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Universidade Federal Fluminense (UFF) Curso de Administração Pública Disciplina: Filosofia e Ética Nome do aluno: Gabrielle Lopes White Polo: Três Rios Matrícula: 18213110150 Questões da Atividade a distância I 1) A Cosmologia é o estudo da origem, evolução e estrutura do universo. Desde seu início, a Filosofia nasceu da admiração e do espanto diante do mundo, de uma busca por uma explicação racional para o surgimento e ordenação de tudo que existe, o cosmos. Disso, entende-se que a cosmologia era uma explicação racional da physis do universo, sendo assim, considerada uma física. A palavra "metafísica" surgiu por volta dos anos 50 a.C, quando as obras de Aristóteles - que estavam dispersas e perdidas, foram classificadas e ordenadas. Tais escritos haviam recebido uma designação pelo próprio Aristóteles, são os estudos da Filosofia Primeira, que após o trabalho de Andrônico de Rodes de ordená-los, passou a ser chamada de metafísica, palavra que tem como significado "aqueles que estão depois da física". 2) a palavra "metafísica" surgiu enquanto Andrônico de Rodes, por volta dos anos 50 a.C recolhia e classificava as obras de Aristóteles que, durante muitos anos, ficaram perdidas e dispersas. Com essa palavra, o organizador dos textos aristotélicos indicava um conjunto de escritos que localizavam-se após os tratados sobre a física ou a Natureza, pois o significado literal é "aqueles (escritos) que vêm/estão depois da física", surgindo do grego ta meta ta physika. (Ta: aqueles, meta: depois, após, ta physika: aqueles da física). Dessa forma, o que Aristóteles chamou de Filosofia Primeira passou a ser denominado metafísica. Já no século XVII, o filósofo alemão Jacobus Thomasius considerou que a palavra correta para designar a metafísica e a Filosofia Primeira era ontologia. Ontologia significa "estudo ou conhecimento do Ser, das coisas ou dos entes tais como são em si mesmas, real e verdadeiramente." Sendo composta por dois substantivos gregos, ta onta (os bens e as coisas realmente possuídas por alguém) e ta eonta (as coisas realmente existentes) que derivam do verbo einai (ser em grego). Sendo o particípio presente deste verbo se diz on (ente) e ontos (entes). Dessa maneira, as palavras onta e eonta (as coisas) e on (ente) levaram a um substantivo: to on (o Ser). O ser é o que é realmente e se opõe ao que parece ser. Baseando-se no fato de que Aristóteles afirmaram que a Filosofia Primeira é o estudo do Ser real e verdadeiro das coisas, daquilo que elas são independente das aparências, faria sentido designar a Filosofia Primeira com a palavra ontologia. Nesse caso, metafísica passa a ser somente o lugar ocupado pelos livros da Filosofia Primeira nos catálogos aristotélicos. Porém, a tradição consagrou a palavra metafísica no lugar de ontologia, porque Aristóteles, ao definir a Filosofia Primeira, também afirmou que ela estuda os princípios e as causas primeiras de todos os seres, estudo que deve "vir antes", (no sentido de ser superior, fundamental, condição de existência) que todos os outros. Metafísica, nesse caso, quer dizer: aquilo que é a condição e fundamento de tudo que existe e de tudo que possa ser conhecido. 3) a palavra "ontologia" significa: estudo ou conhecimento do Ser, dos entes ou das coisas tais como são em si mesmas, real e verdadeiramente. Parmênides de Eleia afirmou, em primeira mão, que o mundo percebido por nossos sentidos é um mundo ilusório, feito de aparências, sobre as quais formulamos nossas opiniões. Segundo ele, o Ser é. Sendo assim, sempre idêntico a si mesmo, imutável, imperecível, eterno e invisível aos nossos sentidos, visível apenas para o pensamento. Parmênides contrapôs o mundo mutável da Natureza e sua aparência sensível dizendo que ela não possui realidade, não existe verdadeiramente, ou seja, não é. Ao negar a cosmologia, tornou-a impossível, afirmando que o pensamento verdadeiro exige a identidade e a não-contradição do Ser (mudanças). Pensar é contemplar a realidade como idêntica a si mesma, o Ser. Multiplicidade, mudança, nascimento e perecimento são aparências, ilusões dos sentidos. Abandonando este pensamento, a cosmologia passou à ontologia. 4) Parmênides considera o Ser com apenas um significado, imutável, único e idêntico a si mesmo. Para ele, o mundo sensível das aparências é o nada, o não Ser em sentido forte, não tem realidade nenhuma, não existe. Platão se viu diante de um impasse filosófico, já que ele além de concordar parcialmente com Parmênides, também concordava com Heráclito de Eféso, que eram pensamentos antagônicos. Heráclito de Eféso defendia que o mundo material/de nossa experiência sensível é mutável e contraditório, e, por isso, dele só nos chegam as aparências das coisas e sobre ele só podemos ter opiniões contrárias e contraditórias. A ontologia platônica introduz uma divisão no mundo para resolução desse problema, afirmando a existência de dois mundos inteiramente diferentes e separados: o mundo sensível e o mundo inteligível. O primeiro é o mundo das coisas e o segundo é o mundo das ideias ou das essências verdadeiras. O mundo das ideias ou essências é o mundo do Ser; o mundo sensível das coisas e aparências é o mundo do Não-Ser. Aqui podemos notar a diferença entre Platão e Parmênides, porque para Parmênides o Não-Ser é o nada, para Platão, o Não-Ser é alguma coisa; é o outro do Ser, o que é diferente do Ser, o que nos ilude e nos causa erros. Em vez de ser um puro nada, é um falso ser, aquilo que Platão chama de pseudo-ser. O Não-Ser é sensível. Há também outra diferença entre as ontologias dos filósofos, para Parmênides, o Ser era uno, idêntico, eterno e imutável, sendo assim, a Filosofia começava e terminava nessas três fases, nada mais podendo pensar ou dizer. Parmênides paralisava a filosofia, proibindo-a de conhecer mais objetos e prosseguir como investigação da verdade. Para quebrar tal unidade-unicidade, primeiramente Platão distinguiu dois sentidos para a palavra Ser: a primeira, o sentido forte, tendo Ser com o significado de realidade ou existência (o Ser é.) E o sentido mais fraco, tendo ser como verbo de ligação (o homem é mortal). Em segundo lugar, afirmou que no sentido forte do Ser existem múltiplos seres e não um só, cada um deles possuindo as características do Ser de Parmênides (uno, eterno, imutável, idêntico). Esses seres são as ideias, o mundo inteligível. E no sentido fraco, o verbo ou predicado ser, cada ideia é um sujeito real que possui um conjunto de predicados reais ou de propriedades essenciais e que a fazem ser o que ela é em si mesma. Podemos tomar como exemplo a justiça, a justiça é (há a ideia de justiça) e os seres humanos podem ser justos (possuem o predicado da justiça como parte de si mesmos). 5) Platão acreditava que por trás de toda a nossa realidade material, o mundo sensível, há uma realidade abstrata e perfeita. As ideias são seres perfeitos e inteligíveis que as formas imateriais tentam imitar de maneira imperfeita. A responsabilidade de passar das cópias imperfeitas aos modelos perfeitos cabe à Filosofia, por meio da dialética. A dialética é o processo de diálogo entre interlocutores comprometidos em encontrar a verdade, através do qual o pensamento se eleva, gradativamente, das aparências sensíveis às realidades inteligíveis ou ideias. Passar do sensível ao inteligível é passar da aparência ao real, do Não-Ser ao Ser. Referências bibliográficas: CHAUÍ, M. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 1995