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Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 12 
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AULA 12 
SUMÁRIO PÁGINA 
Apresentação Inicial 01 
Garantias e Privilégios do Crédito tributário 02 
Disposições Gerais 03 
Preferências e Privilégios do Crédito tributário 25 
Questões Propostas 45 
Gabaritos 60 
Olá, amigo concurseiro e futuro servidor! 
Chegamos à nossa décima segunda aula do curso de direito tributário para o 
concurso de Auditor do Tribunal de Contas do Estado do Paraná 
(TCE/PR). Nessa aula iremos tratar do seguinte tema: 
 Garantias e Privilégios do Crédito tributário; 
Qualquer dúvida que surgir, peço que a envie o mais breve possível ao nosso 
fórum de dúvidas para que ela seja sanada e não ocorram atrasos em seus 
estudos. Seguem ainda os meus contatos: 
aluisioalneto@gmail.com 
www.facebook.com/aluisioalneto 
www.facebook.com/prosatributaria 
Boa sorte! E bons estudos! 
Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 12 
 
 
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Garantias e Privilégios do Crédito Tributário 
 
Nesse primeiro item da aula de hoje estudaremos as disposições relativas às 
garantias e às privilégios atribuídos ao crédito tributário, previstas nos artigos 
183 a 193 do CTN. Inicialmente estudaremos as disposições gerais, contidas 
nos artigo 183 a 185-A. Posteriormente, as demais, que tratam das 
preferências atribuídas ao crédito tributário. Os artigos que estudaremos 
agora visam estabelecer regras para que o Estado possa ver saldados seus 
créditos juntos aos sujeitos passivos devedores, estabelecendo garantias e 
privilégios especiais frente a terceiros quanto ao pagamento de valores 
àquele devidos, bem como fixar regras quanto às situações em que a 
Fazenda Pública não terá preferencia no recebimento dos valores a ela 
devidos. Esses normativos, contidos no CTN, são, resumidamente, 
mecanismos e formas de tentar ver assegurado o devido pagamento dos 
créditos tributários devido pelo sujeito passivo. 
Vamos em frente! 
 
 
 
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Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 12 
 
 
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Disposições Gerais 
 
Os artigos 183 e 184 do CTN nos dizem o seguinte em seus textos: 
“Art. 183. A enumeração das garantias atribuídas neste 
Capítulo ao crédito tributário não exclui outras que 
sejam expressamente previstas em lei, em função da 
natureza ou das características do tributo a que se 
refiram. 
Parágrafo único. A natureza das garantias atribuídas ao 
crédito tributário não altera a natureza deste nem a da 
obrigação tributária a que corresponda. 
Art. 184. Sem prejuízo dos privilégios especiais sobre 
determinados bens, que sejam previstos em lei, responde 
pelo pagamento do crédito tributário a totalidade dos bens 
e das rendas, de qualquer origem ou natureza, do 
sujeito passivo, seu espólio ou sua massa falida, inclusive 
os gravados por ônus real ou cláusula de 
inalienabilidade ou impenhorabilidade, seja qual for a 
data da constituição do ônus ou da cláusula, 
excetuados unicamente os bens e rendas que a lei 
declare absolutamente impenhoráveis.” (Grifos nosso) 
Disposição muito importante consta no parágrafo único do artigo 183, 
regulando que a natureza das garantias atribuídas aos créditos 
tributários não altera a natureza deste e nem da obrigação tributária 
correspondente. Por exemplo, caso seja oferecido em garantia para o 
pagamento de determinado crédito tributário um bem imóvel, a natureza 
pecuniária daquele não será alterado, permanecendo intocada, o mesmo 
acontecendo para uma garantia em bens móveis ou em razão de uma 
hipoteca, direito real por excelência. O crédito tributário, de natureza 
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pecuniária, de direito público, de caráter compulsório, continua a mesma, não 
obstante a garantia dada em pagamento seja de outra natureza. 
Repito: com ou sem garantia para que seja saldado pelo devedor, o 
crédito tributário permanece com a mesma natureza, qual seja, 
pecuniária, de pagar, de dar dinheiro. Essa jamais será alterada. Se a 
natureza do crédito tributário não pode ser alterada, o mesmo acontece 
quanto à obrigação tributária, outra que permanecerá intocada em razão da 
natureza da garantia atribuída ao crédito tributário. Lembre-se que nem 
mesmo a anulação do lançamento faz desaparecer a obrigação tributária, que 
somente se extingue com a extinção do crédito tributário dela decorrente, 
conforme as onze modalidades previstas no artigo 156 do CTN. 
Uma das possíveis garantias atribuídas para o pagamento do crédito 
tributário na órbita federal é o arrolamento de bens, presente nos artigos 64 
e 64-A da lei federal nº 9.532, de 1997, em que o sujeito passivo devedor, 
durante o processo de cobrança, tem seus bens arrolados, não podendo 
aliená-los sem prévia autorização da Receita Federal do Brasil. O 
arrolamento, e a consequente garantia atribuída ao crédito tributário, podem 
ser tanto em bens móveis (veículos, por exemplo) quanto em imóveis (casas, 
fazendas, entre outros) 
Guarde bem! Uma coisa é a natureza do crédito tributário, outra é a da 
garantia dada para a liquidação deste, que, naturalmente, podem ser 
iguais. Não confunda. São coisas diferentes. Seja qual for a natureza da 
garantia, essa não tem o condão de alterar a natureza do crédito tributário. 
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(Questão 01) A natureza das garantias atribuídas ao crédito tributário: 
a) não altera a natureza do crédito tributário, nem da correspondente 
obrigação 
b) afeta a obrigação tributária que lhe deu origem 
c) modifica sua liquidez e certeza 
d) vincula o lançamento da obrigação principal 
e) impede a suspensão do crédito tributário. 
Questão simples, que se resolve com o conhecimento constante no artigo 
183, parágrafo único, do CTN, dispondo que a natureza das garantias 
atribuídas ao crédito tributário não altera a natureza deste nem a da 
obrigação tributária a que corresponda. 
Assim, resta como correta a alternativa "a", gabarito da questão. 
 
 
 
 
 
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Sobre o arrolamento de bens e as garantias atribuídas ao crédito tributário, 
veja uma decisão do STJ sobre os temas: 
“(...) 1. Cinge-se a questão em verificar a legalidade de o 
Fisco proceder ao arrolamento de bens do sujeito 
passivo para garantia do crédito fiscal, antes de sua 
constituição definitiva; ou seja, antes do julgamento de todos 
os recursos administrativos interpostos em face do 
lançamento. 
2. O arrolamento de bens disciplinado pelo art. 64 da Lei n. 
9.532 de 1997 revela-se por meio de um procedimento 
administrativo, no qual o ente estatal efetua levantamento 
de bens dos contribuintes, arrolando-os sempre que o valor 
dos créditos tributários de sua responsabilidade for superior 
a trinta por cento do seu patrimônio conhecido e superar R$ 
500.000,00 (quinhentos mil reais). Finalizado o 
arrolamento, providencia-seo registro nos órgãos 
próprios, para efeitos de dar publicidade. 
3. Não viola o art. 198 do CTN, pois o arrolamento em 
exame almeja, em último ratio, a execução do crédito 
fiscal, bem como a proteção de terceiros, inexistindo, 
portanto, suposta violação do direito de propriedade, 
do princípio da ampla defesa e do devido processo legal. 
4. A medida acautelatória, sob a ótica do interesse 
público, tem o intuito de evitar o despojamento 
patrimonial indevido, por parte de contribuintes. (AgRg 
nos EDcl no REsp 1190872/RJ, de 12/04/2012) 
 
 
 
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Por sua vez, o caput do artigo 183 do CTN nos diz que as garantias para o 
pagamento do crédito tributário atribuídas no CTN não excluem 
outras EXPRESSAMENTE previstas em outras leis, em função da 
natureza ou das características do tributo a que se refiram. Nada impede, 
assim, que outras leis estipulem outras espécies de garantias ao crédito 
tributário devido, sem que venham a “bater de frente” com o que diz o nosso 
Código de Exações, responsável por estabelecer regras gerais em matéria de 
direito tributário, conforme o artigo 146, III, da nossa CF/88. 
Assim, as garantias previstas no CTN NÃO SÃO EXAUSTIVAS, sendo rol 
meramente EXEMPLIFICATIVO, uma vez que outras leis podem estipular 
outras formas de garantias para os créditos tributários. Contudo, para que 
seja válida, a garantia deve estar prevista em lei. SEMPRE! 
 
Quanto aos bens ou direitos a serem dadas em garantia para o pagamento do 
crédito tributário, temos os constantes no artigo 184 do CTN, excetuando-se 
aqueles sobre os quais expressamente recaem quaisquer tipo de privilégios 
de impenhorabilidade, sendo inalcançáveis por meio da execução do crédito 
tributário. Como exemplo, temos os vencimentos e os subsídios do sujeito 
passivo, atendidas algumas regras previstas em lei. 
 
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Sendo assim, responde pelo pagamento do crédito tributário: 
 A totalidade dos bens e das rendas, de qualquer origem ou 
natureza, do sujeito passivo, seu espólio ou sua massa falida 
(observe que o dever de pagar os tributos devidos é estendido até 
mesmo para um momento posterior à morte da pessoa física (no caso 
da formação do espólio) ou da extinção da pessoa jurídica (massa 
falida); 
 Além dos bens ou rendas previstos no item anterior, todos aqueles 
gravados por ônus real ou cláusula de inalienabilidade ou 
impenhorabilidade, seja qual for a data da constituição do ônus ou da 
cláusula. 
Somente os bens ou rendas que a lei declare absolutamente 
impenhoráveis é que não poderão responder pelo pagamento dos créditos 
tributários devidos pelo sujeito passivo. São os chamados bens 
impenhoráveis. 
Observe que somente a lei pode determinar o que é impenhorável, não sendo 
uma previsão atribuída ao sujeito passivo. Não há qualquer manifestação de 
vontade deste para determinar o que é e o que não é impenhorável. Se a lei 
expressamente não prevê essa impenhorabilidade, o bem poderá 
normalmente ser utilizado como garantia do pagamento do crédito tributário. 
Assim, uma pessoa não pode, por ato próprio, ainda que registrado em 
contrato ou qualquer instrumento público ou particular, estipular que 
determinado bem é impenhorável e, dessa forma, ser excluído de eventual 
cobrança tributária. Somente a lei, de modo expresso, poderá atribuir a 
característica de impenhorabilidade a determinado bem ou renda. As regras 
estipuladas pelo(s) contratante(s) só têm valor entre as partes, sendo 
inoponíveis ao Fisco. 
Desse modo, temos dois casos em que o poder do Estado de subtrair o 
patrimônio do sujeito passivo para ver saldados seus direitos frente a este 
não pode prosperar: 
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 Os bens sobre os quais recaem privilégios especiais, PREVISTOS 
EM LEI (parte inicial do artigo 184); 
 Os bens e rendas que a lei declare absolutamente impenhoráveis 
(parte final do artigo 184). 
 
Os bens impenhoráveis previstos na parte final do artigo 184 do CTN estão 
previstos no Código de Processo Civil (CPC) em seu artigo 649. O texto desse 
artigo é o seguinte: 
“Art. 649. São absolutamente impenhoráveis: 
I - os bens inalienáveis e os declarados, por ato 
voluntário, não sujeitos à execução; 
II - os móveis, pertences e utilidades domésticas que 
guarnecem a residência do executado, salvo os de 
elevado valor ou que ultrapassem as necessidades 
comuns correspondentes a um médio padrão de vida; 
III - os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal 
do executado, salvo se de elevado valor; 
IV - os vencimentos, subsídios, soldos, salários, 
remunerações, proventos de aposentadoria, pensões, 
pecúlios e montepios; as quantias recebidas por 
liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do 
devedor e sua família, os ganhos de trabalhador 
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autônomo e os honorários de profissional liberal, 
observado o disposto no § 3o deste artigo; 
V - os livros, as máquinas, as ferramentas, os 
utensílios, os instrumentos ou outros bens móveis 
necessários ou úteis ao exercício de qualquer 
profissão; 
VI - o seguro de vida; 
VII - os materiais necessários para obras em 
andamento, salvo se essas forem penhoradas; 
VIII - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, 
desde que trabalhada pela família; 
IX - os recursos públicos recebidos por instituições 
privadas para aplicação compulsória em educação, saúde 
ou assistência social; 
X - até o limite de 40 (quarenta) salários mínimos, a 
quantia depositada em caderneta de poupança; 
XI - os recursos públicos do fundo partidário recebidos, nos 
termos da lei, por partido político.” (Grifos nosso) 
Ainda quanto ao artigo 649 do CPC, a impenhorabilidade somente não é 
oponível à cobrança do crédito concedido para a aquisição do próprio bem, 
tornando-se, nesse caso, penhorável para que venham a saldar eventuais 
débitos. 
Outro caso de impenhorabilidade está previsto na lei federal nº 8.009, de 
1990, que trata da impenhorabilidade dos bens da família, em especial 
o relativo ao imóvel residencial próprio do casal ou da entidade 
familiar. EM REGRA, o imóvel não responderá por qualquer tipo de dívida 
contraída pela família, inclusive de natureza tributária ou previdenciária, nem 
mesmo em relação aos créditos relativos aos trabalhadores da própria 
residência. Veja o que nos diz a lei em seus artigos 1º e 2º: 
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“Art. 1º O imóvel residencial próprio do casal, ou da 
entidade familiar, é impenhorável e não responderá por 
qualquer tipo de dívida civil, comercial, fiscal, 
previdenciária ou de outra natureza, contraída pelos 
cônjuges ou pelos pais ou filhos que sejam seus 
proprietários e nele residam, salvo nas hipóteses 
previstas nesta lei. 
Parágrafo único. A impenhorabilidade compreende o imóvel 
sobre o qual se assentam a construção, as plantações, as 
benfeitorias dequalquer natureza e todos os 
equipamentos, inclusive os de uso profissional, ou 
móveis que guarnecem a casa, desde que quitados. 
Art. 2º Excluem-se da impenhorabilidade os veículos de 
transporte, obras de arte e adornos suntuosos.” (Grifos 
nosso) 
Vamos agora ao que nos diz o artigo 185 do CTN, que trata da presunção de 
fraude à execução. Seu texto nos diz o seguinte: 
“Art. 185. Presume-se fraudulenta a alienação ou 
oneração de bens ou rendas, ou seu começo, por sujeito 
passivo em débito para com a Fazenda Pública, por 
crédito tributário regularmente inscrito como dívida ativa. 
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica na 
hipótese de terem sido reservados, pelo devedor, bens 
ou rendas suficientes ao total pagamento da dívida 
inscrita.“ (Grifos nosso) 
E se o sujeito passivo sabe perfeitamente que tem dívidas tributárias em 
aberto e não deseja pagar, e sabe também que, ao não pagar pode ter seus 
bens executados e, diante disso, resolve aliená-los, o que acontece? 
 
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Caso o sujeito passivo aliene ou onere determinado bem com o fim de excluí-
lo da execução fiscal, resta presente a fraude na alienação ou oneração 
efetuada, seja em relação a bens ou a rendas do sujeito passivo. O 
mesmo ocorre quanto ao INÍCIO de qualquer alienação ou oneração. É o que 
chamamos de fraude à execução fiscal, situação em que o devedor tenta 
se desfazer do seu patrimônio ou então dilapida-lo com o intuito de não vê-lo 
ser tomado pelo Fisco por meio de uma execução fiscal a ser iniciada pela 
Fazenda Pública. A norma visa proteger o Fisco dos devedores fraudulentos e 
de má-fé que tentam dissolver seus patrimônios para fugir do pagamento dos 
créditos tributários devidos. 
Observe uma palavra muito importante no começo do texto do artigo 185, 
futuro servidor: PRESUME-SE. Não é necessária a comprovação formal e 
material da tentativa de fraude, ou até mesmo da própria ocorrência da 
fraude. O simples ato de tentar alienar o próprio patrimônio na existência de 
dívidas tributárias em aberto já pode ser configurado como uma fraude à 
execução fiscal. 
“Então, se eu for devedor de algum tributo e tentar vender um bem meu, 
estarei cometendo uma fraude, professor?” 
Calma. Não é bem assim. Existem momentos que definem a partir de que 
data os atos do sujeito passivo, quanto à alienação de seus bens ou rendas, 
serão considerados como fraude à execução fiscal. E é o CTN quem define 
precisamente esse momento. 
Somente se caracteriza a tentativa de fraude, ou até mesmo a própria 
fraude, após o sujeito passivo ser regularmente notificado do ato 
oficial de inscrição em dívida ativa do Ente competente para propor a 
execução fiscal. Ou seja, a presunção da fraude pressupõe a anterior e 
regular inscrição do sujeito passivo em dívida ativa, bem como a sua 
comunicação formal do ato de inscrição. 
 
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A constituição do crédito tributário não presume a fraude, mas apenas a 
inscrição em dívida ativa. Por sua vez, o início da ação de execução 
também não é pressuposto para a caracterização da fraude, bastando, repito, 
a simples inscrição em dívida ativa regularmente notificada ao sujeito 
passivo, que é ato anterior ao início propriamente dito da execução 
fiscal. 
 
Uma vez inscrito o débito em dívida ativa e sendo esta regulamente 
notificada ao sujeito passivo, qualquer ato de alienação ou oneração é prova 
de fraude à execução fiscal, não sendo mais possível a análise do intuito 
fraudulento ou não, sendo este presumido para todos os efeitos. Todos os 
atos praticados com a finalidade de dilapidar o patrimônio e fugir à execução 
serão nulos perante a Fazenda Pública. 
É o caso, por exemplo, do sujeito passivo que vende determinado bem imóvel 
penhorável com o fim de que este, posteriormente, não venha a ser tomado 
pelo Fisco em razão de execução efetuada por meio de anterior inscrição do 
débito em dívida ativa do Ente competente. Uma vez notificado da inscrição, 
qualquer venda de imóvel que aquele realize será declarada nula, já que 
restará configurada a presunção absoluta de fraude à execução quanto à 
venda do imóvel após a inscrição em dívida ativa. 
“Quer dizer então que, vendendo um bem após a inscrição em dívida ativa, 
ainda que o sujeito tenha total boa fé, ele está cometendo uma fraude à 
execução? Sem perdão, professor?” 
Sem perdão. Veja o que diz o STJ em um dos seus julgados sobre o tema: 
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“(...)1. Após a nova redação do art. 185, caput, do CTN pela 
LC 118/2005, a oneração ou alienação de bens, rendas ou 
direitos após a inscrição em dívida ativa de crédito tributário 
presume-se em fraude à execução. 
2. A presunção de fraude é jure et de jure, sendo irrelevante 
a existência ou não de boa-fé do terceiro adquirente. 
3. No período anterior à vigência da LC 118/2005, 
presumem-se fraudulentas as alienações de bens ocorridas 
após a citação do executado. (...) (AgRg no Ag 1191868/MG, 
de 02/04/2013)” 
 
 
 
Antes do advento da lei complementar nº 108, de 2005, a fraude à execução 
se configurava apenas com a citação válida do devedor na ação de execução 
fiscal. Esse normativo regulou a fraude até a publicação da citada lei. Após, o 
termo inicial para que se configure a fraude se dá já com a inscrição em 
dívida ativa do devedor tributário, sendo irrelevante a citação válida do 
devedor. 
 
 
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O tema visto até aqui é rico em decisões proferidas pelo STJ. Veja as 
seguintes decisões: 
“(...) A alienação ou oneração de bens ou rendas, ou o seu 
começo, por sujeito passivo em débito para com a Fazenda 
Pública, sem a reserva de patrimônio suficiente à sua 
garantia, configura presunção absoluta de fraude à 
execução fiscal, sendo certo que tal presunção se perfaz (i) a 
partir da citação válida do devedor na ação de 
execução fiscal, em relação aos negócios jurídicos 
celebrado antes da entrada em vigor da Lei 
Complementar 118/05 e 
(ii) em relação aos negócios jurídicos que lhes são 
posteriores, a partir da inscrição do crédito tributário 
em dívida ativa. No caso, a alienação foi anterior à 
mencionada LC 118/05 e não houve citação. Fraude à 
execução não configurada”. (AgRg no REsp 1106045/2011) 
“1. A lei especial prevalece sobre a lei geral (lex specialis 
derrogat lex generalis), por isso que a Súmula n.º 375 do 
Egrégio STJ não se aplica às execuções fiscais. (...) 
 
4. Consectariamente, a alienação efetivada antes da entrada 
em vigor da LC n.º 118/2005 (09.06.2005) presumia-se em 
fraude à execução se o negócio jurídico sucedesse a citação 
válida do devedor; posteriormente à 09.06.2005, 
consideram-se fraudulentas as alienações efetuadas 
pelo devedor fiscal após a inscrição do crédito 
tributário na dívida ativa. 
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5. A diferença de tratamento entre a fraudecivil e a 
fraude fiscal justifica-se pelo fato de que, na primeira 
hipótese, afronta-se interesse privado, ao passo que, na 
segunda, interesse público, porquanto o recolhimento dos 
tributos serve à satisfação das necessidades coletivas. 
6. É que, consoante a doutrina do tema, a fraude de 
execução, diversamente da fraude contra credores, opera-
se in re ipsa, vale dizer, tem caráter absoluto, objetivo, 
dispensando o concilium fraudis. (...) 
 
"Ressalva do ponto de vista do relator que tem a seguinte 
compreensão sobre o tema: [...] b) Na redação atual do art. 
185 do CTN, exige-se apenas a inscrição em dívida ativa 
prévia à alienação para caracterizar a presunção relativa de 
fraude à execução em que incorrem o alienante e o 
adquirente (regra aplicável às alienações ocorridas após 
9.6.2005);”. (...) 
"Ocorrida a alienação do bem antes da citação do devedor, 
incabível falar em fraude à execução no regime anterior à 
nova redação do art. 185 do CTN pela LC 118/2005". 
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 “A jurisprudência do STJ, interpretando o art. 185 do CTN, 
até o advento da LC 118/2005, pacificou-se, por 
entendimento da Primeira Seção (EREsp 40.224/SP), no 
sentido de só ser possível presumir-se em fraude à 
execução a alienação de bem de devedor já citado em 
execução fiscal”. (...) 
9. Conclusivamente: (a) a natureza jurídica tributária do 
crédito conduz a que a simples alienação ou oneração 
de bens ou rendas, ou seu começo, pelo sujeito passivo 
por quantia inscrita em dívida ativa, sem a reserva de 
meios para quitação do débito, gera presunção 
absoluta (jure et de jure) de fraude à execução (lei 
especial que se sobrepõe ao regime do direito processual 
civil); (b) a alienação engendrada até 08.06.2005 exige que 
tenha havido prévia citação no processo judicial para 
caracterizar a fraude de execução; se o ato translativo foi 
praticado a partir de 09.06.2005, data de início da vigência 
da Lei Complementar n.º 118/2005, basta a efetivação da 
inscrição em dívida ativa para a configuração da figura da 
fraude; (c) a fraude de execução prevista no artigo 185 
do CTN encerra presunção jure et de jure, conquanto 
componente do elenco das "garantias do crédito 
tributário"; (d) a inaplicação do artigo 185 do CTN, 
dispositivo que não condiciona a ocorrência de fraude a 
qualquer registro público, importa violação da Cláusula 
Reserva de Plenário e afronta à Súmula Vinculante n.º 10, do 
STF”. (REsp 1141990/PR, de 10/11/2010) 
Por sua vez, a Súmula nº 375 do STJ, que não é aplicável às execuções 
fiscais, diz o seguinte em seu texto: 
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“O reconhecimento da fraude à execução depende do registro 
da penhora do bem alienado ou da prova de má-fé do 
terceiro adquirente.” 
Diante de tudo, resta a seguinte conclusão: caso o sujeito possua débitos e 
aliene seus bens anteriormente à inscrição em dívida ativa, não haverá 
qualquer fraude à execução fiscal. Somente após aquela é que esta se 
configura. 
A previsão do artigo 185 do CTN, contudo, não se aplica caso o contribuinte 
devedor tenha reservado bens ou valores SUFICIENTES ao total 
pagamento do débito inscrito. Nessa hipótese, não há intuito fraudulento 
em qualquer alienação ou oneração realizada pelo sujeito passivo devedor, 
uma vez que, por óbvio, o eventual pagamento dos débitos está assegurado 
por outros bens ou valores. A inscrição em dívida ativa do devedor não é uma 
limitação total imposta ao devedor, que poderá indicar bens e valores 
passíveis de serem utilizados para saldar os débitos tributários e, assim, 
poder dispor da forma que bem entender quanto aos demais bens em sua 
propriedade. 
Atentou bem? A reserva deverá ser equivalente ao TOTAL do débito 
tributário devido. Não é metade, 30% ou 80%, é 100% mesmo. Sem isso, 
resta configurada a fraude à execução fiscal. Ok? 
Por exemplo, caso Mellina possua débitos não pagos no valor de R$ 
100.000,00 e possua dois imóveis no valor de R$ 100.000,00 cada, poderá 
livremente vender ou doar um dos imóveis, uma vez que o valor do crédito 
tributário devido estará garantido pelo imóvel que permanecerá em seu 
patrimônio e passível de ser executado pelo Fisco. 
O mesmo aconteceria caso Mellina vendesse um único imóvel penhorável que 
possui por R$ 200.000,00 e aplicasse R$ 100.000,00 daqueles na garantia do 
débito tributário neste mesmo valor. Não haveria nenhuma fraude em razão 
da simples venda do imóvel, uma vez que houve a reserva de valores para a 
garantia do pagamento do crédito tributário. 
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Já o artigo 185-A do CTN trata dos casos caso em que o devedor, após citado 
pela autoridade judiciária competente a apresentar bens à penhora no prazo 
legal, em razão de execução fiscal contra ele deflagrada, não o faz. Aqui a 
coisa complica para o devedor.  
“Art. 185-A. Na hipótese de o devedor tributário, 
devidamente citado, não pagar nem apresentar bens à 
penhora no prazo legal e não forem encontrados bens 
penhoráveis, o juiz determinará a indisponibilidade de seus 
bens e direitos, comunicando a decisão, preferencialmente 
por meio eletrônico, aos órgãos e entidades que promovem 
registros de transferência de bens, especialmente ao registro 
público de imóveis e às autoridades supervisoras do mercado 
bancário e do mercado de capitais, a fim de que, no âmbito 
de suas atribuições, façam cumprir a ordem judicial. 
§ 1o A indisponibilidade de que trata o caput deste artigo 
limitar-se-á ao valor total exigível, devendo o juiz 
determinar o imediato levantamento da indisponibilidade 
dos bens ou valores que excederem esse limite. 
§ 2o Os órgãos e entidades aos quais se fizer a 
comunicação de que trata o caput deste artigo enviarão 
imediatamente ao juízo a relação discriminada dos bens 
e direitos cuja indisponibilidade houverem promovido.” 
(Grifos nosso) 
Uma vez que não foram apresentados bens pelo sujeito passivo devedor após 
citado pela autoridade judiciária, nem foram encontrados bens penhoráveis 
pelo Fisco, compete ao Juiz competente DETERMINAR A 
INDISPOSNIBILIDADE DOS BENS E DIREITOS DO DEVEDOR, ficando 
este impossibilitado de aliená-los ou onerá-los. A indisponibilidade, 
entretanto, será apenas no montante do valor total exigível, ainda que o 
patrimônio do devedor seja maior do que o por ele devido. 
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Se o sujeito passivo devedor tem débitos no montante de R$ 400.000,00 e 
patrimônio no montante de R$ 1.000.000,00, somente 40% desse ficará 
indisponível para alienação. Os R$ 600.000,00 poderão ser livremente 
alienados. 
Ao determinar a indisponibilidade, o juiz competente deverá comunicar a 
decisão, preferencialmente, por meio eletrônico (a chamada penhora 
eletrônica ou penhora on-line), aos órgãos e entidades que promovem 
registros de transferência de bens, especialmente ao registro público de 
imóveis e às autoridades supervisoras do mercado bancário e do mercado de 
capitais, a fim de que, no âmbito de suas atribuições, façam cumprir a 
ordem judicial. 
Observe que o artigo 185-A do CTN apresenta quatro requisitospara que o 
Juízo competente proceda à indisponibilidade dos bens, seja pelos métodos 
tradicionais, seja por meio da penhora on-line. São eles: 
1) O devedor deve ter sido previamente citado no âmbito do processo de 
execução fiscal; 
2) Não detectado o pagamento dos valores do crédito tributário em 
aberto; 
3) Não houve a apresentação, por parte do devedor, de bens à penhora 
dentro do prazo previsto na legislação; e 
4) Não foram localizados bens a serem penhorados. 
Por sua vez, órgãos e entidades que receberem a comunicação enviarão 
imediatamente ao juízo a relação discriminada dos bens e direitos cuja 
indisponibilidade houver promovido. 
A penhora on-line é um instrumento que se mostra útil apenas quando forem 
esgotados todos os demais meios e formas de serem encontrados bens do 
devedor para garantir a execução dos valores devidos ao Fisco. 
 
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“Professor, e se a razão da penhora on-line é bloquear apenas os bens que 
possui o devedor nos casos em que este não apresenta bens à penhora, 
como o juiz vai saber o tamanho do patrimônio do devedor para poder 
mandar bloquear somente o valor que é devido?” 
O juiz não tem, regra geral, como saber o montante total do patrimônio do 
sujeito passivo. A medida, a penhora on-line, é muito prejudicial ao sujeito 
passivo devedor, uma vez que todos os órgãos comunicados irão efetuar o 
bloqueio e remeter a listagem de bens nessa situação ao juízo competente. 
Só após ter em mãos todos os bens é que o juiz mandará desbloquear 
aqueles bens que excedem o patrimônio. 
Ou seja: por um determinado tempo, o devedor poderá ter todo o seu 
patrimônio bloqueado em razão de dívidas tributárias, mesmo aqueles que 
excedem o valor destas. Somente após o juiz competente receber o 
comunicado de bloqueio dos bens, e tendo em mãos o montante total 
bloqueado, é que aquele irá mandar desbloquear os bens que superem, em 
valores atuais, o valor do débito levado à execução fiscal. 
Os requisitos para que seja realizada a indisponibilidade dos bens e direitos 
do sujeito passivo são as seguintes, conforme o artigo 185-A do CTN: 
 Citação prévia no âmbito do processo de execução fiscal; 
 Não haja pagamento dos valores devidos do crédito tributário por parte 
do sujeito passivo; 
 Não ocorra a apresentação de bens à penhora no prazo legal; 
 Não sejam localizados bens que possam ser penhoráveis. 
“E a penhora on-line pode ser feita de imediato ou primeiramente devem ser 
apurados os bens pelos métodos comuns, professor?” 
Quem nos responde isso é o STJ. Veja o que nos diz a Corte Superior 
Guardião das Leis: 
 
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“Restou consolidado, nesta Corte Superior, por meio de 
julgamento de recurso representativo de controvérsia, o 
entendimento no sentido de que, a partir da Lei n. 
11.382/06, a penhora on-line por meio do convênio Bacen-
Jud não está condicionada ao prévio exaurimento das 
medidas destinadas à localização de bens penhoráveis”. 
(AgRg no AREsp 141443/PR, de 24/04/2012” 
Ou seja, a penhora on-line pode ser realizada sem que antes tenham sido 
esgotadas as demais vias para se apurar bens penhoráveis do sujeito passivo 
devedor. Cabe ao juiz decidir sobre a indisponibilidade ou não, e o alcance 
desta, observado sempre o que nos diz o CTN. 
 
 
(Questão 02) Na hipótese de o devedor tributário, devidamente citado, não 
pagar nem apresentar bens à penhora no prazo legal e não forem 
encontrados bens penhoráveis, o juiz determinará 
a) a indisponibilidade de seus bens e direitos, comunicando a decisão, 
preferencialmente por meio eletrônico, aos órgãos e entidades que 
promovem registros de transferência de bens. 
b) a indisponibilidade de seus bens e direitos, comunicando a decisão, 
preferencialmente por meio de carta registrada com AR, aos órgãos do 
Ministério Público e Polícia Civil. 
c) o confisco dos seus bens e direitos que futuramente adquirir, comunicando 
a decisão aos órgãos e entidades que promovem registros de transferência de 
bens, especialmente ao registro público de imóveis e às autoridades 
supervisoras do mercado bancário e do mercado de capitais. 
d) a indisponibilidade dos bens do devedor, de seus herdeiros e sócios, 
comunicando a decisão, preferencialmente por meio de intimação pessoal, às 
autoridades supervisoras do mercado bancário e do mercado de capitais. 
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e) a indisponibilidade dos bens do devedor e a comunicação aos órgãos que 
prestam serviço público de proteção ao crédito, para que lancem seu nome 
no rol dos inadimplentes, nos termos do Código de Defesa do Consumidor. 
De acordo com o artigo 185-A do CTN, na hipótese de o devedor tributário, 
devidamente citado, não pagar nem apresentar bens à penhora no prazo 
legal e não forem encontrados bens penhoráveis, o juiz determinará a 
indisponibilidade de seus bens e direitos, comunicando a decisão, 
preferencialmente por meio eletrônico, aos órgãos e entidades que 
promovem registros de transferência de bens, especialmente ao registro 
público de imóveis e às autoridades supervisoras do mercado bancário e do 
mercado de capitais, a fim de que, no âmbito de suas atribuições, façam 
cumprir a ordem judicial. 
Assim, resta como correta a alternativa "a", gabarito da questão. 
 
 
(Questão 03) A alienação ou oneração de bens ou rendas por sujeito 
passivo em débito tributário inserido na dívida ativa para com a fazenda 
pública presume-se fraudulenta 
a) se não tiverem sido reservados, pelo devedor, bens ou rendas suficientes 
ao total pagamento da dívida. 
b) somente se o ato ocorrer quando já em execução a dívida ativa 
regularmente inscrita. 
c) independentemente de dispor o devedor de outros bens ou rendas 
suficientes ao total pagamento da dívida. 
d) ainda que o ato seja anterior à inscrição do débito na dívida ativa. 
Essa questão se resolve com o conhecimento constante no artigo 185 do 
CTN, que assim nos diz em seu texto: 
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“Art. 185. Presume-se fraudulenta a alienação ou oneração 
de bens ou rendas, ou seu começo, por sujeito passivo em 
débito para com a Fazenda Pública, por crédito tributário 
regularmente inscrito como dívida ativa. 
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica na 
hipótese de terem sido reservados, pelo devedor, bens ou 
rendas suficientes ao total pagamento da dívida inscrita.” 
Assim, resta como correta a alternativa "a", gabarito da questão. 
 
 
Vamos agora ao que determinam os artigos 186 a 193 do CTN, relacionados 
às preferências do crédito tributário. Em frente! 
 
 
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Preferências ou Privilégios do crédito tributário 
 
Nesse item da aula estudaremos as preferências relacionadas ao crédito 
tributário, previstas nos artigos 186 a 193 do CTN. Esse tema nos diz sobre o 
status que o crédito tributário terá frente aos demais créditos nãotributários 
que serão exigidos do sujeito passivo devedor. 
Por exemplo, se estiver sendo cobrados de uma empresa créditos relativos a 
dívidas tributárias, no valor de R$ 20.000,00, e a ações trabalhistas, no valor 
de R$ 15.000,00, mas o devedor somente dispõe do montante de R$ 
13.000,00, qual dos dois valores deve ser pago primeiro? O sujeito passivo 
possui mais débitos do que bens e valores para saldar aqueles. E agora? 
Quem será pago primeiramente? Estudaremos as preferências nesse item da 
nossa aula. 
Veja o que nos diz o artigo 186 do CTN: 
“Art. 186. O crédito tributário prefere a qualquer outro, 
seja qual for sua natureza ou o tempo de sua constituição, 
ressalvados os créditos decorrentes da legislação do 
trabalho ou do acidente de trabalho. 
Parágrafo único. Na falência: 
I – o crédito tributário não prefere aos créditos 
extraconcursais ou às importâncias passíveis de restituição, 
nos termos da lei falimentar, nem aos créditos com garantia 
real, no limite do valor do bem gravado; 
II – a lei poderá estabelecer limites e condições para a 
preferência dos créditos decorrentes da legislação do 
trabalho; e 
III – a multa tributária prefere apenas aos créditos 
subordinados.” (Grifos nosso) 
 
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Devemos dividir o que dispõe o artigo acima em duas situações: os créditos 
tributários devidos quando não seja observada a falência do contribuinte e os 
devidos em momento em que seja observada essa situação. A falência, 
atualmente, encontra-se regulada na lei federal nº 11.101/05. Veja a figura 
ilustrativa abaixo para resumir bem os pontos mais importantes do artigo 186 
do CTN, também de grande importância para provas em que o tema é 
cobrado. 
 
A preferência do crédito tributário se refere aos casos em que o sujeito 
passivo não dispõe de numerário ou bens suficientes para saldar todas as 
suas dívidas. Nesses casos, os poucos recursos ainda existentes deverão 
observar determinadas preferências para que os credores recebam os valores 
devidos, e até o montante total possuído pelo sujeito passivo e passível de 
disponibilidade para saldar tais valores, uma vez que existem bens e valores 
que jamais poderão ser utilizados para saldar débitos de qualquer natureza. 
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Existirão casos, claro, em que alguém ficará sem receber nada. Acabou o 
dinheiro. Vai pagar como? Paciência. Para que não haja confusão e 
desentendimento entre os credores, a lei regulou quem deve receber 
primeiro. Pensou que era na sistemática “ganha quem chegar primeiro”? Não. 
Não é assim que funciona. 
Dessa forma, caso o contribuinte possua apenas R$ 100.000,00 para saldar 
suas dívidas, e o montante destas some R$ 150.000,00, deve ser observada 
uma ordem de preferências e prioridades quanto à diversidade de credores e 
valores devidos (quando existem, claro). Desse modo, tenha em mente que o 
privilégio do crédito tributário não é absoluto, embora seja de grande 
importância. 
Caso não seja observada a falência, que é a primeira situação a ser 
estudada, o crédito tributário, a ser exigido pelo Fisco somente não será 
cobrado prioritariamente em relação aos créditos decorrentes da 
legislação do trabalho ou do acidente do trabalho. Casos existentes 
créditos com essa natureza, estes deverão ser primeiramente liquidados, 
para tão somente os créditos tributários poderem ser. Claro: supondo que 
ainda existam valores disponíveis para pagamento. Essas são as situações 
gerais de preferências para a solvência dos créditos devidos pelo sujeito 
passivo. Atente bem e guarde a seguinte ordem de preferência (não esqueça 
que aqui não há falência em jogo!!): 
1º) Créditos decorrentes da legislação do trabalho (férias, 13º 
salário, aviso prévio, etc.); 
2º) Créditos decorrentes de acidente do trabalho; 
3º) Crédito tributário; 
4º) Outros créditos que não preferem aos tributários. 
 
 
 
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Ainda quanto a esse ponto, observe a redação do seguinte trecho do caput do 
artigo 186 do CTN: “... seja qual for sua natureza ou o tempo de sua 
constituição...”. Essa passagem nos diz que os créditos tributários serão 
pagos com preferência sobre qualquer outro, independentemente de sua 
natureza e do tempo da sua constituição. Mesmo que determinada dívida 
não tributária tenha sido contraída antes da constituição do crédito 
tributário, esse terá preferência quanto ao pagamento (excetuados apenas os 
casos de créditos decorrentes da legislação do trabalho e de acidente do 
trabalho, conforme previsão expressa no CTN). 
Caso seja observada a falência do sujeito passivo, a segunda situação a 
ser estudada, o crédito tributário deverá observar outros créditos 
preferenciais, contidos no parágrafo único do artigo 186. Observada essa 
situação, o crédito tributário não terá preferência para seu pagamento em 
relação a mais três situações previstas no Código, além das vistas 
anteriormente. Veja a seguinte ordem de preferência a ser observada na 
falência: 
1º) Créditos extraconcursais; 
2º) Importâncias passíveis de restituição, nos termos da lei 
falimentar (lei federal nº 11.101/05); 
3º) Créditos decorrentes da legislação do trabalho ou de 
acidente do trabalho; 
4º) Créditos com garantia real, no limite do valor do bem 
gravado; 
5º) Crédito tributário. 
Os créditos extraconcursais são aqueles surgidos dentro do processo de 
falência, e cujos fatos geradores ocorreram após a decretação desta. Depois 
de iniciado o processo de falência, caso seja devido algum tributo relativo a, 
por exemplo, uma transmissão de imóvel onerosa, será devido o ITBI e pago 
preferencialmente a qualquer outro crédito tributário devido antes do início 
do processo de falência, o mesmo ocorrendo quanto a créditos não tributários 
porventura surgidos e devidos durante o processo de falência. 
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Os créditos listados dispõem de preferência absoluta quanto ao 
demais no processo de falência, podendo ter ainda qualquer natureza, 
seja ela tributária ou não. Lembre-se que os créditos extraconcursais 
(tributários ou não) são os primeiros da lista que apresentamos 
anteriormente. 
Os valores considerados créditos extraconcursais estão previstos nos incisos 
do artigo 84 da Lei de Falências, e segundo a ordem em que aparecem. Seu 
texto nos diz o seguinte: 
 “Art. 84. Serão considerados créditos extraconcursais e 
serão pagos com precedência sobre os mencionados no art. 
83 desta Lei, na ordem a seguir, os relativos a: 
I – remunerações devidas ao administrador judicial e seus 
auxiliares, e créditos derivados da legislação do trabalho ou 
decorrentes de acidentes de trabalho relativos a serviços 
prestados após a decretação da falência; 
II – quantias fornecidas à massa pelos credores; 
III – despesas com arrecadação, administração, realização 
do ativo e distribuição do seu produto, bem como custas do 
processo de falência; 
IV – custas judiciais relativas às ações e execuções em que a 
massa falida tenha sido vencida; 
V – obrigações resultantes de atos jurídicos válidos 
praticados durantea recuperação judicial, nos termos do art. 
67 desta Lei, ou após a decretação da falência, e tributos 
relativos a fatos geradores ocorridos após a 
decretação da falência, respeitada a ordem estabelecida 
no art. 83 desta Lei.” 
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Ou seja, ainda que tenhamos um crédito tributário extraconcursal, esse 
deverá ser pago posteriormente aos créditos previstos nos incisos I a IV do 
artigo 84 da lei de falências. 
Por sua vez, o artigo 188 do CTN também trata dos créditos extraconcursais. 
Veja o seu texto: 
“Art. 188. São extraconcursais os créditos tributários 
decorrentes de fatos geradores ocorridos no curso do 
processo de falência. 
§ 1º Contestado o crédito tributário, o juiz remeterá as 
partes ao processo competente, mandando reservar bens 
suficientes à extinção total do crédito e seus 
acrescidos, se a massa não puder efetuar a garantia da 
instância por outra forma, ouvido, quanto à natureza e valor 
dos bens reservados, o representante da Fazenda Pública 
interessada. 
§ 2º O disposto neste artigo aplica-se aos processos de 
concordata.” 
Já as importâncias passíveis de restituição são aquelas que pertencem a 
terceiros, tendo sido arrecadadas dentro do processo de falência. São bens 
que estava em poder do devedor, mas não eram de propriedade deste. 
Como exemplo de importâncias passíveis de restituição, temos os bens em 
posse do falido em virtude de venda em consignação, ou as importâncias 
retidas em razão de substituição tributária ou por determinação expressa da 
legislação tributária, como acontece para ao caso das retenções quanto ao 
imposto sobre a renda e às contribuições previdenciárias. 
Quanto a esse tema, veja o que nos diz o artigo 85 da lei de falências e a 
Súmula 307 do STJ: 
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“Art. 85. O proprietário de bem arrecadado no processo de 
falência ou que se encontre em poder do devedor na data da 
decretação da falência poderá pedir sua restituição. 
Parágrafo único. Também pode ser pedida a restituição 
de coisa vendida a crédito e entregue ao devedor nos 
15 (quinze) dias anteriores ao requerimento de sua 
falência, se ainda não alienada.” 
“Súmula STJ nº 307: A restituição de adiantamento de 
contrato de câmbio, na falência, deve ser atendida 
antes de qualquer crédito.” 
Os créditos com garantia real são aqueles relativos à hipoteca e ao penhor, 
devendo ser observado sempre o limite do valor do bem gravado. Esse 
tipo de crédito também prefere ao crédito tributário num processo de 
falência. 
Desse modo, reunindo as regras relativas às preferências, em conformidade 
com o que dispõe o artigo 83 da lei de falências, podemos estabelecer a 
seguinte ordem de preferência a ser observada na falência quanto ao 
pagamento de créditos devidos pelo devedor: 
1º) Importâncias passíveis de restituição e créditos extraconcursais; 
2º) Os créditos derivados da legislação do trabalho, limitados a 150 
(cento e cinquenta) salários-mínimos por credor, e os 
decorrentes de acidentes de trabalho; 
3º) Créditos com garantia real até o limite do valor do bem gravado; 
4º) Créditos tributários, independentemente da sua natureza e 
tempo de constituição, excetuadas as multas tributárias; 
5º) Créditos com privilégio especial, a saber; 
6º) Créditos com privilégio geral; 
7º) Créditos quirografários; 
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8º) As multas contratuais e as penas pecuniárias por infração a 
dispositivos das leis penais ou das leis administrativas, inclusive as 
multas tributárias; 
9º) Créditos subordinados (os assim previstos em lei ou em contrato; os 
créditos dos sócios e dos administradores sem vínculo empregatício; 
entre outros). 
Quanto às preferências, temos ainda o caso das contribuições previdenciárias 
descontadas dos salários dos empregados pelo devedor falido e não 
repassadas a União. No processo de falência, esses valores são considerados 
como importâncias passíveis de restituição, devendo, por conseguinte, ser 
restituídas antes do pagamento de quaisquer outros créditos, ainda que 
trabalhistas. Essa previsão decorre, também, do que dispõe a Súmula STJ nº 
417. 
Veja ainda a seguinte decisão do STJ sobre o tema: 
“(...)1. Os valores correspondentes às contribuições 
previdenciárias descontadas dos salários dos empregados, e 
não recolhidos à Previdência Social, podem ser reivindicados 
pelo INSS e devem ser restituídos antes do pagamento de 
qualquer crédito, ainda que trabalhista, tendo em vista que 
tais valores não compõem o patrimônio do falido. 
Precedentes. 
2. Incidência da Súmula 417/STF: "Pode ser objeto de 
restituição, na falência, dinheiro em poder do falido, recebido 
em nome de outrem, ou do qual, por lei ou contrato, não 
tivesse ele a disponibilidade.” (...) (AgRg no REsp 
1276806/RS, de 14/08/2012)” 
 
 
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(Questão 04) Em processo de falência, a ordem de preferência do crédito 
tributário constituído antes da decretação da falência de determinado 
contribuinte que deve também créditos trabalhistas anteriores à quebra, 
equivalentes a vinte mil reais; créditos trabalhistas anteriores à quebra, 
cedidos a terceiros, equivalentes a quinze mil reais; crédito garantido com 
hipoteca até o limite do valor do bem gravado; remuneração devida ao 
administrador judicial equivalente a cinco mil reais, corresponderá ao 
a) primeiro pagamento. 
b) segundo pagamento. 
c) terceiro pagamento. 
d) quarto pagamento. 
e) quinto pagamento. 
Tendo em vista a enumeração que acabamos de apresentar na aula, antes 
que sejam pagos os créditos tributários, primeiramente devem ser pagos os 
três primeiros créditos apresentados no enunciado da questão, quais sejam, 
remuneração devida ao administrador judicial equivalente a cinco mil reais , 
que são créditos extraconcursais (1º) créditos trabalhistas anteriores à 
quebra, equivalentes a vinte mil reais (2º); e crédito garantido com hipoteca 
até o limite do valor do bem gravado (3º). Somente após a solvência destes 
é que serão pagos, caso reste saldo, os créditos tributários devidos. Assim, o 
crédito tributário será o quarto item na ordem de pagamento. 
Assim, resta como correta a alternativa "d", gabarito da questão. Créditos 
trabalhistas anteriores à quebra, cedidos a terceiros, equivalentes a quinze 
mil reais, são classificados como créditos quirografários. 
 
 
 
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Observe bem que o crédito tributário relativo a tributos tem uma posição 
específica (4º) na ordem de preferência para pagamento, enquanto que os 
créditos relativos a multas e penalidades tributárias tem outra posição (8º) 
na ordem de preferência. 
Por sua vez, os incisos II e III do parágrafo único do artigo 186 do CTN 
dispõem que a lei poderá estabelecer limites e condições para a 
preferência dos créditos decorrentes da legislação do trabalho, bem 
como que a multa tributáriaprefere apenas aos créditos subordinados. Como 
vimos anteriormente, esse limite é de 150 salários mínimos, e que a 
preferência das multas tributárias preferem apenas aos previstos no nono 
item da enumeração que apresentamos, quais sejam, os créditos 
subordinados. 
 
 
(Questão 05) Em conformidade com o entendimento do STJ, a multa fiscal 
moratória, por constituir pena administrativa, não deve ser incluída no crédito 
habilitado em falência. 
Essa questão decorre do entendimento já bem consolidado no STJ, que 
dispõe o seguinte em uma de suas decisões: 
“(...) Na execução fiscal movida contra a massa falida não 
incide multa moratória, consoante as Súmulas 192 e 565 da 
Suprema Corte, e art. 23, parágrafo único, III do Decreto-Lei 
7.661/45". 
2. "Na hipótese em que decretada a falência de empresa, 
cabíveis os juros moratórios antes da quebra, sendo 
irrelevante a existência do ativo suficiente para pagamento 
de todo o débito principal, mas após essa data, são devidos 
somente quando há sobra do ativo apurado para pagamento 
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do principal. (...)” (AgRg no AREsp 185841 / MG, de 
02/05/2013) 
Em outra decisão, temos o seguinte: 
“(...) A multa moratória, dado seu caráter punitivo, não se 
inclui no passivo da massa falida, nos termos da Súmula 192 
e 565 do STF. 
3. No que pertine aos juros de mora, a jurisprudência desta 
Corte firmou-se no sentido de que são exigíveis até a 
decretação da quebra e, após esta, ficam condicionados à 
suficiência do ativo da massa. (...)” (REsp 1185034 / MG, de 
11/05/2010) 
Assim, resta correta a assertiva apresentada. 
 
 
Já o artigo 187 do CTN dispensa a Fazenda Pública de qualquer 
procedimento de habilitação em processos de falência, recuperação 
judicial, concordata, inventário ou arrolamento para que venha a ter 
seus créditos saldados. Ou seja, esse artigo dispõe sobre a autonomia da 
execução fiscal em relação ao processo da falência, sendo independentes 
entre si. Todo o rito preferencial de pagamento dos débitos do devedor falido 
será estabelecido pelo CTN e pela lei de falências. Esse rito independe de 
pedido de habilitação da Fazenda Pública nos autos do processo falimentar. 
Nada impede, contudo, a Fazenda Pública de se habilitar no processo de 
falência para ver saldados os créditos tributários. Mas, repita-se, não é uma 
obrigatoriedade. 
Veja o que diz o STJ sobre a desnecessidade de habilitação da Fazenda 
Pública no processo de falência e o prosseguimento normal da execução 
fiscal, paralelamente. 
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“(...) a preferência do crédito trabalhista há de subsistir quer 
a execução fiscal tenha sido aparelhada antes ou depois da 
decretação da falência e, mesmo já aparelhada a execução 
fiscal com penhora, uma vez decretada a falência da 
empresa executada, sem embargo do prosseguimento da 
execução singular, o produto da alienação deve ser remetido 
ao juízo falimentar, para que ali seja entregue aos credores, 
observada a ordem de preferência legal" (...) (EREsp 
276781/SP, de 05/05/2010)” 
O texto do artigo 187, por sua vez, é o seguinte: 
“Art. 187. A cobrança judicial do crédito tributário não é 
sujeita a concurso de credores ou habilitação em 
falência, recuperação judicial, concordata, inventário 
ou arrolamento. 
Parágrafo único. O concurso de preferência somente se 
verifica entre pessoas jurídicas de direito público, na 
seguinte ordem: 
I - União; 
II - Estados, Distrito Federal e Territórios, conjuntamente e 
pró rata; 
III - Municípios, conjuntamente e pró rata.” (Grifos nossos) 
“E caso a Fazenda Pública deseje se habilitar no processo de falência, o que 
ocorre com a execução fiscal já em curso? É suspensa?” 
Nesse caso, a Fazenda Pública deverá livremente optar por um dos ritos, não 
podendo se utilizar dos dois instrumentos para ver saldados seus créditos, 
não sendo admitida uma garantia dúplice. Escolhendo uma via, ocorre a 
renúncia à outra. Veja o que nos diz o STJ: 
 
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“(...) Os arts. 187 e 29 da Lei 6.830/80 não representam um 
óbice à habilitação de créditos tributários no concurso de 
credores da falência. Asseguram, na verdade, uma 
prerrogativa do ente público, que pode optar pelo rito da 
execução fiscal ou pela habilitação do crédito no concurso de 
credores da falência. 3. 
Escolhendo um rito, ocorre a renúncia da utilização do outro, 
não se admitindo uma garantia dúplice. (...) 
4. O fato de permitir-se a habilitação do crédito tributário em 
processo de falência não significa admitir o requerimento de 
quebra por parte da Fazenda Pública. (...) (REsp 988468 / 
RS, de 13/11/2007)” 
Nesse ponto, uma observação importante deve ser feita: É indevida a 
decretação da falência do sujeito passivo pela Fazenda Pública, uma 
vez que esta dispõe do instrumento da execução fiscal, que é medida 
específica para a cobrança do crédito tributário. 
Vamos em frente com o que dispõe o artigo 187 do CTN e os incisos do seu 
parágrafo único. 
Observe que o concurso de preferência quanto ao pagamento dos créditos 
tributários somente se verifica em relação às demais pessoas jurídicas de 
direito público, conforme nos dizem os incisos I a III do parágrafo único do 
artigo 187 do CTN. 
Desse modo, caso devam ser satisfeitos créditos tributários da União e do 
Município de Nazaré da Mata/PE, primeiramente devem ser pagos os créditos 
da União Federal, para tão somente, caso ainda existente algum valor, serem 
pagos os do Município pernambucano. 
Para o termo pro rata, esse nos fala que os créditos devem ser pagos 
conforme os valores devidos, caso insuficientes para serem totalmente 
pagos. 
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Por exemplo, considere que Astolfo deve R$ 10.000,00 em ISS ao Município 
de Camocim de São Feliz/PE e R$ 5.000,00 ao Município de Carpina/PE. Por 
sua vez, o mesmo sujeito passivo dispõe apenas de R$ 3.000,00 a serem 
destinados aos dois credores citados. Uma vez que a concorrência dos 
Municípios é conjunta e pro rata, os valores devem ser pagos conforme os 
valores devidos. 
Assim, já que Camocim de São Feliz/PE possui 2/3 do total dos valores 
devidos por Astolfo, deverá receber também 2/3 dos valores disponíveis, ou 
seja, R$ 2.000,00 devem ser pagos a este Município. À Carpina serão 
destinados apenas R$ 1.000,00, que corresponde a 1/3 do montante total 
disponível, uma vez que são devidos a esse município 1/3 do crédito 
tributário em aberto. 
Essa preferência, claro, se observa caso não existam créditos trabalhistas 
nem decorrentes de acidente do trabalho. Existindo esses, deverão ser 
prioritariamente ser saldados, para só então serem solvidos os créditos 
tributários das pessoas políticas. O mesmo acontece quanto aos processos de 
falência, que segue outra ordem de preferência. 
“E caso exista débitos de autarquias, professor? Eles entram na preferência?” 
Esse caso é resolvido com o que dispõe a lei de execuções fiscais (lei federal 
nº 6.830, de 1980), que assim dispõe em seu artigo 29: 
“Art. 29 - A cobrança judicial da Dívida Ativa da Fazenda 
Pública nãoé sujeita a concurso de credores ou habilitação 
em falência, concordata, liquidação, inventário ou 
arrolamento. 
Parágrafo Único - O concurso de preferência somente se 
verifica entre pessoas jurídicas de direito público, na seguinte 
ordem: 
I - União e suas autarquias; 
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II - Estados, Distrito Federal e Territórios e suas autarquias, 
conjuntamente e pro rata; 
III - Municípios e suas autarquias, conjuntamente e pro 
rata.” 
Assim, tanto os débitos da União quanto os de suas autarquias têm a mesma 
preferência em relação aos créditos tributários dos demais entes políticos. 
Caso a “disputa” pelo pagamento seja entre uma autarquia federal e um 
Estado ou município, aquela terá preferência quanto ao pagamento dos 
créditos destes (estados e municípios). 
“(...) verificada a pluralidade de penhoras sobre o mesmo 
bem em executivos fiscais ajuizados por diferentes entidades 
garantidas com o privilégio do concurso de preferência, 
consagra-se a prelação ao pagamento dos créditos tributários 
da União e suas autarquias em detrimento dos créditos 
fiscais dos Estados, e destes em relação aos dos Municípios, 
consoante a dicção do art. 187, parágrafo único, c/c o art. 29 
da Lei 6.830/80. (...) (AgRg no REsp 1341707/RS, de 
18/04/2013)” 
“(...) O crédito tributário de autarquia federal goza do direito 
de preferência em relação àquele de que seja titular a 
Fazenda Estadual, desde que coexistentes execuções e 
penhoras. (...) (REsp 957836/SP, de 13/10/2010)” 
Por sua vez, o artigo 189 nos diz que serão pagos preferencialmente a 
quaisquer créditos habilitados em inventário ou arrolamento, ou a outros 
encargos do monte, os créditos tributários vencidos ou vincendos, a 
cargo do de cujus ou de seu espólio, exigíveis no decurso do processo de 
inventário ou arrolamento. 
“Art. 189. São pagos preferencialmente a quaisquer 
créditos habilitados em inventário ou arrolamento, ou a 
outros encargos do monte, os créditos tributários vencidos 
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ou vincendos, a cargo do de cujus ou de seu espólio, 
exigíveis no decurso do processo de inventário ou 
arrolamento. 
Parágrafo único. Contestado o crédito tributário, proceder-se-
á na forma do disposto no § 1º do artigo anterior.” (Grifos 
nosso) 
Assim, se no curso do inventário existir saldos a serem pagos ao 
inventariante, por exemplo, primeiramente devem ser saldados os créditos 
tributários, para só então aqueles serem saldados, mesmo que estes ainda 
estejam por vencer (vincendos). Mais uma vez, desse ser observada a ordem 
de preferência para o pagamento dos créditos tributários em relação aos 
créditos trabalhistas e de acidente do trabalho. Não se esqueça destes! 
“Art. 190. São pagos preferencialmente a quaisquer outros 
os créditos tributários vencidos ou vincendos, a cargo de 
pessoas jurídicas de direito privado em liquidação judicial ou 
voluntária, exigíveis no decurso da liquidação.” 
Esse artigo nos diz que, caso venham a ser liquidadas pelos seus sócios 
(liquidação voluntária), os créditos tributários devem ser saldados antes de 
quaisquer outros, ainda que não tenham vencido os prazos para pagamento 
destes. As mesmas regras se aplicam no caso de liquidação judicial da pessoa 
jurídica. 
Os artigos 191, 191-A e 192 do CTN dispõem sobre a prova de quitação de 
todos os tributos para que determinados atos possam vir a ser celebrados. 
Veja o que eles nos dizem: 
 A extinção das obrigações do falido requer prova de quitação de 
todos os tributos, sejam eles devidos à União, aos Estados, ao 
Distrito Federal ou aos Municípios. 
 A concessão de recuperação judicial depende da apresentação da prova 
de quitação de todos os tributos, observados os casos de suspensão da 
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exigibilidade do crédito tributário presente no artigo 151 do mesmo 
CTN; 
A prova de quitação de todos os tributos é feita por meio da 
apresentação de certidão negativa de débitos (CND) ou de Certidão 
Positiva de Débitos com Efeitos de Negativa (CPEN), conforme disposto 
nos artigos 205 e 206 do CTN. 
 Nenhuma sentença de julgamento de partilha ou adjudicação 
será proferida sem prova da quitação de todos os tributos 
relativos aos bens do espólio, ou às suas rendas. 
Para que os bens deixados pelo De Cujus venham a ser transferidos 
para os seus herdeiros ou legatários, deve haver prova de que todos os 
tributos devidos estejam devidamente pagos até a data da oficialização 
da transferência dos bens e direitos. 
Por fim, temos o que dispõe o artigo 193 do CTN, que traz dispositivo 
relacionado à participação em processo licitatório promovida pela 
Administração Pública. Para que possam se habilitar, os interessados devem 
apresentar prova de quitação de todos os tributos DEVIDOS À FAZENDA 
PÚBLICA INTERESSADA. 
Ou seja, caso o Município de Bodocó/PE promova uma licitação para a 
compra de colheitadeiras, os interessados em participar do certame somente 
poderão se habilitar caso apresentem prova de quitação de todos os tributos 
devidos ao Município pernambucano, e não em relação à União ou ao Estado 
de Pernambuco, por exemplo. 
Essa previsão somente não será observada caso haja expressa disposição de 
lei prevento o contrário. 
“Art. 193. Salvo quando expressamente autorizado por lei, 
nenhum departamento da administração pública da União, 
dos Estados, do Distrito Federal, ou dos Municípios, ou sua 
autarquia, celebrará contrato ou aceitará proposta em 
concorrência pública sem que o contratante ou proponente 
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faça prova da quitação de todos os tributos devidos à 
Fazenda Pública interessada, relativos à atividade em cujo 
exercício contrata ou concorre.” 
 
 
(Questão 06) De acordo com a Lei nº 11.101/2005, sobre Falência e 
Recuperação Judicial e Extrajudicial da sociedade empresarial e do 
empresário, considere as afirmativas a seguir. 
I. A decretação da falência ou o deferimento do processamento da 
recuperação judicial suspende o curso da prescrição e de todas as ações e 
execuções em face do devedor, inclusive aquelas dos credores particulares do 
sócio solidário. 
II. Créditos quirografários como remunerações do administrador judicial, 
derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidentes de trabalho 
de serviços prestados após a decretação da falência, não têm precedência 
sobre os créditos tributários. 
III. Esta lei aplica-se às sociedades de economia mista, empresas públicas, 
instituições financeiras privadas, cooperativas de crédito, consórcios e 
sociedades operadoras de planos de assistência à saúde. 
IV. Estão sujeitos à recuperação judicial todos os créditos existentes na data 
do pedido, ainda que não vencidos. Nesse caso, os credores do devedor 
conservam seus direitos e privilégios contra os coobrigados, fiadores e 
obrigados de regresso. 
Assinale a alternativa correta. 
a) Somente as afirmativas I e II são corretas. 
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas. 
 
 
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c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. 
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. 
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. 
Item I) Correto. De acordo com a redação literal do artigo 6º da lei federal 
nº 11.101, de 2005, a decretação da falência ou o deferimento do 
processamento da recuperação judicial suspende o curso da prescrição e de 
todas as ações e execuções em face do devedor, inclusive aquelas dos 
credores particulares do sócio solidário. 
Item II) Incorreto. Reunindo as regras relativas às preferências, em 
conformidade com o que dispõe o artigo 83 da lei de falências e os 
dispositivos presentes no CTN, em especial o artigo 186, parágrafo único, 
pode-se estabelecer a seguinte ordem de preferência a ser observada na 
falência: 
10º) Importâncias passíveis de restituição e créditos extraconcursais 
(inclusive os valores a que se refere a Súmula STJ nº 307); 
11º) Os créditos derivados da legislação do trabalho, limitados a 150 
(cento e cinquenta) salários-mínimos por credor, e os decorrentes de 
acidentes de trabalho; 
12º) Créditos com garantia real até o limite do valor do bem gravado; 
13º) Créditos tributários, independentemente da sua natureza e tempo de 
constituição, excetuadas as multas tributárias; 
14º) Créditos com privilégio especial; 
15º) Créditos com privilégio geral; 
16º) Créditos quirografários; 
17º) As multas contratuais e as penas pecuniárias por infração a 
dispositivos das leis penais ou das leis administrativas, inclusive as 
multas tributárias; 
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18º) Créditos subordinados (os assim previstos em lei ou em contrato; os 
créditos dos sócios e dos administradores sem vínculo empregatício; 
entre outros). 
Assim, os créditos derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de 
acidentes de trabalho de serviços prestados após a decretação da falência, 
têm precedência sobre os créditos tributários, não tendo apenas os créditos 
quirografários. 
Item III) Incorreto. De acordo com o artigo 2º da lei federal nº 11.101, de 
2005, os dispositivos dessa lei não se aplica a: 
 empresa pública e sociedade de economia mista; 
 instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, 
consórcio, entidade de previdência complementar, sociedade operadora 
de plano de assistência à saúde, sociedade seguradora, sociedade de 
capitalização e outras entidades legalmente equiparadas às anteriores. 
Item IV) Correto. De acordo com o artigo 49 da lei federal nº 11.10, de 
2005, estão sujeitos à recuperação judicial todos os créditos existentes na 
data do pedido, ainda que não vencidos. 
Assim, resta como correta a alternativa "b", gabarito da questão. 
 
 
E assim chegamos ao final de mais uma aula. Espero que tenha aproveitado 
bem essa aula e aprendido bastante. Vamos agora às questões propostas 
quanto ao assunto apresentado. 
 
 
 
 
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Questões Propostas 
 
1. (CESPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/Consultor Legislativo Área 
III/2014) O STJ entende que, para que haja o reconhecimento de fraude à 
execução fiscal, é imprescindível o registro da penhora do bem alienado. 
Essa questão cobrou o conhecimento constante na Súmula STJ nº 375, que 
estabelece o seguinte: 
“O reconhecimento da fraude à execução depende do registro 
da penhora do bem alienado ou da prova de má-fé do 
terceiro adquirente.” 
Assim, resta correta a assertiva apresentada. 
 
 
2. (CESPE/ANATEL/Especialista – Direito/2014) Suponha que Franco, 
após ter recebido notificação de lançamento para pagamento voluntário, 
antes da inscrição do débito em dívida ativa, tenha alienado, pela metade do 
valor de mercado, barco de sua propriedade a Alemão. Nesse caso, está 
configurada fraude à execução fiscal. 
De acordo com o artigo 185 do CTN, presume-se fraudulenta a alienação ou 
oneração de bens ou rendas, ou seu começo, por sujeito passivo em débito 
para com a Fazenda Pública, por crédito tributário regularmente inscrito como 
dívida ativa. 
Assim, resta incorreta a assertiva apresentada, uma vez que o débito ainda 
não estava inscrito em dívida ativa, não restando, assim, configurada a 
fraude. 
 
 
 
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3. (CESPE/ANATEL/Especialista – Direito/2014) Para a extinção das 
obrigações do falido e a concessão de recuperação judicial, exige-se prévia 
quitação dos tributos devidos, sendo possível, nesse último caso, a concessão 
da recuperação se o devedor obtiver a suspensão da exigibilidade do crédito 
devido. 
De acordo com os artigos 191 e 191-A, ambos do CTN, a extinção das 
obrigações do falido requer prova de quitação de todos os tributos, e a 
concessão de recuperação judicial depende da apresentação da prova de 
quitação de todos os tributos. 
Assim, resta correta a assertiva apresentada. 
 
 
4. (CESPE/ANATEL/Especialista – Direito/2014) O crédito trabalhista 
prefere ao crédito tributário quando aquele for inferior a duzentos e cinquenta 
salários mínimos. 
em conformidade com o que dispõe o artigo 83 da lei de falências, 
estabelece-se a ordem de preferência a ser observada na falência: 
1º) Importâncias passíveis de restituição e créditos extraconcursais; 
2º) Os créditos derivados da legislação do trabalho, limitados a 150 
(cento e cinquenta) salários-mínimos por credor, e os 
decorrentes de acidentes de trabalho; 
3º) Créditos com garantia real até o limite do valor do bem gravado; 
4º) Créditos tributários, independentemente da sua natureza e 
tempo de constituição, excetuadas as multas tributárias; 
5º) Créditos com privilégio especial, a saber; 
6º) Créditos com privilégio geral; 
7º) Créditos quirografários; 
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8º) As multas contratuais e as penas pecuniárias por infração a 
dispositivos das leis penais ou das leis administrativas, inclusive as 
multas tributárias; 
9º) Créditos subordinados (os assim previstos em lei ou em contrato; os 
créditos dos sócios e dos administradores sem vínculo empregatício; 
entre outros). 
Essa previsão, contudo, vale apenas para os casos de falência. Nas demais 
situações, não há limitações quanto aos créditos trabalhistas. 
Assim, resta incorreta a assertiva apresentada. 
 
 
5. (CESPE/TCDF/Procurador/2013) Em conformidade com o 
entendimento do STJ, a multa fiscal moratória, por constituir pena 
administrativa, não deve ser incluída no crédito habilitado em falência. 
Essa questão decorre do entendimento já bem consolidado no STJ, que 
dispõe o seguinte em uma de suas decisões: 
“(...) Na execução fiscal movida contra a massa falida não 
incide multa moratória, consoante as Súmulas 192 e 565 da 
Suprema Corte, e art. 23, parágrafo único, III do Decreto-Lei 
7.661/45". 
2. "Na hipótese em que decretada a falência de empresa, 
cabíveis os juros moratórios antes da quebra, sendo 
irrelevante a existência do ativo suficiente para pagamento 
de todo o débito principal, mas após essa data, são devidos 
somente

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