Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Proliferação Celular Ana Clara Silva Freitas Problema 5: intermediária Objetivos: 1. Descrever as manifestações clínicas da evolução do câncer e da síndrome paraneoplásica; 2. Explanar sobre estadiamento TNM, bem como sua importância na escolha do tratamento e prognóstico para o paciente oncológico; 3. Discorrer sobre os tipos de tratamento oncológico; 4. Abordar a relação médico-paciente e a relação familiar nos cuidados oncológicos, bem como a autonomia do paciente e os cuidados paliativos; 5. Aclarar a importância da equipe multidisciplinar nos cuidados oncológicos. Síndromes paraneoplásicas De forma geral, os pacientes com câncer apresentam febre, suores noturnos, anorexia e caquexia. Esses sintomas podem surgir pela liberação de linfocinas envolvidas na resposta inflamatória ou imune ou por mediadores envolvidos em mortes das células tumorais, como o fator de necrose tumoral alfa. Alterações na função do fígado e esteroidogênesetambém podem contribuir. Pontos importantes sobre a síndrome paraneoplásica: • As síndromes paraneoplásicas podem se manifestar antes do diagnóstico de câncer. • O reconhecimento da síndrome pode permitir a detecção de um tumor oculto em estádio precoce e com possibilidade terapêutica. • Devido à raridade, existem poucos estudos clínicos prospectivos. • O diagnóstico e o tratamento das síndromes paraneoplásicas podem causar impacto no desfecho clínico. • Podem afetar diversos sistemas no organismo, principalmente os sistemas neurológico, endocrinológico, dermatológico, reumatológico e hematológico • As neoplasias mais comumente associadas são câncer de pulmão do tipo pequenas células, câncer de mama, tumores ginecológicos e neoplasias hematológicas. Síndromes endocrinológicas Ocorrem devido a produção de citocinas, hormônios ou precursores hormonais. Secreção inapropriada de hormônio antidiurético (SIADH): A hiponatremia está vinculada ao excesso de cortisol e é inicialmente mediada pela retenção hídrica devido ao hormônio antidiurético (ADH). A expansão volêmica leva a mecanismos natriuréticos secundários, que levam à perda de água e de sódio, além de restauração da euvolemia. Essa combinação de retenção hídrica e perda de soluto (sódio e potássio) gera a hiponatremia. Assim, esses pacientes são Proliferação Celular Ana Clara Silva Freitas euvolêmicos, hiponatrêmicos com hipo- osmolaridade, taxa de excreção renal de sódio aumentada (> 20 mEq/L) e osmolaridade urinária maior que a plasmática. A terapêutica é a excisão cirúrgica dos tumores; no entanto, no caso dos tumores irressecáveis, a supressão de ACTH pode ser provocada por administração de ócreotido. A quimioterapia dirigida ao tumor de base, por citoredução e assim diminuição de expressão de ACTH, pode ser eficaz. O controle sintomático pode ainda ser tentado com inibidores enzimáticos adrenérgicos – cetoconazol, metiaperona, etomidato – particularmente no caso de sintomatologia severa e com necessidade de atuação emergente. Anormalidades Hídricas e do Equilíbrio de Eletrólitos: Engloba a Síndrome de Secreção Inapropriada de Hormônio Antidiurético - SIADH. Inclui a hiponatremia, podem resultar da produção de ADH e hormônios do tipo hormônio paratireóideo decorrente de câncer de pulmão de células pequenas e não pequenas. A síndrome da secreção inapropriada de hormônio antidiurético (SIADH) se desenvolve quando o hormônio antidiurético (vasopressina) em excesso é liberado pela hipófise em determinados quadros clínicos inapropriados, fazendo com que o órgão retenha líquido e reduza o nível de sódio no sangue por diluição. Os doentes que apresentam um diagnóstico de SIADH paraneoplásico, em adição ao esquema de quimioterapia, cumprem uma dieta rica em sal, bebidas isotônicas – como as desportivas, Isostar® ou Aquarius. Hipoglicemia: A hipoglicemia associada à neoplasia, que não tumores de ilhotas pancreáticas, é uma manifestação rara de síndrome paraneoplásica. Mais da metade dos casos descritos é associada aos tumores mesenquimais ou hepatocarcinoma. Nesses casos são, geralmente, grandes massas com invasão hepática e de curso protraído. Os tumores estromais do trato gastrintestinal, linfomas e o carcinoma de adrenal estão entre os tumores também associados a esse quadro. Os mecanismos fisiopatológicos são variados, como a produção de fator de crescimento insulina- like 1 e 2 não suprimíveis, hipermetabolismo da glicose, produção de substâncias estimuladoras da liberação de insulina ectópica, produção de fator de inibição da glicose hepática, ligação de proteína monoclonal à insulina, proliferação de receptor de insulina e, raramente, produção ectópica de insulina27-30. Clinicamente os sinais e sintomas são típicos de hipoglicemia, que podem ser similares aos de uma crise de ansiedade: sudorese, nervosismo, tremores, desmaios, palpitações e, algumas vezes, fome. A hipoglicemia mais grave reduz o suprimento de glicose ao cérebro, provocando tontura, confusão mental, fadiga, cefaleias, incapacidade de concentração, alterações visuais, convulsões e coma. No âmbito emergencial, o tratamento da hipoglicemia paraneoplásica envolve infusão de glicose. Posteriormente, deve-se objetivar a cirurgia com ressecção tumoral ou retirada da maior quantidade possível – debulking. Outras formas de tratamento não definitivo são glucagon, corticoide em alta dose e análogos de somatostatina. Hipertensão: Pode resultar da adrenalina anormal e da secreção de noradrenalina (feocromocitomas) ou do excessode cortisol (tumores que secretam ACTH). Síndromes hematológicas Série eritrocítica: A eritrocitose é o aumento de glóbulos vermelhos no sangue. O carcinoma de células renais é o tumor em que a eritrocitose é encontrada mais Proliferação Celular Ana Clara Silva Freitas frequentemente. O hepatoma é o segundo em frequência. Em ambos, ela ocorre por aumento da produção de eritropoietina. Em relação ao diagnóstico, é sempre importante descartar outras causas de policitemia. A dosagem sérica da eritropoietina pode ser realizada. O tratamento é direcionado para neoplasia, sendo a flebotomia realizada em raras ocasiões. A forma mais comum de anemia no paciente oncológico é a anemia normocítica, com micro ou normocitose, relacionada à invasão da medula óssea, anemia da doença crônica, secundária à quimioterapia ou radioterapia. No contexto de doença paraneoplásica, a anemia normocrômica e normocítica se caracteriza por níveis séricos baixos de ferro, ferritina normal ou elevada com estoques normais de ferro e eritropoietina baixa. Série granulocítica: A elevação da contagem leucocitária acima de 15 x 109 /L na ausência de causa infecciosa ou leucêmica é comum no contexto de doença neoplásica. Isso ocorre mais frequentemente no linfoma de Hodgkin, linfomas e uma variedade de tumores sólidos como câncer gástrico, pulmonar, pancreático, sistema nervoso central e melanoma. A granulocitose paraneoplásica compreende o aumento de neutrófilos secundário à produção de fatores de crescimento pelas células neoplásicas. Série plaquetária: A presença de trombocitose em pacientes oncológicos é bastante comum, estando associada a uma variedade de tumores sólidos e hematológicos. Na avaliação desses pacientes, é importante a exclusão de causas secundárias como desordens inflamatórias, hemorrágicas, ferropenia e anemia hemolítica. Quando relacionada à neoplasia, sua causa deve ser por produção excessiva de trombopoietina ou IL-637. Geralmente não necessita de tratamento específico. Quando é observada trombocitopenia em pacientes oncológicos, as causas mais comuns são o tratamento, coagulação intravascular disseminada e infiltração de medula óssea. Outrascausas são medicamentosas, como heparina e diuréticos tiazídicos. Raramente é observada como parte de paraneoplasia em tumores sólidos, entretanto, há uma síndrome descrita, encontrada em neoplasias linfoides, semelhante à púrpura trombocitopênica idiopática, relatada em pacientes com câncer de mama, pulmão e trato gastrintestinal38. Clinicamente os sinais são petéquias e púrpura e sangramento como sintoma. A resposta é satisfatória com corticoide, esplenectomia ou ambos. Tromboflebite: É a segunda causa de morte em paciente que vivem em estado de hipercoagulabilidade. Já estão descritos os diversos mecanismos que mantêm o equilíbrio da cascata da coagulação, sendo fatores que contribuem para o estado pró-trombótico o aumento da secreção de ativadores do plasminogênio e a redução de seus inibidores, a ativação das plaquetas e sua maior agregação. Recomendam-se, após o evento trombótico, a realização de exame físico, a pesquisa de sangue fecal oculto, o raios X de tórax, a avaliação urológica para os homens e a avaliação ginecológica para mulheres. Exames mais caros, como tomografia computadorizada e endoscopia digestiva alta, devem ser realizados se houver uma forte suspeita clínica de neoplasia oculta40. Os pacientes em quimioterapia ou com neoplasia ativa, que apresentaram episódio trombótico, devem receber anticoagulação por tempo indefinido, preferencialmente com heparina de baixo peso molecular, considerando a alta incidência de novos episódios e o risco de sangramento com uso de warfarina Coagulopatias: Geralmente as doenças oncológicas apresentam desordens da coagulação que podem se manifestar como tromboembolismo, coagulação Proliferação Celular Ana Clara Silva Freitas intravascular disseminada ou tendência hemorrágica. Dentre elas, o fator de Von Willebrand adquirido é encontrado em discrasias de células plasmocitárias, carcinoma gástrico e adrenal, leucemias e linfomas. A apresentação pode compreender sangramento espontâneo, como de mucosas, e alterações laboratoriais, como prolongamento do tempo de tromboplastina parcial e tempo de sangramento, além de níveis reduzidos de antígenos do fator de Von Willebrand. O tratamento deve ser de suporte, com fator de Von Willebrand, imunosupressão e desmopressina, além do tratamento oncológico para doença de base. Síndromes renais Desordens glomerulares: As glomerulonefrites paraneoplásicas estão associadas a diversos tumores benignos e malignos, sendo os mais comuns os carcinomas de pulmão e trato gastrintestinal. A real incidência de glomerulopatia paraneoplásica é desconhecida devido à coexistência de nefropatia nos pacientes oncológicos. A lesão glomerular mais comumente associada a tumores sólidos é a nefropatia membranosa, apresentando-se como síndrome nefrótica que se caracteriza por proteinúria > 3,5 g em 24 horas por 1,73 m2, hipoalbuminemia, edema e hiperlipidemia. Outras formas de glomerulopatia paraneoplásicas descritas são por lesão mínima, nefropatia por IgA, glomerulosclerose focal e segmentar, glomerulonefrite membranoproliferativa, glomerulonefrite crescêntica, amiloidose e microangiopatia trombótica. A patofisiologia envolve a imunidade a antígenos tumorais, além de antígenos fetais e/ou virais. Em relação à nefropatia membranosa paraneoplásica, que é a mais frequente manifestação da doença renal glomerular, diversos tumores já foram descritos como causa, entretanto, os mais comuns parecem ser o câncer gástrico e o carcinoma broncogênico. Lesões microvasculares: A síndrome hemolítico-urêmica é encontrada, mais frequentemente, após uso de quimioterapia com mitomicina C, mas também existem relatos de casos paraneoplásicos. As neoplasias aparentemente relacionadas são hemangiomas e hemangioendoteliomas, leucemias como a promielocítica, câncer de próstata, gástrico e pâncreas. Existe um relato de vasculite renal em paciente com câncer de pulmão. A associação mais frequente é entre vasculite renal secundária a crioglobulinemia, uma complicação esperada no carcinoma hepatocelular com hepatite C concomitante. Manifestações cutâneas Diversas síndromes cutâneas podem estar associadas a neoplasias internas, podendo orientar o clínico no diagnóstico precoce e tratamento. Dentre as doenças cutâneas que podem estar relacionadas a síndromes paraneoplásicas, podem-se citar: metástases cutâneas, síndrome de Sweet, acantose nigricans, Proliferação Celular Ana Clara Silva Freitas doença de Paget extramamária, síndrome de Bazex (acroceratose paraneoplásica), dermatomiosite, eritema giratum repentino, pênfigo paraneoplásico, síndrome da unha amarela, doença de Cowden e outras. O tratamento dessas desordens depende do tratamento da neoplasia primária. Desordens da queratinização: Acantose nigricans é uma dermatose caracterizada por placas espessadas, hiperpigmentadas e localizadas tipicamente no pescoço, regiões flexoras e anogenital. Ela pode estar relacionada desde a desordens endocrinológicas a malignidades. Quando associada a essa última, tende a progredir mais rapidamente, e o prurido é um sintoma comum. As alterações cutâneas podem ocorrer antes, concomitante ou após o diagnóstico da neoplasia. O adenocarcinoma gástrico é a neoplasia mais frequentemente associada a essa alteração cutânea. A patogênese permanece desconhecida. Ela acomete comumente indivíduos obesos e está associada à resistência insulínica e endocrinopatias. Desordens de descoloração de deposição: Vitiligo é uma doença adquirida caracterizada por uma despigmentação cutânea decorrente da perda funcional dos melanócitos epidérmicos. Pode estar associado a doença autoimune, porém, em alguns casos, pode estar relacionado a melanoma. O vitiligo associado a melanoma deve ser considerado uma entidade clínica distinta e identifica um subgrupo de pacientes com alta prevalência de doenças imunemediadas e com um melhor prognóstico. Depósitos amiloides podem estar associados ao mieloma múltiplo ou macroglobulinemia de Waldenström. Na amiloidose sistêmica primária, o acometimento cutâneo confere à pele uma aparência generalizada de cera com sangramento fácil após traumas. Macroglossia é outro achado frequente nesses pacientes. Dermatoses neutrofílicas: A síndrome de Sweet é uma dermatose aguda, febril e neutrofílica, que foi originalmente descrita em 1964 pelo doutor Robert Douglas Sweet. Essa síndrome pode estar associada à malignidade, medicações, infecções respiratórias ou não, associada a nenhum fator, assim descrita como idiopática. Ela se caracteriza por febre, neutrofilia, lesões cutâneas em placas, nódulos ou pápulas eritematosas, irregulares e dolorosas, primariamente em face, pescoço e extremidades56, além de um infiltrado difuso, principalmente neutrofílico, na derme superficial. Manifestações extracutâneas são: artrite, conjuntivite e episclerite. O início da síndrome de Sweet pode preceder, surgir concomitantemente ou após o diagnóstico de uma neoplasia. Manifestações neurológicas As doenças neurológicas podem ser definidas como paraneoplásicas quando se determina uma relação de causalidade com a neoplasia, sem que resulte do efeito direto do tumor (excluindo-se, portanto, metastização cerebral ou meníngea). É principalmente pela produção de anticorpos ou Proliferação Celular Ana Clara Silva Freitas moléculas semelhantes desencadeada pela proliferação tumoral que surgem as síndromes neurológicas autoimunes paraneoplásicas; alguns destes anticorpos, com associação a várias neoplasias. Neuropatia Subaguda Sensitiva e Encefalomielite (NSS-EEM): Quando esta síndrome ocorre em contexto paraneoplásico, estão habitualmente presentes anticorpos Anti-Hu no soro, e a sua proporção pode correlacionar-secom a gravidade dos sintomas. O líquido cefalorraquidiano (LCR) apresenta-se hiperproteico e com pleocitose moderada. O tratamento depende geralmente da abordagem do tumor primário; há casos descritos em que imunossupressão, mesmo que não por terapêuticas dirigidas ao tumor primário, pode por si só levar a melhoria neurológica em doentes com CPCP e neuropatia. Encefalite: Pode ocorrer como uma síndrome paraneoplásica, tomando diferentes formas, dependendo da área do cérebro envolvida. A encefalite total tem sido proposta para explicar a encefalopatia que ocorre com mais frequência no câncer de pulmão de células pequenas. A encefalite límbica caracteriza- se por ansiedade e depressão, provocando perda de memória, agitação, confusão, alucinações e anormalidades de comportamento. Pode ser das formas mais tratáveis de síndrome paraneoplásica neurológica; o tratamento do tumor de base, nestes casos, provou ser mais eficaz que a imunossupressão com corticoides ou imunoglobulina G. Neuropatia Periférica: É uma neuropatia periférica mais específica, porém rara. A degeneração dos gânglios da raiz dorsal e a perda sensorial progressiva com ataxia, mas com pouca fraqueza motora, se desenvolvem; o distúrbio pode ser incapacitante. Anti-Hu, um autoanticorpo, é encontrado no sangue de alguns pacientes com câncer de pulmão. Não há tratamento. Síndrome de Eaton-Lambert: Síndrome imunomediada, do tipo miastenia, com fraqueza que, em geral, afeta os membros e poupa os músculos ocular e bulbar. É pré-sináptica, resultando da liberação deficiente de acetilcolina das terminações nervosas. Um anticorpo IgG está envolvido. A síndrome pode preceder, ocorrer com, ou se desenvolver após o diagnóstico do câncer. Acontece com mais frequência em homens com tumores intratorácicos. Os sinais e sintomas incluem fadiga, fraqueza, dor nos músculos do membro proximal, parestesias periféricas, secura na boca, disfunção erétil e ptose. Os reflexos tendíneos profundos são reduzidos ou perdidos. O tratamento é primeiramente direcionado à malignidade de base e, algumas vezes, induz à remissão. Guanidina, que facilita a liberação de acetilcolina, diminui com frequência os sintomas, mas pode deprimir as funções da medula óssea e do fígado. Estadiamento do câncer Conceito: Proliferação Celular Ana Clara Silva Freitas Estadiamento é o processo para determinar a localização e a extensão do câncer presente no corpo de uma pessoa. É a forma como o médico determina o avanço da doença no organismo de um paciente. Para a maioria dos tipos de câncer, os médicos usam informações que ajudam a planejar o tratamento e a determinar o prognóstico do paciente. Embora cada caso seja diferente, cânceres com o mesmo estadiamento tendem a ter prognósticos semelhantes e, muitas vezes, são tratados da mesma forma. O estadiamento do câncer é também uma maneira que os médicos utilizam para descrever a extensão do câncer, por exemplo, ao referir-se a um determinado caso e discutir suas possibilidades terapêuticas. Importância: Os médicos precisam conhecer a extensão da doença e sua localização para poder definir as melhores opções de tratamento. Por exemplo, o tratamento para um câncer em estágio inicial pode consistir em cirurgia ou radioterapia, enquanto um tumor em fase mais avançada pode precisar ser tratado com quimioterapia. Os médicos também utilizam o sistema de estadiamento para prever o curso da doença. Como o estadiamento é realizado? Os médicos utilizam diferentes tipos de exames e testes para determinar o estadiamento do câncer. Dependendo da localização do tumor, o exame físico pode dar algumas pistas. Exames de imagem, como raios X, tomografia computadorizada, ressonância magnética, ultrassom e PET scan, também podem fornecer informações precisas sobre a localização da doença e sua disseminação. Uma biópsia é necessária para confirmar o diagnóstico de câncer. Biópsias também podem ser necessárias para determinar se a imagem observada em um exame de imagem corresponde, por exemplo, à disseminação da doença. Durante a biópsia, o médico remove fragmentos do tumor para serem estudados sob um microscópio. Algumas biópsias são feitas durante a cirurgia. Mas, existem vários tipos de biópsias, nas quais o médico pode remover pequenos fragmentos do tumor com auxílio de uma agulha fina ou endoscópio. Tipos de estadiamento O estadiamento é realizado quando um paciente recebe o diagnóstico inicial de câncer, antes de qualquer tratamento ser iniciado. Os principais tipos de estadiamento são: Estadiamento clínico. Esse na verdade é uma estimativa da extensão da doença com base nos resultados do exame físico, exames de imagem (raios X, tomografia computadorizada, etc.) e biópsia de tumor. Para alguns tipos de câncer, os resultados de outros exames, como os de sangue, também são utilizados no estadiamento. O estágio clínico é uma parte fundamental do diagnóstico para decidir o melhor tratamento a ser iniciado. É também a linha de base utilizada comparativa para ver se a doença responde ao tratamento. Estadiamento patológico. Se o tratamento cirúrgico foi realizado, os médicos podem determinar o estadiamento patológico, também denominado estadiamento cirúrgico. O estadiamento patológico baseia-se nos resultados dos exames e testes mencionados anteriormente, bem como o que foi observado durante a cirurgia. A cirurgia pode ser realizada para retirar o tumor e os linfonodos próximos. Mas, às vezes a cirurgia é realizada para ver o quanto a doença está disseminada e para retirar amostras de tecido. Às vezes, o estadiamento patológico pode ser diferente do Proliferação Celular Ana Clara Silva Freitas estadiamento clínico, por exemplo, se a cirurgia mostra que o câncer se disseminou mais do que pensava. O estadiamento patológico oferece à equipe médica, informações mais precisas que podem ser utilizadas para prever a resposta ao tratamento e seus resultados (prognóstico). Sistemas de estadiamento Existem diferentes sistemas de estadiamento, mas o mais comum e útil para a maioria dos tipos de cânceres é o sistema TNM. Sistema TNM A American Joint Committee on Cancer (AJCC) e a União Internacional de Controle do Câncer (UICC) utilizam o sistema de classificação TNM como uma ferramenta para os médicos estadiarem diferentes tipos de câncer com base em determinadas normas. Ele é atualizado a cada 6 a 8 anos para incluir os avanços na compreensão de uma doença como o câncer. No sistema TNM, a cada tipo de câncer é atribuída uma letra ou número para descrever o tumor, linfonodos e metástases. T para o tumor primário. N para linfonodos. O câncer que se disseminou para os linfonodos próximos. M para metástase. O câncer que se disseminou para partes distantes do organismo. A categoria T fornece informações sobre aspectos do tumor primário, como seu tamanho, quão profundamente se desenvolveu no órgão em que se originou e quanto invadiu os tecidos adjacentes: TX significa que o tumor não pode ser avaliado T0 significa que não existe evidência de tumor primário (não pode ser encontrado). Tis significa que as células cancerígenas estão se desenvolvendo apenas na camada mais superficial do tecido, sem invadir tecidos mais profundos. Também pode ser chamado de câncer in situ. Os números que aparecem após o T (como T1, T2, T3 e T4) descrevem o tamanho do tumor e/ou a disseminação da doença nas proximidades. Quanto mais alto o número atribuído a T, maior o tumor e/ou mais disseminado nos tecidos próximos se encontra. A categoria N descreve se o câncer se disseminou para os linfonodos próximos: NX significa que os linfonodos não podem ser avaliados. N0 significa que oslinfonodos vizinhos não contêm câncer. Os números que aparecem após o N (por exemplo, N1, N2 e N3) descrevem o tamanho, localização e/ou o número dos linfonodos com a doença. Quanto mais alto o número atribuído a N, mais o câncer está disseminado para os linfonodos. A categoria M descreve se o câncer se disseminou (metástases) para locais distantes do corpo: M0 significa que nenhuma disseminação foi encontrada. M1 significa que o câncer se disseminou para tecidos e órgãos distantes (metástases à distância foram encontradas). A maioria dos tipos de câncer tem sua própria versão desse sistema de classificação, logo as letras e os números não significam sempre o mesmo para cada tipo de câncer. Por exemplo, em alguns tipos, as categorias T descrevem o tamanho do tumor principal, enquanto em outros, eles descrevem quão profundamente o tumor se desenvolveu, ou se o tumor cresceu nas estruturas adjacentes (independentemente de seu tamanho). Proliferação Celular Ana Clara Silva Freitas Alguns tipos de câncer também têm agrupamentos especiais que são diferentes de outros. Por exemplo, existem classificações que podem ter subcategorias, como T3a e T3b, enquanto outros podem não ter uma categoria N3. Agrupamento dos estágios Uma vez determinados o T, N e M, são combinados para atribuir uma nota global. Para a maioria dos cânceres, o estágio utiliza um número romano de I a IV, onde o estágio IV (4) é o mais elevado e significa que o câncer é mais avançado do que a fase imediatamente anterior e assim sucessivamente. Algumas vezes os estágios são subdivididos, usando letras como A e B. Estágio 0 é o carcinoma in situ, para a maioria dos cânceres. Isso significa que o câncer se encontra numa fase muito precoce, localizado apenas na área onde originalmente se iniciou e não se disseminou. Nem todos os cânceres têm um estágio 0. Estágio I corresponde ao estágio seguinte e têm um bom prognóstico. Lembrando que o prognóstico vai piorando a medida que o estágio aumenta. Outros fatores que podem afetar o estadiamento Para alguns tipos de câncer, os valores de T, N e M não são os únicos que determinam o estágio da doença. Alguns outros fatores que devem ser considerados são: Grau. Para a maioria dos cânceres, o grau mede quão anormal as células cancerígenas aparecem ao microscópio, o que é denominado diferenciação. O grau pode ser importante porque cânceres com mais alterações tendem a crescer e se disseminarem mais rápido. Geralmente é atribuída uma graduação. No baixo grau (células bem diferenciadas) as células cancerígenas se parecem muito com as células normais. Em geral, esses cânceres tendem a crescer lentamente. Em cânceres (mal diferenciados) de alto grau, as células cancerosas parecem muito diferentes das células normais. Cânceres de alto grau, tendem a crescer mais rapidamente e têm um prognóstico pior, portanto podem precisar de tratamentos diferentes do que os cânceres de baixo grau. Mesmo quando o grau não afeta o estágio do câncer, ele ainda pode afetar o prognóstico e/ou tratamento. Tipo de célula. Alguns tipos de câncer podem ter diferentes tipos de células. De modo que o tipo celular pode afetar o tratamento e o prognóstico, esse é um fator importante no estadiamento. Por exemplo, os cânceres de esôfago são principalmente cânceres de células espinocelulares ou adenocarcinomas. O câncer espinocelular do esôfago é estadiado de forma diferente do que o adenocarcinoma de esôfago. Localização do tumor. Para alguns tipos de câncer, a localização do tumor afeta o prognóstico e deve ser considerada no estadiamento da doença. O estadiamento do câncer do esôfago, por exemplo, depende se o tumor está localizado no terço superior, médio ou inferior do órgão. Marcadores tumorais. Em alguns tipos de câncer, os níveis sanguíneos de determinadas substâncias, denominadas marcadores tumorais, podem afetar o estadiamento da doença. Por exemplo, no câncer de próstata, o nível do antígeno prostático específico (PSA) no sangue é considerado no estadiamento da enfermidade. Proliferação Celular Ana Clara Silva Freitas Outros sistemas de estadiamento Nem todos os cânceres são estadiados usando o sistema TNM. Alguns tipos de câncer crescem e se disseminam de forma diferente. Por exemplo, muitos cânceres em ou ao redor do cérebro não são estadiados usando o TNM, já que esses tumores costumam se disseminar para outras partes do cérebro e não para os linfonodos ou outras partes do organismo. Outros sistemas de estadiamento são usados frequentemente para a doença de Hodgkin e outros linfomas, assim como para alguns tipos de câncer infantil. A Federação Internacional de Ginecologistas e Obstetras (FIGO) tem um sistema de estadiamento para cânceres dos órgãos reprodutivos femininos. O estadiamento TNM se parece com os estágios da FIGO, o que facilita a conversão entre esses dois sistemas. Outros sistemas de estadiamento mais antigos, como o sistema de Dukes para o câncer colorretal, ainda são usados por alguns médicos. Se seu médico utiliza outro sistema de estadiamento, você pode querer saber se esse estágio corresponde a algum no sistema TNM. Isso só ajudará você se deseja saber mais sobre sua doença e o tratamento, já que o sistema TNM é mais amplamente utilizado. O estágio do tumor não muda Um ponto importante que alguns pacientes têm dificuldade em entender é que o estágio do câncer é determinado apenas quando (ou logo depois) o câncer ser diagnosticado. O estágio não muda ao longo do tempo, mesmo se o tumor diminuir de tamanho, crescer, se disseminar ou recidivar após o tratamento. O câncer é ainda referido pelo estágio que foi atribuído quando foi diagnosticado, embora informações sobre a extensão atual do câncer possam ser adicionadas (e evidentemente o tratamento é ajustado conforme necessário). Por exemplo, digamos que uma mulher é diagnosticada com câncer de mama estágio II. O câncer poderá desaparecer com o tratamento, mas depois ele volta e agora se disseminou para os ossos. O tumor ainda é denominado câncer de mama estágio II, agora com doença recorrente nos ossos. Se o câncer de mama não desaparece com o tratamento e se dissemina para os ossos será denominado câncer de mama estágio II com metástase óssea. Em ambos os casos, o estágio original não muda e não será chamado de câncer de mama estágio IV. O câncer de mama em estágio IV refere-se a um câncer que já se disseminou para alguma região distante do corpo, no momento do diagnóstico. É importante compreender que as estatísticas de sobrevida e a informação sobre o tratamento segundo o estágio da doença para alguns tipos específicos de câncer se referem ao estágio da doença quando diagnosticada inicialmente. As estatísticas de sobrevida relacionadas ao estágio do câncer de mama estágio II que recidivou nos ossos não são as mesmas que para o câncer de mama estágio IV. Em algum momento, você pode ouvir o termo "reestadiamento". Que é o termo usado para a realização de exames que permitam avaliar a doença, uma vez feito o tratamento. O reestadiamento pode ser usado para determinar a resposta ao tratamento ou avaliar se o câncer voltou e vai precisar de mais intervenções terapêuticas. Muitas vezes, os mesmos exames que foram feitos quando o câncer foi diagnosticado pela primeira vez, como, por exemplo, exame físico, biópsia e exames de imagem, serão feitos novamente. Proliferação Celular Ana Clara Silva Freitas Após esses exames um novo estágio pode ser determinado. E estará descrito com uma letra “r” minúscula antes do novo estágio, o que denota um estágio diferente ao do diagnóstico inicial. O estágio inicial sempre permanece o mesmo. Exames para determinara extensão da doença são comuns durante e após o tratamento, no entanto atribuir um novo estágio raramente é feito, exceto em estudos clínicos. Tratamento As principais metas do tratamento são: cura, prolongamento da vida e melhora da qualidade de vida. Existem tratamentos curativos para um terço dos casos de câncer, particularmente para os cânceres de mama, colo do útero, cavidade oral e cólon, quando são detectados precocemente e tratados de acordo com as melhores práticas clínicas. Alguns tipos de câncer, por exemplo, o seminoma metastático (um tumor do testículo) e alguns tumores em crianças, como a leucemia aguda e os linfomas, mesmo não possuindo métodos de detecção precoce, apresentam alto potencial de cura. Existem três formas principais de tratamento do câncer: cirurgia, radioterapia e quimioterapia. Elas podem ser usadas em conjunto, variando apenas quanto à suscetibilidade dos tumores a cada uma das modalidades terapêuticas e à melhor sequência de sua administração. Atualmente, poucas são as neoplasias malignas tratadas com apenas uma modalidade terapêutica. Quimioterapia: É a forma de tratamento sistêmico do câncer que usa medicamentos denominados “quimioterápicos” (ou antineoplásicos) administrados em intervalos regulares, que variam de acordo com os esquemas terapêuticos. Finalidades da quimioterapia: • Quimioterapia prévia, neoadjuvante ou citorredutora: indicada para a redução de tumores locais e regionalmente avançados que, no momento, são irressecáveis ou não. Tem a finalidade de tornar os tumores ressecáveis ou de melhorar o prognóstico do paciente. • Quimioterapia adjuvante ou profilática: indicada após o tratamento cirúrgico curativo, quando o paciente não apresenta qualquer evidência de neoplasia maligna detectável por exame físico e exames complementares. • Quimioterapia curativa: tem a finalidade de curar pacientes com neoplasias malignas para os quais representa o principal tratamento (podendo ou não estar associada à cirurgia e à radioterapia). Alguns tipos de tumores no adulto, assim como vários tipos de tumores que acometem crianças e adolescentes, são curáveis com a quimioterapia. • Quimioterapia para controle temporário de doença: indicada para o tratamento de tumores sólidos, avançados ou recidivados ou neoplasias hematopoéticas de evolução crônica. Permite longa sobrevida (meses ou anos), mas sem possibilidade de cura; sendo, porém, possível obter- -se o aumento da sobrevida global do doente. • Quimioterapia paliativa: indicada para a paliação de sinais e sintomas que comprometem a capacidade funcional do paciente, mas não Proliferação Celular Ana Clara Silva Freitas repercute, obrigatoriamente, na sua sobrevida. Independente da via de administração, é de duração limitada, tendo em vista a incurabilidade do tumor (doença avançada, recidivada ou metastática), que tende a evoluir a despeito do tratamento aplicado. Radioterapia: A radioterapia é o método de tratamento local ou locorregional do câncer que utiliza equipamentos e técnicas variadas para irradiar áreas do organismo humano, prévia e cuidadosamente demarcadas. Finalidades da radioterapia: As finalidades da radioterapia relacionadas abaixo referem-se a pacientes adultos, já que, em crianças e adolescentes, cada vez menos se utiliza a radioterapia, em virtude dos efeitos colaterais tardios no desenvolvimento orgânico que ela acarreta. • Radioterapia curativa: principal modalidade de tratamento radioterápico; visa à cura do paciente. • Radioterapia pré-operatória (prévia ou citorredutora): procedimento que antecede a principal modalidade de tratamento, a cirurgia, para reduzir o tumor e facilitar o procedimento operatório. • Radioterapia pós-operatória ou pós- quimioterapia (profilática): segue-se à principal modalidade de tratamento, com a finalidade de esterilizar possíveis focos microscópicos do tumor. • Radioterapia paliativa: objetiva o tratamento local do tumor primário ou de metástases, sem influenciar a taxa da sobrevida global do paciente. É usada principalmente nas seguintes circunstâncias: - Radioterapia antiálgica: modalidade de radioterapia paliativa com a finalidade específica de reduzir a dor. - Radioterapia anti-hemorrágica: modalidade de radioterapia paliativa com a finalidade específica de controlar os sangramentos. Cuidados paliativos: As ações de controle do câncer não se restringem à prevenção, à detecção precoce, ao diagnóstico ou ao tratamento, mas envolvem também os cuidados paliativos. Segundo a OMS, os cuidados paliativos consistem na abordagem para melhorar a qualidade de vida dos pacientes e de seus familiares e no enfrentamento de doenças que oferecem risco de vida, por meio da prevenção e do alívio do sofrimento. Isso significa a identificação precoce e o tratamento da dor e de outros sintomas de ordem física, psicossocial e espiritual. Os objetivos dos cuidados paliativos são: • Promover alívio da dor e de outros sintomas que causam sofrimento, buscando a melhora da qualidade de vida do paciente, o que pode influenciar positivamente o curso da doença. • Integrar os aspectos físico, psicológico e espiritual no cuidado ao paciente, por meio de equipes interdisciplinares, com profissionais preparados para esse tipo de abordagem. • Promover os cuidados e as investigações necessárias para melhorar a compreensão e o manejo das complicações clínicas que causam sofrimento ao paciente, evitando procedimentos invasivos que não levem à melhoria da qualidade de vida. • Oferecer suporte para auxiliar os pacientes a terem uma sobrevida o mais útil possível, de preferência usufruindo do ambiente familiar. • Oferecer suporte para a família no período da doença e depois do óbito, em seu próprio processo de luto. Proliferação Celular Ana Clara Silva Freitas • Respeitar a morte como um processo natural do ciclo da vida, não buscando a sua antecipação ou o seu adiamento. Sinais e sintomas frequentes: Eis alguns sinais e sintomas frequentes nos pacientes oncológicos em cuidados paliativos: • Dor. • Fadiga. • Falta de apetite. • Náuseas e vômitos. • Edema e linfedema. • Constipação intestinal. Obstrução intestinal. • Alteração da mucosa oral. • Diarreia. • Aumento do volume abdominal. • Sangramento. • Depressão. Biomarcadores: Biomarcadores tumorais são moléculas biológicas produzidas por células cancerosas ou por células normais em resposta à presença do câncer e podem ser encontrados no sangue, outros fluidos ou expressas no próprio tumor, que pode ser usado como indicador de doença. Em alguns casos, o biomarcador pode ser produzido pelos indivíduos saudáveis, mas níveis elevados podem indicar produção desregulada deste biomarcador e, portanto, a presença de um tumor. Nos estudos de caracterização de tumores, existem duas fronteiras a serem superadas. A primeira delas se refere às grandes diferenças entre cada paciente acometido pelo mesmo tipo de câncer, avaliado pela heterogeneidade da doença. Logo, cada paciente com câncer apresenta singularidades que dificultam prever o comportamento da doença, mesmo após tanto conhecimento adquirido. A segunda barreira diz respeito a pequenas diferenças do tecido tumoral em relação ao tecido normal do qual é originário, pois as células cancerosas, sendo provenientes do próprio organismo do doente, podem produzir as mesmas biomoléculas que as células sadias. Os biomarcadores são utilizados para avaliar o risco do desenvolvimento do câncer; identificar precocemente novos casos em uma população assintomática; diagnosticar casos de câncer, identificando o tipo e em que estágio a doença se encontra; auxiliam no tratamento, informando o melhor tratamentopara o caso ou qual a dose certa a se usar; auxiliam no prognóstico da doença, prevendo seu provável comportamento; avaliam a resposta ao tratamento; informam uma possível recidiva da doença. Os mais frequentes nos tipos de câncer são: proteína de Bence Jones, antígeno prostático específico (PSA), antígeno carcinoembriônico (CEA), alfafetoproteína (AFP), gonadotrofina coriônica humana (beta-hCG), antígeno associado ao câncer (CA) 125, receptor de estrógeno (ER), receptor de progestero - na (PR), receptor tipo 2 do EGF humano (HER-2) e os genes KRAS e BRAF por sua importância histórica e atual nas várias frentes de combate ao câncer, como detecção precoce, diagnóstico, seguimento do tratamento, entre outras. Proliferação Celular Ana Clara Silva Freitas Equipe multidisciplinar, família e aspecto psicológico do paciente oncológico Enfermagem: O profissional que atua em enfermagem oncológica é preparado a prestar assistência integral ao paciente, formando uma base sólida de conhecimentos técnico-científicos específicos da assistência, fundamentada nos aspectos clínicos, associados a cuidados psicológicos, sociais, espirituais, políticos, éticos e também nos cuidados no final da vida em decorrência da progressão da doença. A enfermagem oncológica promove o desenvolvimento de ações de integração junto aos profissionais da equipe multidisciplinar. A consulta de enfermagem é importante para o enfermeiro formar o vínculo profissional-paciente, desmistificar a doença e o tratamento proposto (cirurgia, quimioterapia, hormonioterapia e radioterapia), auxiliar na organização do cotidiano para melhor adesão ao tratamento, capacitar o paciente e/ou acompanhante para intervenções que têm como objetivo evitar e/ou identificar precocemente os sinais e sintomas decorrentes da doença e/ou tratamento. A principal função do enfermeiro no processo de agendamento é a de garantir o intervalo correto entre os ciclos, bem como calcular o tempo estimado de duração da aplicação, para que possa otimizar o tempo do paciente e também da agenda ambulatorial institucional. Outro aspecto a ser observado no momento do agendamento é a possibilidade de neoadjuvância ou concomitância de tratamento. Em ambos os casos, deve haver parceria entre os setores/instituições para que o acesso às informações garantam o cumprimento dos prazos OBS: o cuidado inicia no médico e abrange toda a equipe, a qual precisa tratar a doença do paciente, mas cuidar do ser humano. Acompanhamento psicológico: • O acompanhamento psicológico a pacientes com câncer, em todas as fases da doença, visa proporcionar ao paciente melhores condições de compreensão e enfrentamento de sua doença. • Esse acompanhamento busca promover a expressão de emoções, melhorar o processo de comunicação entre o paciente e seus amigos e familiares, criar uma rede de apoio ao paciente, fundamentada nas relações familiares e sociais e amparada na boa comunicação com a equipe de cuidados que o assiste. • Além disso, busca auxiliar o paciente a desenvolver ferramentas emocionais que o auxiliem a estar mais comprometido com seu autocuidado, incrementando sua autoestima e autoconfiança. Família A presença de um familiar ou cuidador nesse momento pode proporcionar apoio e confiança, no entanto, esse acompanhante também é tomado por vários sentimentos, dentre eles a dor que compartilha com o paciente internado.
Compartilhar