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1 GENÉTICA E EMBRIOLOGIA Vanessa Berto OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM • Conhecer as alterações morfológicas envol- vidas desde a formação do zigoto até a for- mação do blastocisto; • Compreender os processos envolvidos na implantação do embrião no endométrio do útero materno; • Caracterizar morfologicamente o embrião após as duas primeiras semanas do desen- volvimento; • Reconhecer as principais estruturas mor- fológicas do embrião e suas funções no de- senvolvimento do mesmo. COMPLEXO QUE ENVOLVE O OVÓCITO II • ZONA PELÚCIDA: camada acelular, de composição glicoproteica, que envolve o ovócito secundário. • CORONA RADIATA: várias camadas de cé- lulas que envolvem mais externamente o gameta feminino. Envolve a zona pelúcida. • IMPORTÂNCIA - Relação de especificidade (para que o ovó- cito seja fecundado apenas por gametas masculinos da mesma espécie); - Evitar polispermia (quando um esperma- tozoide a atravessa, ela fica impermeável a outros espermatozoides). Obs.: O óvulo só se forma após a conclusão da meiose, a qual ocorre apenas quando o esper- matozoide fecunda o gameta feminino. CICLO MENSTRUAL • Tem início no 1º dia da menstruação; • Em um ciclo regular (28 dias), no 14º dia ocorre a ovulação, que é marcada pela li- beração do ovócito II pelo ovário em direção à tuba uterina • Picos de LH e FSH → favorecem a ocorrên- cia do processo de ovulação • Do período de ovulação até a próxima menstruação há um espessamento da pa- rede uterina • Corpo lúteo: produz progesterona, que es- timula o desenvolvimento do endométrio (estimulando o surgimento de glândulas endometriais e de capilares sanguíneos, se preparando para receber o concepto = em- brião + anexos embrionários) • Caso não ocorra fecundação, corpo lúteo de degenera e origina o corpo albicans (massa de tecido cicatricial fibrótico) e ní- veis de progesterona caem. 2 GENÉTICA E EMBRIOLOGIA Vanessa Berto 1ª SEMANA DO DESENVOLVIMENTO • Inicia-se com a formação do zigoto (fusão do pró-núcleo do gameta feminino com o pró-núcleo do gameta masculino) • 30 horas após sua formação, iniciam-se rá- pidas e sucessivas divisões mitóticas (CLIVAGENS) → são tão rápidas que não permitem o aumento do volume celular, não dá tempo de o citoplasma crescer, ori- ginando células cada vez menores. • Degeneração da corona radiata (vai se de- generando ao longo do trajeto em direção ao útero) • Zona pelúcida permanece • ESTÁGIO DE 9 BLASTÔMEROS o Secreção de glicoproteínas adesivas, que ocasionam uma compactação das células, formando uma massa de células maciça; o Presença das glicoproteínas adesivas ati- vam a via de sinalização Hippo, que está relacionada com fatores de supressão tu- moral (evita a proliferação desordenada de células e contribui para a diferenciação de alguns tipos de células que estão presentes nessa massa celular) o A ativação da sinalização Hippo permite a diferenciação entre Embrioblasto (células que vão formar o embrião propriamente dito) x Trofoblasto (células que darão ori- gem aos anexos embrionários) • ESTÁGIO DE 12-16 BLASTÔMEROS ATÉ FORMAR O BLASTOCISTO (APROXIMA- DAMENTE 32 BLASTÔMEROS) o Mórula (massa compacta de blastômeros) FERTILIZAÇÃO IN VITRO X INJEÇÃO IN- TRACITOPLASMÁTICA DE ESPERMATO- ZOIDE • FIV CONVENCIONAL: coloca-se os game- tas em uma placa de Petri, com meio apro- priado, e o espermatozoide com melhores condições irá fecundar o oocito. • FIV-ICSI: seleção específica dos gametas, em que há injeção direta (com uma agulha bem fina) do gameta masculino no gameta feminino. • Estágio inicial tem cerca de 8 blastômeros; • Ocorre processo de compactação e forma- ção da mórula (12-16 blastômeros), que é o estágio em que o embrião chega à cavi- dade do útero; ocorre entre o 3º e o 4º dia; • No endométrio do útero, existem glândulas que estão liberando conteúdo mucoso (flu- ido com água, sais minerais...); • Fluido entra no conjunto de células com- pactas e vai as afastando, começando a promover uma reorganização dos blastô- meros (CAVITAÇÃO- formação da cavi- dade blastocística); • Um conjunto de blastômeros irá se agru- par em um polo, dando origem ao em- brioblasto (massa celular interna), onde estão as células que formarão o embrião; • Um outro conjunto de células irá revestir a estrutura onde está o embrioblasto, dando origem ao trofoblasto; • Forma-se a cavidade blastocística (a partir desse momento a mórula passa a ser cha- mada de blastocisto). RECAPITULANDO... - Toda célula precisa de nutriente (apenas o flu- ido mucoso secretado pelas glândulas do endo- métrio não será suficiente, por isso, há o surgi- mento da placenta); - Nutrição das células da mórula ocorre por difu- são (fluido da cavidade uterina; oxigênio e nutri- entes iam passando célula a célula); - Nutrição do blastocisto também ocorre por difu- são; - Esse tipo de nutrição não é suficiente para o de- senvolvimento do embrião. 3 GENÉTICA E EMBRIOLOGIA Vanessa Berto AO FINAL DA PRIMEIRA SEMANA, OCORRE O CONTATO DO BLASTOCISTO COM O EPITÉLIO DA PAREDE UTERINA • Pelo polo embrionário, há o contato com a parede do útero • Trofoblasto começa a se diferenciar, mem- branas plasmáticas começam a se fundir, formando uma grande massa citoplasmá- tica multinucleada (SINCICIOTROFO- BLASTO) • Trofoblasto passa se chamar CITOTROFO- BLASTO • SINCICIOTROFOBLASTO: Secreção de proteases, enzimas proteolíticas que aju- darão a “invadir” o endométrio; produção de HCG • Ocorre a formação do hipoblasto (diferen- ciação da camada de células do em- brioblasto voltada para a cavidade blasto- cística, que vai ficando mais achatada); é nessa região que se forma o endoderma do embrião na 3ª semana de gestação. ATENÇÃO!!! • Durante o início da implantação, há a se- creção de uma proteína imunossupressora – fator de gestação inicial. • Base do teste de gravidez nos primeiros dez dias do desenvolvimento (EPF): forma mais precoce de diagnosticar a gravidez, mas não é a mais utilizada. PONTOS MARCANTES DA PRIMEIRA SEMANA • DIA 1: zigoto “inerte” na tuba uterina; • DIA 2: início da CLIVAGEM; • DIA 3: compactação – formação da MÓ- RULA • DIA 4 E 5: cavitação – formação do BLAS- TOCISTO (e degeneração da zona pelúcida) • DIA 6: contato do blastocisto com o epitélio endometrial; • DIA 7: diferenciação do trofoblasto (citotro- foblasto e sinciciotrofoblasto); implantação superficial do blastocisto; diferenciação do HIPOBLASTO na superfície inferior do blastocisto. 2ª SEMANA DO DESENVOLVIMENTO ¹ gonadotrofina coriônica humana – HCG (esti- mula o corpo lúteo a continuar ativo produzindo progesterona até a placenta se formar) ² mantém os níveis de estrogênio e progesterona – manutenção inicial da gestação SINCICIOTROFOBLASTO 4 GENÉTICA E EMBRIOLOGIA Vanessa Berto NO INÍCIO DA SEGUNDA SEMANA... - A partir das células do hipoblasto, houve uma proliferação de células, que foram migrando e re- vestindo a cavidade blastocística, que passa a ser chamada de cavidade exocelômica. A membrana formada é denominada membrana exocelômica ou membrana de Heuser. - Começa a ocorrer a entrada de fluido no em- brioblasto e há a formação da cavidade amniótica, revestida por amnioblastos. - A outra camada de células colunares, que tam- bém se diferenciou do embrioblasto, formará o epiblasto - O embrião, na segunda semana, consiste em duas camadas de células: hipoblasto e epiblasto (Disco bilaminar) - Concepto praticamente todo implantado, bas- tando apenas a reconstrução do epitélio. - Mesoderma extraembrionário surge a partir de células da parede da vesícula umbilical primitiva. 10º dia - Final da implantação do blastocisto - Formação do tampão de fibrina e reconstrução do epitélio - Mulherconsiderada oficialmente grávida! - O 10º dia do desenvolvimento embrionário cor- responde ao 24º/26º dia do ciclo menstrual - A partir desse período, já se pode obter uma boa dosagem do HCG para realização dos testes de gravidez (sangue e, em alguns casos, urina). 12º dia - Sinciciotrofoblasto continua se expandindo e rompendo capilares sanguíneos; - Expansão da rede lacunar - começam a surgir lacunas que vão sendo preenchidas pelo embrió- trofo (sangue materno + restos celulares de glân- dulas uterinas → fluido rico em nutrientes e oxi- gênio) - Formação dos espaços celômicos. 8º dia 9º dia 5 GENÉTICA E EMBRIOLOGIA Vanessa Berto REAÇÃO DECIDUAL • É um processo que ocorre nas células do endométrio da região onde o concepto está sendo implantado (células deciduais) • Acumulação de lipídios e glicogênio para nutrição do embrião • Para que não ocorra uma reação de rejei- ção, as células deciduais secretam prosta- glandinas E2 e IL-10, que são fatores anti- inflamatórios • Em suma, a reação decidual promove um ambiente favorável em relação à nutrição e em relação à proteção contra resposta imu- nológica materna. ________________________________________________ 13º dia - Redução da vesícula umbilical primitiva; - Formação das vilosidades coriônicas primárias; - Formação do saco coriônico. CELOMA EXTRAEMBRIONÁRIO: quando surge, há a definição da formação do saco coriônico (é de- limitado pelo mesoderma extraembrionário, cito- trofoblasto e sincício trofoblasto). COMPONENTE EMBRIONÁRIO/FETAL DA PLA- CENTA: vilosidades coriônicas primárias. ________________________________________________ 14º dia - Vesícula umbilical secundária; - Pedículo/pedúnculo do embrião (formado por massa do mesoderma extraembrionário, que vai conectar o embrião e seus anexo à parede do saco coriônico), o pedículo só é evidente no 14º dia (ao final da segunda semana); - Placa precordal (espessamento de região do hi- poblasto) – região da futura boca IMPLANTAÇÕES ECTÓPICAS A a F → gravidez tubária G → gravidez abdominal H → gravidez ovariana * Litopédio- raro
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