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Flagrante convertido em preventiva - lucas ruan miranda silva

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24/07/2021
Número: 0803285-59.2021.8.18.0032 
 
Classe: AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE 
 Órgão julgador: Central de Audiência de Custódia de Picos 
 Última distribuição : 22/07/2021 
 Valor da causa: R$ 0,00 
 Assuntos: Prisão em flagrante 
 Segredo de justiça? NÃO 
 Justiça gratuita? SIM 
 Pedido de liminar ou antecipação de tutela? NÃO
 
Tribunal de Justiça do Piauí
PJe - Processo Judicial Eletrônico
Partes Procurador/Terceiro vinculado
2º Distrito Policial de Picos (AUTORIDADE)
LUCAS RUAN MIRANDA SILVA (FLAGRANTEADO) MARDSON ROCHA PAULO (ADVOGADO)
Documentos
Id. Data da
Assinatura
Documento Tipo
18579
747
22/07/2021 17:18 Decisão Decisão
 
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO PIAUÍ
 Central de Audiência de Custódia de Picos DA COMARCA DE
PROCESSO Nº: 0803285-59.2021.8.18.0032
CLASSE: AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE (280)
ASSUNTO(S): [Prisão em flagrante]
AUTORIDADE: 2º DISTRITO POLICIAL DE PICOS
FLAGRANTEADO: LUCAS RUAN MIRANDA SILVA
 
DECISÃO
Trata-se de Auto de Prisão em Flagrante Delito onde se comunica que o conduzido
LUCAS RUAN MIRANDA SILVA foi autuado em flagrante pela suposta prática do delito de tráfico de
drogas, descrito no art. 33, caput do Código Penal, fato este ocorrido por volta das 18h15min, do
dia 21 de julho de 2021, rua José Rodrigues dos Santos, bairro Aerolândia, Picos – PI.
Da não realização da audiência de custódia 
Pois bem, pelo que extrai do dispositivo, ao receber o auto de prisão
em flagrante, no prazo máximo de até 24 (vinte e quatro) horas após a
realização da prisão, o juiz deverá realizar audiência de custódia e no
ato decidir se a prisão é ilegal e consequentemente relaxá-la; converter
a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os requisitos
constantes do art. 312 do CPP, e se revelarem inadequadas ou
insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão; ou conceder
liberdade provisória, com ou sem fiança. Ainda, que se tornará é ilegal
toda prisão em que a pessoa não seja apresentada à autoridade
judicial no prazo de 24 horas. 
Contudo, o Egrégio TJPI, em virtude da pandemia da doença causada
pelo Novo Coronavírus (COVID-19), editou a Portaria nº 1020/2020, -
PJPI/TJPI/SECPRE, prorrogada sucessivas vezes, a qual determinou o
regime de teletrabalho como preferencial no âmbito do Poder Judiciário
do Estado do Piauí e suspendeu as audiências de custódia. 
Diante disso, considerando que que o artigo 310 do Código de
Processo Penal determina o prazo de 24 (vinte e quatro) horas para
controle judicial da prisão em flagrante, garantida a participação do
Ministério Público e da Defensoria Pública ou do advogado, ao
Corregedoria Geral de Justiça estabeleceu o fluxo das comunicações
das prisões em flagrante (APFs), por meio do Provimento Nº 62, de 13
de julho de 2020, com fundamento no art. 310 do CPP, em
regulamentação ao disposto no artigo 8º-A, da Recomendação Nº 62
de 17/03/2020 do Conselho Nacional de Justiça, e determinou que
após a comunicação do auto de prisão em flagrante a serventia
procedesse, de imediato, vista dos autos, primeiramente ao
Representante do Ministério Público, e, na sequência, ao Advogado
constituído/nomeado ou membro da Defensoria Pública, para
Num. 18579747 - Pág. 1
manifestação no prazo sucessivo de 3 (três) horas e após a conclusão
dos autos para decisão. 
Ante o exposto, fica desde já justificada a não realização da audiência
de custódia e o atendimento ao disposto no Provimento Nº 62, de 13
de julho de 2020do Egrégio TJPI. 
Encaminhados os autos para as providências legais, a defesa juntou petição, na qual
requer o relaxamento da prisão em flagrante, sob a alegação de existir ilegalidade nas diligências
policiais que resultaram na apreensão do material que consta do Auto de Exibição e Apresentação,
bem como na prisão em flagrante de Lucas Ruan Miranda Silva.
Esclarece que o acesso dos policiais ao imóvel onde ocorreram tais providências foi
autorizada por pessoa que não detinha tal poder, no caso, a sogra do flagranteado, Sra. Edilma.
Compulsando os autos do presente procedimento, verifico que o modo como as medidas
foram tomadas, afastam qualquer elemento que macule o acesso do policias ao imóvel ou o auto de
prisão em flagrante.
A autorização ao acesso a imóvel particular reveste-se como ato de
civilidade e respeito às leis e preceitos constitucionais. Têm decido os Tribunais
Superiores que medida acertada e que visa resguardar a legalidade de eventuais
flagrantes que possam existir após o acesso, consubstancia-se na gravação da
referida autorização e deve ocorrer somente quando houver fundada razão (justa
causa), aferida de modo objetivo e devidamente justificada, de maneira a indicar
que dentro da casa ocorre situação de flagrante delito.
Toda estas condições foram respeitadas no caso dos autos. Segundo
consta das declarações dos policiais militares, após receberem denúncia anônima
sobre a possível existência de comercialização de entorpecentes em um imóvel
situado à rua José Rodrigues dos Santos, bairro Aerolândia, Picos – PI, estes se
deslocaram até o local e ao baterem na porta do imóvel foram atendidos por uma
pessoa que lá se encontrava e tinha em seus braços o filho de flagranteado e, de
maneira prévia e gravada, solicitaram acesso ao local, que foi prontamente
autorizado e diante desta autorização passaram a diligenciar e teriam encontrado
os entorpecentes, bem como o conduzido.
Note-se que o ato de autorizar o acesso se deu por pessoa que se
encontrava no local e em circunstâncias que levaram a concluir ser moradora
daquele imóvel, pois ela assumiu esta condição no momento em que permitiu que
os policiais militares assim o fizessem. Ademais, no local estavam apenas o
conduzido, seu filho menor e sua sogra (Edilma) e não há relatos que os policiais
tenham de algum modo forçado tal autorização ou induzido a autorizante a permitir
tal acesso.
Por fim, verifico que todos os procedimentos fixados no art. 23 do Código Processo Penal
foram respeitados.
Dos depoimentos prestados pelas testemunhas perante a Autoridade Policial e demais
documentos, vislumbra-se devidamente caracterizada a materialidade delitiva e presentes indícios
suficientes de autoria.
Os procedimentos administrativos cabíveis à espécie também foram atendidos. O
depoimento do detido na esfera policial nada acrescenta que possa beneficiá-lo.
Não existem, portanto, vícios formais ou materiais que venham a macular a peça, motivo
pelo qual, HOMOLOGO o Auto de Prisão em Flagrante.
Num. 18579747 - Pág. 2
Em parecer o Ministério Público manifestou-se pela conversão da prisão em flagrante em
prisão preventiva, pois presentes os fundamentos e condições de admissibilidade estabelecidos nos
arts. 312 e 313, ambos do CPP.
DECIDO.
DA CONVERSÃO DE PRISÃO EM FLAGRANTE EM PRISÃO PREVENTIVA
O Código de Processo Penal em seu art. 312 prevê, mesmo não havendo sentença penal
condenatória transitada em julgado, a possibilidade do réu ou flagrado ser mantido preso, com o fim
de assegurar o interesse público, a correta aplicação da lei e do andamento do processo. Determina o
art. 312 do CPP que:
Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem
pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal,
ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da
existência do crime e indício suficiente de autoria.
Em tais casos, manter o réu ou autuado em liberdade provoca danos por vezes
irreversíveis, possibilitando a impunidade e a prática de novos ilícitos.
Certamente, para que seja aplicada tal medida cautelar, faz-se necessário a adequação
da lei ao caso concreto, de modo que a segregação do meio social seja entendida como último
instrumento a ser utilizado para garantir os objetivos traçados em lei.
Ainda, no art. 313, incisos I e II do CPP estão regulamentadas as possibilidades de ser a
medida cautelar mais gravosa decretada quando o agente praticar crimes dolosos punidos com
pena privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos e tiver sidocondenado
por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado.
No caso dos autos, tais requisitos são preenchidos, pois em consultas
aos sistemas Themis Web e SEEU, fez-se possível verificar que o autuado é réu
condenado com sentença penal condenatória transitada em julgado nos autos do
processo nº 0000592-43.2008.8.18.0032 dos crimes descritos no art. 129, §9º c/c
art. 147, ambos do Código Penal –, cuja pena é executada perante a Vara de
Execuções Penais da Comarca de Picos – PI, nos autos do Processo de Execução
nº 0700024-78.2021.8.18.0032, em regime atual aberto.
De igual modo, conforme consta do Auto de Prisão em Flagrante ora
analisado, LUCAS RUAN MIRANDA SILVA foi preso pela suposta prática do crime
de tráfico de drogas, tipificado nos art. 33, caput do código Penal, cuja pena em
abstrato é de 05 a 15 anos de reclusão.
Com isso, resta afastada qualquer dúvida acerca da possibilidade de ser
decretada a prisão preventiva tanto pelas condições pessoais do autuado
(reincidente) quanto pela pena aplicada ao crime que ensejou sua prisão em
flagrante.
Superadas tais questões, cumpre ressaltar que o art. 312 do CPP
estabelece em sua parte final pressupostos mínimos a serem obedecidos para
decretação da medida mais gravosa, quais sejam, prova da existência do crime e
indício suficiente de autoria.
Tais pressupostos – indício de autoria e materialidade – encontram-se
demonstrados no presente procedimento policial pelos depoimentos dos policiais
militares responsáveis pela prisão, Auto de Exibição e Apreensão Laudos de
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Exames de Constatação e demais peças que instruem o procedimento.
Ademais, quanto aos fundamentos que sustentam a aplicação do
decreto prisional, vê-se do presente caso, que além do fumus comissi delicti, já
devidamente demonstrado, também se faz presente o periculum libertatis, tendo
em vista ser a medida cautelar mais gravosa necessária para garantir a ordem
pública, dado o risco de em liberdade o autuado reiterar nessa conduta delitiva tão
nociva à saúde pública e bem estar social
Deve ser mencionado que as circunstâncias do caso em apreço,
indicam que nenhuma das medidas cautelares previstas no art. 319 do Código de
Processo Penal é suficiente para evitar a prática de novos crimes pelo
representado, devendo ser decretada a custódia cautelar do autuado, o que
encontra amparo na jurisprudência pátria.
O crime de tráfico de drogas não exige condições específicas para sua
concretização nem que o agente se desloque de sua residência ou até mesmo
tenha contato direito com aqueles com quem os entorpecentes são negociados.
Percebo que no caso em comento que o material foi apreendido no domicílio do
flagranteado, o que reforça os indícios de autoria e revelam que caso aplicadas
outras medidas cautelares presentes estão os fundados receios de subsistir a
reiteração delituosa.
Ao referir-se a legislação processual em assegurar a ordem pública, nada mais quer dizer
impedir que criminosos pratiquem novos delitos e acautelar o meio social e a própria credibilidade da
Justiça face à gravidade do crime e de sua repercussão na sociedade, a qual encontra-se seriamente
abalada com a prática de ilícitos iguais ou similares ao presente caso.
Acresço, ainda, que a manutenção da constrição cautelar, por força do decreto
preventivo, pela prática, em tese, do crime ora analisado, não implica ofensa ao princípio da
proporcionalidade. Trata-se de prisão de cunho processual, que se justifica quando presentes as
hipóteses fáticas previstas na lei, ou seja, pelos fundamentos da garantia da ordem pública (como no
caso), da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da
lei penal, que não se confundem com aquela decorrente de sentença condenatória.
Assim, a decretação da prisão preventiva por este Juízo, é de fato a única medida cabível
a ser adotada diante da situação fática e jurídica na qual se encontra o conduzido. Isto considerando o
que dita o art. 282, § 6º do Código de Processo Penal:
Art. 282. (...)
§6º. A prisão preventiva será determinada quando não for cabível a
sua substituição por outra medida cautelar (art. 319).
Desse modo, resta claro que estão presentes os requisitos para aplicação da prisão preventiva e
consequente inviabilidade da concessão de liberdade provisória ou qualquer medida alternativa em
favor do ora preso.
Posto isso e estando presentes os requisitos legais da custódia cautelar, DEFIRO o
pedido formulado pelo Ministério Público, pelo que CONVERTO A PRISÃO EM FLAGRANTE do
autuado LUCAS RUAN MIRANDA SILVA, qualificado nos autos, em PRISÃO PREVENTIVA, o
que faço com fulcro no art. 310, inc. II, art. 312 e art. 313, incisos I e II, todos do Código de Processo
Penal.
Intimações, ciências e expedientes necessários.
Encaminhe cópia desta decisão ao Delegado Regional de Polícia Civil para ciência e
juntada aos autos do Inquérito Policial respectivo.
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Expeçam-se o respectivo mandado no BNMP.
Ciência ao Ministério Público e à defesa.
Cumpridas as determinações acima, redistribua por sorteio
os autos, nos termos do art. 11 do Provimento nº 8/2019 da CGJ. 
Proceda-se ao preenchimento do formulário disponibilizado
pelo Conselho Nacional de Justiça, que substitui o SISTAC, utilizado
enquanto prevalecerem as orientações da Recomendação CNJ nº
62/2020, com a inclusão de informações relacionadas ao auto de
prisão em flagrante. 
Expedientes necessários. 
Cumpra-se com urgência. 
PICOS-PI, 22 de julho de 2021.
 
NILCIMAR RODRIGUES DE ARAÚJO CARVALHO
Juiz(a) de Direito do(a) Central de Audiência de Custódia de Picos 
Num. 18579747 - Pág. 5
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	Decisão | NUM: 18579747 | 22/07/2021 15:55

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