministério da Saúde com escolaridade mínima de nível superior completo. Promoção Ministério da Saúde, SAA/CGRH/CODER. Execução Departamento de Ciências da Administração do Centro Só- cio-Econômico da Universidade Federal de Santa Catarina. Carga Horária 15 horas – Introdução à Educação a Distância. 45 horas – Mapeamento e Gestão de Competência. Horário de atendimento De segunda a sexta-feira, das 8h às 20h. Curso de Capacitação a Distância 12 Mapeamento e Gestão de Competências 13 Apresentação Olá! Seja bem-vindo! Estamos começando o curso de capacitação Mapeamento e Gestão de Competências. O objetivo deste curso é apresentar as principais considerações sobre uma prática que vem sendo muito discutida e, em alguns casos, aplicada como a mais moderna rela- cionada à gestão de pessoas: a Gestão de Competências. Para começar bem o entendimento deste material, partimos do pressuposto que Competência é um termo que a maior parte das pessoas já escutou ou falou em seu cotidiano organizacional. A grande questão é a sua ênfase, que pode ser pejorativa (quando alguém é chamado de incompetente), bem como altamente positi- va (quando alguém é chamado de competente). No entanto, con- siderando os aspectos da gestão, em certos casos a terminologia utilizada acaba não sendo condizente. Entenda melhor: o fato de se chamar alguém de incompetente pode não ser perfeitamente adequado, pois costuma-se considerar um profissional desta for- ma quando ele não apresenta os resultados esperados. O problema é que os resultados são decorrentes de um conjunto de fatores que pode ou não ter sido gerado por questões alheias à vontade deste profissio- nal, fora de seu controle, o que torna essa “sentença” injusta. Se pararmos para analisar o cenário das organizações públi- cas, tal situação acaba se agravando, uma vez que os processos de gestão tendem a ser mais morosos do que os demais e, se conside- rarmos ainda as questões relacionadas ao cotidiano do servidor pú- blico, perceberemos que muitos dos problemas são decorrentes des- tas questões e não simplesmente em razão da falta de “competên- cia”. É com base nesta argumentação que pensamos neste curso, pois assim, você, como um gestor de equipes ou como membro de Curso de Capacitação a Distância 14 uma organização pública, com vontade de trabalhar e aprender, será apresentado às discussões existentes sobre esta temática de forma a conseguir aplicar à sua realidade cotidiana uma ferra- menta preliminar de Gestão de Competências. Para tanto, organizamos este curso em 4 Unidades. Na pri- meira, apresentaremos uma breve contextualização dos novos parâmetros de riqueza profissional, que compreendem o entendi- mento do conceito de Competência ao longo dos anos até a presente data, do valor que a Competência tem no cenário organizacional, e quais são as Escolas predominantes sobre o assunto. Na Unidade 2 você conhecerá o termo Gestão de Competên- cias. A compreensão adequada deste termo e de todas as suas nuances será essencial, tanto quanto do termo Mapeamento que também faz parte deste modelo de gestão. Porém, a ênfase nesta Unidade será a de apresentar a importância da gestão, os seus pon- tos fortes, os fracos e a sua estrutura como um todo. Na Unidade 3 apresentaremos os modelos de Mapeamento de Competências. Você deverá dedicar muita atenção a esta Uni- dade, pois nela estarão os pontos considerados chaves para o en- tendimento deste curso. Cabe destacar que existem diversos mode- los de Mapeamento de Competências e, sendo assim, escolhemos aqueles que entendemos ser os mais adequados para este momento. Na Unidade 4 preferimos exemplificar a aplicação do mode- lo de Mapeamento e Gestão de Competências, ao considerarmos a utilização de um dos quatro principais subsistemas de recursos hu- manos: a avaliação de desempenho. Logicamente, como o intuito é apenas exemplificar, não nos preocupamos em contemplar todas as etapas do processo e sim, de destacar o que era o mais impor- tante para a compreensão da utilização destas técnicas. Esperamos que o curso seja de grande valia para você! Se existirem dúvidas quanto ao que foi explanado, não hesite em en- trar em contato conosco a qualquer momento, pois esclarecê-las é nossa função e faz parte da nossa Competência. Mapeamento e Gestão de Competências 15 Será um imenso prazer trocar ideias com você, pois a sua participação assídua nos permitirá compartilhar experiências ten- do em vista a complexidade do seu trabalho e de todo o contexto no qual ele está inserido. Ao final do curso, você poderá nos relatar sobre o desenvolvimento profissional que lhe proporcionamos . Para nós, professores, isso é muito importante, uma vez que os feedbacks são essenciais para sabermos se estamos ou não nos comunicando de maneira eficaz. Contamos com as suas críticas e sugestões de melhoria em relação a este curso, ok? Por fim, destacamos que para um aprendizado adequado é importante que você realize todas as atividades de aprendizagem sugeridas e, que não desanime ou desista ao se deparar com algu- ma barreira. Pense que este curso é a oportunidade real que você necessitava para desenvolver outras Competências. Mostre-nos do que você é capaz! Um grande abraço e um excelente curso! Prof. Marcos Baptista Lopez Dalmau e Profª. Kelly Cristina Benetti Tonani Tosta Conceito de Competência e sua evolução ao longo da história administrativa Conceito de Competência e sua evolução ao longo da história administrativa UNIDADE 1 Curso de Capacitação a Distância 18 Objetivo Nesta Unidade você conhecerá e compreenderá o conceito de Competência e o contexto da sua evolução dentro da história administrativa. Mapeamento e Gestão de Competências 19 Introdução Olá! Seja muito bem-vindo à primeira Unidade do Curso de Mapeamento e Gestão de Competências. Nesta Unidade vamos entender melhor o conceito de Com- petência ao longo da história administrativa, assim como a mudança gerada a partir da premissa de que os profissionais são os maiores bens das organizações contemporâneas. Você sabe o que é Competência? Você é uma pessoa com- petente ou incompetente? No caso de a sua resposta ter sido a de que é competente, será que você sempre foi conheci- do como tal? Ou será que em algum momento você já apre- sentou algum resultado que fizesse com que as pessoas lhe chamassem de incompetente? Na sua visão, quais são as características necessárias para que uma pessoa possa ser considerada como competente? Vamos mergulhar nestas ideias e aprofundar o seu conheci- mento? Então leia o livro-texto, acesse o AVEA para acom- panhar as informações do curso e não se esqueça de que existe uma equipe inteira à disposição para lhe auxiliar. Bons estudos! As questões apresentadas aqui são importantes para você entender o contexto no qual o conceito de Competência* pode ser utilizado. Infelizmente é comum escutarmos, no cotidiano organizacional, uma pessoa sendo chamada de incompetente quan- do algum resultado de trabalho não foi condizente com o espera- do. Isso, de fato, pode até significar uma falta de Competência pro- fissional para a realização de uma determinada atividade, mas não significa que a pessoa é incompetente continuamente. Vamos entender melhor o conceito de incompetente de acor- do com o estudo de Peter e Hull (1969). Os autores afirmam que todo mundo é, em algum momento, incompetente no contexto do GLOSSÁRIO *Competência – qualidade de quem é capaz de apreciar e resolver certo as- sunto, fazer deter- minada coisa; capa- cidade, habilidade, aptidão, idoneida- de. Fonte: Ferreira (2004). Curso de Capacitação a Distância 20 trabalho. E isso é uma verdade. Mais cedo ou maistarde encontra- remos o nosso ponto de incompetência. Pense um pouco sobre isso: você sempre soube de tudo o que deveria ser feito no seu trabalho? Sempre? Isso é muito improvável. Para começar a explicar o ponto de vista dos autores citados, enfatizamos que o que deve ser destacado como explicação preli- minar é o fator momento. Ao entrarmos para trabalhar pela pri- meira vez em uma organização, nossas qualificações profissionais não necessariamente nos possibilitam a segurança ou a certeza de que seremos capazes de realizar as tarefas a nós propostas. Mas o que isso significa? Significa que a partir do momento em que não conseguimos fazer algo com a certeza esperada e falhamos, esta- remos sendo incompetentes por não possuirmos o conhecimento, as habilidades ou as atitudes necessárias para tal. Para os autores apresentados, isso é algo normal se considerarmos as mudanças no trabalho diário, independente do tipo de organização em que nós estamos inseridos. Desta forma, não seria equivocado afirmar que uma pessoa é competente ou incompetente. O que está er- rado é generalizar que ela permanecerá para sempre competente ou incompetente. Esse erro é muito co- mum, tendo em vista que todos nós podemos desen- volver Competências específicas, boas e más, no con- texto do trabalho! Ainda no que tange a questão de ser ou não ser competente, destacamos que a manutenção ou não de uma Competência é fru- to de uma combinação de fatores, a saber: o estilo de gestão de nossos chefes, os incentivos que a organização nos oferece para permanecermos competitivos, os treinamentos ofertados e adequa- Veremos mais adiante que a Competência pode ser criada através de treinamentos. Mapeamento e Gestão de Competências 21 dos às necessidades específicas e, sobretudo, da nossa atitude em querer mudar o quadro quando este se apresenta negativo para nós. Vamos entender melhor tudo isso? O estilo de gestão dos che- fes influencia a Competência de um profissional quando o desem- penho de seu subordinado é decorrente também da percepção do clima organizacional. Dentre os diversos fatores que estão contem- plados em uma pesquisa de clima, a relação com a chefia e o seu estilo de gestão pode ser considerada crucial. Sabe por quê? Porque um chefe que não tem conhecimento de causa das facilidades e dificuldades inerentes ao trabalho que deve ser executado, além de não saber ao certo o que pode ou não pode ser feito, dificilmente orientará e cobrará de forma adequada os seus profissionais. Esta situação é bem comum nas organizações e representa um fator preocupante. As chefias, quando conhecedoras das roti- nas de trabalho e cientes das suas funções administrativas, ten- dem a trabalhar para promover condições de desenvolvimento de novas Competências, e a consolidação das existentes mediante ofer- ta de treinamentos customizados e da avaliação de desempenho condizentes com a realidade profissional. No que concerne aos incentivos que a organização oferece, é comum constatarmos que profissionais competentes que não se sentem valorizados acabam entrando no que chamamos de vadia- gem sistemática do funcionário. Mas o que significa isso? Para explicarmos utilizaremos algumas teorias administrativas, mais especificamente a Escola Científica de Taylor. Nesta Escola, medi- ante a proposta da ORT (Organização Racional do Trabalho), foi modificada a ênfase das soluções de produção existentes em torno dos problemas mais comuns da época. Saiba mais... �Se fizermos uma viagem no tempo e voltarmos à época da Revolu- ção Industrial, vamos começar a compreender esse processo. Nessa época, nem mesmo o vínculo empregatício existia. As pessoas faziam filas em frente às fábricas e entravam aquelas que eram neces- Leia um texto interes- sante sobre a Introdu- ção à Escola Clássica da Administração Cientí- fica no Portal da Administração. Dispo- nível em <http:// tinyurl .com/lxhtd9> Acesso em: 22 jul. 09. Curso de Capacitação a Distância 22 sárias para dar conta da produção daquele dia. Por causa disso formavam-se longas filas em frente às fábricas, com forte presença de mulheres e crianças. Isso ocorria pelo fato de que os homens, em função das frequentes guerras, estavam cumprindo seu dever militar. O pagamento era por dia de trabalho e não havia preocupação em registrar quem trabalhava. A jornada de trabalho durava de 12 a 16 horas diárias! Já pensou em trabalhar 16 horas diárias, até chegar ao seu limite físico? Parece exagero, mas pode acreditar: esse tempo já existiu. Essa situação se dava porque eram os empresários que detinham os meios de trabalho, ou seja, para poder produzir tecido, por exemplo, era necessário um tear. Utilizando os teares artesanais, caseiros, não era mais possível competir com os profissionais, em termos de preço, custos e volume de produção. Sendo assim, os trabalhadores (lem- brando que eram principalmente mulheres) precisavam das fábricas para prover a renda familiar, antes derivada da produção artesanal. Vamos acompanhar a seguir quais foram os problemas mais comuns, conforme comentamos anteriormente. Desconhecimento das rotinas de trabalho. Falta de padronização na produção e/ou serviços – ser- viço é uma concepção nossa, mais atual. Vadiagem sistemática. Afinal, qual a definição prática de vadiagem sistemática? Vadiagem sistemática representa a queda de produ- ção de um profissional que se dá em razão deste cons- tatar e se indignar que outro profissional, ocupante de mesmo cargo que o seu, não produza absolutamente nada e receba as mesmas recompensas que ele, que trabalha muito. Uma vez que o gestor não faz nada sobre o caso e a organização não pune este tipo de comportamento, mais cedo ou mais tarde, em função das inúmeras frustrações decorrentes de uma falta de solução para o problema, o funcionário que mais pro- duz tende a diminuir o seu desempenho, como se fosse um “ato de protesto”.
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