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PRIAPISMO DEFINIÇÃO · Uma ereção prolongada, persistente e por mais de 4 horas, dos corpos cavernosos, geralmente dolorosa sem estímulo sexual. · Tipicamente, apenas os corpos cavernosos são afetados. · É uma afecção rara e uma emergência médica. · O diagnóstico tardio e o protelar podem ser responsáveis por necrose e fibrose dos corpos cavernosos, com consequente disfunção erétil. · Pode ser classificado em dois tipos, baseado na sua fisiopatologia: DE BAIXO FLUXO/ISQUÊMICO: · Maior frequência, em 95% dos casos associado à diminuição do retorno venoso · Caracteriza-se por disfunção da musculatura lisa do corpo cavernoso ou mesmo da viscosidade sanguínea. · CAUSAS: · Idiopáticas · Medicamentos injetáveis intracavernosos penianos · Anemia falciforme (principal causa em crianças) · Diabetes juvenil · Neoplasias · Disfunções neurológicas · Leucemia · Medicamentos intracavernosos que relaxam a musculatura lisa, utilizados para o tto da disfunção erétil (papaverina, sindenafila, alpostradil p.e.). · O aumento da viscosidade sanguínea pode ser causado por doenças hematológicas, principalmente anemia falciforme. · QUADRO CLÍNICO: · Dor intensa e muita rigidez peniana. · Quanto maior o tempo de ereção, menor o aporte de O2 para o órgão, maior o acúmulo de CO2 e acidose tecidual, podendo ser evidenciados ao puncionar o sangue intracavernoso, que visivelmente terá coloração mais escura e viscosidade aumentada DE ALTO FLUXO: · Menos comum e caracteriza-se pelo aumento do fluxo arterial e retorno venoso normal · É uma ereção não tão rígida quanto no de baixo fluxo e menos dolorosa, podendo ser abordada ambulatorialmente em alguns casos. · Coloração vermelho-clara · Geralmente associado a um evento, frequentemente trauma perineal, que provoca formação de fístula na artéria cavernosa, drenando diretamente no corpo cavernoso. · O sangue é rico em O2, não está relacionada à necrose ou fibrose de corpos cavernosos. DIAGNÓSTICO: · clínico. · A história tem muito valor: · Antecedentes pessoais · Doenças de base · Medicamentos em uso · Traumas prévios à ereção indesejada. · No priapismo de baixo fluxo a ereção é vigorosa, rígida e dolorosa; · No de alto, é menos vigorosa, tende a ser apenas tumescência e não causa dor. · Exames laboratoriais: · Hemograma completo · Glicemia · Urina · Eletroforese de hemoglobina · Esfregaço sanguíneo (na emergência não sao realizados de rotina, portanto fica para a investigação posterior). · Gasometria do sangue puncionado · Util para a diferenciação de priapismos de baixo e alto fluxo · Baixo fluxo: pH<7,25; PO2<30mmHg; PCO2>60mmHg = acidose · Alto fluxo: pH>7,4; PO2>90mmHg; PCO2<40mmHg = não tem disturbio acido-base · US com doppler colorido do pênis · Pode demonstrar sinais de fístula arteriovenosa e aumento do fluxo nas artérias cavernosas no Não isquêmico e diminuição no isquêmico. · Arteriografia · Somente está indicada na embolização seletiva na forma não isquêmica TRATAMENTO: · Priapismo de baixo fluxo: · Anestesia da haste peniana em sua base e o nervo dorsal do pênis. · Um escalpe 19 (“22 no sulco balanoprepucial” (transglandar/tecnica de winter) deve ser inserido num dos corpos cavernosos. · Deve se extrair sangue para análise visual e gasometria. · Proceder com esvaziamento dos corpos cavernosos · Lavagem exaustiva com soro fisiológico. · Pode-se associar alfa-adrenérgicos (epinefrina, norepinefrina, fenilefrina, efedrina) durante a lavagem. · A fenilefrina promove a contração da mm. lisa do corpo cavernoso, drenando o sangue represado e resolvendo o priaprismo. · Dose recomendada é de 100 a 200 µg por injeção intracavernosa, podendo ser repetida a cada 5 a 10 minutos até o máximo de 1.000 µg. · Tratamento mais invasivo deve ser utilizado quando, apesar de medidas clínicas e penianas, como lavagem dos corpos cavernosos e uso de simpatomimético por horas, não se alcança detumescência. · O objetivo do tratamento cirúrgico é a drenagem do sangue no interior dos corpos cavernosos ao corpo esponjoso ou até mesmo ao sistema venoso do paciente. · Com relação ao shunt cavernoso esponjoso, ele pode ser proximal ou distal. · Proximal é mais fácil e tem menos complicações. Existem várias formas de realizá-lo, de perfuração da glande e do corpo cavernoso com 2 albocat 14 (procedimento de Winter) até abertura da glande e secção da parte distal dos corpos cavernosos com fistula esponjocavernosa (procedimento de Al-Ghorab) · Alto fluxo: · Não é uma urgência · Pode ser programado. · O tratamento é a embolização da fístula com coágulo autólogo ou gelfoam, porém pode ocorrer resolução espontânea. “Na prática, punciona-se o corpo cavernoso, colhe-se amostra para gasometria e drena-se o corpo cavernoso, independente se de alto ou baixo fluxo.” COMPLICAÇÃO · O início do tratamento do priapismo não deve ultrapassar 4 horas, pois o risco de venooclusão prolongada pode levar a fibrose dos corpos cavernosos ecomo consequência, causar disfunção erétil. · Nos casos NÃO isquêmicos: As complicações são geralmente devido às sequelas da embolização: · Necrose glútea ou peniana · Cavernosite Abscesso perineal
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