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Direito do Trabalho - Pressupostos da relação de emprego

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Os pressupostos da relação empregatícia constituem requisitos 
cumulativos para que o sujeito seja considerado empregado, são eles: 
pessoa física, pessoalidade, onerosidade, subordinação e não 
eventualidade. 
Pessoa Física 
O primeiro pressuposto estabelece que o empregado deve ser pessoa física, 
ou seja, a prestação de serviço deve ser pactuada e consequentemente 
concretizada por trabalhador pessoa natural. 
Pessoalidade 
O segundo pressuposto da relação de emprego, a pessoalidade, guarda 
íntima correlação com o pressuposto previamente apontado. Tem-se uma 
relação de emprego pactuada em regra intuito personae, o que significa 
que o empregado, pessoa física, não pode fazer-se substituir por um 
terceiro na prestação de serviços. Sendo constatada a substituição do 
empregado por outrem, não se faz presente a relação de emprego tendo 
em vista a cumulatividade dos pressupostos. 
Convém notar, outrossim, que apesar da prestação de serviços dever se dar 
com pessoalidade, existe a possibilidade de substituição do empregado 
quando da concordância do empregador. 
Onerosidade 
O terceiro pressuposto, a onerosidade, corresponde a contraprestação 
esperada pelo empregado em virtude da realização da prestação de 
serviços pactuada no contrato de trabalho. 
O pressuposto da onerosidade deve ser visto sob um prisma objetivo e um 
prisma subjetivo. Em relação ao prisma objetivo, a onerosidade 
compreende o pagamento efetuado pelo empregador, ou seja, o ato do 
PRESSUPOSTOS DA RELAÇÃO DE EMPREGO 
 
empregado de receber o salário. Por outro lado, o prisma subjetivo 
corresponde a vontade do empregado de receber o salário. 
Em virtude dessas considerações trazidas pode-se sustentar que se o 
trabalho é voluntário não se tem configurado o vínculo de emprego. 
Subordinação 
O quarto pressuposto que se elenca é o da subordinação. O art. 3° caput da 
CLT determina que empregado é aquele que se encontra “sob a 
dependência” do empregador. A partir disso, pode-se entender a 
subordinação como a posição de obediência do empregado em relação ao 
empregador ante a pactuação do contrato de trabalho. Isso quer dizer que 
o empregado não possui autonomia para estabelecer sobre quando e como 
vai trabalhar. 
Não Eventualidade 
O quinto e último pressuposto da relação de emprego é o da não 
eventualidade, que refere-se a continuidade da prestação de serviços pelo 
empregado. Esse pressuposto é evidenciado no art. 3°, caput da CLT ao 
trazer o termo “serviços de natureza não eventual”. Dessa expressão 
trazida pela legislação trabalhista se compreende como não eventual o 
trabalho que se dá de forma habitual. Sendo assim, se o sujeito trabalha 
eventualmente, esporadicamente, não se tem caracterizada a relação 
empregatícia. 
Visto todos esses pressupostos conclui-se que sendo o serviço realizado por 
pessoa física, com pessoalidade, habitualidade, subordinação e mediante 
pagamento de salário, caracterizada está a relação de emprego. É de suma 
importância conhecer esses pressupostos a fim de verificar se do contrato 
de trabalho deriva um vínculo de emprego.

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