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→ DEFINIÇÃO: alteração de pele, devido à infecção bacteriana que leva ao acúmulo de células de defesa com líquido proteico → CONCEITO: infecções biogênicas primárias da pele, contagiosas, superficiais, produzidas por estafilococos e estreptococos -> exotoxina faz com que a infecção se instale - Infecção bacteriana da camada superficial da epiderme - Acometem preferencialmente face e membros superiores, embora, com disseminação por autoinoculação, possam comprometer qualquer região - Impetiginização: condição em que o impetigo complica uma dermatose preexistente (pediculose, escabiose, eczema, etc) -> geralmente de natureza estafilocócica → EPIDEMIOLOGIA - Mais frequente em crianças - Mais frequente no calor - Alta contagiosidade -> carreadores permanentes - Infecção de pele integra ou infecção secundária por trauma → QUADRO CLÍNICO IMPETIGO NÃO BOLHOSO (Impetigo infeccioso de Tilbury Fox) - Etiologia predominante o S. aureus, sobretudo nos países industrializados - Países em desenvolvimento prevalece o S. pyogenes - Localização preferencial: em torno do nariz e da boca e nas extremidades - Pele apresenta solução de continuidade para instalação do processo - Ocorre no local de pequenos traumatismos como escoriações, queimaduras e picadas de insetos - Mácula eritematosa que evolui rapidamente para bolha e/ou vesícula efêmeras de paredes finas, porém a crosta resultante é espessa e de coloração amarelada (lembra mel – melicérica) - Pode lembrar queimadura de cigarro e não há tendência à circinação - Sintomas gerais normalmente estão ausentes e pode ser acompanhado de linfadenite-satélite IMPETIGOO BOLHOSO - Etiologia estafilocócica (S. aureus) - Não há necessidade de solução de continuidade cutânea para o aparecimento de lesões - Maior ocorrência em neonatos e em crianças (contato com outras crianças/ fômites) - Localização preferencial: face, períneo, nádegas e extremidades - Após estourar a bolha -> lesão exulcerada - Raramente progride para infecção sistêmica -> Glomerulonefrite estreptocócica - Cavidade nasal (30%), períneo (30-40%), axila, faringes e mãos → DIAGNÓSTICO - Clínico - Podem ser realizados exames bacteriológicos e cultura para identificação do agente - Diagnósticos Diferenciais: herpes simples, candidíase, dermatofitose, periporite e miliária → TRATAMENTO - Antibioticoterapia deve ser iniciado imediatamente - Higiene local com água e sabão - Recomendável uso de antissépticos ou com ATB de uso local (mupirocina, ácido fusídico, retapulina, neomicina, etc) → CONCEITO: etiologia estreptocócica ou estreptoestafilocócica, caracteristicamente inicia-se por pústula, que se aprofunda, originando uma lesão ulcerada recoberta por crosta espessa e muito aderida, com localização preferencial nas pernas, deixando, ao involuir, cicatriz - Forma profunda de impetigo - Estreptococo beta hemolítico do grupo A → QUADRO CLÍNICO - Pode ser única, mas geralmente há várias lesões - Úlcera com crosta espessa e aderente - Danos teciduais prévios e imunodepressões - Glomerulonefrite prévia - Cicatrização lenta e deixa cicatriz → TRATAMENTO - Além dos cuidados locais (água e sabão, compressas com água boricada ou permanganato seguido de antibiótico tópico), muitas vezes utiliza-se antibiótico sistêmico contra estreptococos → DEFINIÇÃO: doenças estafilocócicas que atingem o folículo pilossebáceo → FOLICULITE SUPERFICIAL - Pequenas pústulas muito superficiais, em número variável, centradas por pelo, atingindo qualquer área do corpo - No início podem ser pruriginosas - Na criança são comuns no couro cabeludo, com reação ganglionar regional, e, no adulto, nas faces anterior e interna das coxas e nádegas → FOLICULITES PROFUNDAS - Foliculite decalvante: pustúlas superficiais, mas que provocam a depilação definitiva de cada pelo comprometido, evolução crônica e estende-se centrifugamente . Mais comum em homens . Politriquia -> aspecto de cabelo de boneca . Localizações frequentes: couro cabeludo, barba e membros inferiores - Foliculite queloidiana: localização típica na nuca, pústulas confluem e levam a formação de fístulas e fibrose de aspecto queloidiano . Quadro muito crônico, rebelde e peculiar do homem adulto da raça negra - Foliculite da barba ou sicose: pústulas na região da barba de elevada cronicidade que podem apresentar-se isoladas ou confluentes, formando placas infiltradas . Exclusiva do adulto masculino - Foliculite necrótica: lesões foliculares superficiais com necrose que deixa cicatriz varioliforme . Atinge a face de adultos seborreicos - Foliculite perfurante: localizada no nariz, iniciando-se por comprometimento de uma vibrissa que acaba perfurando a pele e elevando-se por uma lesão cutânea inflamatória → CARACTERÍSTICAS GERAIS - Inflamação folicular: infeccioso, trauma e oclusão - Roupas oclusivas, barbear-se com frequência, imunossupressão, clima quente e úmido - Superficiais ou profundas - Couro cabeludo, barba, axilas e nádegas - Staphylococcus aureus → TRATAMENTO - Antibioticoterapia (cefalosporinas -> cefalexina 500 mg de 6/6hrs durante 7 dias) → CARACTERÍSTICAS GERAIS - Infecção estafilocócica necrosante do folículo piloso e glândula sebácea anexa - Nódulo eritematoso e doloroso, após 2-4 dias torna-se flutuante - Eliminação de tecido necrosado (carnicão) - Áreas pilosas sujeitas a atrito e sudorese (face, axilas e nádegas) - Antraz/ Carbúnculo: múltiplos pontos de drenagem de pus juntos (nuca, coxas, nádegas, axilas) - Furunculose de repetição: 3 ou mais em 3 meses - Fatores de risco: imunossupressão, DM, uso de drogas ilícitas, AIDS, neoplasias, IRC, hemodiálise, deficiência de ferro, higiene precária, hiper-hidrose, obesidade - Tempo de evolução autolimitado em torno de 10 a 14 dias → DIAGNÓSTICO - Clínico - Quando necessário, exame bacteriológico e antibiograma no caso de suspeita de MRSA comunitário - Diagnóstico diferencial: miíase furunculoide → TRATAMENTO - Antibioticoterapia antiestafilococos: prevenção de uma furunculose - Descolonização é feita com sabonetes antissépticos, como clorexidina e uso tópico de mupirocina, no vestíbulo nasal, por 5 dias - Lesões com flutuação ou muito dolorosas devem ser drenada - Lesões importantes de face recomenda-se o uso de antibiótico via parenteral → CONCEITO: infecção bacteriana aguda da derme com importante comprometimento linfático → ETIOPATOGENIA - Natureza predominantemente estreptocócica, sobretudo do grupo A - Início ocorre após perda da barreira cutânea - Traumas, dermatomicoses, sem noxa (doença de base), estase venosa, obesidade, DM - Fatores de risco: tinea pedis, insuficiência venosa, diabetes, tromboflebite, trauma, desnutrição, abuso de álcool ou drogas ilícitas e infecções respiratórias nos casos de erisipela na face → QUADRO CLÍNICO - Período de incubação de poucos dias - Eritema vivo e intenso - Edema doloroso - Bordas bem delimitadas que avançam rapidamente sobre a pele circunvizinha - Regiões acometidas: MMII, face e perianal - Quando o processo é intenso, surgem bolhas e necrose com ulceração posterior - Acompanhada de linfangite e linfadenopatia regional aguda + febre, mal-estar, calafrios e outros - Alta capacidade de recorrência e após cada uma delas permanece um linfedema que acaba levando a elefantíase - Processo exuberante torna a pele verrucosa e com aspecto musgoso - Apresentação bolhosa e a localização facial conferem gravidade ao processo - Complicações: nefrite e septicemia → TRATAMENTO - Penicilina-procaína na dose de 400 a 600.000 U, IM, de 12/12 h - Casos mais graves: penicilina cristalina na dose de3.000.000 U, IV, de 4 em 4 h - Recorrência: penicilina benzatina, 1.200.000 U de 3 em 3 semanas por muitos meses - Repouso com membros elevados, compressas frias e desbridamento, caso necessário → CONCEITO: processo da erisipela quando atinge fundamentalmente a hipoderme - Devido à localização, as bordas da lesão são geralmente mal definidas e o eritema menos vivo - Infecção subaguda crônica profunda - Derme e hipoderme - Acomete principalmente MMII e face (crianças) → ETIOPATOGENIA - Imunocompetentes: trauma prévio ou lesão de pele subjacente - Predominantemente estreptocócica - Pode ser por estafilococos, H. influenzae (celulite facial na infância), pneumococos, pseudomonas, etc - Celulite por anaeróbios e gram-negativos é mais comum em diabéticos ou imunodeprimidos → QUADRO CLÍNICO - Evolução semelhante à da erisipela - Eritema menos vivo - Bordas mal delimitadas - Acompanhado de sinais flogísticos - Infecção grave: presença de vesículas, bolhas, pústulas ou tecido necrótico - Febre, calafrios, mal-estar e linfadenopatia regional podem estar associados → DIAGNÓSTICO - Clínico - Exames de imagem (USG de alta frequência), biopsia cutânea e cultura para identificação do agente infeccioso podem auxiliar no diagnóstico - Hemocultura geralmente é negativa, com exceção da infecção por H. influenzae (cursa com leucocitose importante) - Diagnósticos Diferenciais: tromboflebite, angiodema e herpes- zóster (face) e eirsipeloide (mãos) → TRATAMENTO - Repouso com elevação do membro, analgesia e antibioticoterapia sistêmica → CARACTERÍSTICAS GERAIS - Disseminação seguindo o trajeto nervoso com o surgimento posterior de lesões cutâneas → AGENTE ETIOLÓGICO E TRANSMISSÃO - HSV-1 -> adquirido desde a infância e acomete 50% das crianças na faixa etária de 12 anos. - HSV-2 -> agente etiológico de 80-90% dos casos de herpes genital e de 10-20% dos casos de herpes labial . Infecção é, geralmente, de transmissão sexual, com grande incremento no início da puberdade - Período de incubação é, em média, de 4 a 5 dias. - Frequência da recorrência é variável (semanas, meses ou anos) - Fatores como exposição solar prolongada, febre, ansiedade, menstruação e trauma local desencadeiam a recidiva herpética - A latência viral ocorre nos gânglios paravertebrais, principalmente nos sacrais (HSV-2) e trigeminais (HSV-1) → MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS - Priminfecção pode ocorrer sem sintomatologia geral ou com febre e prostração; sobretudo as lesões de inoculação são acompanhadas de adenopatia regional . Pode manifestar-se com quadros benignos diversos ou quadros gerais graves - Ao involuir, a lesão não deixa cicatriz - Localização da priminfecção depende principalmente do tipo de prática sexual, e pode ser na genitália, na orofaringe ou anorretal - Formação de vesículas túrgidas e brilhantes, dispostas, em geral, em grupo de 5 a 10 lesões que lembram cacho de uva, em torno de orifícios (boca, vulva, ânus) - Pode estar acompanhado de manifestações prodrômicas, como sensação de parestesia local, seguida de discreto eritema - Mulher-> ocorre vulvovaginite importante, acompanhada de muita dor, podendo, inclusive, levar à paresia transitória da bexiga - Anogenital -> coito anal pode levar a proctite com tenesmo, dor e corrimento purulento - Orofaringe -> pode levar a ulcerações necrosantes na faringe posterior - Vesículas involuem espontaneamente em cerca de 5 dias, e a cura total do processo ocorre em torno de 2 semanas - Imunodeprimidos . Ulcerações ou mesmo lesões ulcerovegetantes extensas persistentes, muitas vezes dolorosas . Apresentação menos frequente: aparecimento de lesões verrucosas - Eritema polimorfo associado ao herpes simples caracteriza-se pelo quadro de distribuição acral e que poupa mucosas, sendo muito mais brando do que o induzido por medicamentos - Comum infecção subclínica → DIAGNÓSTICO - Clínico - Lesão característica do herpes: vesículas agrupadas, por vezes em base eritematosa, que, após poucos dias, se tornam necrosadas, exulceradas e crostosas, quando então ocorre reparação tecidual - Histopatologia: vesícula intraepidérmica ou ulceração, necrose e balonização epidérmica (queratinócitos grandes e pálidos com marginação da cromatina, algumas vezes com inclusões intranucleares acantólise ou formação de queratinócitos multinucleados - Sorologia -> útil nos casos de priminfecção . Primeiros 3 a 4 dias e algumas semanas depois do início dos sintomas . A ausência de anticorpos HSV na infecção aguda e o aparecimento IgM HSV-específico e/ou o aumento de 4 vezes o título do anticorpo IgG na convalescença é diagnóstico para infecção pelo HSV → TRATAMENTO - Higiene das lesões com água e sabão e, se necessário, antissépticos nos surtos esporádicos - Aciclovir -> não é curativo, atenua os sintomas, encurta a duração, suprime a recorrência, reduz o risco de complicações e melhora a qualidade de vida . 200 mg VO 5x/dia OU 400mg VO de 8/8h por 5-dias → CARACTERÍSTICAS GERAIS - Doença comum na infância - Período de incubação é de cerca de 15 dias, e os pródromos incluem hiperemia da orofaringe, febre alta, astenia e tosse seca → TRANSMISSÃO - Aerossol - Contato com lesões cutâneas → MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS - Lesões cutâneas iniciam-se com máculas eritematosas, de distribuição craniocaudal, que, em um período de cerca de 8 a 12 h, evoluem para vesículas, pústulas e crostas, em um processo contínuo que causa polimorfismo regional - Tendem a se localizar mais no eixo central do corpo e poupam parcialmente as extremidades - Algumas lesões evoluem com umbilicação central - Quadro costuma ser de evolução benigna, mas infecção secundária é comum - Complicações são mais frequentes nos adultos e podem incluir síndrome de Guillain-Barré, encefalites e pneumonias - Síndrome de Reye: uso de AAS para tratamento sintomático que leva a dano hepático e cerebral em crianças - VZV permanece latente nos gânglios paravertebrais por muitas décadas, podendo reativar-se na idade adulta -> herpes-zóster → DIAGNÓSTICO - Clínico -> erupção característica + história de exposição viral nas 2-3 semanas anteriores → TRATAMENTO - Não é recomendado o tratamento com antivirais para crianças até 12 anos de idade, utilizando-se apenas sintomáticos, higienização das lesões e antibióticos sistêmicos em caso de infecção secundária . Em caso de doença moderada a grave, está indicado aciclovir na dose de 20 mg/kg por via oral, 4 vezes/dia, não excedendo 3.200 mg/dia - Adolescentes acima de 12 anos e adultos devem ser tratados com aciclovir oral em altas doses, 800 mg a cada 4 h, 5 vezes/dia, ou valaciclovir 1.000 mg 3 vezes/dia ou fanciclovir 500 mg 3 vezes/dia, todos por 7 dias - Profilaxia: vacinação → CARACTERÍSTICAS GERAIS - Incidência preponderante no adulto depois da 5ª década, no entanto, não é rara em jovens - Doença benigna, autolimitada, durando cerca de 2 semanas, salvo em pacientes imunodeprimidos, em que o quadro clínico é mais extenso e arrastado - Vírus encontra-se latente nos gânglios paravertebrais e, daí, por invasão dos nervos correspondentes, chega à pele, onde se formam vesículas agrupadas e em disposição metamérica, podendo, entretanto, haver vesículas erráticas → ETIOPATOGENIA - Reativação do VZV-> envolve a mudança no balanço intraneuronal de duas proteínas octaméricas (Oct) importantes na vitalidade neuronal - Nervos mais frequentemente acometidos são: torácico, cervical (C2, C3 e C4), trigêmeo e lombossacro → MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS - Comprometimento, em geral, é de um único gânglio, e, por isso, a erupção é assimétrica e respeita o dimídio - Eritema com vesículas agrupadas e/ou bolhas confinadas ao trajeto nervoso acometido- Formação de crostas - Posteriormente, escamas aparecem durante a evolução do processo - Nos casos mais graves, as lesões podem sofrer necrose (zoster necrótico), cuja involução deixa cicatrizes por vezes queloidianas - Neuralgia e a hiperestesia, sendo mais intensa nos idosos, podendo anteceder o quadro cutâneo por dias - Eventualmente o quadro clínico é acompanhado de prurido - Considerada doença cutânea disseminada quando houver mais de 20 lesões fora do dermátomo acometido ou contíguos - Neuralgia pós-herpética (NPH) -> persistência da dor por mais de 1 mês após a resolução do quadro cutâneo → DIAGNÓSTICO - Clínico → TRATAMENTO - Compressas com antissépticos para evitar infecção secundária, e analgésicos, se necessário, em função da intensidade da dor - Aciclovir via oral em altas doses -> 800 mg a cada 4 h, 5 vezes/dia, por 7 a 10 dias - Neuralgia pós-herpética-> carbamazepina em doses de 100 a 400 mg/dia, amitriptilina em doses de 12,5 a 75 mg/dia, benzodiazepínicos, opiáceos e, até mesmo, bloqueio ganglionar - Profilaxia-> vacina Zostavax → CARACTERÍSTICAS GERAIS → TRANSMISSÃO - Contato íntimo com alguém infectado ou por meio de queratinócitos descamados - Pequenas soluções de continuidade na pele são necessárias para a inoculação do HPV, explicando as verrugas em áreas de trauma e o fenômeno de Köebner - Autoinoculação - Período de incubação varia de 1 a 6 meses para verruga vulgar e de 1 a 20 meses para verrugas genitais - Quanto mais antiga a lesão genital, menos contagiosa é → MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS - Verrugas apresentam morfologia variada dependente da localização - Lesões cutâneas . Incluem as verrugas comuns ou vulgares, filiformes, planas, plantares (tipos mirmécia e mosaico), anogenital e papulose bowenoide - Lesões extracutâneas . Ocorrem nas membranas mucosas e incluem verruga vulgar oral, condiloma acuminado oral, hiperplasia epitelial focal, papilomatose oral florida, papiloma nasal, papiloma conjuntival, papilomatose laríngea e verrugas da cérvice - Verruga Genital ou Condiloma Acuminado . HPV-6 é o que mais se relaciona com as lesões genitais e, portanto, com a transmissão venérea, seguido pelo HPV- 11 . Lesões vegetantes, úmidas, isoladas ou agrupadas, com aspecto de couve- flor (condiloma acuminado), pápulas sésseis, ceratósicas, verruga vulgar-símile e, às vezes, de proporções gigantescas (crista de galo) . Localizam-se na área genital e perigenital, geralmente de pessoas adultas, com aspecto róseo . Pápulas sésseis e ceratósicas são vistas na rafe peniana . Lesões hiperplásicas podem tornar-se exofíticas e maiores, enquanto as pápulas sésseis tendem a se manter pequenas → DIAGNÓSTICO - Clínico - Exame físico deve ser completo na busca de verrugas em outras regiões - Aplicação de ácido acético (3 a 5%) nas mucosas vaginal e cervical e no pênis revela lesões inaparentes por ganharem coloração esbranquiçada → TRATAMENTO - Remoção das lesões condilomatosas - Ácido tricloroacético - Crioterapia - Eletrocoagulação - Podofilina - Retirada cirúrgica → CARACTERÍSTICAS GERAIS - Mais comum na infância, porém continua com taxas mais baixas durante a vida adulta; a maioria dos adultos tem anticorpos IgG específicos contra o vírus → TRANSMISSÃO - Gotículas das vias respiratórias, e as taxas de infecção secundária entre contatos domiciliares são altas → MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS - Maioria dos casos de infecção é assintomática - Eritema infeccioso -> apresentação clínica mais comum - Síndrome purpúrico-papular em luvas e meias . Manifestações iniciais são eritema e edema nas mãos e nos pés, com demarcação nítida nos punhos e tornozelos, dando aspecto de luvas e meias . Podem surgir lesões eritematopapulares e purpúricas nesses locais, associadas a prurido e dor . Sintomas sistêmicos que podem acompanhar as manifestações cutâneas são febre, anorexia, artralgia e cefaleia . Manifestações orais incluem petéquias, enantema, edema dos lábios, vesicopústulas e erosões . Evolução é aguda, geralmente autolimitada, com recuperação espontânea em 7 a 14 dias → CARACTERÍSTICAS GERAIS - Também é chamado de sexta moléstia, pseudorrubéola ou febre de 3 dias - Causado pelo HHV-6, variante B - HHV-7 também é responsável por alguns casos, principalmente por um segundo episódio após infecção por HHV-6 - Doença tem curso benigno e acomete crianças entre meses e 3 anos de idade → TRANSMISSÃO - Fonte de infecção mais provável é pelas secreções orais - Não há distribuição sazonal → MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS - Inicia-se por febre alta (3 a 5 dias em média, mas não ultrapassando 9 dias), com estado geral bom, poucos sintomas respiratórios e ocasional adenopatia cervical - Fase inicial os sintomas são inespecíficos, como diarreia leve, pápulas eritematosas na mucosa do palato mole e úvula (Nagayama’s spots), tosse, linfadenopatia, edema palpebral, abaulamento da fontanela anterior e inflamação do tímpano - Febre cessa em crise surgindo, então, uma erupção de lesões eritematosas ou eritematopapulosas, algumas rodeadas por halo claro, podendo desaparecer à compressão - Inicia-se no tronco, no pescoço, nas extremidades proximais e, eventualmente, na face - Involução ocorre após 2 a 3 dias, sem descamação → DIAGNÓSTICO - Durante o quadro cutâneo o exame de sangue periférico revela linfocitose atípica e relativa neutropenia → TRATAMENTO - Sintomático - HV-6 é resistente ao aciclovir e teria sensibilidade a foscarnet, ganciclovir ou cidofovir, podendo ser indicada a terapia antiviral em casos graves como em imunodeprimidos com encefalite → CARACTERÍSTICAS GERAIS - Dermatose produzida pelo maior vírus que se conhece e que pertence ao grupo Poxvirus - Vírus do molusco contagioso (MCV) apresenta quatro subtipos distintos, sendo o MCV1 de longe o mais prevalente e o MCV2 o mais frequente em adultos, e, na maioria das vezes, é transmitido sexualmente - Doença tipicamente de crianças, porém pode ser considerada também uma doença eventualmente transmissível por contato sexual → MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS - Lesões constituídas por pápulas cônicas, com brilho, translúcidas, medindo, em média, 5 mm - Ulceração central característica - Localizam-se preferencialmente no tronco - Pode ocorrer em qualquer parte da pele e, excepcionalmente, em mucosas - Autoinoculável - Lesões persistem por meses ou anos e acabam por desaparecer - Corpos de Handerson-Patterson: inclusões intracitoplasmáticas, constituídas de formações que lembram tijolos compostos por agregados de vírus → TRATAMENTO - Curetagem → CARACTERÍSTICAS GERAIS - Autolimitada - Afeta crianças menores de 10 anos - Etiologia: vírus Coxsackie A16 e enterovírus 71 → MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS - Inicia-se por febre e vesículas na cavidade oral, sucedidas por lesões nas mãos e nos pés - Preferência é pela região palmoplantar - Vesículas são circundadas por halo eritematoso - Quando em grande número, podem dificultar a deglutição - 7 dias ocorre a resolução da doença → TRATAMENTO - Autolimitada - Sintomáticos → CARACTERÍSTICAS GERAIS - Atinge preferencialmente crianças e jovens do sexo feminino - Epidêmica - Manifestações sistêmicas discretas ou ausentes → MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS - Lesões eritematosas ou eritematopapulosas localizadas na face, poupando quase sempre a região perioral e o queixo (aspecto de bofetada) - Depois de 1 a 2 dias, surge um eritema reticulado no tronco e nas extremidades, em geral não pruriginoso - Pode ocorrer enantema (erupção nas mucosas/ bochechas) - Involução espontânea em 1 ou 2 semanas → TRATAMENTO - Autolimitada 1- VERRUGA VULGAR - Pápulas ceratósicas de superfície grosseira, isoladas ou agrupadas nasuperfície cutânea, medindo alguns milímetros de diâmetro, em número variável, situadas em qualquer região do corpo - Localização mais comum: dorso das mãos, dedos e joelhos de crianças - Verrugas em regressão encontram-se dessecadas - Verrucose-> disseminação que ocorre por defeito de imunidade 2- VERRUGA FILIFORME - Elementos filiformes muito ceratósicos, em geral isolados, pouco numerosos, com maior frequência na face de pessoas adultas - Verruga digitiforme: variedade da filiforme e constitui a reunião de várias lesões, dando o aspecto de dígitos 3- VERRUGA PLANTAR - Pápulas que, devido à sua localização, crescem de forma endofítica - Assimétricas e pouco numerosas, medindo de alguns milímetros a alguns centímetros - Dolorosas e podem impedir a marcha normal - Popularmente chamadas de olho de peixe - Quando múltiplas e superficiais coalescem formando placas, constituindo a chamada verruga plantar tipo mosaico - Lesões isoladas profundas e endofíticas são chamadas de verruga plantar tipo mirmécia. 4- VERRUGA PLANA - Pápulas pouco salientes de superfície plana e lisa, com menos de 5 mm de diâmetro, muito numerosas, localizadas em geral na face e no dorso da mão de adolescentes - Cor clara a castanho-escura e mostram-se em arranjo linear pelo fenômeno isomórfico - Verrugas em regressão mostram sinais clínicos de inflamação e tornam-se pruriginosas, eritematosas e edematosas - Ao involuírem, halos despigmentados podem surgir ao redor das lesões → CARACTERÍSTICAS GERAIS - Etiologia está relacionada com o HPV, sobretudo do tipo 16 → MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS - Múltiplas pápulas ou placas verrucosas, hipercrômicas ou eritematoacastanhadas, em média com 4 mm de diâmetro - Localização preferencial na genitália externa, como pênis, vulva, região perianal, períneo e, eventualmente, região inguinal de adultos jovens sexualmente ativos 1 2 3 4 - Lesões podem involuir espontaneamente, persistir indefinidamente ou evoluir para doença de Bowen ou espinalioma - Recorrências são frequentes → DIAGNÓSTICO - Patologia: observam-se alterações citológicas típicas da doença de Bowen (carcinoma espinocelular in situ), em arquitetura que lembra a do condiloma acuminado → PREVENÇÃO - Uso de preservativos - Doenças provocadas por fungos ou cogumelos que se localizam preferencialmente na epiderme e/ou em seus anexos - No entanto, podem invadir, eventualmente, a derme e, em raros casos, órgãos internos - Contágio inter-humano é frequente → CARACTERÍSTICAS GERAIS - Ceratofitose: micoses essencialmente superficiais, cujos cogumelos localizam-se na queratina da epiderme e dos pelos, normalmente sem provocar fenômeno de hipersensibilidade - Epidemiologia: doença de distribuição universal, acomete todas as raças, sem predileção por sexo, com maior prevalência na idade adulta, mais prevalente em climas quentes e úmidos - Etiologia: fungos do gênero Malassezia → MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS - Leões são inicialmente arredondadas, pois surgem a partir da estrutura pilossebácea (em função da lipofilia do agente) - Podem confluir, tornando difícil, por vezes, diferenciar a pele sadia da pele acometida - Lesões são hipocrômicas descamativas, mas podem ser hipercrômicas ou eritematosas - Alguns pacientes referem prurido, sobretudo após exposição solar, quando então são eritematosas - Localização mais frequente: áreas de maior concentração de glândulas sebáceas, ou seja, na metade superior do tronco e dos braços - Pode ocorrer na face, no abdome, nas nádegas e até mesmo nos membros inferiores - Sinal de Zireli ou do estiramento OU Sinal da unha ou de Besnier = APARECIMENTO DE ESCAMAS FURFURÁCEAS - Recidivas: ocorrem mais frequentemente em pacientes com peles oleosas ou que fazem uso contínuo de produtos oleosos, naqueles que sofrem com sudorese excessiva e nos que apresentam lesões predominantemente infundibulares ou foliculares, em que o fungo é também encontrado no interior do folículo, o que dificulta a ação dos antifúngicos tópicos e sistêmico → DIAGNÓSTICO - Exame direto: coleta pode ser feita com fita gomada ou por raspagem . São observadas hifas curtas, curvas e largas e elementos leveduriformes arredondados (blastoconídios) agrupados em forma de cacho de uva ou apresentando aspecto de espaguete com almôndegas ao microscópio óptico - Diagnóstico Diferencial: eczematide, leucodermia gutata, pseudocicatrizes estelares, morfeia e líquen escleroso → TRATAMENTO - Formas localizadas: sulfeto de selênio, propilenoglicol, cetoconazol ou outros derivados imidazólicos por 10 a 20 dias + novo tratamento após 2 meses a fim de evitar recidivas - Casos extensos ou redicivantes: itraconazol VO 100 mg, 2 vezes por 5 a 7 dias OU fluconazol 300 mg por semana por 2 semanas - Recorrências frequentes: profilaxia por um período de 6 meses, iniciando-se 30 dias após finalizado o tratamento → CARACTERÍSTICAS GERAIS - Epidemiologia: Hortaea werneckii, Phaeoanellomycis werneckii ou Stenella araguata - Etiologia: mais comum em crianças do sexo feminino, nas zonas tropicais e subtropicais → MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS - Mancha enegrecida, de pequena dimensão, com localização geralmente palmar ou, mais raramente, plantar ou bordas dos dedos - Pode haver uma única lesão ou poucas que coalescem → DIAGNÓSTICO - Dermatoscopia: possibilita a visualização de espículas finas, superficiais e pigmentadas, formando um aspecto quase reticulado que não segue as linhas naturais da região palmar - Diagnóstico diferencial: melanoma extensivo superficial, fitofotodermatite, melanose, eritema pigmentar fixo e púrpura do atleta → TRATAMENTO - Ceratolíticos - Antifúngicos tópicos → CARACTERÍSTICAS GERAIS - Dermatofitose: designar doenças causadas por um grupo de fungos que, geralmente, em vida parasitária, vivem à custa da queratina da pele, dos pelos e das unhas - Etiologia: fungos dos gêneros Trichophyton, Microsporum e Epidermophyton - Digerem a queratina, invadindo a pele, os cabelos e as unhas - Geralmente, possuem um período de incubação curto (1 a 3 semanas) e acometem mais meninos que meninas → TINEA CORPORIS - Manifestações clínicas: lesões eritematoescamosas, circinadas, isoladas ou confluentes, uma ou várias com crescimento centrífugo, de modo que a parte externa é mais ativa, prurido está sempre presente e as localizações mais comuns são braços, face e pescoço → TINEA CAPITIS - Comum na infância, acomete o couro cabeludo - Alopecia descamativa distribuída em placas bem delimitadas e com cabelos tonsurados (quebrados logo após sua emergência do folículo piloso) e facilmente destacáveis - Etiologia: Antropofílicos (mais envolvido: Microsporum canis) - Transmissão: humanos, animais e fômites - Manifestações clínicas: uma ou mais áreas de alopecia e pústulas no couro cabeludo podem estar presentes - Quérion: apresentação inflamatória com placas infiltradas, alopecia, pústulas e frequentemente drenagem de secreção purulenta - Tratamento . Griseofulvina ou Terbinafina-> 20 a 25 mg/kg/dose, 1 vez/dia (após refeição gordurosa para aumentar sua absorção) por 6 a 8 semanas . Xampu antifúngico, como o cetoconazol e o sulfeto de selênio, 2 a 3 vezes/semana → TINEA PEDIS - Epidemiologia: uso de calçados sintéticos e emborrachados que facilitam a sudorese, comum em adolescentes e adultos - Etiologia: agentes mais comuns são T. rubrum e mentagrophytes - Apresentações . Intertriginosa: inflamação, descamação e maceração entre os podáctilos . Vesicular: muito pruriginosa, inflamação com vesículas ou bolhas, mais comum no verão e em crianças . Mocassim: cursa com eritema, descamação, fissura e hiperqueratose plantar, podendo estender-separa face lateral dos pés - Tratamento . Antifúngico tópico 1-2x/ dia por 2-3 se4manas . Terbinafina → TINEA FACIEI - Manifestações clínicas: placas anulares e eritematosas com descamação na periferia - Tratamento . Lesões localizadas -> tratamento tópico → TINEA CRURIS - Infecção superficial da região inguinal e raiz de coxas, comum em adolescentes do saco masculino e adultos - Epidemiologia: mais comum em climas úmidos e quentes, obesos ou naqueles que realizam atividade física extenuante com suor excessivo e atrito das vestimentas - Etiologia: geralmente causada pelo gênero Trychophyton - Manifestações clínicas: placas eritematosas bem demarcadas, com bordas elevadas com descamação, vesículas ou pústulas. Em geral, é bilateral, simétrica e envolve áreas intertriginosas junto ao escroto e à face medial das coxas - Tratamento . Terapia tópica . Terbinafina . Medidas Úteis: reduzir o excesso de atrito e irritação com o uso de roupas íntimas de algodão largas e soltas, secar as áreas acometidas após o banho ou transpiração e estimular a perda de peso, no caso dos obesos → CARACTERÍSTICAS GERAIS - Micose produzida essencialmente pela Candida albicans - Compromete isolada ou conjuntamente mucosas, pele e unhas - Epidemiologia: distribuição universal, atingindo, com muita frequência, recém-natos - Etiopatogenia: fungos oportunistas que agridem o homem em condições como gravidez, deficiência imunológica e endocrinopatia, tratamento prolongado por ATB ou por corticoides e imunossupressores, estados de umidade prolongada → MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Intertriginosa - Atinge as dobras naturais (interdigitais, inframamárias, inguinais e axilares) - Lesões erosivas, fissurais, úmidas, com induto esbranquiçado, pruriginoso - Lesões satélites arredondadas e eritematoescamosas Ungueal e Periungueal - Lesão eritematodescamativa periungueal (paroníquia) dolorosa e pode levar à onicólise - Acomete a borda proximal da unha Vaginites e Balanites - Lesões erosivas esbranquiçadas, úmidas e pruriginosas, na vagina e no sulco balanoprepucial - Corrimento esbranquiçado vaginal característico - Não ocorre em circuncidados - Podem ser adquiridas pelo contato sexual Oral - Comum em recém-natos, idosos, debilitados e pacientes com AIDS - Lesões erosivas e esbranquiçadas Mucocutânea crônica - Infecção crônica e recorrente da pele, unha e orofaringe - Inicia-se antes dos 3 anos - Lesões orais, perlèche, envolvimento ungueal e paroníquia com importante distrofia, vulvovaginite e acometimento cutâneo Visceral - Pulmões, coração e outros órgãos podem ser invadidos por disseminação hematogênica, sobretudo em pessoas em uso prolongado de imunossupressores ou usuários de drogas injetáveis → DIAGNÓSTICO - Exame direto: achado de hifas finas ou pseudo-hifas para confirmação diagnóstica - Cultura: crescimento de colônias cremosas e brancacentas em 2 a 5 dias → TRATAMENTO - Considerar fatores predisponentes locais e gerais, peculiaridades topográficas e forma clínica (superficial ou sistêmica) Apresentação Tratamento Intertriginosa Fluconazol ou Itraconazol oral + Antifúngico tópico Ungueal e Periungueal Fluconazol ou Itraconazol oral + Antifúngico tópico Vaginites e Balanites - Vaginite: comprimidos vaginais ou óvulos, tioconazol creme, itraconazol e fluconazol - Balanite: creme com nistatina e ácido bórico + postectomia Oral Violeta de genciana, nistatina, fluconazol oral ou itraconazol oral Mucocutânea crônica Itraconazol e Fluconazol contínuos Visceral Anfotericina B, 5-fluorocitosina → CARACTERÍSTICAS GERAIS - Infecção subaguda ou crônica - Causada pelo fungo dimórfico Sporothirx schencckii - Maioria dos casos envolve primariamente a pele e, eventualmente, mucosas e órgãos internos (pulmões e vísceras) - Disseminação para outros órgãos e tecidos ocorrem em pacientes imunodeprimidos - Epidemiologia: universal, embora apresente maior ocorrência nos climas tropical e subtropical - Período de incubação: 3 dias a 12 semanas (média de 3 semanas) → TRANSMISSÃO - Penetração do fungo na derme após traumatismo com objetos pontiagudos infectados - Mordida ou arranhaduras de gatos infectados por outros gatos ou pelo solo → MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS - Lesões polimórficas da pele e do tecido subcutâneo, com frequente comprometimento dos linfáticos adjacentes - Surge na área traumatizada lesão que costuma ser bloqueada pelo sistema imunológico, permanecendo localizada ou invadindo os linfáticos regionais - Forma cutâneolinfática: lesão inicial (cancro de inoculação) pode ser pápula, nódulo/goma que úlcera, surgindo novos nódulos/gomas ao longo de um ou mais de um trajeto linfático até a cadeia ganglionar regional . Pode haver adenopatia regional discreta . Localização preferencial em MMSS nos adultos e na face de crianças . Esporotricoides -> arranjo característico - Forma cutâneo localizada (verrucosa ou fixa): decorrente de uma boa resistência, caracteriza-se por lesões papulosas ou papulotuberosas, por vezes formando placa verrucosa com ou sem ulceração, podem existir lesões-satélites mínimas e lesões Eritematoescamosas . Face é o lugar de eleição - Forma disseminada: pode ser cutânea ou sistêmica e está sempre associada a algum tipo de imunodepressão . Apesar da disseminação de lesões, em geral é assintomática - Forma extracutânea: ausência de lesões cutâneas, disseminação hematogênica e se associam à forma disseminada (algum tipo de imunodepressão) . Ossos são as estruturas frequentemente acometidas . Lesões podem ir de granuloma localizado à lesão gomosa . Expressão clínica pode ser por meio de nódulos, vegetação e ulceração e qualquer mucosa pode ser acometida - Formas viscerais: pulmões (bronquite, pneumonite e cavernas), rins (nefrite), fígado, baço, pâncreas e outros → DIAGNÓSTICO - Diagnóstico diferencial: PLECT (Paracoccidiomicose, leishmaniose tegumentar, esporotricose, cromomicose e tuberculose cutânea), outras micoses e tumores - Cultura: pus aspirado de nódulos flutuantes e biópsia -> colônias apresentam aspecto membranoso, inicialmente brancas e tornam-se enegrecidas, formando um halo ao redor da colônia em formato de ferradura - Exame histopatológico: formação de granuloma, zona externa com linfócitos e plasmócitos (sifiloide), uma intermediária de células epitelioides e uma central de polimorfonucleares - IFD: parasita é revelado com certa facilidade, mesmo nos tipos localizados → EVOLUÇÃO - Pode haver cura espontânea, sobretudo nas formas localizadas - Sistêmicas são graves → TRATAMENTO - Itraconazol 400mg/dia em 1 ou 2 tomadas por VO até a cura clínica . Crianças: 5mg/kg/dia → CARACTERÍSTICAS GERAIS - Micose cutânea, eminentemente crônica, em geral restrita à pele e ao tecido celular subcutâneo - Epidemiologia: predomina em trabalhadores rurais e extrativistas do sexo masculino (10 homens: 1 mulher) → MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS - Lesões com aspecto queloidiformes - Podem ser observadas lesões vegetantes, infiltrativas, ulceradas, gomosas e tuberocircinadas - Lesões têm consistência sólida, de coloração rósea ou amarronzada, lisas ou com pequenas escamas ou crostas, de crescimento lento - Localizam-se em MMII, pavilhões auriculares e MMSS - Assimétricas e circunscritas a uma região, raramente são generalizadas - Gânglios linfáticos regionais, quando comprometidos, são duros e sem flutuação - Mucosas são excepcionalmente acometidas → DIAGNÓSTICO - Exame direto: existência de parasita abundante ao exame direto a fresco - Histopatologia: histiocitário, havendo riquezade leveduras arredondadas com dupla membrana, birrefringente, multiplicando-se por brotamento simples → EVOLUÇÃO E PROGNÓSTICO - Evolução é eminentemente crônica, em geral com lesões circunscritas a determinado local - Prognóstico bom quanto à vida e, quase sempre, desfavorável quanto à estética e/ou movimentação dos membros afetados → TRATAMENTO - Eletrocoagulação, exérese cirúrgica e criocirurgia são indicadas com sucesso, particularmente nas lesões de pequeno porte - Clofazimina (200 mg/dia, durante muitos meses) tem certa ação resolutiva → CARACTERÍSTICAS GERAIS - Infecção fúngica crônica polimórfica da pele e do tecido celular subcutâneo - Causada por várias espécies de fungos demáceos (produzem pigmento escuro) - Encontrada mais frequentemente nas regiões tropicais e subtropicais, principalmente na zona rural - Etiologia: espécies Fonsecaea pedrosoi, Fonsecaea compacta, Cladosporium carrionii, Phialophora verrucosa, Rhinocladiella aquaspersa e Cladophialophora ajeloi são as mais comumente encontradas → TRANSMISSÃO - Penetração do fungo ocorre por traumatismo, sendo, por isso, mais frequente nos membros inferiores → MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS - Cerca de 1 a 2 meses após o trauma, surge, inicialmente, pápula e, mais raramente, nódulo - Lesões tornam-se vegetantes, com aspecto condilomatoso e/ou verrucoso e de crescimento contínuo, o que pode levar à impotência funcional da região afetada após anos → DIAGNÓSTICO - Exame direto: feito em crostas e fragmentos de pele, dissociados e clarificados pela potassa -> revela a existência dos corpos escleróticos, isolados ou agrupados com sua septação característica - Cultura - Exame histopatológico → TRATAMENTO - Difícil resposta aos diversos tratamentos existentes e com susceptibilidade diferenciada em função do agente - Eletrocoagulação de lesões pequenas e iniciais - Remoção cirúrgica de lesões vegetantes - Termoterapia local - Itraconazol 100-200mg/dia por 12 a 24 meses - Anfotericina B 1mg/kg 3x/semana IV + 5-fluorocitosina VO → CARACTERÍSTICAS GERAIS - Micose crônica, subaguda ou raramente aguda, produzida pelo Paracoccidioides brasiliensis, com comprometimento tegumentar e visceral - Doença granulomatosa sistêmica potencialmente letal - Epidemiologia: manifestação clínica crônica acomete preferencialmente adultos do sexo masculino, e a aguda/subaguda acomete indistintamente crianças e jovens de ambos os sexos → MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS - Classificação . Infecção sem lesões clínicas . Crônica do adulto: resultante da reativação de um foco latente de infecção . Aguda ou subaguda juvenil . Cicatricial: corresponde a pacientes tratados, com cicatrizes - Lesões mucosas . Estomatite moriforme de Aguiar Pupo . Lesões eritematoexulceradas com pontilhado finamente hemorrágico semelhante à superfície de uma amora - Lesões cutâneas . Número de lesões varia desde uma a inúmeras . Morfologicamente, podem ser papulosas, papulopustulosas, papulotuberosas, vegetantes, ulcerovegetantes e ulceradas . Predominam na metade superior do corpo . Fundo das lesões mamilonado, com pontilhado hemorrágico e aspecto moriforme - Adenopatias: podem ser regionais ou generalizadas, simulando um linfoma + amolecimento e fistulização - Lesões pulmonares: ocorrem em 80-90% dos casos → DIAGNÓSTICO - Visualização e no isolamento do fungo por meio do exame direto -> observam-se, com relativa facilidade, células arredondadas com membrana de duplo contorno, gemulação única ou múltipla - Histopatologia: revela duplicidade reativa (infiltração exsudativa) por meio de microabscessos de neutrófilos e granuloma gigantocitário e/ou tuberculoide, com parasitas no interior dos microabscessos e das células gigantes → TRATAMENTO - Sulfonamidas -> Sulfametoxazol + Trimetoprima . Utiliza-se como dose de ataque o equivalente a 2.400 mg/dia de sulfametoxazol (SMZ) e 480 mg/dia de trimetoprima (TMP) . Após 2 meses, reduz-se para 1.600 mg/dia de sulfametoxazol e 320 mg/dia de trimetoprima por 22 meses - Itraconazol . 200 mg/dia logo após umas das refeições principais (almoço ou jantar) com duração de 6 a 9 meses nas formas leves e 12 a 18 meses nas moderadas - Critérios de cura: na ausência de cura biológica, é fundamental acompanhar a evolução do tratamento também por meio de parâmetros laboratoriais (VHS e eletroforese de proteínas) → CARACTERÍSTICAS GERAIS - Doença contagiosa produzida pelo Sarcoptes scabiei var. hominis, que produz uma dermatose pruriginosa predominantemente noturna - Epidemiologia . Contágio direto . Incide em todas as idades, porém é mais comum no adulto . Não tem predileção por sexo ou raça . Endêmica, com surtos epidêmicos . Relação com a promiscuidade, inclusive sexual, o que justifica sua inclusão entre as doenças de transmissão sexual . Em geral, há mais de um caso no ambiente residencial ou familiar → ETIOPATOGENIA - Causada exclusivamente pela fêmea fecundada, já que o macho morre após a cópula, a qual penetra na epiderme, fazendo um túnel subcórneo, com a progressão noturna de 2 a 3 mm/dia - Seu ciclo vital é de 15 a 30 dias, durante o qual elimina cerca de 40 a 50 ovos, morrendo em seguida. - Cada ovo origina, em 3 a 5 dias, uma larva hexápode que se transforma em ninfa e, finalmente, chega à fase adulta - Prurido ocorre por dois mecanismos: alérgico e mecânico (provocado pela progressão do parasita, a qual se faz especialmente à noite, como consequência do calor do leito) - Período de incubação: de 3 a 4 semanas, quando aparece erupção pruriginosa, ou então de 1 ou 2 dias, nos casos de reinfecção dos pacientes que se alergizarem → MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS - Lesão típica: túnel escabiótico (5 a 15 mm), de cor acinzentada clara ou da cor da pele, em geral sinuoso - Eminência acarina: vesícula presente na extremidade migrante do tamanho de uma cabeça de alfinete - Número de túneis aumenta com a duração da doença, localizam-se preferentemente nos dedos, nas pregas interdigitais, nos punhos, nos cotovelos, nos mamilos (sobretudo nas mulheres), nas pregas axilares, na genitália, nas nádegas e no hipogástrio - Crianças: lesões localizam-se também no couro cabeludo, nas palmas e nas plantas - Observam-se lesões de escoriação com impetiginização secundária - Prurido noturno - Complicação: evolução para glomerulonefrite → SARNA CROSTOSA - Formação de crostas estratificadas, que podem chegar a centímetros de espessura, localizadas, preferentemente, nas eminências ósseas, podendo, inclusive, comprometer unhas, face, cabeça e regiões palmoplantares - Ocorre em indivíduos de hábitos higiênicos precários, neuropatas, deficientes mentais e imunodeprimidos - Pode ser uma manifestação da infecção pelo vírus HTLV-1 e, portanto, deve-se considerar a solicitação de sorologia diante de um quadro suspeito → DIAGNÓSTICO - Presença de prurido noturno e túneis simetricamente dispostos nos locais de eleição levam ao diagnóstico - Confirmado pelo achado do Sarcoptes na eminência acarina (escarificar com um alfinete e lente de aumento pequena) - Dermatoscopia: achado de pequenas estruturas triangulares (asa delta) e enegrecidas acompanhadas de um pequeno segmento linear encontrado na base do triângulo, que correspondem respectivamente à porção pigmentada anterior do ácaro e ao túnel escabiótico preenchido com ovos e fezes do parasita - Diagnóstico diferencial: psoríase, doença de Darier, farmacodermia, dermatite seborreica e eczemas → TRATAMENTO - Levantamento de todos os habitantes da casa para avaliar os acometidos -> tratar todos - Lavar roupas pessoais, de cama e toalhas até após o 2º dia de tratamento - Corticosteroides de uso localaplicados 2 a 3 vezes/dia devem ser empregados nos casos de prurido excessivo - Escabicidas tópicos Permetrina 5% em loção com aplicação única à noite, e uma segunda após 5 a 7 dias. Não deve ser usada em crianças menores de 2 meses, gestantes e durante o aleitamento Monossulfiram Solução a 25% -> diluir uma parte do medicamento em 2 a 3 de água, para adultos, e 3 a 4 de água, para crianças Benzoato de benzila Loção ou creme Efeitos adversos são irritação primária, xerose e prurido Enxofre Na forma de enxofre precipitado (5 a 10%) em vaselina líquida ou pasta d’água, por 3 noites consecutivas Adequado para crianças com menos de 2 meses, gestantes e durante a lactação - Tratamento sistêmico: IVERMECTINA -> dose preconizada é de 200 µg/kg, ou seja, 1 comprimido para cada 30 kg . Dose única ou, preferentemente, repetida após 10 dias, em jejum ou longe das refeições . Deve ser evitado em crianças com menos de 15 kg, em pacientes com alteração da barreira hematoencefálica e no período da amamentação → CARACTERÍSTICAS GERAIS - Dermatose pruriginosa produzida pela inoculação acidental na pele de larvas de ancilóstomos de animais - Epidemiologia . Ocorre nas zonas tropical e subtropical, em áreas quentes e úmidas . Acomete qualquer idade, porém é mais comum em crianças que brincam em quintais, jardins e/ou praia - Etiopatogenia . Homem, ao entrar em contato com essa terra ou areia, infesta-se pela penetração das larvas através da pele . Larva instala-se na epiderme e provoca uma reação inflamatória por parte do organismo, podendo ficar bloqueada ou progredir intraepidermicamente, formando um túnel, com maior progressão noturna (2 a 5 cm diários) . IgE sérica encontra-se elevada → MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS - Lesões são em número imprevisível e têm localização mais frequente nos pés e nas nádegas - Lesão elementar é uma pápula eritematosa de alguns milímetros, intensamente pruriginosa - Larva caminha e produz um túnel eritematopapuloso, sinuoso, cuja extremidade migrante apresenta-se mais ativa, enquanto a área terminal do túnel começa a entrar em regressão, apresentando-se discretamente escamosa - Larva migrans disseminada é rara e pode desencadear a síndrome de Loeffler, que cursa com febre, alterações respiratórias, infiltrados pulmonares e eosinofilia periférica → DIAGNÓSTICO - Morfologia migrante é, por si só, diagnóstica - Forma papulosa é de diagnóstico mais difícil, confundindo-se com as reações à picada do inseto → TRATAMENTO - Lesões numerosas: tiabendazol oral 30 a 50 mg/kg de peso, em dose única, antes de dormir ou em dose fracionada, com dose máxima para adultos de 3 gramas em tomada única - Poucas lesões: tratamento tópico (pomada a 25%) 2x/dia → CARACTERÍSTICAS GERAIS - Dermatose autolimitada, produzida por uma pulga (Tunga penetrans) - Epidemiologia . Doença tropical, ocorrendo no porco e no homem . Adquirida em lugares arenosos, estábulos e pocilgas - Etiopatogenia . Fêmea se fixa na pele, onde penetra parcialmente e ingere o sangue com a finalidade da ovulação, provocando lesão . Seus ovos, em grande número, intumescem-lhe a parte posterior do abdome, produzindo a lesão . Rompimento do abdome promove a eliminação dos ovos para o exterior, caindo no solo . Fêmea morre, havendo a cura espontânea do quadro clínico → MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS - Lesão é muito característica e consiste em pequena pápula esférica, branco-amarelada, com um ponto negro central - Número variável -> quando numerosas e agrupadas, seu aspecto dá a impressão de favo de mel - Prurido e dor discreta - Localizações preferenciais são as regiões plantares, periungueais e interdigitais → TRATAMENTO - Remoção completa do parasita - Poucas lesões: retirada com agulha estéril e posterior desinfecção - Infestação maciça: tiabendazol, 30 a 50 mg/kg/dia durante 10 dias ou ivermectina - Infecção associada: ATB - Pulga morre dentro de 2 a 3 semanas, com ou sem tratamento - Profilaxia: uso de calçados, repelentes naturais e nas fontes, utilização de fogo ou DDT → CARACTERÍSTICAS GERAIS - Dermatite irritativa de contato pela toxina do Paederus (potó) - Observada em determinados períodos do ano, com variação de uma região para a outra, conforme os períodos de chuva e estiagem, calor ou umidade, e respectivos hábitos das diferentes espécies - Encontrados em vegetação rasteira ou durante a noite no ambiente domiciliar, atraídos pela luz → MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS - Após a liberação do líquido vesicante (pederina) quando o inseto é tocado ou esmagado, ocorre ardor e/ou prurido, seguidos de eritema, vesículas, vesicopústula e crostas de arranjo variável: lineares, numulares ou radiadas - Mais frequentes em áreas expostas, principalmente pescoço, faces e braços - Pode acometer áreas extensas da pele pelo contato com múltiplos insetos, quando podem associar-se febre, calafrios e prostração - Região periorbital: blefarite, conjuntivite e, mais raramente, irites e úlcera de córnea - Quadro regride em 7 a 12 dias → DIAGNÓSTICO - Diagnóstico diferencial: herpes simples, herpes-zóster, dermatite de contato, dermatite seborreica, impetigo, fitofotodermatose, pênfigo foliáceo ou vulgar e queimaduras → TRATAMENTO - Fase aguda: banhos e compressas úmidas seguidas de cremes ou pomadas com corticosteroide e/ou antibióticos, na fase aguda - Casos complicados com infecção bacteriana extensa ou grave: antibioticoterapia oral ou parenteral - Lesões oftalmológicas: banhos e/ou compressas com água boricada a 1% ou solução fisiológica; na suspeita de irites ou úlceras de córnea, deve-se solicitar o acompanhamento do oftalmologista
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