Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
SEMIOLOGIA DO FÍGADO VESÍCULA E PÂNCREAS Semiologia do adulto e do idoso – EDUARDO FERREIRA SEMIOLOGIA DO PÂNCRE O pâncreas é de difícil acesso no exame físico, anamnese importante: Sexo: pancreatite aguda – mulheres; pancreatite crônica – homens. Hábitos de vida: alcoolismo – pancreatite crônica DOR Contínua por várias horas Frequente nas pancreatites Região epigástrica e hipocôndrio esquerdo, às vezes retroesternal. Irradia para o dorso. Piora com a alimentação e pode diminuir quando há inclinação para frente ou comprime o tórax com o joelho Na pancreatite crônica pode não ocorrer ou substituir por um mal-estar epigástrico em 50% dos pacientes. Paciente que bebe apenas no fim de semana intermitente – cerca de 12-48h drinque, durando de horas à dias. No câncer de pâncreas, a dor não é intensa inicialmente, mas 80% relatam dor abdominal. A dor em faixa ou cinturão é observada em pequena quantidade de pacientes. NÁUSEAS E VÔMITOS Em 75% dos casos de inflamação Vômitos de difícil controle o Desequilíbrio hidroeletrolítico EMAGRECIMENTO Pancreatite crônica devido à insuficiência exócrina e endócrina. Pancreatite aguda devido ao jejum prolongado e acentuado catabolismo que se instala no decorrer da doença; ANOREXIA Em quaisquer doenças do pâncreas, mais frequentes em processos neoplásicos. ASTENIA Em todas as doenças crônicas. A presença de Astenia + anorexia + emagrecimento sugere neoplasia. ICTERÍCIA (1) Obstrução do colédoco terminal determinando icterícia e pancreatite. (2) Edema do tecido pancreático, comprimindo o colédoco intrapancreático e determinando icterícia. SEMIOLOGIA DO FÍGADO, BAÇO, VESÍCULA E PÂNCREAS EDUARDO FERREIRA SEMIOLOGIA DO PÂNCREAS O pâncreas é de difícil acesso no exame físico, anamnese mulheres; pancreatite pancreatite crônica Região epigástrica e hipocôndrio esquerdo, às vezes radia para o dorso. Piora com a alimentação e pode diminuir quando há inclinação para frente ou comprime o tórax com Na pancreatite crônica pode não ocorrer ou estar epigástrico em 50% dos s no fim de semana – dor após o último No câncer de pâncreas, a dor não é intensa inicialmente, mas 80% relatam dor abdominal. A dor em faixa ou cinturão é observada em e pacientes. Desequilíbrio hidroeletrolítico Pancreatite crônica devido à insuficiência exócrina Pancreatite aguda devido ao jejum prolongado e acentuado catabolismo que se instala no decorrer Em quaisquer doenças do pâncreas, mais frequentes em Em todas as doenças crônicas. A presença de Astenia + anorexia + emagrecimento sugere neoplasia. Obstrução do colédoco terminal determinando Edema do tecido pancreático, comprimindo o colédoco intrapancreático e determinando icterícia. Icterícia + prurido generalizado, colúria (urina escura “café”) + acolia fecal (fezes claras, pode ter esteatorreia) sempre obstrução do colédoco terminal neoplasias na porção cefálica do pâncr fibrose nessa área por pancreatite crônica. DIARREIA Insuficiência pancreática – brilhantes, de odor rançoso, coloração pálida, traços de camada oleosa sobre a água. MÁ ABSORÇÃO Representada por Esteatorreia – 70% das glândulas destruídas deficiência de lípase. Creatorreia – perda de proteínas nas fezes insuficiência de enzi quimotripsina). Isso tudo causa deficiência de absorção de vitaminas lipossolúveis, oligoelementos e hipoalbuminemia. Alterações sistêmicas: Osteoporose Lesões dermatológicas tipo pelagra Manifestações neurológicas (neuropati periféricas, demência e encefalopatias) Discrasias Edema localizado ou anasarca. DIABETES De forma branda até forma fraca em 30% das pancreatites crônicas. HEMORRAGIAS Pancreatite aguda e agutização da pancreatite crônica digestão das paredes dos vasos por enzimas pancreáticas ativas (+elastase). O sangue fica restrito à glândula ou em cavidade retro ou perioneal. Pode surgir como hemorragia Icterícia + prurido generalizado, colúria (urina escura “café”) (fezes claras, pode ter esteatorreia) – quase sempre obstrução do colédoco terminal – cistos ou neoplasias na porção cefálica do pâncreas, podendo ser fibrose nessa área por pancreatite crônica. DIARREIA – fezes volumosas, pastosas, brilhantes, de odor rançoso, coloração pálida, traços de camada oleosa sobre a água. MÁ ABSORÇÃO 70% das glândulas destruídas – deficiência de lípase. perda de proteínas nas fezes – insuficiência de enzimas proteolíticas (tripsina e Isso tudo causa deficiência de absorção de vitaminas lipossolúveis, oligoelementos e hipoalbuminemia. Lesões dermatológicas tipo pelagra Manifestações neurológicas (neuropatias periféricas, demência e encefalopatias) Edema localizado ou anasarca. DIABETES De forma branda até forma fraca em 30% das pancreatites HEMORRAGIAS Pancreatite aguda e agutização da pancreatite crônica – digestão das paredes dos vasos por enzimas pancreáticas ativas (+elastase). O sangue fica restrito à glândula ou em cavidade retro ou perioneal. Pode surgir como hemorragia P á g i n a | 2 digestiva se o vaso estiver comunicando com o canal pancreático ou possuir uma fístula pancreatodigestiva. Acometimento agudo, surge: Íleo dinâmico Distensão abdominal Sinais de insuficiência pulmonar e renal ANTECEDENTES PESSOAIS Afecções biliares Traumatismos abdominais Afecções respiratórias crônicas, quando associada a pancreatite crônica em crianças mucoviscidose. Hiperparatiteoidismo Úlcera péptica Desnutrição. Medicamentos – diuréticos (furosemida), outros (azotioprina, sulfassalazina, ácido valproico) Antecedentes familiares o Mucoviscidose o Síndrome de Schwachman o Pancreatite crônica EXAME FÍSICO DO PÂNCREAS Muito difícil de palpar; quando alterado por tumorações, é possível no andar superior do abdome. Em pancreatite grave, dois sinais devem ser procurados: Cullen e de Grey-Turner – manchas azuladas na região periumbilical e flancos, respectivamente. Forma necro-hemorrágica da afecção. Comprometimento crônico: o Emagrecimento o Alterações tegumentares tipo pelagra o Cabelos secos e quebradiços o Glossite (inflamação da língua – déficit de vitamina B ou zinco) e queilite (inflamação dos lábios) o Edema de MMII HEPATOMEGALIA: em pacientes alcoólicos, sugere hepatopatia alcoólica concomitante com pancreatite crônica. ESPLENOMEGALIA: (1) trombose da veia esplênica ou da veia porta e a (2) associação à doença crônica do fígado. O primeiro é possível correção cirúrgica. ASCITE: alta concentração de amilase, aspecto serossanguinolento (ruptura do cisto necro-hemorrágico). DERRAME PLEURAL: Mais frequente na esquerda. Líquido com alto teor de amilase. SINAL DE COUVOISIER: Vesícula biliar palpável em paciente ictérico – caracterizando obstrução prolongada do colédoco terminal, neoplasia da cabeça do pâncreas. ANAMNESE DO FÍGADO E VESÍCULA BILIAR DOR Localizada no quadrante superior direito, originada da cápsula de Glisson, sem irradiação que piora com a palpação. Dor das vias biliares se apresenta de duas formas: (1) Cólica biliar – início súbito, grande intensidade, hipocôndrio direito, várias horas de duração. Paciente inquieto, nauseado, podendo apresentar vômitos. Ex.: colelitíase. Se surgir icterícia, indica migração do cálculo para o colédoco. (2) Colecistite aguda – dor contínua, podendo irradiar para o ângulo da escápula ou ombro direito. Hiperestesia e contratura muscular. Sinal de Murphy. ICTERÍCIA Observar na esclera. Duração, intensidade e evolução da icterícia – instalação súbita ou gradativa – aumento progressivo ou flutuação de intensidade. Saber a cor da urina e das fezes e se há ou não prurido. NÁUSEAS E VÔMITOS Na colecistite e na colelitíase constumam estar associados à ingestão de alimentos gordurosos. EXAME FÍSICO DO FÍGADO E VESÍCULA BILIAR EXAMEDO FÍGADO Inspeção: nódulos ou massas Percussão: Limite superior e inferior do fígado Palpação: Borda – final (mais normal) e romba Superfície Sensibilidade e consistência – comum na insuficiência cardíaca congestiva e hepatite viral. o Dor ou não o Consistência elástico, dura (cirrose), amolecido (esteatose) Reflexo hepatojugular – compressão firme e contínua do fígado em pacientes cardiopatas – observar se há enchimento e turgência da veia jugular externa direita, paciente com a cabeça voltada para esquerda. Se positivo: reflexo hepatojugular – sinal de insuficiência ventricular esquerda. P á g i n a | 3 Métodos: Palpação “em garra” ou processo Mathieu – mãos paralelas no abdome, dispostas com os dedos em garra (dedos para frente e para cima), pesquisando, desde a fossa ilíaca direita, a borda inferior do fígado durante as inspirações. Dedos em garras Palpação hepática “bimanual” ou processo Lemos Torres Mão no dorso. Palpação da borda hepática durante inspiração. Método da pinça semicírculo de skoda – pesquisa de ascite – pontos de transição entre o som timpânico e submaciço- maciço. Manobra do rechaço – órgãos sólidos aumentados ou massas abdominais – palpação profunda, soltando bruscamente sem tirar a mão da parede abdominal para sentir a volta do sólido. Ausculta: Sopros suaves nos câncer primitivos e hepatite alcoólica. Atritos em algumas neoplasias. EX.: SINAIS DE IRRITAÇÃO PERITONIEAL Sinal de Blumberg – Sinal da descompressão dolorosa (exacerbou) – começar no ponto menos doloroso. o Ponto de McBurney – entre cicatriz umbilical e a espinha ilíaca ântero- superior, traçar uma ilha e dividir em 3 partes iguais. O ponto de transição entre o terço médio e o terço lateral. Apendicite aguda P á g i n a | 4 Sinal de Murphy – Colecistite – hipocôndrio direito no ponto cístico – linha hemiclavicular em torno de 2 cm abaixo do rebordo costal. Com a mão parada – inspirar profundamente e depois soltar – durante a expiração aprofunda a mão e pede para inspirar novamente – paciente refere dor e para de respirar. Sinal de Rovsing – Palpação dolorosa da fossa ilíaca esquerda – exacerbação da dor na fossa ilíaca direita aumento da pressão do colon que se distribui e provoca a distensão do ceco. Sinais da musculatura do abdome atingida o Sinal do Psoas – decúbito lateral contralateral ao lado examinado – tração de todo o membro inferior posteriormente. o Sinal do Obturador – processo inflamatório na pelve – fletir a coxa sobre o tronco – rotação interna da coxa – pede para o paciente colocar uma força contralateral a mão se dor Video: https://www.youtube.com/watch?v=yMJEjzsx_UM EXAME DA VESÍCULA BILIAR Sinal de Courvoisier: vesícula biliar palpável em paciente ictérico é sugestivo de neoplasia maligna – maioria das vezes cabeça do pâncreas. Sinal de Murphy: dor quando há compressão do ponto cístico, abaixo do rebordo costal direito com a borda interna do m. reto do abdome, durante a inspiração profunda. EXAME DO BAÇO Semelhante ao fígado. Palpar da fossa ilíaca direita até o gradil costal esquerdo. Palpável quando está, no mínimo, o dobro do tamanho. Espaço de Traube: zona de percussão de timbre timpânico de formato semilunar, limitada à direita pelo lobo esquerdo do fígado, acima pelo diafragma e pulmão esquerdos e à esquerda pela linha axilar anterior esquerda. Delimitações: 5º ou 6º espaço intercostal/linha axilar anterior/rebordo costal – tudo esquerdo. Linha de Piorry – da articulação esternoclavicular esquerda até a primeira costela flutuante esquerda. P á g i n a | 6 Divide o espaço de Traube em metade lateral e medial. A metade lateral pode ser maciça, a medial nunca (sempre suspeitar - esplenomegalia) SINAIS DE HEPATOPATIA CRÔNICA Desnutrição, escurecimento da pele, hálito hepático, hematomas, ginecomastia, icterícia, asterixis (flapping – mãos se agitam), aranhas vasculares, leuconíquia, eritema palmar, circulação colateral, ascite, edema de MMII, hepatoesplenomegalia. Alterações endócrinas Hipogonadismo o Principalmente na doença alcoólica o Redução da libido o Impotência o Perda de pelos o Ginecomastia o Irregularidades menstruais Aranhas vasculares (spiders ou telangiectasias) o No território da VCI o Lesão vascular com arteríola central o Sinal de hiperestrogenismo + frequente na cirrose alcoólica Em gestantes e usuárias de anticoncepcional Eritema palmar o + na eminência tênar e hipotênar o Pode ser constitucional Leuconíquia o Unhas brancas o Relacionada a condições de hipoalbuminemia o Também observada na síndrome nefrótica HIPERTENSÃO PORTAL Aumento de resistência ao fluxo sanguíneo intra-hepático formação de colaterais. Cabeça de medusa – recanalização da veia umbilical. Varizes esôfago-gástrica – risco de hemorragia digestiva. Determinação do fluxo sanguíneo nas veias da parede abdominal P á g i n a | 7 ENCEFALOPATIA HEPÁTICA Perda da função cerebral quando um fígado danificado não remove as toxinas do sangue. Alteração de consciência Hálito hepático Asterix = flapping – também encontrado em outros comas metabólicos (uremia) Fala arrastada ASCITE Exame físico: Abdome em batráquio (retração – decúbito dorsal); Abdome globoso Protrusão da cicatriz umbilical Piparote (grandes às moderadas ascites) Macicez móvel – ascites de médio volume Semicírculos de Skoda – Diagnóstico diferencial de ascite e cistos volumosos – as alças intestinais “bóiam” e ficam no ponto mais alto em caso de ascite. SKODA Rechaço ETIOLOGIA o 80% Cirrose o 20% outros P á g i n a | 8
Compartilhar