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Resumo - Silvio Almeida - Racismo Estrutural Racismo e Sociologia Pgs 59-82

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Resumo do Texto de Silvio Almeida: Racismo Estrutural – Racismo e Sociologia. 
Páginas: 59-82. 
 
Racismo Estrutural: Racismo e 
Ideologia. 
 
a. Como Naturalizamos o Racismo? 
 
• Qual o número de pessoas negras em cada lugar? E qual é o papel que 
elas desempenham? 
• Papel de trabalhadores da segurança ou limpeza, uniformizados e mal 
remunerados, muitas vezes não foram despertados para as questões 
raciais. 
• Há uma segregação não oficial entre negros e brancos em certos 
lugares. 
1. Pessoas negras são menos aptas para a vida acadêmica e 
advocacia; 
2. São afetadas por suas escolhas individual (como todas), e a 
condição racial não tem haver com condição econômica; 
3. Por fatores históricos, têm menos acesso a educação e por isso 
ocupam trabalhos menos qualificados e mal remunerados; 
4. Estão sob domínio da supremacia branda politicamente construída 
e que está presente em todos os espaços de poder e de prestígio 
social. 
i. As 1 e 2 são racistas: 1 supõe inferioridade natural; 2 é 
veladamente racista pois culpa negros por suas mazelas. 
ii. 3 e 4 são meias-verdades; pois não mostram o motivo de as 
pessoas não brancas terem menos acesso à educação e 
como e por que as brancas tem vantagens e privilégios 
sociais. 
iii. Todas já foram "explicações científicas"; mas hoje ainda 
estão presentes na cultura popular. 
• Como ideias racistas são criadas e difundidas? O que impede o negro e 
outros a perceberem a realidade da desigualdade racial? Por que ela é 
naturalizada? O que nos leva a normalizar a situação do negro? 
o O racismo só consegue se perpetuar se for capaz de: (1) produzir 
um sistema de ideias que forneça uma explicação "racional" 
para a desigualdade racial; (2) constituir sujeitos cujos 
sentimentos não sejam profundamente abalados diante da 
discriminação e da violência racial e que consideram "normal" 
e "natural" que no mundo haja "brancos" e "não brancos". 
o "O Racismo, enquanto processo político e histórico, é também um 
processo de constituição de subjetividades, de indivíduos cuja 
consciência e afetos estão de algum modo conectados com as 
práticas sociais." 
 
b. Racismo, Ideologia e Estrutura Social: 
 
• A ideologia se conecta com visão individualista do racismo. 
• Na visão do racismo como institucional e/ou estrutural, mais do que a 
consciência, o racismo como ideologia molda o inconsciente. 
o A vida cultural e política no interior da qual os indivíduos se 
reconhecem enquanto sujeitos da qual os indivíduos se 
reconhecem enquanto sujeitos autoconscientes e onde formam os 
seus afetos é construída por padrões de clivagem racial inseridos 
no imaginário e em práticas sociais cotidianas. 
• O racismo é reforçado pelos meios de comunicação, indústria cultural 
e sistema educacional. E é o que majoritariamente ocorre na sociedade 
que é mostrado, mas na verdade essa não é a realidade. O que é 
apresentado é um representação do imaginário social acerca de 
pessoas negras. 
• A ideologia não é representação da realidade material, das relações 
concretas, mas a representação da relação que temos com essas 
relações concretas. 
• A justiça brasileira é um dos mecanismos mais eficientes na criação e 
reprodução da raça e de seus múltiplos significados. 
o A ideologia só existe ancorada em práticas sociais concretas. 
o Há todo um sistema econômico, político e jurídico que perpetuam 
a condição de subalternidade do negro. 
• A vida social é medida pela ideologia. 
• Submetidos às pressões de um estrutura social racista, é comum que 
os negros internalizem a ideia de uma sociedade dividida entre negros 
e brancos, onde branco manda e negro obedece. 
o Só muda com reflexão crítica da sociedade e sua condição de 
indivíduo. 
 
c. Racismo, Ciência e Cultura: 
 
• Por meio da cultura popular: folclore, lugares-comuns, chistes, piadas, 
misticismos... Ocorre naturalização e propagação da discriminação no 
imaginário social. 
• Mas as teorias filosóficas e científicas também são fundamentais para 
a propagação: criam discurso de autoridade que poucos contestam. 
• Assim, a educação pode aprofundar o racismo na sociedade: cultura e 
ciência se fundem num sistema de ideias que fornece sentido amplo 
para práticas racistas já presentes no cotidiano. 
• Fanon, em Racismo e Cultura, mostra que o desenvolvimento do 
capitalismo e avanços tecnológicos da sociedade industrial fizeram o 
tratamento da questão racial ser mais sutil. 
o Substituição do racismo científico e discurso de inferioridade das 
raças pelo "relativismo cultural" e pelo "multiclturalismo", se explica 
por mudanças na estrutura econômica que exigem novas formas 
de dominação. 
• Evolução de técnicas de exploração econômica vem acompanhada 
das de violência e opressão, como o racismo: o racismo se 
apresenta disfarçado nesses lugares. 
• Agora ao invés de simplesmente exterminar, agora o racismo vai conferir 
valor às culturas. 
• A permanência do racismo exige: 
o Criação e recriação de um imaginário social em que determinadas 
características biológicas ou práticas culturais sejam associadas à 
raça; e 
o Que a desigualdade social seja naturalmente atribuída à identidade 
racial dos indivíduos ou, que a sociedade se torne indiferente ao 
modo com que determinados grupos sociais têm privilégios. 
 
d. Branco tem raça? 
 
• Supremacia branca: dominação exercida pelos brancos em diversos 
âmbitos da vida social. Atribui vantagens e privilégios políticos, 
econômicos e afetivos às pessoas brancas. 
o Mas há um problema em considerar racismo como obra disso, que 
é considerar esse termo fora de um contexto histórico. 
o Reduz o combate ao racismo a elementos retóricos, ocultando 
suas determinações econômicas e políticas. 
• Branquitude: sujeitos que ocupam posição foram sistematicamente 
privilegiados no acesso aos recursos desde o colonialismo até 
contemporaneidade. 
• Supremacia branca é forma de hegemonia: possibilitada pela força bruta 
do poder mas também consensos ideológicos. -> ambos estão na 
dominação racial. 
• Maria Aparecida Bento: "racismo funciona como uma espécie de 'pacto 
narcísico' entre brancos em que as condições de privilégio racial não são 
colocadas em questão". 
• O ser branco e o ser negro são construções sociais. O negro é produto 
do racismo "sobredeterminado pelo exterior". 
• Ser branco: se negar a ser portador de uma raça, atribuir identidade racial 
aos outros e não ter uma. 
• Raça: é um monumental delírio promovido pela modernidade, uma 
"loucura codificada" responsável por "devastações psíquicas 
assombrosas e de incalculáveis crimes e massacres", opera no campo da 
ambiguidade, da obscuridade, do mal-entendido e da contradição. 
• A defesa da negritude ou do personalismo negro era o primeiro passo 
para se derrotar a "ideologia da brancura" e remover o que Guerreiro 
Ramos considerava um dos maiores obstáculos para a construção da 
nação: o racismo. 
• Uma vez que raça e racismo são conceitos relacionais, a condição de 
negro e de branco depende de circunstâncias históricas e políticas 
específicas. 
 
e. Racismo e Meritocracia: 
 
• Problema de compatibilizar a desigualdade com parâmetros culturais 
baseados em ideologias universalistas, cosmopolitas e, portanto, 
politicamente impessoais, neutras e pautadas pela igualdade formal. 
o Essa operação conta com discurso da meritocracia. 
• Somando meritocracia e racismo histórico, a desigualdade racial 
vivenciada na forma da pobreza, desemprego e privação material é 
vista como falta de mérito dos indivíduos. 
• A meritocracia de manifesta por mecanismos institucionais, ex: processo 
seletivo de universidades. 
• Mas a desigualdade educacional está relacionada com a desigualdade 
racial, então os ocupantes desses cargos acabam reafirmando o 
imaginário que associa competência e mérito a condições como 
branquitude, masculinidade e heterossexualidade e cisnormatividade.

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