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RELAÇÕES INTERPESSOAIS AULA 1 Prof. Elizabeth Nery Sinnott 2 CONVERSA INICIAL Olá! Vamos estudar nesta disciplina temas muito interessantes para o seu autodesenvolvimento. Qual a importância disso na prática? A importância é que o mercado demanda competências comportamentais dos profissionais, para que, inseridos nas organizações, consigam influenciar positivamente as pessoas de sua equipe e conquistem os melhores resultados. Os temas desta primeira aula estão ligados aos desafios que o indivíduo enfrenta, e de que forma ele lida com eles na gestão. Colocamos você de frente com as tendências e paradigmas que derivam das mudanças constantes do cenário atual. Você terá que perceber a realidade para integrar a sua ação profissional e pessoal a uma nova postura. É importante também que você entenda que essas demandas do mercado têm como objetivo importante a transformação e a adaptação das pessoas em resposta às grandes adversidades e diversidades existentes. As tendências nos indicam que necessitamos ampliar a percepção referente a mudanças, relações e diferentes indivíduos, para que nossa competência interpessoal evolua. Iremos tratar, nesta disciplina, de temas como o significado do autoconhecimento e a importância da ampliação da percepção, tanto de si quanto em relação ao outro, para que possamos efetuar as mudanças necessárias. Pensaremos também na competência interpessoal, no indivíduo posto na sociedade atual, com seus desafios, no papel da tecnologia na interação pessoal e nas relações interpessoais no contexto contemporâneo. CONTEXTUALIZANDO As frequentes mudanças na sociedade nos têm mostrado que necessitamos nos adaptar a esse cenário. Mudanças de paradigmas são necessárias, pois as condições para alcançar objetivos, estabelecer metas, construir relacionamentos e desempenhar funções dentro de uma organização se alteraram. O cenário atual requer ideias diferenciadas, com indivíduos empáticos que facilitem a manutenção das equipes na sua melhor performance, impulsionando resultados de sucesso. A mudança de paradigmas implica uma profunda mudança de mentalidade da época, quanto aos valores que formam uma visão particular da realidade vigente. 3 Na medida em que formos trabalhando o conteúdo dos temas você irá se deparar com a importância das mudanças, seja para si, para as pessoas com quem convive pessoal e profissionalmente, e para a sua prospecção de carreira. Trabalharemos também com o significado da ampliação das habilidades comportamentais no seu autodesenvolvimento e no desenvolvimento interpessoal. Saiba mais Para entender melhor o conceito, assista o vídeo: ROMPER paradigmas. Fusion Vida, 2 mar. 2012. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=N91tks1lY8E>. Acesso em: 26 set. 2019. TEMA 1 – INDIVÍDUOS EM SOCIEDADE Vamos fazer uma breve análise de como o indivíduo e a sociedade – e também o indivíduo em sociedade – se estabeleceram? Vamos rever alguns conceitos e trajetórias da evolução? Então vamos lá! Vamos fazer essa viagem no tempo. Quando falamos de evolução, já relacionamos tanto a sociedade quanto o indivíduo, não é? Quais papeis eles apresentam? Um tem maior predominância que o outro? Quem faz o quê? Vamos abordar o tema a partir de alguns pontos de vista sociológicos. O ser humano é um ser altamente social. Aristóteles já falava sobre isso. Ele necessita se comunicar, se relacionar, compartilhar etc. Realmente, o indivíduo nasceu em uma sociedade que causou e causa muitos impactos sobre si, como ele também impactou e impacta essa sociedade. Se olharmos para a produção e suas grandes mudanças, entendemos que a partir disso se estabeleceram as classes sociais; ou seja, a Revolução Industrial modificou a forma com que o indivíduo se conectou com a sociedade, e a qual classe ele passou a pertencer. Iremos falar sobre os impactos das revoluções industriais, mas antes disso, o que acha que tratarmos de algumas reflexões da sociologia sobre o tema do indivíduo e a sociedade? Entendemos que a sociedade tem sua pluralidade, ou seja, existe uma diversidade em vários aspectos, raciais, culturais, sociais, entre outros. E como o comportamento humano aparece nesse processo? Ele está sendo influenciado 4 a todo instante, não é? Falamos disso em termos de desejos, de consumo, de carreira; enfim, a sociedade define muitas vezes como o ser humano vai enxergar o mundo, e não necessariamente a sua forma individual. Durkheim traz uma perspectiva própria em relação ao fato social. O ser humano tem o seu comportamento diretamente ligado a ele. O nosso cotidiano na vida pessoal e profissional é uma prática do fato social. O que o autor caracteriza como fato social corresponde aos fenômenos de uma sociedade. Entendemos com isso que o fato social é intrínseco ao dia a dia dos indivíduos. O que praticamos nos revela a necessidade de convivência coletiva. Percebemos que algumas práticas são caracterizadas por um fenômeno coletivo, como a sua atividade profissional, o seu trabalho. Assim, o indivíduo se torna um integrante da sociedade. Contudo, consideramos que, se o indivíduo fugir de determinados padrões impostos, é possível que haja uma represália, na forma de rejeição do grupo social, acarretando diversos efeitos emocionais. Esse processo se diversificou em decorrência das grandes mudanças na sociedade. Agora, podemos falar dessas mudanças. Que tal relembrar as revoluções que ocorreram e impactaram diretamente o indivíduo e sua atuação na sociedade? Crédito: Elenabsl/Shutterstock. 5 Essa tal de 4ª Revolução Industrial já está ocorrendo. Se fizermos uma recapitulação da característica principal de cada uma dessas revoluções, entendemos que a 1ª foi o motor a vapor, quando os animais não eram mais usados, e sim o homem; já a 2ª se baseou na eletricidade, com maior comodidade para as pessoas; a 3ª se baseou na utilização da tecnologia, quando a informatização industrial entrou com força, diminuindo os custos e aumentando toda a produção industrial, entre outras características; por fim, a 4ª Revolução Industrial se baseia em internet das coisas, inteligência artificial, autonomia de veículos, impressão 3D, engenharia genética, drones, sistemas de armazenamentos, como a "nuvem", nano e neurotecnologias, redes inteligentes e da robótica. Isto é, estamos navegando em uma revolução tecnológica disruptiva. Sabemos também que essas evoluções, essas mudanças, sempre trazem resultados positivos e outros nem tanto. Exemplificando com a robótica, que se compara a algumas substituições realizadas na 1ª Revolução Industrial, sobretudo da máquina a vapor, quando a mão de obra humana passou para algumas máquinas. Hoje, um robô pode simplesmente ser programado para desenvolver atividades repetitivas. Porém, o mais importante é entender que o ser humano também está nesse processo de desenvolvimento frequente e de evolução. À medida que a sociedade se transforma, o indivíduo se insere em novos aprendizados, e novas formas de atuação profissional irão surgir, para serem ocupadas. Leitura obrigatória Para complementar seus conhecimentos sobre o tema, leia: MÜLLER, R.; CZAJKOWSKI, A.; OLIVEIRA, V. S. Construindo Relacionamentos no Contexto Organizacional. Curitiba: InterSaberes, 2019. p. 14-20. Saiba mais Para entender melhor o conceito, assista o vídeo: INDÚSTIRA 4.0. Edson Miranda, 27 ago. 2017. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=0SYlggPuOM8>. Acesso em: 26 set. 2019. 6 TEMA 2 – OS DESAFIOS DA VIDA MODERNA E OS RELACIONAMENTOS INTERPESSOAIS Nos últimos anos, assistimos a uma série de processos que configuraram o que se pode reconhecer como uma mudança de era. Assim, no desenvolvimento deste tema, trataremos principalmente das mudanças que a vida moderna sofreue de seus impactos nos relacionamentos interpessoais. Convido você a participar dessa reflexão, pois é necessário repensar não só a postura profissional, mas também a necessidade de se apropriar de condutas e comportamentos compatíveis com as exigências do momento e com as estratégias organizacionais, em referência à aquisição de uma vantagem competitiva real. Você concorda que quando falamos dos desafios da vida moderna precisamos entender o que é realmente modernidade? Vamos começar com um resgate sobre as revoluções. Entendemos que esses fatos trouxeram grandes transformações, não só nos processos de produção, como também nos indivíduos e suas relações interpessoais. A modernidade se estabeleceu com o objetivo de se contrapor às tradições, com a intenção de analisar os acontecimentos da realidade de uma forma muito mais crítica. Giddens (2002) aborda a modernidade, na vida social, como uma condição que foi impactada, o que fez com que as relações se remodelassem, saindo de modelos tradicionais clássicos para uma construção diferenciada no meio social. É preciso entender que a modernidade pode ser o mesmo que uma sociedade moderna. O diferencial, aqui, são as atitudes diante do cenário em que se está inserido. A modernidade se determina por um espaço de tempo relacionado a aspectos sociais, econômicos e culturais. O mais importante é refletirmos sobre a trajetória do ser humano e suas modificações. Muitos eventos causaram impactos no ser humano, sua evolução e a forma com que foram estabelecidas relações. Com a Revolução Industrial, a era moderna teve início: muitas mudanças, diversos conflitos caracterizados por diferentes ideologias, guerras e tantos outros acontecimentos, que fizeram com que as pessoas migrassem para os centros urbanos. Do rural para as cidades, da produção de sustento para a conquista de vagas em indústrias, com o intuito de comercializar mão de obra. 7 O que podemos refletir a partir desse histórico? Podemos entender que as modificações em relação à estrutura econômica, profissional e social impactaram fortemente o significado das relações sociais, pois crenças, valores e costumes se distinguiam das práticas anteriores. Como consequência, houve o surgimento de diferentes conflitos entre os indivíduos. Bittencourt (2009, p, 2) aborda a teoria do importante autor Erich Fromm, que trata a trajetória do homem considerando todo o processo histórico, inclusive consequências posteriores à era da modernidade. Especificamente de uma forma simbólica, entre os verbos "ser" e o "ter", compreende que o "ser" se refere a uma abertura qualitativa em relação ao real, abertura pessoal em favor da compreensão da diferença e da singularidade de cada pessoa, havendo então a respeitabilidade e a abertura amorosa diante da pluralidade de indivíduos e da própria natureza circundante. Destacamos também as ideias de Fromm (2000, citado por Bittencourt, 2009, p, 35): “se eu amo o outro, sinto-me um só com ele, mas com ele como ele é, e não na medida em que preciso dele como objeto para meu uso”. Conseguimos inclusive relacionar essa simbologia de "ser" com a prática da empatia – ou seja, estar com o outro como ele é, e dar importância ao que é importante a ele. Por outro lado, o “ter” implica obtenção, posse, desfrute, aproveitamento de tudo e, por fim, substituição. Sim, podemos falar do “ter” quanto às relações e às pessoas inclusive. É a prática literal de consumo! Ter as pessoas como minhas, dominadas, tê-las como posse! É possível que as pessoas entendam que a satisfação está ligada à aquisição. Assim, podemos entender que o grande desafio do contexto atual é estar atento à qualidade das relações interpessoais, pois o indivíduo é um ser social que depende de interações para o seu desenvolvimento. Portanto, quanto mais ampliarmos a própria percepção da nossa existência, e a do outro, teremos uma maior capacidade de adaptação, e melhores resultados. Podemos finalizar a nossa reflexão com Baumann (2001), um autor muito influente nos referenciais sociológicos, que desenvolve a ideia de modernidade líquida. Ou seja, entende-se que, após a Segunda Guerra, as grandes mudanças foram se tornando mais velozes e constantes. Há quebras de paradigmas, que sustentam a modernidade, com estruturas e modelos tradicionais que até hoje influenciam o contexto social. A própria globalização é um belo exemplo da redução de distâncias. 8 Crédito: Denis Cristo/Shutterstock. Ao mesmo tempo, essas referências não se estabelecem de maneira sólida, pois não há ainda uma sustentação nas relações entre os indivíduos, ou entre eles e o contexto social em que estão inseridos. Será que existe presença real, ou nos afastamos mais de quem temos nas nossas proximidades? Ou será que nos aproximamos mais daqueles que estão mais longe? O desapego e a incerteza estão cada vez mais presentes – foco mais no presente do que na sustentação de um propósito e um plano de futuro. Leitura obrigatória Para complementar os conhecimentos sobre o tema, leia: MÜLLER, R.; CZAJKOWSKI, A.; OLIVEIRA, V. S. Construindo Relacionamentos no Contexto Organizacional. Curitiba: InterSaberes, 2019. p. 20-24. Saiba mais Para entender melhor o tema, assista ao vídeo: A LIQUIDEZ das relações. René Schubert, 24 jul. 2015. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=aI_te8T7sRU>. Acesso em: 26 set. 2019. TEMA 3 – SOCIEDADE EM REDE Neste tema, vamos tratar principalmente da disponibilidade das ferramentas que se configuram como conexões entre pessoas, cenários, informações, espaços geográficos, entre outros aspectos. O que realmente significa "sociedade em rede"? 9 Crédito: De Mango/Shutterstock. Temos como referência Manuel Castells (2006), que declara que a rede é uma forma de os indivíduos socializarem a partir de uma perspectiva virtual que extrapola o espaço e o tempo, devido ao surgimento da internet. Podemos obter informações através de jornais, revistas, artigos, como também criarmos ou mantermos relações interpessoais nos comunicando e compartilhando através da internet, que favorece o encurtamento dos contatos pessoais e a velocidade de informações no nosso cotidiano. Sabemos que os relacionamentos entre os indivíduos são impactados pelos grandes e diversos desafios da evolução do trabalho. Quando falamos de desafios e do termo trabalhado neste tema, que é rede, estamos abordando a tecnologia, componente fundamental no crescimento interno das companhias. Identificamos que os indivíduos apresentam uma determinada abordagem nas relações, e percebemos a necessária alteração. Castells (2003) aponta que a sociabilidade se diferencia segundo a evolução da tecnologia. Inclusive, o autor se refere ao deslocar da comunidade para a rede. Há aqui uma transição na forma das relações sociais, nas sociedades, quando as comunidades espaciais foram substituídas por redes. Ele também destaca como os indivíduos nesse formato de sociabilidade passaram a apresentar uma tendência de isolamento. Compreendemos a partir disso que o processo tecnológico alterou, e está alterando cada vez mais, a dinâmica de sociabilidade, tendendo fortemente ao individualismo. Ainda seguindo a linha de pensamento de Castells (2003), entende-se que a tecnologia gerou diversas mudanças, que impactaram fortemente as relações interpessoais. Para que as relações sociais sejam cada vez favoráveis, é necessária uma adequação acelerada, principalmente porque as inúmeras formas de comunicação fazem parte dos cenários profissionais e pessoais. Ele aponta que a sociedade em rede tende cada vez mais a desenvolver-se no 10 mundo moderno. O envolvimento do indivíduo, com sua potencialidade nos processos de comunicação e suas tecnologias em rede, é surpreendente. Nesse mesmo contexto de sociedade em rede, importante tratardo termo TIC (Tecnologias da Informação e Comunicação). Conforme já abordamos sobre a forma de os indivíduos se comunicarem, trata-se de todas as tecnologias que fazem a mediação e a interferência das informações e processos de comunicação entre os indivíduos. Nos referimos aqui as telecomunicações, aos softwares, aos hardwares, entre outros, que são favorecidos a partir desses recursos tecnológicos. Segundo Müller, Czajkowski e Oliveira (2019, p. 26), é preciso refletir sobre as vantagens e desvantagens dos TICs, que nos proporcionam essa rede inclusiva; porém, existem aspectos a que precisamos nos atentar, pois essas relações se estabelecem a partir de ferramentas – como consequência, poderemos excluir indivíduos no processo. essa mesma sociedade em rede que é inclusiva, que permite a nós nos comunicarmos com outras pessoas distantes em tempo real sem pagar mais por isso (além, é claro, das taxas e mensalidades pelo serviço de internet), também nos torna reféns dessas ferramentas de TICs e da própria internet. Da mesma forma, acaba excluindo da sociedade em rede todos aqueles e aquelas que por questões econômicas, financeiras, culturais e/ou sociais não têm acesso a tais ferramentas. Como as pessoas de comunicavam no passado? Cartas? Encontros ou passeios? E hoje? Basta acessar o computador ou estar com o celular na mão, que nos comunicamos com pessoas próximas ou de outro lado do mundo, não é? Atualmente, sabemos que inúmeras informações ou notícias são enviadas a todo momento; inclusive, acontecimentos podem ser transmitidos ao vivo através de canais tecnológicos. As formas de tecnologias disponíveis facilitam a vida, pois viabilizam a comunicação, as relações e as interações. Mesmo de forma virtual, o contato é mais frequente. As tecnologias da informação e comunicação trouxeram condições que modificaram as relações humanas. Podemos verificar vantagens e desvantagens nessas mudanças, mas o importante é compreender que os indivíduos, quando as utilizam adequadamente, conseguem ampliar o seu repertório cultural e educativo. As TICs trouxeram modificações na sociedade, nas relações, nas formas de comunicação, nas interações, além de contribuírem para a promoção do desenvolvimento das formas de produção, elevando a 11 riqueza no mercado competitivo através da globalização. Há facilidade nas produções, negociações, além de intercâmbios e aquisições de empresas com outros países de forma ilimitada. Importante refletirmos, ao final desse tema, que os benefícios da globalização não são iguais para todos os indivíduos e todos os países. Evidentemente, tais vantagens não são igualmente usufruídas e distribuídas. Os países beneficiados pelas facilidades são aqueles que apresentam um poder monetário elevado, com maiores recursos e estruturas tecnológicas mais adequadas; ou seja, a industrialização desses territórios foi o fator que favoreceu a obtenção dos privilégios das facilidades tecnológicas. Leitura obrigatória Para complementar os conhecimentos sobre o tema, leia: MÜLLER, R.; CZAJKOWSKI, A.; OLIVEIRA, V. S. Construindo Relacionamentos no Contexto Organizacional. Curitiba: InterSaberes, 2019. p. 24-27. Saiba mais Para entender melhor o tema, leia: MOLINA, C. G. M. A internet e o poder da comunicação na sociedade em rede: influências nas formas de interação social. RMS – Revista Metropolitana de Sustentabilidade, v. 3, n. 3, 2013. Disponível em: <http://www.revistaseletronicas.fmu.br/index.php/rms/article/download/202/pdf_ 1>. Acesso em: 26 set. 2019. TEMA 4 – RELAÇÕES MEDIADAS PELA TECNOLOGIA Vamos falar sobre as relações e o papel da tecnologia? Nesse tema, continuaremos a refletir como estabelece relações por meios tecnológicos. Assunto bastante atual, não é? Entendemos que a internet veio como um processo inovador nos últimos tempos, talvez o mais relevante quando nos referimos ao modo de comunicação e à forma de obter informações. Podemos considerar que tivemos vantagens no âmbito dos relacionamentos interpessoais? A internet trouxe benefícios para os indivíduos? Como você considera esse tema? Qual a sua experiência com isso? Quais são os pontos favoráveis? 12 Conforme o nosso tema anterior, quando falamos de várias ferramentas tecnológicas, denominadas TICs, que são utilizadas no nosso cotidiano para diversos fins, vimos que elas facilitam principalmente a comunicação, encurtando distâncias nas relações entre os indivíduos. Que tipo de relações poderíamos destacar aqui? Tanto pessoais como profissionais, não é mesmo? Sabemos que há realizados processos seletivos realizados através de aplicativos; existem programas específicos para esse fim, como também há aqueles para negociações, projetos, reuniões, métodos educacionais, interações, entrevistas, entre outros diversos objetivos. Há diversas finalidades para o uso da internet como vimos até aqui. Entendemos, assim, que ela é de grande influência nas interações entre os indivíduos. Crédito: Littlewhale/Shutterstock. As relações interpessoais foram fortemente impactadas pelos meios facilitadores da tecnologia, porém não temos como distingui-las quanto à sua efetividade, sejam em amizades ou relações amorosas! Até porque, além do meio escrito, existe a possibilidade de interagirmos visualmente a todo momento. Se tratamos de um relacionamento interpessoal que é estabelecido através da internet, o concebemos como virtual; assim, é valioso pensar no entendimento de Lévy (2005), que entende o termo virtual como aquilo que não está presente. Logo, quaisquer relacionamentos entre indivíduos que não estão presentes geograficamente são considerados virtuais, sendo ainda assim 13 importante sublinhar a condição real das pessoas que estão nessa interação tecnológica de comunicação – ou seja, apenas a relação é virtual! Os indivíduos são reais e não simulados por algum jogo que possa inventar a existência de alguém. Alguns autores, apesar disso, questionam o que é o real. A percepção de cada indivíduo pode conter ilusões em relação ao outro? Nesse momento, pense no quanto nossas relações com as pessoas receberam impactos das tecnologias e de suas diversas formas de comunicação! Nossa forma de se comportar, de criar relações, de viver com o outro, de compartilhar, de falar de si e sobre os nossos sentimentos... muitas mudanças! Vamos continuar com nossas reflexões! Identificamos nas pessoas, e em nós mesmos, a necessidade de termos respostas e interações imediatas, por já fazermos parte da condição que a tecnologia oferece. A rapidez e, com isso, o imediatismo, vem como uma característica muito presente nos indivíduos. O agora, o momento, está sendo muito mais prezado do que planos para um futuro. Vamos fazer uma comparação com uma pesquisa que precisamos fazer em um determinado momento! É preciso saber sobre um conceito, tirar uma dúvida, uma receita, saber sobre a pessoa, seus costumes, suas características, seu currículo. A tecnologia nos traz essas informações em segundos, através de sites de busca. Esses sites foram criados na década de 90, com o Yahoo e logo o Google. Imagine! Como eram as interações antes? Seriam necessários contatos presenciais para fazer perguntas, questionamentos, pesquisas em livros, enciclopédias, saber o que as pessoas pensavam sobre determinados assuntos, entender até mesmo de uma forma emocional como eram algumas receitas que familiares faziam por muitos anos. Será que essas consequências da tecnologia são somente positivas? Ou podemos considerar que trouxeram efeitos nocivos para a existência humana? Para finalizar este tema, citamos a concepção de Donnamaria e Terzis (2012, p. 174): A nosso ver, [...], mais a popularização crescente dos recursos que tentam recuperar ao máximo possível os elementos da realidade presente no contato, mostram a internetcomo um instrumento mais de aproximação do que de evitação da realidade. Também atualmente, nas frequentadas redes sociais do ambiente online, os usuários demonstram-se mais dispostos a se expor do que interessados em se esconder detrás de um nickname, usados em salas de bate-papo virtuais disponíveis desde o começo da internet, através dos seus provedores. 14 Refletimos, com isso, que todos esses estudos sobre a entrada da tecnologia nas relações interpessoais, com suas formas de conexão, sublinham a necessidade de que as pessoas estejam cada vez mais atualizadas e engajadas nessa evolução, para poderem usufruir do que esse padrão pode trazer como benefícios na construção de novos relacionamentos e na manutenção das relações com as pessoas. Leitura obrigatória Complemente os conhecimentos sobre o tema lendo: MÜLLER, R.; CZAJKOWSKI, A.; OLIVEIRA, V. S. Construindo Relacionamentos no Contexto Organizacional. Curitiba: InterSaberes, 2019. p. 27-32. Saiba mais Para entender melhor o tema, leia: DONNAMARIA, C. P.; TERZIS, A. Algumas notas sobre as relações humanas mediadas por computadores. Mental, ano X, n. 18, jan./jun., p. 165-178, 2012. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1 679-44272012000100009>. Acesso em: 26 set. 2019. TEMA 5 – RELACIONAMENTOS INTERPESSOAIS CONTEMPORÂNEOS Nesse último tema, vamos resgatar alguns conceitos de autores importantes que tratam sobre as relações sociais na modernidade: influências históricas e grandes mudanças que ocorreram nas necessidades dos indivíduos, nas relações e interações, como também a forma como os vínculos se estabelecem. Segundo Bittencourt (2009, p. 63), “A partir do pensamento de Erich Fromm poderíamos talvez considerar a história da humanidade como o embate simbólico entre o ‘Ser’ e o ‘Ter’, dois verbos que, apesar da proximidade fonética, evidenciam, entretanto, um enorme distanciamento valorativo”. Interessante estarmos atentos a condição de "ter" e "ser" e a suas importantes diferenças. Vamos conversar um pouco sobre isso? Como os indivíduos estão fomentando as suas relações? Quais as formas das suas interações? Que tipo de relação é mais importante para você? As relações a partir das quais você pode crescer, evoluir e aprender a lidar com as diferenças, construindo um laço afetivo importante? Ou somente relações das 15 quais você possa usufruir, com benefícios e oportunidades para a sua satisfação, ou para obter sucesso? Tornar-se vendável? Bittencourt (2009, p. 63) fala desta última forma de relação como uma maneira de as relações pessoais adquirirem o estatuto de bens negociáveis, de modo que para tudo há um preço. Crédito: Venimo/Shutterstock. Bauman (2007) ressalta que a liquidez nas relações significa que o indivíduo se torna algo a ser consumido e, por consequência, descartado pelos demais, o que gera incertezas. A globalização fez com que as relações se alargassem, ou seja, a solidez está menos presente. A prática do individualismo poderia ser caracterizada no uso de tecnologias, especialmente no uso exagerado da internet no dia a dia. A contemporaneidade trouxe para as relações sociais formas mais rápidas e ágeis de comunicação. Facilitou muito, não é? Contudo, será que isso tudo não nos trouxe a necessidade de maior rapidez, modificações constantes, descartes, resoluções e satisfações mais imediatas? Será mesmo que as pessoas estão dispostas a se esforçar para manter suas relações afetivas? Dispostas a conservar em momentos únicos e presenciais, seja com a família, com amigos ou em relações amorosas? Ou as conexões se estabeleceram através da tecnologia e se perderam em sua forma presencial? Claro que entendemos e inclusive já apontamos as vantagens da tecnologia, mas podemos dar continuidade à nossa reflexão lembrando que os TICs trouxeram aproximação geográfica, mas também distanciaram os 16 indivíduos, que agora mantêm e criam relações somente através da internet, especialmente com o uso de celulares. Percebermos que a estrutura das famílias e das relações se modificou. Vimos que a diversidade está muito mais presente na nossa sociedade contemporânea, tanto na forma como as relações se estabelecem, como na constituição da família, na estrutura física de trabalho e nas parcerias estabelecidas no mercado. Bauman (2001) aponta que as mudanças da família tradicional para formas mais plurais, como pais do mesmo sexo, pais solteiros, entre outras possibilidades, são mais comuns. Além disso, na sociedade moderna os formatos de escritórios profissionais se diferenciaram. Há lugares em que as pessoas podem compartilhar seus conhecimentos e interagir com diversas pessoas de diferentes áreas, contribuindo para o desenvolvimento dos indivíduos, pela forma como lidam com a diversidade e com as adversidades. Também há maior facilidade nos processos de comunicação, por favorecerem negociações e parcerias entre companhias no mercado. Crédito: Nina Rys/Shutterstock. A influência positiva da diversidade cultural facilita a construção de relações e o autoconhecimento, independentemente de origens e entorno. É importante ressaltar que a diversidade cultural está orientada a um respeito profundo e ao entendimento das várias pessoas que formam o meio social. É necessário, hoje, ver além da questão racial, de gênero, orientação sexual, religião e incapacidades, para entender a diversidade cultural de uma forma holística, tendo em conta as perspectivas e os diferentes pontos de vista de cada uma das pessoas com relação ao mundo. Mas a que nos referimos quando falamos de diversidade? Segundo alguns antropólogos, uma das características mais surpreendentes da vida humana é a extraordinária diversidade em suas 17 formas de vida. Desde a antropologia, essas diferenças são atribuídas à cultura. Falar de diversidade é falar de diferenças. Crédito: Skypics Studio/Shutterstock. Surge então uma pergunta: até que ponto somos capazes de tolerar e aceitar as diferenças dentro e fora dos grupos a que pertencemos? Perguntas como essa ganham relevância no momento histórico atual, no qual as sociedades são mais complexas e os grupos de referência são diversos. Concluímos abordando os relacionamentos sociais na modernidade: continuamos a querer as pessoas nas nossas relações, interagindo, nos comunicando, para que possamos crescer, trocar, contribuir e evoluir juntos. Os meios das nossas interações foram alterados; assim, destacamos a necessidade de nos adaptarmos a todas essas mudanças, para compreendermos a nós mesmo, como também aos outros indivíduos, e assim criarmos relações saudáveis, que prosperem e impactem positivamente a sociedade em que estamos inseridos. Leitura obrigatória Complemente seus conhecimentos: MÜLLER, R.; CZAJKOWSKI, A.; OLIVEIRA, V. S. Construindo Relacionamentos no Contexto Organizacional. Curitiba: InterSaberes, 2019. p. 33-35. Saiba mais Para entender melhor o tema, leia: RELAÇÕES interpessoais. Marcelo Almeida, 19 ago. 2016. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=KSQFijMC3ao>. Acesso em: 26 set. 2019. TROCANDO IDEIAS 18 Você concorda que estamos vivenciando grandes mudanças com uma velocidade muito rápida? Isso requer do indivíduo rápida adaptação, flexibilidade, e uma visão cada vez mais sistêmica, para que usufrua das oportunidades existentes nesse cenário. Aproveite o momento dessa reflexão e participe do fórum, refletindo sobre as seguintes questões: Quais as mudanças mais impactantes estão ocorrendo no contexto social atual? O que são adversidades e diversidades? Por que essas questões importam para a minha atuação pessoal e profissional? NA PRÁTICA A partir da leitura do seguinte trecho de Bittencourt (2009, p. 63), sobre o embate simbólico entre "ser" e "ter", elabore o significado de"ter": A partir do pensamento de Erich Fromm, poderíamos talvez considerar a história da humanidade como o embate simbólico entre o “Ser” e o “Ter”, dois verbos que, apesar da proximidade fonética, evidenciam, entretanto, um enorme distanciamento valorativo. Podemos compreender pela disposição “Ser” uma abertura qualitativa em relação ao real, numa abertura pessoal em favor da compreensão da diferença e da singularidade de cada pessoa, havendo então a respeitabilidade e a abertura amorosa diante da pluralidade de indivíduos e da própria natureza circundante. Para Fromm (2000, p. 35) “se eu amo o outro, sinto-me um só com ele, mas com ele como ele é, e não na medida em que preciso dele como objeto para meu uso”. Veja a seguir uma possível resposta, com base em Bittencourt (2009, p. 63): A disposição “Ter”, por sua vez, representa a avidez humana pela posse material, o desejo de usufruir ao máximo uma dada coisa, para então se trocá-la por outra mais atrativa; tanto pior, até mesmo os seres humanos são inseridos nessa dinâmica cruel, que, na sociedade do vazio existencial, transforma a pessoa, absolutamente singular, numa coisa destinada ao consumo simbólico. Conforme destacado por Erich Fromm (1987, p. 43), no modo “Ter” da existência o relacionamento do eu com o mundo é de pertença e posse, em que quero que tudo e todos, inclusive eu mesmo, sejam minha propriedade. FINALIZANDO Espero que os temas trabalhados tenham lhe dado elementos para compreender os desafios que a modernidade apresenta aos indivíduos. Essas adversidades existentes na sociedade moderna, com destaque para aquelas relacionada à presença da tecnologia, têm impactado de uma forma bastante significativa, tanto negativamente, como de uma forma positiva, o indivíduo e suas relações interpessoais. Entendemos que o indivíduo é um ser social, e que 19 necessita se relacionar com os demais. A sociedade sofreu alterações a partir do advento da Revolução Industrial. Em especial, as relações foram modificadas, por conta de um renovado processo de comunicação. É muito importante que você entenda que as interações humanas foram alteradas pelos meios; ainda assim, os indivíduos necessitam criar relacionamentos, se comunicar e interagir, contribuindo com a evolução de todos, se adaptando e usufruindo da melhor forma das mudanças tecnológicas que vão surgindo com o processo de desenvolvimento. 20 EFERÊNCIAS BAUMAN, Z. Modernidade líquida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001. BITTENCOURT, R. N. A fragilidade das relações humanas na pós-modernidade. Revista Espaço Acadêmico, n. 100, set. 2009. CASTELLS, M. A galáxia da internet: reflexões sobre a internet, os negócios e a sociedade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003. DONNAMARIA, C. P.; TERZIS, A. Algumas notas sobre as relações humanas mediadas por computadores. Mental, ano X, n. 18, jan./jun., p. 165-178, 2012. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1 679-44272012000100009>. Acesso em: 26 set. 2019. GIDDENS, A. Modernidade e Identidade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2002. LÉVY, P. Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 2005. MÜLLER, R.; CZAJKOWSKI, A.; OLIVEIRA, V. S. Construindo Relacionamentos no Contexto Organizacional. Curitiba: InterSaberes, 2019. RELAÇÕES INTERPESSOAIS AULA 2 Profª Elizabeth Nery Sinnott 2 CONVERSA INICIAL Olá, aluno(a)! Aqui estamos nós novamente! Agora, vamos trabalhar alguns temas muito importantes que estão ligados ao processo de autodesenvolvimento, aliás, uma condição muito demandada no mercado de trabalho atual. Nesta aula, vamos entender o que significa autoconhecimento, um termo que é muito mencionado atualmente, e qual é a sua importância. Conhecer a si mesmo importa? Quais são os resultados e as diferenças que uma pessoa que tem isso desenvolvido consegue obter? Como é possível desenvolver o autoconhecimento? É um desafio, não é mesmo?! Convido você a entrar nesse desafio e entender o real significado dos conteúdos que iremos abordar. O que são crenças e valores? Eles definem os comportamentos e atitudes que apresentamos no mundo? O que significa modelo mental? Como ele é formado e de que forma impacta os resultados na vida pessoal e profissional? A nossa mente é extremamente produtiva. Além dos dados que foram absorvidos ao longo de nossa formação, ela se adapta às novas formas de transitar no mundo. O mais importante é saber que podemos ampliar o nosso modelo mental, a nossa visão de mundo, identificando a nossa própria essência, para que possamos elevador o nível de satisfação com a nossa própria vida, tanto pessoal como profissional. CONTEXTUALIZANDO Falamos antes sobre as frequentes mudanças na sociedade, os impactos da tecnologia nos indivíduos e nas suas relações. Vamos dar continuidade à importância de estarmos atentos a essas mudanças. Sabemos que o mercado demanda muito essas condições dos profissionais no atual cenário. Essas mudanças acabam impactando na exigência do perfil do profissional. É muito mais fácil o indivíduo aprender e desenvolver habilidades técnicas do que saber lidar com pessoas ou mesmo ter seus valores claros bem como o conhecimento da sua própria essência. Também é interessante entender que modelos mentais são muito trabalhados no desenvolvimento pessoal e profissional para que, principalmente, essas alterações proporcionem aos indivíduos realizarem coisas diferentes, pois 3 as organizações necessitam de resultados diferentes e inovadores. Precisamos então conhecer a importância de mudarmos o nosso modelo mental para a nossa própria evolução! Vídeo Para entender um pouco melhor sobre o que estamos falando e saber que isso realmente está sendo importante nas empresas, assista ao vídeo a seguir. Mudando modelos mentais. Oficina de Liderança, 6 de maio de 2015. Disponível em: <https://youtu.be/wfSl2YaQtds>. Acesso em: 28 set. 2019. Convido você a entender sobre esses temas tão importantes para o seu autodesenvolvimento. Isso vai impactar positivamente tanto a sua vida profissional como pessoal! TEMA 1 – AUTOCONHECIMENTO Vamos entender o que realmente significa autoconhecimento? Autoconhecimento é um processo necessário principalmente para que os indivíduos possam ter relacionamentos interpessoais mais positivos, possibilitando lidar melhor com as diferenças e administrar de uma forma mais eficaz os conflitos existentes. O autoconhecimento beneficia identificar as características dos próprios comportamentos e os seus impactos. E como podemos perceber que estamos desenvolvendo o nosso autoconhecimento? Quais seriam as características do autoconhecimento? Autoconhecimento se refere ao processo que facilita o indivíduo a se desenvolver, potencializar os seus pontos fortes e trabalhar as suas limitações. O indivíduo com autoconhecimento elevado tem uma visão mais ampla da sua atuação, promovendo também um nível alto de maturidade. É preciso entender que a nossa inteligência intrapessoal se refere ao quanto conhecemos de nós mesmos e como lidamos com esse conteúdo interno. Já a chamada inteligência interpessoal é a condição que nos relacionamos com as pessoas. Estamos acostumados a essa prática frequente de nos autoconhecermos? Você para em algum momento do seu dia para pensar como está se sentindo? Como foi o seu dia? Como foi o seu trabalho? Quais foram as suas atitudes e os resultados em relação a eles? O que deu certo e o que não 4 deu? Você costuma fazer essas reflexões? Se sim, parabéns! Você exercita o seu autoconhecimento! Se não, perceba a importância desse processo! O processo de autoconhecimento é longo, contínuo! Estamos sempre nos conhecendo, sempre nos percebendo para identificarmos atitudes mais assertivas na nossa vida pessoale profissional. É uma grande trajetória! Claro que é necessário que o indivíduo tenha interesse em ampliar o conhecimento sobre si, ou seja, que esteja disponível a identificar suas fortalezas como também suas limitações. É preciso sempre ampliar a consciência sobre si mesmo, do seu comportamento, para evoluir e ter melhores resultados. Lembre-se de um pensamento do brilhante cientista Albert Einstein: "Insanidade é continuar fazendo sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes". O que você entende por essa frase? Concorda que ela está muito ligada ao cotidiano, à rotina, aos comportamentos repetitivos e esperados pelas pessoas que convivem conosco? Ou isso é esperado por você? Esses comportamentos muitas vezes ocorrem sem termos consciência do porquê de fazermos determinadas coisas! O mais importante é entender que se continuarmos a fazer as mesmas coisas, tivermos as mesmas reações frente às situações, teremos os mesmos resultados. Com isso, nosso nível de satisfação, tanto na vida pessoal como profissional, não vai se elevar, ou melhor, ele estará em um nível inferior. Isso é muito sério! Significa que precisamos ampliar a percepção do que fazemos para estabelecer as necessárias mudanças! Aqui se revela a importância de aumentarmos o nosso autoconhecimento para obtermos melhores resultados na nossa vida, pois somente percebendo isso que podemos nos adaptar e mudar! Leitura complementar Para que você complemente os conhecimentos sobre o tema, leia o capítulo 2, “Descobrindo a sua essência” (p. 40-48), do livro Construindo Relacionamentos no Contexto Organizacional (2019), dos autores Czajkowski, Muller e de Oliveira. Vídeo Assista a este interessante vídeo: Principal exercício para o autoconhecimento. Roberta Zanatta, 18 de novembro de 2016. Disponível em: <https://youtu.be/Ko80wFSHHYs>. Acesso em: 28 set. 2019. 5 TEMA 2 – CRENÇAS Neste tema, vamos falar sobre crenças. Você vai perceber que os temas se conectam muito, pois falamos de conteúdo comportamental. Mas o que significa crença e qual o seu significado para o autodesenvolvimento? Vamos falar sobre isso? Inicialmente, crenças são convicções! Ou seja, tudo aquilo que você acredita ser a verdade única muitas vezes. Algumas delas você sabe muito bem como funcionam na sua vida, outras não, você vai se dar por conta disso somente após ocorrerem alguns resultados repetitivos nem sempre positivos. Portanto, essas crenças podem ser conscientes ou não conscientes. [...] as crenças pessoais, ao fazerem parte da individualidade do sujeito, passam a influenciar o próprio funcionamento mental, a organização do pensamento, atuando juntamente aos processos cognitivos. (Pátaro, 2007, p. 15) A autora se refere às crenças pessoais como algo que o indivíduo pode levar como referência e representar nas suas atitudes, comportamentos e reações frente a diversas situações. Para compreender como um indivíduo funciona no aspecto mental e como é a sua forma de atuar no mundo, devemos sempre levar em consideração tudo aquilo que o influenciou na sua formação. Logo, o indivíduo é influenciado pelo meio que vive, a cultura e também a sociedade a qual ele está inserido. Crenças são tudo aquilo que absorvemos como referenciais na nossa vida, no nosso âmbito familiar, de amizade, profissional etc. Ou seja, são ideias, pensamentos, direções, como também ideais que introjetamos para acreditarmos ou não em algumas coisas, inclusive em nós mesmos. Podemos nos referir a alguns exemplos de crenças, tais como: “a pressa é inimiga da perfeição”; “homem não chora”; “casamento é ruim”; “para se ganhar dinheiro, é necessário sofrer muito”; “o trabalho é uma guerra”; “homem não presta”; entre outros ditos populares. Interessante este tema, não? Qual é a importância de entendermos sobre esse tema para a nossa vida profissional? A pessoal também é impactada? 6 Figura 1 – Crenças Crédito: Romolo Tavani/Shutterstock. Podemos considerar que a cultura é fundamentalmente a base para a construção das crenças, ou seja, o indivíduo funciona, age, reage e percebe o mundo por meio de suas crenças. Ele é impactado fortemente pelas crenças nas suas decisões pessoais e profissionais. Muitas vezes não identificamos as crenças de forma consciente para que possamos lidar com elas efetivamente e sim somente em situações que os resultados nas nossas vidas não são os mais positivos. Talvez venhamos a perceber que nossas atitudes são decorrentes de alguns referenciais que tomamos como verdade única ou crenças. Morin (2002) trata sobre crenças como um dos itens que impactam no desenvolvimento do indivíduo. O autor fala que a cultura imprime ao ser humano várias ações, valores, e crenças que interferem na individualidade de cada um. A partir desse conceito, temos também como definir as chamadas crenças limitantes e crenças fortalecedoras. 7 2.1 Crenças limitantes Crenças limitantes são aquelas que literalmente limitam a evolução do indivíduo! Vamos falar sobre elas? Parece um subtema curioso, não é? Talvez você diga que tenha ouvido bastante essa terminologia quando falam de coaching! É verdade! Até porque a metodologia de coaching favorece com que as pessoas possam ampliar a percepção de si, de seu autoconhecimento, para que obtenham melhores resultados na vida pessoal e profissional. O significado de crenças limitantes se dá sobre verdades, referenciais que acreditamos, que não percebemos que nos aprisionam e não nos dão oportunidades de obtermos sucesso na vida. Seria interessante exemplificarmos algumas dessas crenças, não é mesmo? Veja algumas: “não consigo fazer isso”; “não consigo um emprego com um salário bom”; “não sou bom o suficiente”; “nunca tenho dinheiro”; “não consigo me organizar”; “não tenho tempo para nada”; “tenho pavor de falar em público”; “não mereço ter sucesso”; “trabalho é sofrimento”; “trabalho é uma guerra”; “tenho que matar um leão por dia”; “a vida é uma batalha diária”. Isso tudo fez sentido para você agora? Percebe que acabamos acreditando em uma ideia, uma expressão, e ela se torna uma crença a qual colocamos como nosso “norte” na nossa vida? Por isso, são chamadas de limitantes. Essas crenças não são analisadas conscientemente. Não percebemos que as reproduzimos no comportamento, nas decisões, nas relações e que elas nem sempre trazem resultados de sucesso. São marcas negativas que foram internalizadas nos pensamentos. Assim, acreditamos inconscientemente sem ao menos ter experimentado o resultado. A grande possibilidade é cada vez mais ampliar a percepção de si mesmo, o autoconhecimento, para ter maior clareza, maior consciência dos pensamentos e atos e entender o sentido da ação vivida. Ao contrário disso, existem as crenças fortalecedoras. 8 2.2 Crenças fortalecedoras Já que falamos das crenças limitantes, agora vamos falar dessas referências que fortalecem e fazem expandir a trajetória do autodesenvolvimento. Claro que as crenças fortalecedoras fazem com que os indivíduos se tornem mais positivos, equilibrados e com um estado maior de harmonia. Elas desenvolvem maiores recursos facilitadores para as conquistas de oportunidades. São consideradas como crenças positivas ou impulsionadoras. As crenças fortalecedoras direcionam para reflexões relacionadas ao autoconhecimento, à autoestima e à autoconfiança. Com isso, entendemos que o olhar para o mundo, o filtro que conduz a sua visão e apreciação dos fatos se refere ao seu modelo mental, ou seja, a forma a qual o indivíduo enxerga o mundo está ligada aos dados que ele absorveu na sua formação, o que, consequentemente, lhe faz agir e reagir perante determinadas maneiras repetitivas. Portanto, o mais importante é que o indivíduo identifique por qual "lente" está fazendo a leitura da sua vidae de seus objetivos, como está sendo o direcionamento das suas ações, o tamanho do investimento em si, como também de que forma está desenvolvendo as suas limitações para que a evolução seja contínua. Leitura complementar Para que você complemente os conhecimentos sobre o tema, leia o capítulo 2, “Descobrindo a sua essência” (p. 48-53), do livro Construindo Relacionamentos no Contexto Organizacional (2019), dos autores Czajkowski, Muller e de Oliveira. 9 Vídeo Assista a este interessante vídeo: Crenças 1: O que são crenças. Mizuji Kajii, 19 de setembro de 2017. Disponível em: <https://youtu.be/_R8QKCnBBXw>. Acesso em: 28 set. 2019. TEMA 3 – VALORES Vimos no tema anterior sobre crenças tudo aquilo que temos como referência de verdade ou mesmo um caminho a seguir ou não. Temos agora no Tema 3 a importância de estudarmos sobre valores. O que são valores? Existem categorias diferentes sobre valores? Os indivíduos têm os mesmos valores? Já entendemos que não, como vimos ao estudar sobre crenças e formação. Isso faz não só com que os indivíduos enxerguem o mundo de formas diferentes como também considerem situações, sentimentos, entre outros aspectos mais ou menos importantes. Entendemos por valores tudo aquilo que você mais considera importante na sua vida. Vamos estudar mais sobre isso! Figura 2 – Valores Fonte: Lagôa, 2018. Crédito: Eva Punica/Shutterstock. 10 Na Figura 2, você pode ler alguns valores escritos nas folhas. Analise-os e perceba os que são mais ligados a você. Afinal, valores são tudo aquilo que o indivíduo considera de mais importante na sua vida! Porém existem muitos outros valores! Sobre os valores humanos, iniciaremos apresentando o conceito a seguir: Os valores humanos podem ser definidos como os princípios morais e éticos que conduzem a vida de uma pessoa. Eles fazem parte da formação de sua consciência e da maneira como vivem e se relacionam em uma sociedade. Os valores humanos funcionam como normas de conduta que podem determinar decisões importantes e garantir que a convivência entre as pessoas seja pacífica, honesta e justa. São os valores cultivados por uma pessoa que vão basear suas decisões e demonstrar ao mundo quais os princípios que regem sua vida.1 Conforme Gastaldello (1999), valores são compreendidos como uma referência a ser seguida que conduz nossos comportamentos, atitudes, ações ou reações na vida pessoal e profissional. Figura 3 – Estrutura teórica da relação entre valores 1 Significado de Valores humanos. Disponível em: <https://www.significados.com.br/valores- humanos/>. Acesso em: 28 set. 2019. 11 Fonte: Schwartz, 2005. Com o auxílio da Figura 3, podemos entender que existem valores que podem ser categorizados, como valores de autotranscedência, de conservação, de autopromoção e de abertura à mudança. Vale uma reflexão a partir dessas categorias, não é mesmo? Saiba mais Quais são os seus valores mais importantes? Para facilitar que você consiga identificá-los, veja o link de um "teste sobre valores". Vamos lá! É muito importante que você os reconheça, pois assim poderá entender melhor o que guia a sua vida! Teste: Você conhece os seus valores? Disponível em: <http://www.motivado.com.br/testes/testeconhecevalores.html>. Acesso em: 28 set. 2019. Leitura complementar Para que você complemente os conhecimentos sobre o tema, leia o capítulo 2, “Descobrindo a sua essência” (p. 53-55), do livro Construindo Relacionamentos no Contexto Organizacional (2019), dos autores Czajkowski, Muller e de Oliveira. Vídeo Assista ao vídeo a seguir para que você tenha uma diferente forma de conhecer o que são valores: Defina seus valores. Seja Uma Pessoa Melhor, 10 de dezembro de 2017. Disponível em: <https://youtu.be/u0w-nvgpWRc>. Acesso em: 28 set. 2019. TEMA 4 – MODELOS MENTAIS Após trabalharmos conteúdos sobre os referenciais que guiam a vida pessoal e profissional, vamos entender o que realmente nos orienta na nossa forma de enxergar o mundo. Tudo aquilo que estudamos até agora são elementos que constituem o modelo mental de um indivíduo. As crenças e valores fazem com que o indivíduo enxergue o mundo, se comporte diante dele, aja e reaja diferentemente de outros indivíduos. 12 Vamos começar com situações que ocorrem no cotidiano, assim você já pode entender como os indivíduos representam os seus modelos mentais. A seguir, seguem alguns exemplos: • Todos os homens são iguais! Significa que o seu pai e aquela pessoa que você tanto admira também são. • Não se pode confiar nas mulheres! Inclusive na sua mãe, na sua esposa e nas suas irmãs? • Todos os políticos são iguais! Incluindo aquele seu parente que se elegeu com muito esforço e arranjou emprego para toda a sua família que estava em dificuldades? • O pouco com Deus é bastante! Acredite, se isto for verdade, o máximo que você vai conseguir é pouco, além de continuar invejando os ricos pelo resto da vida. • Isso não vai dar certo, aqui sempre foi assim! Esse é um dos modelos mentais mais conhecidos em organizações fadadas ao fracasso. • Não se mexe em time que está ganhando! O Bernardinho nem ligou quando excluiu o Ricardinho da Seleção Brasileira de Vôlei. Além de ser excluído, o time ainda melhorou bastante. • Sou pobre, mas sou feliz! Você conhece algum pobre, no sentido literal da palavra, feliz? • O importante é ganhar! Mais importante do que ganhar é contribuir e não se deixar abater pela derrota. Se o mundo fosse feito apenas de vencedores, o aprendizado não existiria (Mendes, 2010). Interessante, não é? Conseguiu destacar dentre as frases citadas alguma que fosse já tenha dito? Esses são apenas exemplos de manifestações usuais que podem caracterizar como é o seu modelo mental, sua forma de enxergar o mundo. Quando falamos de modelos mentais, podemos entender que eles são convicções muito profundas que fundamentam o nosso olhar e os nossos comportamentos. Claro que muitas vezes os indivíduos não entendem ou não sabem o sentido de determinadas atitudes que eles manifestam. Simplesmente, os indivíduos agem, reagem, julgam, escolhem, decidem, enxergam, observam, percebem os demais ou a si mesmos pelo filtro do seu modelo mental. Vamos imaginar que o modelo mental é representado como um chip interno que recebeu e ainda recebe alguns dados. Esses dados vieram de algumas fontes que fazem esse chip ser diferente de todos os chips dos demais indivíduos no mundo. Umas das fontes que preenche de dados, esse chip é a genética que faz o indivíduo diferente dos demais. A outra fonte é uma das que mais envia dados, que é a educação. Entendemos a fonte da educação por aqueles dados da formação familiar, da escola, dos primeiros amigos que nos inseriram valores, crenças, referenciais e 13 exemplos. Assim, o indivíduo se apropria disso tudo como verdades a seguir em sua vida. Por fim, há a última fonte, que são as experiências vividas. Como exemplo dessa fonte, podemos relacionar quando um indivíduo coloca o seu dedo em uma tomada elétrica. Sim! Nesse momento, essa experiência, esse dado, foi para o seu chip, formando assim o seu modelo mental com os dados recebidos na sua formação. Você deve estar se perguntando: mas o que importa esse tal de chip que figura o chamado modelo mental? Qual a importância de estudá-lo? Vamos refletir um pouco sobre isso! Figura 4 – Modelos mentais Crédito: Mavr88/Shutterstock. A questão é: se o indivíduo não perceber o seu modelo mental, não o conhecer no seu estado de autoconsciência, ele não vai identificar a razão de determinados comportamentos como também não vai perceber se os resultados consequentes deles são positivos ou não. Inclusive analisar a forma de enxergar o mundo! Ele é realmente assim ou o indivíduo utiliza de alguns filtrosa partir dos dados que tem como referências e julga as situações? As consequências relacionadas as suas atitudes estão trazendo mais vantagens ou desvantagens? Esse movimento é o único que resulta em autoconhecimento, em evolução humana! Portanto, ter consciência do próprio modelo mental e perceber como ele funciona é extremamente importante para o autoconhecimento assim como para as relações interpessoais que o indivíduo estabelece. Ao ter um conhecimento 14 cada vez mais amplo do próprio funcionamento, isso favorecerá realizar as necessárias mudanças consigo e na relação com o outro. Sabemos que as pessoas são diferentes, com vontades diferentes, com sonhos diferentes, logo, o processo de adaptação é muito importante. Por fim, é inevitável o indivíduo estabelecer planos de ação se não identificar o quê e o porquê da necessidade de desenvolvimento por meio da autoconsciência como também na relação com os demais indivíduos na vida pessoal e profissional. O mercado demanda flexibilidade, adaptação, resiliência, disponibilidade e abertura para novas atitudes e a entrega de diferentes e inovadores resultados. Concorda que para que o indivíduo possa conquistar relações positivas e melhores oportunidades no mercado é necessário esse processo de autodesenvolvimento? Então vamos ampliar a visão de mundo, expandir nossos modelos mentais! Leitura complementar Para que você complemente os conhecimentos sobre o tema, leia o capítulo 2, “Descobrindo a sua essência” (p. 56-65), do livro Construindo Relacionamentos no Contexto Organizacional (2019), dos autores Czajkowski, Muller e de Oliveira. Vídeo Assista ao vídeo e entenda sobre uma das fontes que forma o modelo mental e a sua representação: Modelos mentais. Disponível em: <https://youtu.be/MY66kMGWMZs>. Acesso em: 28 set. 2019. TEMA 5 – AS COMPETÊNCIAS COMPORTAMENTAIS E A RELAÇÃO COM A SUA ESSÊNCIA Já estudamos importantes temas que são voltados para o processo de autodesenvolvimento. Porém agora, neste último tema desta aula, vamos retomar alguns conceitos e compreender o significado da prática deles no mercado profissional. Também iremos resgatar a importância da ampliação do autoconhecimento e a percepção da sua essência para o mercado atual. 15 Vamos começar a falar sobre competências. O que são competências? Há diferenças entre elas? Existem as competências técnicas e comportamentais e quais são as mais demandadas pelo mercado? Qual a importância delas para o desenvolvimento pessoal e profissional? Iniciaremos com o entendimento sobre competências. Segundo Fleury e Fleury (2001), competências se passam pelo ato de saber agir de uma forma responsável e ter um reconhecimento, que, por consequência, “implica mobilizar, integrar, transferir conhecimentos, recursos e habilidades, que agreguem valor econômico à organização e valor social ao indivíduo”. (Fleury; Fleury, 2001, p. 6). Competências são consideradas como um grupo de conhecimentos e habilidades que faz com que um indivíduo possa desenvolver uma atividade profissional de forma satisfatória. É a condição da resolução de uma problemática. Considera-se competência o tripé do conhecimento, habilidade e atitude. E habilidades o que são? Habilidade é saber fazer! Habilidades são consideradas as capacidades que um indivíduo tem para desenvolver e atuar em certa atividade. Considera-se que competência é algo mais amplo, que envolve outros aspectos. E quando tratamos de competências comportamentais? Habilidades são chamadas de skills; as habilidades comportamentais são chamadas de soft skills; e as habilidades técnicas de hard skills. Segue uma definição de hard skills: São habilidades que podem ser aprendidas e facilmente quantificadas. Em outras palavras, elas são tangíveis. Você aprende hard skills na sala de aula, com livros e apostilas, ou até mesmo no trabalho. Elas são avaliadas durante os processos seletivos e comparadas com as dos outros candidatos. Alguns exemplos: graduação, carpintaria, finanças, TI, mecânica (Crispino, 2017). Já as soft skills se referem às habilidades comportamentais, elas são mais subjetivas. São aquelas habilidades não desenvolvidas com a mesma facilidade das habilidades técnicas. Essas habilidades estão relacionadas ao comportamento, tanto intrapessoal como interpessoal, ao seu autodesenvolvimento e a sua forma de interagir com os demais indivíduos. Soft skills são caracterizadas pelo termo atitude! Tais habilidades estão ligadas à criatividade, comunicação, gestão de conflitos, empatia, relacionamento interpessoal, equilíbrio emocional, liderança, resiliência, ética, adaptabilidade, 16 automotivação, trabalho em equipe, gestão do tempo, entre outras características. É interessante lembrar que as empresas captam os profissionais muitas vezes por suas competências técnicas e os desligam pela falta de competências comportamentais. Por essa razão, a importância de estudar esse conteúdo subjetivo, voltado às condições do desenvolvimento humano, da descoberta e resgate da própria essência faz um sentido muito grande para o indivíduo se perceber e estabelecer formas de crescimento. Figura 5 – Competências como fonte de valor para o indivíduo e para a organização Fonte: Fleury e Fleury, 2001. As competências e o desenvolvimento frequente delas são uma forma estratégica do indivíduo se estabelecer em relação às oportunidades no mercado profissional, pois cada vez mais elas agregam valor a sua atuação e a sua referência às melhores oportunidades de trabalho. Portanto, quanto mais o indivíduo se desenvolve, mais ele eleva o seu nível de satisfação, tanto pessoal como profissional, pois está desenvolvendo atividades que estão ligadas à própria essência, a sua própria missão e a seu propósito no mundo. Leitura complementar Leia o artigo para complementar o seu estudo: SPAGNA, J. di. 6 soft skills mais requisitadas pelo mercado. Forbes, 12 de julho de 2017. Disponível em: <https://forbes.uol.com.br/carreira/2017/07/6-soft-skills- mais-requisitadas-pelo-mercado>. Acesso em: 28 set. 2019. 17 Vídeo Assista ao vídeo a seguir: As 10 competências mais valorizadas no mercado. Jussara Melo Coach, 30 de outubro de 2017. Disponível em: <https://youtu.be/-lG8fs5j0nc>. Acesso em: 28 set. 2019. TROCANDO IDEIAS Pelos temas apresentados, você deve ter percebido que existem condições fundamentais para o processo de autodesenvolvimento do indivíduo, tanto para facilitar as relações interpessoais quanto para ampliar a sua autoconsciência. Sugerimos que você dê continuidade a essas reflexões e participe de um fórum sobre os aspectos a seguir: • Qual o significado do autoconhecimento? • O que caracteriza uma pessoa que tem esse processo desenvolvido? • Essa condição irá impactar na vida pessoal e profissional do indivíduo se ele não ampliar a consciência de si mesmo? Fale sobre esses impactos. NA PRÁTICA 1) Leitura do caso Um indivíduo está sempre desejando ser alguém melhor, ser um profissional melhor, conquistar melhores oportunidades, fazer uma viagem, ter uma vida com mais prazer, porém ele não acredita que é possível isso tudo ocorrer de verdade! Ele não acredita que tenha a capacidade de ganhar um melhor salário, de conquistar uma oportunidade profissional melhor, de ter dinheiro para viajar. Acha tudo impossível! Assim, acaba ficando numa posição de lamentação e incapacidade. Poderíamos dizer que isso são as crenças limitantes? Sim! As crenças limitantes podem prejudicar a vida de um indivíduo em qualquer fase, seja no pessoal como no profissional, causando desânimo, baixa autoestima e desmotivação para qualquer mudança, pois ele acha tudo impossível. Esses indivíduos têm medo de aprender algo novo, não confiam em si mesmos, constrangem-se em qualquer exposição, entre outros fatores.2) Identificação do que deve ser feito. 18 A partir do caso descrito de um indivíduo com crenças limitantes, quais seriam as possibilidades de evitá-las? 3) Identificação da teoria/conteúdo que resolve o problema. 4) Indicação de leitura complementar, se necessária. 5) Apresentação da solução do problema. Inicialmente, para o indivíduo lidar com qualquer problemática, é necessário que ele amplie o seu autoconhecimento. O indivíduo deve perceber como ele mesmo funciona diante de várias situações, como reage e quais são os seus resultados em relação as suas atitudes. É importante que o indivíduo conheça cada vez mais as causas de seus comportamentos, ou seja, que reflita e identifique o que ele acredita e o que tem lhe impedido de alcançar os resultados almejados. Ele também precisa estabelecer novos objetivos, de forma bastante descritiva e detalhada, praticando e adotando com mais frequência as crenças fortalecedoras. FINALIZANDO Acreditamos que, após termos trabalhado tantos temas que direcionam ao autodesenvolvimento, você tenha percebido a importância deles para a vida pessoal e profissional. O processo de autoconhecimento é muito importante, pois permite perceber as próprias fortalezas e fraquezas para que se possa fazer algo com elas, tanto no aspecto positivo de potencializá-las como também ao estabelecer um plano de ação para melhorias das suas limitações. Ao entender sobre os valores estabelecidos na vida, descobre-se o que realmente importa para cada indivíduo e o que os move. É necessário estar atento aos resultados dos próprios comportamentos e perceber se existe algo que o limite e que possa identificar como uma crença, que fortalece ou impede o desenvolvimento. Por fim, ampliar a consciência, o seu modelo mental, permitirá enxergar o mundo de formas diferentes e de se comportar. Perceber-se continuamente é o que vai proporcionar o crescimento. Saber que o desenvolvimento de determinadas competências é mais eficaz se estas estão ligadas ao próprio talento, à própria essência, pois elevarão o nível de satisfação na vida! 19 REFERÊNCIAS CRISPINO, L. Qual a diferença entre hard skills e soft skills? Exame, 20 de setembro de 2017. Disponível em: <https://exame.abril.com.br/carreira/qual-e-a- diferenca-entre-hard-skills-e-soft-skills/>. Acesso em: 28 set. 2019. FLEURY, M. T. L.; FLEURY, A. Construindo o conceito de competências. Revista de Administração Contemporânea, ed. esp., p. 183-196, 2001. GASTALDELLO, A. T. A Influência de Valores Pessoais de Executivos Brasileiros e Argentinos em Negociações Comerciais. 1999. Dissertação (Mestrado em Administração) - Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 1999. LAGÔA, A. Valores pessoais... O que são? Quero ser mais, 6 de agosto de 2018. Disponível em: <http://www.querosermais.blog.br/valores-pessoais-o-que- sao/>. Acesso em: 28 set. 2019. MENDES, J. O que são modelos mentais? Administradores, 18 de abril de 2010. Disponível em: <https://administradores.com.br/artigos/o-que-sao- modelos-mentais>. Acesso em: 28 set. 2019. MORIN, E. O Método 5: a humanidade da humanidade. Porto Alegre: Sulina, 2002. PÁTARO, C. S. de O. Pensamento, crenças e complexidade humana. Ciências & Cognição, v. 12, Rio de Janeiro, nov. 2007. SCHWARTZ, S. H. Valores humanos básicos: seu contexto e estrutura intercultural. In: TAMAYO, A.; PORTO, J. B. (Orgs.). Valores e Comportamento nas Organizações. Petrópolis: Vozes, 2005. SEICENTI, L.; PORTO, J. B.; PASCHOAL, T. Valores Organizacionais e Valores Humanos como fatores de impacto no Bem-estar Ocupacional. In: XXXIV Encontro da ANPAD, 2010, Rio de Janeiro. Anais do XXXIV EnANPAD. Rio de Janeiro: ANPAD, 2010. RELAÇÕES INTERPESSOAIS AULA 3 Profª Elizabeth Nery Sinnott 2 CONVERSA INICIAL Olá, alunos(as), iniciaremos mais uma aula desta disciplina tão interessante e importante para o seu autodesenvolvimento. Trabalharemos outros temas sobre nossas relações interpessoais e as possibilidades de fortalecermos a própria essência relacionando-nos com o outro. Nesse sentido, trataremos da temática das emoções que estão presentes no nosso cotidiano, algumas positivas e outras nem tanto, não é mesmo? Além disso, trataremos do conteúdo relacionado à inteligência emocional, tema tão comentado atualmente. De que forma podemos desenvolver essa inteligência para que tenhamos mais satisfação na vida pessoal e profissional? Nesta aula, será possível diferenciar tipos de inteligências, inclusive a espiritual, entendendo o seu sentido e significado. Ainda, vamos estudar a empatia, sua importância nas relações interpessoais e o seu real conceito. Por fim, trataremos da relevância da presença da própria essência nas relações interpessoais e a ligação disso com o mercado profissional. CONTEXTUALIZANDO Aluno(a), anteriormente, vimos conceitos importantes relacionados ao processo de autoconhecimento, crenças, valores, modelos mentais e os impactos disso nas relações interpessoais, tanto no mercado profissional como pessoal. Nesta aula, vamos dar continuidade a essas reflexões, mas, agora, abordaremos temas voltados ao comportamento humano, suas manifestações e reações e a maneira como podemos ter resultados mais assertivos e mais efetivos nas relações com os demais indivíduos. Nesse sentido, trataremos das emoções, os tipos existentes, as formas como elas se manifestam, como identificá-las e como entender a importância de se fazer a gestão adequada delas. Estudaremos a inteligência emocional e as habilidades desse tipo de inteligência, como autoconsciência, autocontrole, automotivação, empatia e necessidade de desenvolvermos relações interpessoais positivas. 3 Dando continuidade a isso, conheceremos a inteligência espiritual, que não se refere a nenhuma religiosidade, mas, sim, à importância de o indivíduo ter consciência da razão de ele estar no mundo, identificando o seu real propósito de vida e seus valores. Por fim, refletiremos sobre nossas necessárias competências comportamentais no atual mercado profissional. Saiba mais Para iniciar o contato com os temas desta aula, sugerimos que você assista a uma entrevista com Daniel Goleman, que fala sobre inteligência emocional. A entrevista pode ser acessada no seguinte link: <https://www.youtube.com/watch?v=RfIa_mHWidM>. TEMA 1 – EMOÇÕES Convido você, aluno(a), a compreender este tema tão importante: as emoções. Elas são concebidas ou entendidas como respostas químicas e elétricas que percorrem o nosso corpo. Manifestam-se em uma parte diferente no nosso organismo para nos proteger e nos preservar. Entendemos que a dinâmica das emoções começa a se modificar quando comparamos as expressões de uma criança com as de um adulto. A criança traz, genuinamente, por meio das suas expressões, o que ela está vivenciando pelas emoções. Já o adulto traz esse processo de maneira mais obscura, pois sabemos que tudo o que ele viveu e o formou, junto à cultura, impactaram diretamente a sua forma de expressar as emoções. Portanto, educação, formação e constituição do modelo mental são aspectos extremamente significativos na limitação das expressões e das emoções. Esses aspectos impactam a espontaneidade. Com eles, aprendemos até mesmo a expressar ou não expressar as emoções presentes. Ao falarmos sobre proteção e preservação, isso está ligado ao que a psicologia trata sobre as emoções que trazemos desde que nascemos, as emoções básicas. Quais são as emoções básicas e quais são as suas características? 4 1.2 Emoções básicas O medo, a alegria, a tristeza e a raiva são considerados emoções básicas. Mas quantas emoções existem? Percebemos essa variedade pelacomunicação não verbal, especificamente pelas expressões faciais. Muitas vezes, é necessário falar sobre elas, que estão presentes no rosto do indivíduo. Quais emoções são demonstradas em cada expressão facial presente na figura a seguir? Veja se você consegue acertar antes de visualizar o gabarito após a imagem. Fonte: Simionato, 2006. Podemos visualizar, respectivamente, que o rosto está: 1. feliz; 2. enraivecido; 3. maléfico; 4. desapontado; 5. perplexo; 6. gozador; 7. desesperado. E nas expressões da figura a seguir, quais emoções são reveladas? 5 Fonte: Miguel, 2015. Essa imagem nos traz as seguintes emoções: a) alegria; b) medo; c) surpresa; d) tristeza; e) nojo; f) raiva. As expressões faciais que revelam as emoções foram estudadas por pesquisadores por muitos anos, com o uso de fotos, filmagens etc. Sabemos, com isso, que as expressões contêm uma carga genética e também estão relacionadas à nossa formação. Autores como Simionato (2006) mencionam seis famílias de emoções: alegria, surpresa, raiva, tristeza, medo e repugnância. O que as diferencia, negativa e positivamente, são características em termos de qualidade ou de potência (se a emoção é fraca ou forte). O autor fala especificamente da emoção raiva. Para ele, sentir raiva é perfeitamente natural e sadio, e negativo é o modo como dirigimos essa emotividade aos outros e a nós mesmos. A característica sobre a qual o autor traz mais reflexões é a qualidade. Existem emoções positivas ou somente negativas? Pesquisadores consideram que a emoção depende do momento em que é vivenciada para aparecer e despertar, sem a necessidade de julgamento. Porém, eles salientam que, conforme a manifestação da emoção e a forma como os sujeitos a direcionam, ela pode se caracterizar como negativa. 6 A seguir, é apresentada uma imagem trazida por Simionato (2006), a qual ilustra, no círculo central, as emoções consideradas básicas e, na parte externa, as suas formas de desvios. Fonte: Simionato, 2006. Conseguimos entender que existem diferentes abordagens de autores quanto à quantidade de denominadas emoções básicas, como também de que forma elas se caracterizam como emoções mais complexas. Já nos pegamos, por exemplo, sentindo várias emoções ao mesmo tempo, não é mesmo? Como exemplo, temos a saudade, que se mescla à alegria e à tristeza. Temos, também, a conquista. Você já viveu algum momento em que conquistou algo bem importante e, por isso, chorou e riu ao mesmo tempo? Isso tudo, é claro, depende de cada pessoa, da sua forma de abordar as emoções, o quanto foi intenso o momento etc. As emoções podem se misturar dependendo da ocasião. Em momentos de decepção, por exemplo, há união de tristeza e surpresa. 7 O autor Daniel Goleman (2011) trata muito bem do tema das emoções com o estudo sobre as inteligências. Na década de 1980, muitos estudos e descobertas nesse campo ocorreram. O que mais se destaca é a inteligência emocional. O autor desenvolve seus estudos sobre essa inteligência e a caracteriza como o domínio de alguns aspectos, como a consciência emocional, que se trata da capacidade de o indivíduo distinguir e perceber suas emoções, e o controle emocional. Esse controle está ligado à forma como o sujeito controla seus impulsos e emoções. É possível isso? Podemos pensar que o efetivo controle das emoções talvez não seja possível. Porém, podemos ter consciência das emoções e controlarmos o comportamento que deveremos ter diante delas, não é mesmo? Você concorda que esse conteúdo é interessante? Por isso, aluno(a), daremos continuidade, no próximo tema, a esse assunto, abordando, agora, a inteligência emocional, principalmente quando tratarmos mais especificamente dos aspectos que caracterizam essa inteligência, uma condição tão exigida para o perfil do profissional no atual mercado de trabalho. Leitura obrigatória Para que você complemente os conhecimentos sobre o tema, leia o capítulo 3 “fortalecendo a sua essência na relação com o outro” (p. 69-74) do livro Construindo relacionamentos no contexto organizacional, dos autores Czajkowski, Muller e Oliveira, publicado em 2019 pela editora InterSaberes. Saiba mais Assista a este interessante vídeo, intitulado "o que são emoções?", disponível no seguinte link: <https://www.youtube.com/watch?v=GyFQj64amhY>. TEMA 2 – INTELIGÊNCIA EMOCIONAL Aluno(a), daremos continuidade à nossa aula resgatando o conteúdo que analisamos, de maneira breve, anteriormente. Abordaremos a inteligência emocional, um tema tão discutido em vários âmbitos. O que realmente ela significa? Qual a sua importância? No mercado profissional e, ainda, no mercado pessoal, podemos dizer que ela é extremamente necessária. 8 Vamos entender esse conceito e, em seguida, verificar em que momentos podemos estar atentos para identificar se estamos desenvolvendo essa inteligência ou não. Vários autores consideram que ser inteligente é muito mais do que ter domínio de temas ou conteúdos complexos. Muitos afirmam que, para se ter o êxito profissional, é necessário entender as próprias emoções e saber lidar com elas. Com isso, temos a seguinte reflexão: para ser mais inteligente emocionalmente, é viável aprender e se desenvolver? O autor Daniel Goleman (2011), o precursor do tema sobre inteligência emocional, afirma que somente se conhecermos as emoções conseguiremos ter o controle sobre o que sentimos. Goleman nasceu nos Estados Unidos, em 1946, e tornou-se bacharel e doutor em psicologia pela Universidade de Harvard. Além disso, é escritor e jornalista. Na década de 1990, tornou-se um célebre indivíduo no mercado após a publicação do livro Inteligência Emocional. Muito bem. Após sabermos algumas informações sobre esse autor, vamos falar sobre alguns pilares que caracterizam a inteligência estudada por ele. A aptidão emocional, por exemplo, é decisiva muitas vezes para o sucesso pessoal e profissional. Por isso, Goleman (2011) cita algumas habilidades necessárias a serem desenvolvidas: algumas competências pessoais, outras sociais ou mesmo interpessoais. Pesquisas sobre esse tema revelam que o indivíduo que tem facilidade nos estudos também necessita ter facilidades na vida, ou seja, precisa saber se relacionar com as pessoas, ser empático e entender que o que é importante para o outro pode ser muito diferente para si mesmo. Além disso, o sujeito deve saber controlar e administrar as ações e as reações diante das adversidades e, com isso, identificar quais emoções estão presentes nesses momentos; precisa se conhecer cada vez mais, autodesenvolver-se, de forma frequente e contínua, para evitar emoções negativas, fazendo a gestão delas e as utilizando a seu favor. Elevar o autoconhecimento, fator muito importante para a evolução, automotivando-se com o real proposito, é muito necessário e fortalecedor ao indivíduo. 9 Goleman (2011) menciona habilidades necessárias para desenvolver a inteligência emocional, tais como: autoconsciência, autogestão ou controle emocional, automotivação, empatia e relações interpessoais. 2.1 Autoconsciência Primeiramente, vamos falar da autoconsciência. Ela se caracteriza pela capacidade de identificar e diferenciar o que o indivíduo sente em relação ao seu cotidiano. Goleman (2011) considera a autoconsciência a primeira habilidade, pois somente quando o indivíduo conhecer o que pensa, do que gosta, o que sente e o que o emociona conseguirá controlar ou administrar as emoções. Simionato (2006) afirma que a autoconsciência é a capacidade de o indivíduo ter a compreensão das suas emoções e de como elas se desencadeiam. Inclusive, é importante perceber quando e como elas aparecem fisiologicamente. Distinguir os sentimentos e ampliar o autoconhecimento contribui à identificação do propósito
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