Buscar

Semiologia do sistema cardiovascular: Anamnese, Sinais e Sintomas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS Turma XV 
 ANAMNESE 
FATORES QUE INFLUENCIAM: 
Com relação à IDADE: 
• Nas crianças e jovens, predominam as anomalias 
congênitas e os episódios iniciais da doença 
reumática; 
• Dos 20 aos 50 anos de idade: doença de Chagas e a 
hipertensão arterial são mais frequentes; 
• Acima dos 50 anos de idade: doença arterial 
coronariana – angina de peito e infarto agudo do 
miocárdio; 
Quanto ao SEXO: 
• As lesões mitrais, especialmente a estenose e o 
prolapso da valva mitral, ocorrem mais em 
mulheres jovens; 
• A aterosclerose coronária predomina no sexo 
masculino até os 45 anos de idade e, a partir desta 
idade, a incidência vai se tornando igual em ambos 
os sexos. 
Quanto ao FATOR RACIAL: 
• Avaliado basicamente pela cor da pele, pode ter 
interesse, como é o caso da anemia falciforme. 
• A hipertensão arterial, além de ser mais frequente 
nos negros, aparece em faixas etárias mais baixas e 
apresenta evolução mais grave. 
Quanto a PROFISSÃO: 
• Nos pacientes cardíacos que exercem profissões 
que exigem esforço físico intenso, é mais frequente 
o aparecimento de insuficiência cardíaca. 
• Por outro lado, as atividades que se acompanham 
de estresse emocional ou que o provocam 
constituem um fator importante na hipertensão 
arterial e na cardiopatia isquêmica. 
Quanto a NATURALIDADE e o LOCAL DA RESIDÊNCIA: 
• Relacionam se com as doenças endêmicas, 
salientando-se em determinadas regiões a alta 
incidência da doença de Chagas. 
Quanto aos ANTECEDENTES PESSOAIS: 
• Destacam-se a relação entre infecções 
estreptocócicas, principalmente da bucofaringe, e 
lesões orovalvares de etiologia reumática. 
• Uma alimentação rica em lipídios está relacionada a 
aterosclerose, lesões renais, hipertensão arterial e 
perturbações emocionais e manifestações 
cardiovasculares de ansiedade e/ou depressão. 
Quanto aos ANTECEDENTES FAMILIARES: 
• A influência de fatores genéticos pode ser 
avaliada pela análise dos antecedentes 
familiares, sendo indiscutível sua importância 
na hipertensão arterial essencial e na 
cardiopatia isquêmica. 
• O estudo das mutações genéticas pode 
contribuir para o esclarecimento de algumas 
doenças cardíacas. 
Quanto aos HÁBITOS DE VIDA: 
• Destacam-se o tabagismo, o alcoolismo e o 
sedentarismo, relacionados com o aparecimento 
de aterosclerose e hipertensão arterial. 
Quanto as CONDIÇÕES SOCIOECONÔMICAS E 
CULTURAIS: 
• A doença reumática é mais frequente em 
pessoas de renda mais baixa, seja em 
consequência das más condições alimentares e 
habitacionais ou por falta de tratamento 
precoce e adequado das infecções 
estreptocócicas. 
• As péssimas condições das habitações rurais e da 
periferia das cidades estão entre as causas 
determinantes da endemia chagásica. 
 SINAIS E SINTOMAS 
As doenças do coração manifestam-se por variados 
sinais e sintomas, alguns originados no próprio 
coração, outros em diferentes órgãos nos quais 
repercutem com mais intensidade as alterações do 
funcionamento cardíaco. 
Serão analisados: dor cardíaca, palpitações, dispneia, 
tosse e expectoração, chieira, hemoptise, desmaio 
(lipotimia e síncope), alterações do sono, cianose, 
edema, astenia e posição de cócoras. 
 Dor 
Dor precordial (dor no peito na região à frente do 
coração) não é sinônimo de dor cardíaca, pois pode ter 
origem no coração e em outros órgãos ou estruturas 
como pleura, esôfago, aorta, mediastino, estômago e 
na própria parede torácica. A dor relacionada com o 
coração e com a aorta compreende a de origem 
isquêmica, a pericárdica e a aórtica. 
Na avaliação semiológica da dor precordial, todas as 
características são importantes: localização, 
irradiação, caráter, intensidade, duração, frequência, 
fatores desencadeantes ou agravantes, fatores 
atenuantes e sintomas concomitantes, os quais 
podem preceder, acompanhar ou suceder a dor 
Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS Turma XV 
 Dor na isquemia miocárdica 
 A dor de origem isquêmica tem origem na hipoxia 
celular. Sempre que houver desequilíbrio entre a 
oferta e o consumo de oxigênio, vale dizer, quando há 
isquemia miocárdica, ocorre estimulação das 
terminações nervosas da adventícia das artérias e do 
próprio músculo por substâncias químicas liberadas 
durante a contração. A causa mais comum de isquemia 
miocárdica é a aterosclerose coronária, assumindo 
características especiais na angina de peito e no infarto 
agudo do miocárdio. 
 Localização 
• Sendo o coração embriologicamente uma víscera de 
posição mediana, a localização mais típica é a 
retroesternal, podendo ser sentida à esquerda ou, 
mais raramente, à direita da linha esternal. Pode ser 
restrita a uma pequena área ou ocupar toda a 
região precordial. 
• Se a dor for percebida na pele ou em outras 
estruturas superficiais, é possível afirmar que se 
origine na parede torácica. 
• A dor perimamilar ou por debaixo do mamilo quase 
nunca é de causa cardíaca, podendo ser de origem 
emocional ou provocada por osteoartrite, distensão 
do estômago ou do ângulo esplênico. 
• Dor nas articulações condroesternais que piora à 
palpação caracteriza a osteocondrite (síndrome de 
Tietze – inflamação de uma ou mais cartilagens 
costais, principalmente a esternocostal). 
 Irradiação 
A irradiação da dor está relacionada com sua 
intensidade. Quanto mais intensa, maior a 
probabilidade de irradiar-se. 
 A dor por obstrução de uma artéria coronária pode ter 
diversas irradiações: para os pavilhões auriculares, 
maxilar inferior, nuca, região cervical, membros 
superiores, ombros, região epigástrica e região 
interescapulovertebral. 
 
 
 
 
 Caráter ou qualidade 
• A dor anginosa é quase sempre do tipo constritivo, 
tendo o paciente a sensação de que algo aperta o 
tórax ou a região retroesternal. 
• Para caracterizá-la, o paciente 
leva a mão fechada ao peito 
(Sinal de Levine). 
• Costuma ser descrita como 
“aperto”, “opressão”, “peso”, 
“queimação” e “sufocação”. 
• Pode ter também a sensação 
de nó na garganta, como se 
estivesse sendo estrangulado. 
• A mesma sensação pode ser 
percebida nas áreas de irradiação da dor como, por 
exemplo, impressão de aperto ou de um bracelete 
no braço. 
• Outros tipos são a dor em queimação ou ardência 
no precórdio, formigamento ou facada, que podem 
ser expressões da dor cardíaca. 
 Duração 
• A dor da angina de peito tem duração curta, em 
geral de 2 a 3 minutos, raramente ultrapassando 10 
minutos. Isso porque sua origem é apenas a hipoxia 
miocárdica, sem alteração necrobiótica. 
• Na angina instável, a dor é mais prolongada, 
chegando a durar 20 minutos, pois nesta síndrome 
já há alterações histológicas. 
• No infarto agudo do miocárdio, quando ocorrem 
alterações necróticas, a dor dura mais de 20 
minutos, podendo chegar a algumas horas. 
 Intensidade 
A intensidade da dor varia de acordo com o grau de 
comprometimento isquêmico, podendo ser 
classificada em leve, moderada e intensa. 
• Dor leve – o paciente a sente, mas não se fixa nela, 
relatando-a, muitas vezes, como uma sensação de 
peso ou desconforto. 
• Dor moderada – incomoda bastante o paciente e 
agrava-se com os exercícios físicos. 
• Dor intensa – causa grande sofrimento, obrigando 
o paciente a ficar o mais quieto possível, pois ele 
percebe que a dor se agrava com os movimentos ou 
pequenos esforços. Acompanha-se de sudorese, 
palidez, angústia e sensação de morte iminente. 
 
 
Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS Turma XV 
 Fatores desencadeantes ou agravantes 
• A dor da angina de peito ocorre quase 
invariavelmente após esforço físico, mas pode ser 
desencadeada por todas as condições que 
aumentam o trabalho cardíaco, tais como emoções, 
taquicardia, frio ou após refeição copiosa. 
• No infartoagudo do miocárdio, a dor costuma ter 
início com o paciente em repouso. 
• A dor retroesternal, que ocorre após vômitos 
intensos, deve-se à laceração da mucosa do 
segmento inferior do esôfago. 
• A dor torácica, em consequência das mudanças de 
decúbito ou de movimentos do pescoço, origina-se 
na coluna cervical ou dorsal (osteoartrite, hérnia de 
disco). 
• A dor retroesternal e epigástrica durante a 
deglutição é causada por espasmo esofágico ou 
esofagite. 
• A dor que se agrava com a tosse pode ocorrer em 
virtude de pericardite, pleurite ou compressão de 
uma raiz nervosa. 
 Fatores atenuantes da dor 
• O alívio da dor pelo repouso é uma das 
características fundamentais da angina de peito. 
• O uso de vasodilatadores coronários também faz a 
dor desaparecer. 
• É muito importante o tempo que a dor leva para 
desaparecer após uso de nitrato sublingual. Na 
angina de peito, a dor desaparece 3 ou 4 minutos 
após; se levar maior tempo (5 ou 10 minutos), 
provavelmente não se trata de angina clássica, 
podendo ser angina instável. 
• A dor da pericardite aguda pode ser amenizada ou 
cessar quando o paciente inclina o tórax para frente 
ou o comprime com um travesseiro. 
• Alguns pacientes com quadro anginoso e outros 
com enfermidades gastrintestinais ou com 
ansiedade encontram alívio após eructação ou 
eliminação de gases. 
 Sintomas concomitantes 
Precordialgia intensa, acompanhada de náuseas, 
vômitos e sudorese fria, sugere infarto agudo do 
miocárdio. Dor precordial durante crise de palpitações 
pode decorrer de isquemia provocada por 
taquiarritmia. 
 Dor de origem pericárdica 
• A dor da inflamação do pericárdio é mais aguda 
que a da angina de peito, localiza-se na região 
retroesternal junto da reborda esternal esquerda e 
irradia-se para o pescoço e as costas. 
• Pode ser do tipo “constritiva”, “peso”, “opressão”, 
“queimação” e apresentar grande intensidade; 
costuma ser contínua – durante várias horas –, não 
se relaciona com exercícios, agrava-se com a 
respiração, com o decúbito dorsal, com os 
movimentos na cama, com a deglutição e com a 
movimentação do tronco. O paciente tem algum 
alívio quando inclina o tórax para frente ou ao se 
colocar na posição genupeitoral. 
• O mecanismo provável da dor da pericardite é o 
atrito entre as membranas ou uma grande e rápida 
distensão do saco pericárdico por líquido. 
• É provável que a irritação das estruturas vizinhas – 
pleura mediastinal, por exemplo – também 
participe do mecanismo da dor da pericardite.
 AVALIAÇÃO DA DOR: 
PERGUNTAR AO PACIENTE SOBRE: 
• Localização (onde dói?) 
• Intensidade (Escala Visual Analógica (EVA) e a 
Escala Visual Numérica (de 1-10) (EVN).) 
• Irradiação (a dor está restrita a um local? Onde mais 
dói?) 
• Fator de piora e melhora (melhora/piora quando 
você faz algo específico?) 
• Frequência ou periodicidade (de quanto em quanto 
tempo sente a dor?) 
• Duração (há quanto tempo começou?) 
• Caráter ou qualidade (aperto, queimação, em 
pontadas...) 
• Sintomas associados (junto com a dor, a sra. Sente 
alguma coisa? A dor foi o primeiro sintoma da sra.?) 
• Respostas a intervenção 
• Estado atual 
 Dor de origem psicogênica 
• Se caracteriza por ser uma dor que ocorre 
geralmente em pacientes que apresentam 
depressão ou ansiedade. 
• A dor limita-se à região da ponta do coração, 
costuma ser surda, persistindo por horas ou 
semanas e acentuando-se quando o paciente sofre 
contrariedades ou emoções desagradáveis. 
• Não está relacionada com exercícios e pode ser 
acompanhada de hipersensibilidade do precórdio. 
Nas crises de dor, ocorrem também palpitações, 
dispneia suspirosa, dormências, astenia, 
instabilidade emocional e depressão. A dor alivia-se 
parcialmente com repouso, analgésicos, 
tranquilizantes e placebos 
Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS Turma XV 
• Em pacientes que já sofreram infarto agudo do 
miocárdio (IAM) é tão grande, que eles se alteram 
emocionalmente com qualquer tipo de dor torácica. 
Em alguns, torna-se difícil diferenciar a dor 
precordial isquêmica da dor psicogênica. 
 Dor de origem aórtica 
Os aneurismas da aorta geralmente não provocam dor, 
mas a dissecção aguda da aorta determina quadro 
doloroso importante. 
• Início súbito 
• Dor muito Intensa do tipo lancinante 
• Localização retroesternal 
• Irradia para pescoço, região interescapular e 
ombros. 
Durante a crise dolorosa, o paciente fica inquieto – 
deita-se, levanta-se, revira-se na cama, adota posturas 
estranhas, comprime o tórax com um travesseiro, 
tentando obter algum alívio. 
A separação das camadas da parede arterial, 
particularmente da adventícia, com súbita distensão 
das terminações nervosas aí situadas, estimula as 
terminações nervosas do plexo aórtico, determinando 
a dor 
 Palpitações 
• Consistem na percepção 
consciente e 
desconfortável das 
contrações cardíacas, as 
quais podem ser irregulares, com aumento ou 
redução rápida da frequência. 
• Os pacientes geralmente referem-se como 
“batimentos mais fortes”, “falhas”, “arrancos”, 
“paradas”, “tremor no coração”, “coração deixando 
de bater”, “coração aos pulos”. 
• Palpitações nem sempre significam arritmia 
• Podem estar ou não relacionadas a cardiopatias 
• Durante a realização da anamnese deve-se 
questionar/ sobre o consumo de café, refrigerantes 
à base de cola, tabaco ou drogas (princ. Cocaína e 
anfetaminas.) 
• Importante diferenciar a taquicardia de palpitação 
• Devem ser analisadas quanto a frequência, ritmo, 
horário de aparecimento, modo de instalação e 
desaparecimento, isto é, se têm início e término 
súbitos 
Há três tipos principais de palpitações: 
➢ palpitações de esforço – ocorrem durante a 
execução de esforço físico e desaparecem com o 
repouso. Nos cardíacos, têm o mesmo significado 
da dispneia de esforço, sendo comum ocorrerem 
conjuntamente. 
➢ as que traduzem alterações do ritmo cardíaco 
➢ as que acompanham os transtornos emocionais 
 
• é necessário caracterizar as palpitações em relação a 
magnitude do esforço, habitualmente escalonado em 
grandes, médios e pequenos esforços. 
• Na insuficiência cardíaca, as palpitações, assim como 
a dispneia, iniciam-se de modo súbito, logo ao se 
fazer um esforço físico, e desaparecem com o 
repouso, de maneira gradual e lenta. 
• De maneira geral, os pacientes relatam batimentos 
rítmicos, enérgicos e rápidos 
• Causas de palpitações cardíacas: arritmias, 
insuficiências cardíacas, miocardites, miocardiopatias 
• Causas de palpitações não cardíacas: hipertensão 
arterial sistêmica, hipertireoidismo, anemia, esforço 
físico, emoções, síndrome do pânico, tóxicas 
 Dispneia 
• Conhecida como: cansaço, 
canseira, falta de ar, fôlego 
curto, fadiga ou respiração 
difícil. 
• é preciso diferenciá-la da astenia 
e da fatigabilidade, o que se 
consegue ao perguntar aos 
pacientes as características de sua queixa. 
• É um dos sintomas mais importantes dos 
portadores de cardiopatias e significa a sensação 
consciente e desagradável do ato de respirar 
Apresenta-se de duas maneiras: 
➢ Subjetiva, que é a dificuldade respiratória sentida 
pelo paciente→ o paciente relata 
➢ Objetiva, que se evidencia pela aceleração dos 
movimentos respiratórios (taquipneia) e pela 
participação ativa da musculatura acessória da 
respiração (músculos do pescoço na inspiração e 
músculos abdominais na expiração) → o 
profissional repara 
• A dispneia em paciente com uma cardiopatia indica 
congestão pulmonar. 
• Mas, é necessário ter em mente as principais causas 
de dispneia para que seja feito o diagnóstico 
diferencial a partir de suas características 
semiológicas 
• A dispneia da insuficiência ventricular esquerda 
apresenta características quanto ao tempo de 
duração, evolução, relação com esforço e posição 
adotada pelo paciente. A análise da sua relação com 
esforços deve levar em conta asatividades 
habitualmente exercidas pelo paciente. 
• Ortopneia: dispneia que ocorre com o paciente 
deitado e que melhora quando ele se senta; 
• Dispneia paroxística noturna: consiste em 
episódios de dispneia e ortopneia súbitas que 
despertam o paciente do sono, com uma sensação 
Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS Turma XV 
de sufocamento, obrigando-o a se sentar ou ficar de 
pé. (sinal patognomônico: IC esquerda – edema 
agudo de pulmão) obs. pode ser confundida com 
crises asmáticas noturnas 
• Durante a crise dispneica, pode haver 
broncospasmo, responsável pelo aparecimento de 
sibilos, cuja causa provável é a congestão da 
mucosa brônquica. Nessas condições, costuma ser 
chamada de asma cardíaca. 
• Dispneia periódica (Cheyne-Strokes): caracteriza-
se por períodos de apneia, seguidos de movimentos 
respiratórios, superficiais a princípio, mas que se 
tornam cada vez mais profundos, até chegar a um 
máximo; depois, diminuem de amplitude até uma 
nova fase de apneia, após o que se repetem os 
mesmos fenômenos. As pausas têm duração 
variável de 15 a 30 segundos, podendo alcançar até 
60 segundos. Quando isso acontece, o enfermo 
apresenta-se em estado de torpor, sonolento ou 
inconsciente, as pupilas se contraem (miose), 
podendo aparecer cianose ao término da fase de 
apneia. 
• Dispneia de esforço: é o tipo mais comum na 
insuficiência ventricular esquerda; conforme sua 
denominação, aparece quando o paciente executa 
esforço físico, sendo classificada em dispneia aos 
grandes, médios e pequenos esforços. A diferença 
fundamental entre a dispneia de esforço de uma 
pessoa normal e a de um cardiopata está no grau de 
atividade física necessário para produzir a 
dificuldade respiratória. 
 Síncope 
Caracteriza-se pela perda 
transitória da consciência 
seguida por recuperação dela, 
podendo possuir relação 
cardíacas e extracardíacas. 
Causas extracardíacas: síncope neurogênica, hipotensão 
postural 
• A síncope neurogênica é o tipo mais comum de 
desmaio, podendo ser desencadeada por impacto 
emocional, visão de sangue, dor intensa, lugar 
fechado e ambiente quente. 
• Uma de suas principais características é a rápida 
recuperação ao se deitar o paciente. Em geral, dura 
poucos segundos. 
• A perda da consciência pode ocorrer abruptamente 
ou ser precedida de sensação de mal-estar geral, 
fraqueza, tonturas, palidez, sudorese, bocejos, 
desconforto abdominal ou náuseas. 
• O pulso e a pressão arterial podem estar elevados, 
caindo gradativamente, sem chegar a níveis abaixo 
do normal. 
• o mecanismo da síncope neurogênica é o desvio do 
sangue para os músculos, em consequência de queda 
da resistência periférica por vasodilatação. Do ponto 
de vista neurovegetativo, há inibição generalizada do 
tônus simpático com aumento relativo da atividade 
vagal. Por isso, costuma ser designada de síncope 
“vasovagal”. 
A síndrome de stoke-adams se caracteriza por perda 
da consciência (episódios de síncopes), acompanhada 
ou não de convulsões resultantes de arritmias 
cardíacas (geralmente com bradicardia). 
 Cianose 
• Caracterizada pela coloração azulada 
da pele e das mucosa devido ao 
aumento da hemoglobina reduzida no 
sangue capilar, chegando a 5g por 
100mL 
Pode ser classificada em quatro tipos: 
➢ A periférica é aquela em que apenas a 
pele apresenta uma coloração 
azulada, permanecendo rosadas a língua e a 
mucosa oral. 
➢ Na central, tanto a pele como a língua e a mucosa 
oral apresentam uma coloração azulada, porque há 
uma descida da quantidade de oxigénio no sangue 
que circula pelo corpo (circulação sistêmica). 
➢ A cianose mista é assim chamada quando se 
associam os mecanismos responsáveis por cianose 
central com os da periférica. Exemplo típico é a 
cianose da insuficiência cardíaca congestiva grave, 
na qual, além da congestão pulmonar que impede 
uma oxigenação adequada do sangue, há estase 
venosa periférica com grande perda de oxigenação. 
A diferenciação entre a cianose central e a periférica 
pode apresentar dificuldade. 
➢ A cianose por alteração da hemoglobina deve-se a 
alterações bioquímicas que impedem a fixação do 
oxigênio pelo pigmento. A existência de meta-
hemoglobina dificulta a oxigenação porque estes 
derivados da hemoglobina não são facilmente 
dissociáveis, tendo perdido sua afinidade pelo 
oxigênio; produzem uma coloração azul 
acinzentada. Essa alteração surge pela inalação ou 
ingestão de substâncias tóxicas que contêm nitritos, 
fenacetina, sulfanilamida, 
anilinas 
• O baqueteamento (sinal 
caracterizado pelo aumento 
(hipertrofia) das falanges distais 
dos dedos e unhas da mão que 
está associada a diversas 
doenças, a maioria cardíacas 
e pulmonares) sem cianose é 
frequente em pacientes com 
endocardite infecciosa 
aguda. Já a combinação 
cianose com baqueteamento 
Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS Turma XV 
é frequente em pacientes com certos tipos 
cardiopatias congênitas. 
• A pigmentação e a espessura da pele modificam o 
aspecto da cianose, podendo mascará-la 
completamente. 
• A impregnação da pele por bilirrubina dificulta o 
reconhecimento da cianose. 
• A inspeção deve ser feita nos lugares em que a pele 
é mais fina e em áreas ricas de capilares sanguíneos. 
• Nos casos de cianose intensa, todo o tegumento 
cutâneo adquire tonalidade azulada ou mesmo 
arroxeada. 
• Quando é discreta, restringe-se a determinadas 
regiões. Deve-se investigar se aparece ou piora após 
esforço físico 
 Edema 
• As expressões “inchaço” e “inchume” são as mais 
usadas pelos pacientes para relatar este sintoma, 
mas elas podem designar, também, crescimento ou 
distensão do abdome (p. ex., “inchaço na boca do 
estômago”) 
• É o resultado do aumento do líquido intersticial, 
proveniente do plasma sanguíneo 
• O edema pode ser localizado ou sistêmico 
• A causa básica do edema cardíaco é a insuficiência 
ventricular direita por aumento da pressão 
hidrostática associada à retenção de sódio; 
• Quando sua origem é cardíaca, outros sinais de 
insuficiência direita aparecem, tais como 
ingurgitamento das jugulares, refluxo 
hepatojugular e hepatomegalia 
• Nos casos em que há lesão da valva tricúspide e na 
pericardite constritiva, a ascite predomina sobre o 
edema das extremidades. 
 
SINAL DE GODET OU CACIFO 
é a depressão que se forma na 
pele após a compressão desse 
local, por meio dos dedos das 
mãos, indicador e polegar, 
fazendo um movimento de 
pinça ou contra a estrutura 
óssea. 
 Astenia 
• É uma sensação de fraqueza 
generalizada. 
• Esta expressão define um 
sintoma de caráter subjetivo, que 
tem como base uma impotência 
motora funcional. 
• Está presente na maioria dos pacientes com 
insuficiência cardíaca e infarto agudo do miocárdio. 
• A queixa de fraqueza ou cansaço pode ser 
confundida com dispneia, quando não se faz uma 
anamnese correta. 
• Nos pacientes com insuficiência cardíaca, a astenia 
relaciona-se principalmente com a diminuição do 
débito cardíaco e com oxigenação insuficiente dos 
músculos esqueléticos. 
• A astenia dos cardiopatas pode estar relacionada 
também com atrofia muscular, seja em razão da 
própria insuficiência cardíaca ou por falta de 
exercício físico. 
• Por fim, a inapetência causada por digital ou outros 
medicamentos provoca a redução de ingestão de 
alimentos, o que muito contribui para a astenia dos 
cardíacos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referências: 
• BICKLEY, L.S. BATES – Propedêutica Médica. 12ª ed. Guanabara 
Koogan, 2018. 
• PORTO, C.C. Semiologia Médica. 8ª ed. Rio de Janeiro. 
Guanabara, 2019

Outros materiais