Buscar

Aula de Relações Interessoais

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 139 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 139 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 139 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

RELAÇÕES INTERPESSOAIS 
AULA 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Elizabeth Nery Sinnott 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Olá! Vamos estudar nesta disciplina temas muito interessantes para o seu 
autodesenvolvimento. Qual a importância disso na prática? A importância é que 
o mercado demanda competências comportamentais dos profissionais, para 
que, inseridos nas organizações, consigam influenciar positivamente as pessoas 
de sua equipe e conquistem os melhores resultados. 
Os temas desta primeira aula estão ligados aos desafios que o indivíduo 
enfrenta, e de que forma ele lida com eles na gestão. Colocamos você de frente 
com as tendências e paradigmas que derivam das mudanças constantes do 
cenário atual. Você terá que perceber a realidade para integrar a sua ação 
profissional e pessoal a uma nova postura. 
É importante também que você entenda que essas demandas do mercado 
têm como objetivo importante a transformação e a adaptação das pessoas em 
resposta às grandes adversidades e diversidades existentes. As tendências nos 
indicam que necessitamos ampliar a percepção referente a mudanças, relações 
e diferentes indivíduos, para que nossa competência interpessoal evolua. 
Iremos tratar, nesta disciplina, de temas como o significado do 
autoconhecimento e a importância da ampliação da percepção, tanto de si 
quanto em relação ao outro, para que possamos efetuar as mudanças 
necessárias. Pensaremos também na competência interpessoal, no indivíduo 
posto na sociedade atual, com seus desafios, no papel da tecnologia na 
interação pessoal e nas relações interpessoais no contexto contemporâneo. 
CONTEXTUALIZANDO 
As frequentes mudanças na sociedade nos têm mostrado que 
necessitamos nos adaptar a esse cenário. Mudanças de paradigmas são 
necessárias, pois as condições para alcançar objetivos, estabelecer metas, 
construir relacionamentos e desempenhar funções dentro de uma organização 
se alteraram. O cenário atual requer ideias diferenciadas, com indivíduos 
empáticos que facilitem a manutenção das equipes na sua melhor performance, 
impulsionando resultados de sucesso. 
A mudança de paradigmas implica uma profunda mudança de 
mentalidade da época, quanto aos valores que formam uma visão particular da 
realidade vigente. 
 
 
3 
Na medida em que formos trabalhando o conteúdo dos temas você irá se 
deparar com a importância das mudanças, seja para si, para as pessoas com 
quem convive pessoal e profissionalmente, e para a sua prospecção de carreira. 
Trabalharemos também com o significado da ampliação das habilidades 
comportamentais no seu autodesenvolvimento e no desenvolvimento 
interpessoal. 
Saiba mais 
 Para entender melhor o conceito, assista o vídeo: 
ROMPER paradigmas. Fusion Vida, 2 mar. 2012. Disponível em: 
<https://www.youtube.com/watch?v=N91tks1lY8E>. Acesso em: 26 set. 2019. 
TEMA 1 – INDIVÍDUOS EM SOCIEDADE 
Vamos fazer uma breve análise de como o indivíduo e a sociedade – e 
também o indivíduo em sociedade – se estabeleceram? Vamos rever alguns 
conceitos e trajetórias da evolução? Então vamos lá! Vamos fazer essa viagem 
no tempo. 
Quando falamos de evolução, já relacionamos tanto a sociedade quanto 
o indivíduo, não é? Quais papeis eles apresentam? Um tem maior predominância 
que o outro? Quem faz o quê? Vamos abordar o tema a partir de alguns pontos 
de vista sociológicos. 
O ser humano é um ser altamente social. Aristóteles já falava sobre isso. 
Ele necessita se comunicar, se relacionar, compartilhar etc. Realmente, o 
indivíduo nasceu em uma sociedade que causou e causa muitos impactos sobre 
si, como ele também impactou e impacta essa sociedade. Se olharmos para a 
produção e suas grandes mudanças, entendemos que a partir disso se 
estabeleceram as classes sociais; ou seja, a Revolução Industrial modificou a 
forma com que o indivíduo se conectou com a sociedade, e a qual classe ele 
passou a pertencer. 
Iremos falar sobre os impactos das revoluções industriais, mas antes 
disso, o que acha que tratarmos de algumas reflexões da sociologia sobre o tema 
do indivíduo e a sociedade? 
Entendemos que a sociedade tem sua pluralidade, ou seja, existe uma 
diversidade em vários aspectos, raciais, culturais, sociais, entre outros. E como 
o comportamento humano aparece nesse processo? Ele está sendo influenciado 
 
 
4 
a todo instante, não é? Falamos disso em termos de desejos, de consumo, de 
carreira; enfim, a sociedade define muitas vezes como o ser humano vai 
enxergar o mundo, e não necessariamente a sua forma individual. 
Durkheim traz uma perspectiva própria em relação ao fato social. O ser 
humano tem o seu comportamento diretamente ligado a ele. O nosso cotidiano 
na vida pessoal e profissional é uma prática do fato social. O que o autor 
caracteriza como fato social corresponde aos fenômenos de uma sociedade. 
Entendemos com isso que o fato social é intrínseco ao dia a dia dos indivíduos. 
O que praticamos nos revela a necessidade de convivência coletiva. 
Percebemos que algumas práticas são caracterizadas por um fenômeno 
coletivo, como a sua atividade profissional, o seu trabalho. Assim, o indivíduo se 
torna um integrante da sociedade. Contudo, consideramos que, se o indivíduo 
fugir de determinados padrões impostos, é possível que haja uma represália, na 
forma de rejeição do grupo social, acarretando diversos efeitos emocionais. 
Esse processo se diversificou em decorrência das grandes mudanças na 
sociedade. Agora, podemos falar dessas mudanças. Que tal relembrar as 
revoluções que ocorreram e impactaram diretamente o indivíduo e sua atuação 
na sociedade? 
 
Crédito: Elenabsl/Shutterstock. 
 
 
5 
Essa tal de 4ª Revolução Industrial já está ocorrendo. Se fizermos uma 
recapitulação da característica principal de cada uma dessas revoluções, 
entendemos que a 1ª foi o motor a vapor, quando os animais não eram mais 
usados, e sim o homem; já a 2ª se baseou na eletricidade, com maior 
comodidade para as pessoas; a 3ª se baseou na utilização da tecnologia, quando 
a informatização industrial entrou com força, diminuindo os custos e aumentando 
toda a produção industrial, entre outras características; por fim, a 4ª Revolução 
Industrial se baseia em internet das coisas, inteligência artificial, autonomia de 
veículos, impressão 3D, engenharia genética, drones, sistemas de 
armazenamentos, como a "nuvem", nano e neurotecnologias, redes inteligentes 
e da robótica. Isto é, estamos navegando em uma revolução tecnológica 
disruptiva. Sabemos também que essas evoluções, essas mudanças, sempre 
trazem resultados positivos e outros nem tanto. Exemplificando com a robótica, 
que se compara a algumas substituições realizadas na 1ª Revolução Industrial, 
sobretudo da máquina a vapor, quando a mão de obra humana passou para 
algumas máquinas. Hoje, um robô pode simplesmente ser programado para 
desenvolver atividades repetitivas. 
Porém, o mais importante é entender que o ser humano também está 
nesse processo de desenvolvimento frequente e de evolução. À medida que a 
sociedade se transforma, o indivíduo se insere em novos aprendizados, e novas 
formas de atuação profissional irão surgir, para serem ocupadas. 
Leitura obrigatória 
 Para complementar seus conhecimentos sobre o tema, leia: 
MÜLLER, R.; CZAJKOWSKI, A.; OLIVEIRA, V. S. Construindo 
Relacionamentos no Contexto Organizacional. Curitiba: InterSaberes, 2019. 
p. 14-20. 
Saiba mais 
 Para entender melhor o conceito, assista o vídeo: 
INDÚSTIRA 4.0. Edson Miranda, 27 ago. 2017. Disponível em: 
<https://www.youtube.com/watch?v=0SYlggPuOM8>. Acesso em: 26 set. 2019. 
 
 
6 
TEMA 2 – OS DESAFIOS DA VIDA MODERNA E OS RELACIONAMENTOS 
INTERPESSOAIS 
Nos últimos anos, assistimos a uma série de processos que configuraram 
o que se pode reconhecer como uma mudança de era. Assim, no 
desenvolvimento deste tema, trataremos principalmente das mudanças que a 
vida moderna sofreue de seus impactos nos relacionamentos interpessoais. 
Convido você a participar dessa reflexão, pois é necessário repensar não só a 
postura profissional, mas também a necessidade de se apropriar de condutas e 
comportamentos compatíveis com as exigências do momento e com as 
estratégias organizacionais, em referência à aquisição de uma vantagem 
competitiva real. Você concorda que quando falamos dos desafios da vida 
moderna precisamos entender o que é realmente modernidade? 
Vamos começar com um resgate sobre as revoluções. Entendemos que 
esses fatos trouxeram grandes transformações, não só nos processos de 
produção, como também nos indivíduos e suas relações interpessoais. A 
modernidade se estabeleceu com o objetivo de se contrapor às tradições, com 
a intenção de analisar os acontecimentos da realidade de uma forma muito mais 
crítica. 
Giddens (2002) aborda a modernidade, na vida social, como uma 
condição que foi impactada, o que fez com que as relações se remodelassem, 
saindo de modelos tradicionais clássicos para uma construção diferenciada no 
meio social. 
É preciso entender que a modernidade pode ser o mesmo que uma 
sociedade moderna. O diferencial, aqui, são as atitudes diante do cenário em 
que se está inserido. A modernidade se determina por um espaço de tempo 
relacionado a aspectos sociais, econômicos e culturais. O mais importante é 
refletirmos sobre a trajetória do ser humano e suas modificações. Muitos eventos 
causaram impactos no ser humano, sua evolução e a forma com que foram 
estabelecidas relações. 
Com a Revolução Industrial, a era moderna teve início: muitas mudanças, 
diversos conflitos caracterizados por diferentes ideologias, guerras e tantos 
outros acontecimentos, que fizeram com que as pessoas migrassem para os 
centros urbanos. Do rural para as cidades, da produção de sustento para a 
conquista de vagas em indústrias, com o intuito de comercializar mão de obra. 
 
 
7 
O que podemos refletir a partir desse histórico? Podemos entender que 
as modificações em relação à estrutura econômica, profissional e social 
impactaram fortemente o significado das relações sociais, pois crenças, valores 
e costumes se distinguiam das práticas anteriores. Como consequência, houve 
o surgimento de diferentes conflitos entre os indivíduos. 
Bittencourt (2009, p, 2) aborda a teoria do importante autor Erich Fromm, 
que trata a trajetória do homem considerando todo o processo histórico, inclusive 
consequências posteriores à era da modernidade. Especificamente de uma 
forma simbólica, entre os verbos "ser" e o "ter", compreende que o "ser" se refere 
a uma abertura qualitativa em relação ao real, abertura pessoal em favor da 
compreensão da diferença e da singularidade de cada pessoa, havendo então a 
respeitabilidade e a abertura amorosa diante da pluralidade de indivíduos e da 
própria natureza circundante. 
Destacamos também as ideias de Fromm (2000, citado por Bittencourt, 
2009, p, 35): “se eu amo o outro, sinto-me um só com ele, mas com ele como 
ele é, e não na medida em que preciso dele como objeto para meu uso”. 
Conseguimos inclusive relacionar essa simbologia de "ser" com a prática da 
empatia – ou seja, estar com o outro como ele é, e dar importância ao que é 
importante a ele. Por outro lado, o “ter” implica obtenção, posse, desfrute, 
aproveitamento de tudo e, por fim, substituição. Sim, podemos falar do “ter” 
quanto às relações e às pessoas inclusive. É a prática literal de consumo! Ter as 
pessoas como minhas, dominadas, tê-las como posse! É possível que as 
pessoas entendam que a satisfação está ligada à aquisição. 
Assim, podemos entender que o grande desafio do contexto atual é estar 
atento à qualidade das relações interpessoais, pois o indivíduo é um ser social 
que depende de interações para o seu desenvolvimento. Portanto, quanto mais 
ampliarmos a própria percepção da nossa existência, e a do outro, teremos uma 
maior capacidade de adaptação, e melhores resultados. 
Podemos finalizar a nossa reflexão com Baumann (2001), um autor muito 
influente nos referenciais sociológicos, que desenvolve a ideia de modernidade 
líquida. Ou seja, entende-se que, após a Segunda Guerra, as grandes mudanças 
foram se tornando mais velozes e constantes. Há quebras de paradigmas, que 
sustentam a modernidade, com estruturas e modelos tradicionais que até hoje 
influenciam o contexto social. A própria globalização é um belo exemplo da 
redução de distâncias. 
 
 
8 
 
Crédito: Denis Cristo/Shutterstock. 
Ao mesmo tempo, essas referências não se estabelecem de maneira 
sólida, pois não há ainda uma sustentação nas relações entre os indivíduos, ou 
entre eles e o contexto social em que estão inseridos. Será que existe presença 
real, ou nos afastamos mais de quem temos nas nossas proximidades? Ou será 
que nos aproximamos mais daqueles que estão mais longe? O desapego e a 
incerteza estão cada vez mais presentes – foco mais no presente do que na 
sustentação de um propósito e um plano de futuro. 
Leitura obrigatória 
 Para complementar os conhecimentos sobre o tema, leia: 
MÜLLER, R.; CZAJKOWSKI, A.; OLIVEIRA, V. S. Construindo 
Relacionamentos no Contexto Organizacional. Curitiba: InterSaberes, 2019. 
p. 20-24. 
Saiba mais 
 Para entender melhor o tema, assista ao vídeo: 
A LIQUIDEZ das relações. René Schubert, 24 jul. 2015. Disponível em: 
<https://www.youtube.com/watch?v=aI_te8T7sRU>. Acesso em: 26 set. 2019. 
TEMA 3 – SOCIEDADE EM REDE 
Neste tema, vamos tratar principalmente da disponibilidade das 
ferramentas que se configuram como conexões entre pessoas, cenários, 
informações, espaços geográficos, entre outros aspectos. O que realmente 
significa "sociedade em rede"? 
 
 
9 
 
Crédito: De Mango/Shutterstock. 
Temos como referência Manuel Castells (2006), que declara que a rede é 
uma forma de os indivíduos socializarem a partir de uma perspectiva virtual que 
extrapola o espaço e o tempo, devido ao surgimento da internet. Podemos obter 
informações através de jornais, revistas, artigos, como também criarmos ou 
mantermos relações interpessoais nos comunicando e compartilhando através 
da internet, que favorece o encurtamento dos contatos pessoais e a velocidade 
de informações no nosso cotidiano. 
Sabemos que os relacionamentos entre os indivíduos são impactados 
pelos grandes e diversos desafios da evolução do trabalho. Quando falamos de 
desafios e do termo trabalhado neste tema, que é rede, estamos abordando a 
tecnologia, componente fundamental no crescimento interno das companhias. 
Identificamos que os indivíduos apresentam uma determinada abordagem nas 
relações, e percebemos a necessária alteração. 
Castells (2003) aponta que a sociabilidade se diferencia segundo a 
evolução da tecnologia. Inclusive, o autor se refere ao deslocar da comunidade 
para a rede. Há aqui uma transição na forma das relações sociais, nas 
sociedades, quando as comunidades espaciais foram substituídas por redes. Ele 
também destaca como os indivíduos nesse formato de sociabilidade passaram 
a apresentar uma tendência de isolamento. Compreendemos a partir disso que 
o processo tecnológico alterou, e está alterando cada vez mais, a dinâmica de 
sociabilidade, tendendo fortemente ao individualismo. 
Ainda seguindo a linha de pensamento de Castells (2003), entende-se 
que a tecnologia gerou diversas mudanças, que impactaram fortemente as 
relações interpessoais. Para que as relações sociais sejam cada vez favoráveis, 
é necessária uma adequação acelerada, principalmente porque as inúmeras 
formas de comunicação fazem parte dos cenários profissionais e pessoais. Ele 
aponta que a sociedade em rede tende cada vez mais a desenvolver-se no 
 
 
10 
mundo moderno. O envolvimento do indivíduo, com sua potencialidade nos 
processos de comunicação e suas tecnologias em rede, é surpreendente. 
 Nesse mesmo contexto de sociedade em rede, importante tratardo termo 
TIC (Tecnologias da Informação e Comunicação). Conforme já abordamos sobre 
a forma de os indivíduos se comunicarem, trata-se de todas as tecnologias que 
fazem a mediação e a interferência das informações e processos de 
comunicação entre os indivíduos. Nos referimos aqui as telecomunicações, aos 
softwares, aos hardwares, entre outros, que são favorecidos a partir desses 
recursos tecnológicos. 
 Segundo Müller, Czajkowski e Oliveira (2019, p. 26), é preciso refletir 
sobre as vantagens e desvantagens dos TICs, que nos proporcionam essa rede 
inclusiva; porém, existem aspectos a que precisamos nos atentar, pois essas 
relações se estabelecem a partir de ferramentas – como consequência, 
poderemos excluir indivíduos no processo. 
essa mesma sociedade em rede que é inclusiva, que permite a nós nos 
comunicarmos com outras pessoas distantes em tempo real sem pagar 
mais por isso (além, é claro, das taxas e mensalidades pelo serviço de 
internet), também nos torna reféns dessas ferramentas de TICs e da 
própria internet. Da mesma forma, acaba excluindo da sociedade em 
rede todos aqueles e aquelas que por questões econômicas, 
financeiras, culturais e/ou sociais não têm acesso a tais ferramentas. 
 Como as pessoas de comunicavam no passado? Cartas? Encontros ou 
passeios? E hoje? Basta acessar o computador ou estar com o celular na mão, 
que nos comunicamos com pessoas próximas ou de outro lado do mundo, não 
é? 
 Atualmente, sabemos que inúmeras informações ou notícias são enviadas 
a todo momento; inclusive, acontecimentos podem ser transmitidos ao vivo 
através de canais tecnológicos. As formas de tecnologias disponíveis facilitam a 
vida, pois viabilizam a comunicação, as relações e as interações. Mesmo de 
forma virtual, o contato é mais frequente. 
 As tecnologias da informação e comunicação trouxeram condições que 
modificaram as relações humanas. Podemos verificar vantagens e 
desvantagens nessas mudanças, mas o importante é compreender que os 
indivíduos, quando as utilizam adequadamente, conseguem ampliar o seu 
repertório cultural e educativo. As TICs trouxeram modificações na sociedade, 
nas relações, nas formas de comunicação, nas interações, além de contribuírem 
para a promoção do desenvolvimento das formas de produção, elevando a 
 
 
11 
riqueza no mercado competitivo através da globalização. Há facilidade nas 
produções, negociações, além de intercâmbios e aquisições de empresas com 
outros países de forma ilimitada. 
 Importante refletirmos, ao final desse tema, que os benefícios da 
globalização não são iguais para todos os indivíduos e todos os países. 
Evidentemente, tais vantagens não são igualmente usufruídas e distribuídas. Os 
países beneficiados pelas facilidades são aqueles que apresentam um poder 
monetário elevado, com maiores recursos e estruturas tecnológicas mais 
adequadas; ou seja, a industrialização desses territórios foi o fator que favoreceu 
a obtenção dos privilégios das facilidades tecnológicas. 
Leitura obrigatória 
 Para complementar os conhecimentos sobre o tema, leia: 
MÜLLER, R.; CZAJKOWSKI, A.; OLIVEIRA, V. S. Construindo 
Relacionamentos no Contexto Organizacional. Curitiba: InterSaberes, 2019. 
p. 24-27. 
Saiba mais 
 Para entender melhor o tema, leia: 
MOLINA, C. G. M. A internet e o poder da comunicação na sociedade em rede: 
influências nas formas de interação social. RMS – Revista Metropolitana de 
Sustentabilidade, v. 3, n. 3, 2013. Disponível em: 
<http://www.revistaseletronicas.fmu.br/index.php/rms/article/download/202/pdf_
1>. Acesso em: 26 set. 2019. 
TEMA 4 – RELAÇÕES MEDIADAS PELA TECNOLOGIA 
Vamos falar sobre as relações e o papel da tecnologia? Nesse tema, 
continuaremos a refletir como estabelece relações por meios tecnológicos. 
Assunto bastante atual, não é? 
Entendemos que a internet veio como um processo inovador nos últimos 
tempos, talvez o mais relevante quando nos referimos ao modo de comunicação 
e à forma de obter informações. Podemos considerar que tivemos vantagens no 
âmbito dos relacionamentos interpessoais? 
A internet trouxe benefícios para os indivíduos? Como você considera 
esse tema? Qual a sua experiência com isso? Quais são os pontos favoráveis? 
 
 
12 
Conforme o nosso tema anterior, quando falamos de várias ferramentas 
tecnológicas, denominadas TICs, que são utilizadas no nosso cotidiano para 
diversos fins, vimos que elas facilitam principalmente a comunicação, 
encurtando distâncias nas relações entre os indivíduos. Que tipo de relações 
poderíamos destacar aqui? Tanto pessoais como profissionais, não é mesmo? 
Sabemos que há realizados processos seletivos realizados através de 
aplicativos; existem programas específicos para esse fim, como também há 
aqueles para negociações, projetos, reuniões, métodos educacionais, 
interações, entrevistas, entre outros diversos objetivos. Há diversas finalidades 
para o uso da internet como vimos até aqui. Entendemos, assim, que ela é de 
grande influência nas interações entre os indivíduos. 
 
Crédito: Littlewhale/Shutterstock. 
As relações interpessoais foram fortemente impactadas pelos meios 
facilitadores da tecnologia, porém não temos como distingui-las quanto à sua 
efetividade, sejam em amizades ou relações amorosas! Até porque, além do 
meio escrito, existe a possibilidade de interagirmos visualmente a todo momento. 
Se tratamos de um relacionamento interpessoal que é estabelecido 
através da internet, o concebemos como virtual; assim, é valioso pensar no 
entendimento de Lévy (2005), que entende o termo virtual como aquilo que não 
está presente. Logo, quaisquer relacionamentos entre indivíduos que não estão 
presentes geograficamente são considerados virtuais, sendo ainda assim 
 
 
13 
importante sublinhar a condição real das pessoas que estão nessa interação 
tecnológica de comunicação – ou seja, apenas a relação é virtual! Os indivíduos 
são reais e não simulados por algum jogo que possa inventar a existência de 
alguém. Alguns autores, apesar disso, questionam o que é o real. A percepção 
de cada indivíduo pode conter ilusões em relação ao outro? 
Nesse momento, pense no quanto nossas relações com as pessoas 
receberam impactos das tecnologias e de suas diversas formas de comunicação! 
Nossa forma de se comportar, de criar relações, de viver com o outro, de 
compartilhar, de falar de si e sobre os nossos sentimentos... muitas mudanças! 
Vamos continuar com nossas reflexões! 
Identificamos nas pessoas, e em nós mesmos, a necessidade de termos 
respostas e interações imediatas, por já fazermos parte da condição que a 
tecnologia oferece. A rapidez e, com isso, o imediatismo, vem como uma 
característica muito presente nos indivíduos. O agora, o momento, está sendo 
muito mais prezado do que planos para um futuro. 
Vamos fazer uma comparação com uma pesquisa que precisamos fazer 
em um determinado momento! É preciso saber sobre um conceito, tirar uma 
dúvida, uma receita, saber sobre a pessoa, seus costumes, suas características, 
seu currículo. A tecnologia nos traz essas informações em segundos, através de 
sites de busca. Esses sites foram criados na década de 90, com o Yahoo e logo 
o Google. Imagine! Como eram as interações antes? Seriam necessários 
contatos presenciais para fazer perguntas, questionamentos, pesquisas em 
livros, enciclopédias, saber o que as pessoas pensavam sobre determinados 
assuntos, entender até mesmo de uma forma emocional como eram algumas 
receitas que familiares faziam por muitos anos. Será que essas consequências 
da tecnologia são somente positivas? Ou podemos considerar que trouxeram 
efeitos nocivos para a existência humana? 
Para finalizar este tema, citamos a concepção de Donnamaria e Terzis 
(2012, p. 174): 
A nosso ver, [...], mais a popularização crescente dos recursos que 
tentam recuperar ao máximo possível os elementos da realidade 
presente no contato, mostram a internetcomo um instrumento mais de 
aproximação do que de evitação da realidade. Também atualmente, 
nas frequentadas redes sociais do ambiente online, os usuários 
demonstram-se mais dispostos a se expor do que interessados em se 
esconder detrás de um nickname, usados em salas de bate-papo 
virtuais disponíveis desde o começo da internet, através dos seus 
provedores. 
 
 
14 
Refletimos, com isso, que todos esses estudos sobre a entrada da 
tecnologia nas relações interpessoais, com suas formas de conexão, sublinham 
a necessidade de que as pessoas estejam cada vez mais atualizadas e 
engajadas nessa evolução, para poderem usufruir do que esse padrão pode 
trazer como benefícios na construção de novos relacionamentos e na 
manutenção das relações com as pessoas. 
Leitura obrigatória 
 Complemente os conhecimentos sobre o tema lendo: 
MÜLLER, R.; CZAJKOWSKI, A.; OLIVEIRA, V. S. Construindo 
Relacionamentos no Contexto Organizacional. Curitiba: InterSaberes, 2019. 
p. 27-32. 
Saiba mais 
 Para entender melhor o tema, leia: 
DONNAMARIA, C. P.; TERZIS, A. Algumas notas sobre as relações humanas 
mediadas por computadores. Mental, ano X, n. 18, jan./jun., p. 165-178, 2012. 
Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1
679-44272012000100009>. Acesso em: 26 set. 2019. 
TEMA 5 – RELACIONAMENTOS INTERPESSOAIS CONTEMPORÂNEOS 
Nesse último tema, vamos resgatar alguns conceitos de autores 
importantes que tratam sobre as relações sociais na modernidade: influências 
históricas e grandes mudanças que ocorreram nas necessidades dos indivíduos, 
nas relações e interações, como também a forma como os vínculos se 
estabelecem. 
Segundo Bittencourt (2009, p. 63), “A partir do pensamento de Erich 
Fromm poderíamos talvez considerar a história da humanidade como o embate 
simbólico entre o ‘Ser’ e o ‘Ter’, dois verbos que, apesar da proximidade fonética, 
evidenciam, entretanto, um enorme distanciamento valorativo”. Interessante 
estarmos atentos a condição de "ter" e "ser" e a suas importantes diferenças. 
Vamos conversar um pouco sobre isso? 
Como os indivíduos estão fomentando as suas relações? Quais as formas 
das suas interações? Que tipo de relação é mais importante para você? As 
relações a partir das quais você pode crescer, evoluir e aprender a lidar com as 
diferenças, construindo um laço afetivo importante? Ou somente relações das 
 
 
15 
quais você possa usufruir, com benefícios e oportunidades para a sua satisfação, 
ou para obter sucesso? Tornar-se vendável? Bittencourt (2009, p. 63) fala desta 
última forma de relação como uma maneira de as relações pessoais adquirirem 
o estatuto de bens negociáveis, de modo que para tudo há um preço. 
 
Crédito: Venimo/Shutterstock. 
Bauman (2007) ressalta que a liquidez nas relações significa que o 
indivíduo se torna algo a ser consumido e, por consequência, descartado pelos 
demais, o que gera incertezas. A globalização fez com que as relações se 
alargassem, ou seja, a solidez está menos presente. A prática do individualismo 
poderia ser caracterizada no uso de tecnologias, especialmente no uso 
exagerado da internet no dia a dia. 
A contemporaneidade trouxe para as relações sociais formas mais 
rápidas e ágeis de comunicação. Facilitou muito, não é? Contudo, será que isso 
tudo não nos trouxe a necessidade de maior rapidez, modificações constantes, 
descartes, resoluções e satisfações mais imediatas? Será mesmo que as 
pessoas estão dispostas a se esforçar para manter suas relações afetivas? 
Dispostas a conservar em momentos únicos e presenciais, seja com a família, 
com amigos ou em relações amorosas? Ou as conexões se estabeleceram 
através da tecnologia e se perderam em sua forma presencial? 
Claro que entendemos e inclusive já apontamos as vantagens da 
tecnologia, mas podemos dar continuidade à nossa reflexão lembrando que os 
TICs trouxeram aproximação geográfica, mas também distanciaram os 
 
 
16 
indivíduos, que agora mantêm e criam relações somente através da internet, 
especialmente com o uso de celulares. 
Percebermos que a estrutura das famílias e das relações se modificou. 
Vimos que a diversidade está muito mais presente na nossa sociedade 
contemporânea, tanto na forma como as relações se estabelecem, como na 
constituição da família, na estrutura física de trabalho e nas parcerias 
estabelecidas no mercado. 
Bauman (2001) aponta que as mudanças da família tradicional para 
formas mais plurais, como pais do mesmo sexo, pais solteiros, entre outras 
possibilidades, são mais comuns. Além disso, na sociedade moderna os 
formatos de escritórios profissionais se diferenciaram. Há lugares em que as 
pessoas podem compartilhar seus conhecimentos e interagir com diversas 
pessoas de diferentes áreas, contribuindo para o desenvolvimento dos 
indivíduos, pela forma como lidam com a diversidade e com as adversidades. 
Também há maior facilidade nos processos de comunicação, por favorecerem 
negociações e parcerias entre companhias no mercado. 
 
Crédito: Nina Rys/Shutterstock. 
A influência positiva da diversidade cultural facilita a construção de 
relações e o autoconhecimento, independentemente de origens e entorno. É 
importante ressaltar que a diversidade cultural está orientada a um respeito 
profundo e ao entendimento das várias pessoas que formam o meio social. É 
necessário, hoje, ver além da questão racial, de gênero, orientação sexual, 
religião e incapacidades, para entender a diversidade cultural de uma forma 
holística, tendo em conta as perspectivas e os diferentes pontos de vista de cada 
uma das pessoas com relação ao mundo. Mas a que nos referimos quando 
falamos de diversidade? Segundo alguns antropólogos, uma das características 
mais surpreendentes da vida humana é a extraordinária diversidade em suas 
 
 
17 
formas de vida. Desde a antropologia, essas diferenças são atribuídas à cultura. 
Falar de diversidade é falar de diferenças. 
 
Crédito: Skypics Studio/Shutterstock. 
Surge então uma pergunta: até que ponto somos capazes de tolerar e 
aceitar as diferenças dentro e fora dos grupos a que pertencemos? Perguntas 
como essa ganham relevância no momento histórico atual, no qual as 
sociedades são mais complexas e os grupos de referência são diversos. 
Concluímos abordando os relacionamentos sociais na modernidade: 
continuamos a querer as pessoas nas nossas relações, interagindo, nos 
comunicando, para que possamos crescer, trocar, contribuir e evoluir juntos. Os 
meios das nossas interações foram alterados; assim, destacamos a necessidade 
de nos adaptarmos a todas essas mudanças, para compreendermos a nós 
mesmo, como também aos outros indivíduos, e assim criarmos relações 
saudáveis, que prosperem e impactem positivamente a sociedade em que 
estamos inseridos. 
Leitura obrigatória 
 Complemente seus conhecimentos: 
MÜLLER, R.; CZAJKOWSKI, A.; OLIVEIRA, V. S. Construindo 
Relacionamentos no Contexto Organizacional. Curitiba: InterSaberes, 2019. 
p. 33-35. 
Saiba mais 
 Para entender melhor o tema, leia: 
RELAÇÕES interpessoais. Marcelo Almeida, 19 ago. 2016. Disponível em: 
<https://www.youtube.com/watch?v=KSQFijMC3ao>. Acesso em: 26 set. 2019. 
TROCANDO IDEIAS 
 
 
18 
Você concorda que estamos vivenciando grandes mudanças com uma 
velocidade muito rápida? Isso requer do indivíduo rápida adaptação, 
flexibilidade, e uma visão cada vez mais sistêmica, para que usufrua das 
oportunidades existentes nesse cenário. 
Aproveite o momento dessa reflexão e participe do fórum, refletindo sobre 
as seguintes questões: Quais as mudanças mais impactantes estão ocorrendo 
no contexto social atual? O que são adversidades e diversidades? Por que essas 
questões importam para a minha atuação pessoal e profissional? 
NA PRÁTICA 
 A partir da leitura do seguinte trecho de Bittencourt (2009, p. 63), sobre o 
embate simbólico entre "ser" e "ter", elabore o significado de"ter": 
A partir do pensamento de Erich Fromm, poderíamos talvez considerar 
a história da humanidade como o embate simbólico entre o “Ser” e o 
“Ter”, dois verbos que, apesar da proximidade fonética, evidenciam, 
entretanto, um enorme distanciamento valorativo. Podemos 
compreender pela disposição “Ser” uma abertura qualitativa em 
relação ao real, numa abertura pessoal em favor da compreensão da 
diferença e da singularidade de cada pessoa, havendo então a 
respeitabilidade e a abertura amorosa diante da pluralidade de 
indivíduos e da própria natureza circundante. Para Fromm (2000, p. 35) 
“se eu amo o outro, sinto-me um só com ele, mas com ele como ele é, 
e não na medida em que preciso dele como objeto para meu uso”. 
 Veja a seguir uma possível resposta, com base em Bittencourt (2009, p. 
63): 
A disposição “Ter”, por sua vez, representa a avidez humana pela 
posse material, o desejo de usufruir ao máximo uma dada coisa, para 
então se trocá-la por outra mais atrativa; tanto pior, até mesmo os seres 
humanos são inseridos nessa dinâmica cruel, que, na sociedade do 
vazio existencial, transforma a pessoa, absolutamente singular, numa 
coisa destinada ao consumo simbólico. Conforme destacado por Erich 
Fromm (1987, p. 43), no modo “Ter” da existência o relacionamento do 
eu com o mundo é de pertença e posse, em que quero que tudo e 
todos, inclusive eu mesmo, sejam minha propriedade. 
FINALIZANDO 
Espero que os temas trabalhados tenham lhe dado elementos para 
compreender os desafios que a modernidade apresenta aos indivíduos. Essas 
adversidades existentes na sociedade moderna, com destaque para aquelas 
relacionada à presença da tecnologia, têm impactado de uma forma bastante 
significativa, tanto negativamente, como de uma forma positiva, o indivíduo e 
suas relações interpessoais. Entendemos que o indivíduo é um ser social, e que 
 
 
19 
necessita se relacionar com os demais. A sociedade sofreu alterações a partir 
do advento da Revolução Industrial. Em especial, as relações foram modificadas, 
por conta de um renovado processo de comunicação. É muito importante que 
você entenda que as interações humanas foram alteradas pelos meios; ainda 
assim, os indivíduos necessitam criar relacionamentos, se comunicar e interagir, 
contribuindo com a evolução de todos, se adaptando e usufruindo da melhor 
forma das mudanças tecnológicas que vão surgindo com o processo de 
desenvolvimento. 
 
 
 
 
 
20 
EFERÊNCIAS 
BAUMAN, Z. Modernidade líquida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001. 
BITTENCOURT, R. N. A fragilidade das relações humanas na pós-modernidade. 
Revista Espaço Acadêmico, n. 100, set. 2009. 
CASTELLS, M. A galáxia da internet: reflexões sobre a internet, os negócios e 
a sociedade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003. 
DONNAMARIA, C. P.; TERZIS, A. Algumas notas sobre as relações humanas 
mediadas por computadores. Mental, ano X, n. 18, jan./jun., p. 165-178, 2012. 
Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1
679-44272012000100009>. Acesso em: 26 set. 2019. 
GIDDENS, A. Modernidade e Identidade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2002. 
LÉVY, P. Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 2005. 
MÜLLER, R.; CZAJKOWSKI, A.; OLIVEIRA, V. S. Construindo 
Relacionamentos no Contexto Organizacional. Curitiba: InterSaberes, 2019. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RELAÇÕES INTERPESSOAIS 
AULA 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Elizabeth Nery Sinnott 
 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Olá, aluno(a)! Aqui estamos nós novamente! Agora, vamos trabalhar 
alguns temas muito importantes que estão ligados ao processo de 
autodesenvolvimento, aliás, uma condição muito demandada no mercado de 
trabalho atual. 
Nesta aula, vamos entender o que significa autoconhecimento, um termo 
que é muito mencionado atualmente, e qual é a sua importância. Conhecer a si 
mesmo importa? Quais são os resultados e as diferenças que uma pessoa que 
tem isso desenvolvido consegue obter? Como é possível desenvolver o 
autoconhecimento? É um desafio, não é mesmo?! 
Convido você a entrar nesse desafio e entender o real significado dos 
conteúdos que iremos abordar. O que são crenças e valores? Eles definem os 
comportamentos e atitudes que apresentamos no mundo? O que significa 
modelo mental? Como ele é formado e de que forma impacta os resultados na 
vida pessoal e profissional? 
A nossa mente é extremamente produtiva. Além dos dados que foram 
absorvidos ao longo de nossa formação, ela se adapta às novas formas de 
transitar no mundo. O mais importante é saber que podemos ampliar o nosso 
modelo mental, a nossa visão de mundo, identificando a nossa própria essência, 
para que possamos elevador o nível de satisfação com a nossa própria vida, 
tanto pessoal como profissional. 
CONTEXTUALIZANDO 
Falamos antes sobre as frequentes mudanças na sociedade, os impactos 
da tecnologia nos indivíduos e nas suas relações. Vamos dar continuidade à 
importância de estarmos atentos a essas mudanças. 
Sabemos que o mercado demanda muito essas condições dos 
profissionais no atual cenário. Essas mudanças acabam impactando na 
exigência do perfil do profissional. É muito mais fácil o indivíduo aprender e 
desenvolver habilidades técnicas do que saber lidar com pessoas ou mesmo ter 
seus valores claros bem como o conhecimento da sua própria essência. 
Também é interessante entender que modelos mentais são muito 
trabalhados no desenvolvimento pessoal e profissional para que, principalmente, 
essas alterações proporcionem aos indivíduos realizarem coisas diferentes, pois 
 
 
3 
as organizações necessitam de resultados diferentes e inovadores. Precisamos 
então conhecer a importância de mudarmos o nosso modelo mental para a nossa 
própria evolução! 
Vídeo 
Para entender um pouco melhor sobre o que estamos falando e saber que 
isso realmente está sendo importante nas empresas, assista ao vídeo a seguir. 
Mudando modelos mentais. Oficina de Liderança, 6 de maio de 2015. 
Disponível em: <https://youtu.be/wfSl2YaQtds>. Acesso em: 28 set. 2019. 
Convido você a entender sobre esses temas tão importantes para o seu 
autodesenvolvimento. Isso vai impactar positivamente tanto a sua vida 
profissional como pessoal! 
TEMA 1 – AUTOCONHECIMENTO 
Vamos entender o que realmente significa autoconhecimento? 
Autoconhecimento é um processo necessário principalmente para que os 
indivíduos possam ter relacionamentos interpessoais mais positivos, 
possibilitando lidar melhor com as diferenças e administrar de uma forma mais 
eficaz os conflitos existentes. O autoconhecimento beneficia identificar as 
características dos próprios comportamentos e os seus impactos. 
E como podemos perceber que estamos desenvolvendo o nosso 
autoconhecimento? Quais seriam as características do autoconhecimento? 
Autoconhecimento se refere ao processo que facilita o indivíduo a se 
desenvolver, potencializar os seus pontos fortes e trabalhar as suas limitações. 
O indivíduo com autoconhecimento elevado tem uma visão mais ampla da sua 
atuação, promovendo também um nível alto de maturidade. 
É preciso entender que a nossa inteligência intrapessoal se refere ao 
quanto conhecemos de nós mesmos e como lidamos com esse conteúdo interno. 
Já a chamada inteligência interpessoal é a condição que nos relacionamos com 
as pessoas. 
Estamos acostumados a essa prática frequente de nos 
autoconhecermos? Você para em algum momento do seu dia para pensar como 
está se sentindo? Como foi o seu dia? Como foi o seu trabalho? Quais foram as 
suas atitudes e os resultados em relação a eles? O que deu certo e o que não 
 
 
4 
deu? Você costuma fazer essas reflexões? Se sim, parabéns! Você exercita o 
seu autoconhecimento! Se não, perceba a importância desse processo! 
O processo de autoconhecimento é longo, contínuo! Estamos sempre nos 
conhecendo, sempre nos percebendo para identificarmos atitudes mais 
assertivas na nossa vida pessoale profissional. É uma grande trajetória! Claro 
que é necessário que o indivíduo tenha interesse em ampliar o conhecimento 
sobre si, ou seja, que esteja disponível a identificar suas fortalezas como também 
suas limitações. É preciso sempre ampliar a consciência sobre si mesmo, do seu 
comportamento, para evoluir e ter melhores resultados. 
Lembre-se de um pensamento do brilhante cientista Albert Einstein: 
"Insanidade é continuar fazendo sempre a mesma coisa e esperar resultados 
diferentes". O que você entende por essa frase? Concorda que ela está muito 
ligada ao cotidiano, à rotina, aos comportamentos repetitivos e esperados pelas 
pessoas que convivem conosco? Ou isso é esperado por você? 
Esses comportamentos muitas vezes ocorrem sem termos consciência do 
porquê de fazermos determinadas coisas! O mais importante é entender que se 
continuarmos a fazer as mesmas coisas, tivermos as mesmas reações frente às 
situações, teremos os mesmos resultados. Com isso, nosso nível de satisfação, 
tanto na vida pessoal como profissional, não vai se elevar, ou melhor, ele estará 
em um nível inferior. Isso é muito sério! Significa que precisamos ampliar a 
percepção do que fazemos para estabelecer as necessárias mudanças! 
Aqui se revela a importância de aumentarmos o nosso autoconhecimento 
para obtermos melhores resultados na nossa vida, pois somente percebendo 
isso que podemos nos adaptar e mudar! 
Leitura complementar 
Para que você complemente os conhecimentos sobre o tema, leia o 
capítulo 2, “Descobrindo a sua essência” (p. 40-48), do livro Construindo 
Relacionamentos no Contexto Organizacional (2019), dos autores Czajkowski, 
Muller e de Oliveira. 
Vídeo 
Assista a este interessante vídeo: 
Principal exercício para o autoconhecimento. Roberta Zanatta, 18 de novembro 
de 2016. Disponível em: <https://youtu.be/Ko80wFSHHYs>. Acesso em: 28 set. 
2019. 
 
 
5 
TEMA 2 – CRENÇAS 
Neste tema, vamos falar sobre crenças. Você vai perceber que os temas 
se conectam muito, pois falamos de conteúdo comportamental. Mas o que 
significa crença e qual o seu significado para o autodesenvolvimento? Vamos 
falar sobre isso? 
Inicialmente, crenças são convicções! Ou seja, tudo aquilo que você 
acredita ser a verdade única muitas vezes. Algumas delas você sabe muito bem 
como funcionam na sua vida, outras não, você vai se dar por conta disso 
somente após ocorrerem alguns resultados repetitivos nem sempre positivos. 
Portanto, essas crenças podem ser conscientes ou não conscientes. 
[...] as crenças pessoais, ao fazerem parte da individualidade do 
sujeito, passam a influenciar o próprio funcionamento mental, a 
organização do pensamento, atuando juntamente aos processos 
cognitivos. (Pátaro, 2007, p. 15) 
A autora se refere às crenças pessoais como algo que o indivíduo pode 
levar como referência e representar nas suas atitudes, comportamentos e 
reações frente a diversas situações. 
Para compreender como um indivíduo funciona no aspecto mental e como 
é a sua forma de atuar no mundo, devemos sempre levar em consideração tudo 
aquilo que o influenciou na sua formação. Logo, o indivíduo é influenciado pelo 
meio que vive, a cultura e também a sociedade a qual ele está inserido. 
Crenças são tudo aquilo que absorvemos como referenciais na nossa 
vida, no nosso âmbito familiar, de amizade, profissional etc. Ou seja, são ideias, 
pensamentos, direções, como também ideais que introjetamos para 
acreditarmos ou não em algumas coisas, inclusive em nós mesmos. 
Podemos nos referir a alguns exemplos de crenças, tais como: “a pressa 
é inimiga da perfeição”; “homem não chora”; “casamento é ruim”; “para se ganhar 
dinheiro, é necessário sofrer muito”; “o trabalho é uma guerra”; “homem não 
presta”; entre outros ditos populares. 
Interessante este tema, não? 
Qual é a importância de entendermos sobre esse tema para a nossa vida 
profissional? A pessoal também é impactada? 
 
 
 
 
6 
Figura 1 – Crenças 
 
Crédito: Romolo Tavani/Shutterstock. 
Podemos considerar que a cultura é fundamentalmente a base para a 
construção das crenças, ou seja, o indivíduo funciona, age, reage e percebe o 
mundo por meio de suas crenças. Ele é impactado fortemente pelas crenças nas 
suas decisões pessoais e profissionais. 
Muitas vezes não identificamos as crenças de forma consciente para que 
possamos lidar com elas efetivamente e sim somente em situações que os 
resultados nas nossas vidas não são os mais positivos. Talvez venhamos a 
perceber que nossas atitudes são decorrentes de alguns referenciais que 
tomamos como verdade única ou crenças. 
Morin (2002) trata sobre crenças como um dos itens que impactam no 
desenvolvimento do indivíduo. O autor fala que a cultura imprime ao ser humano 
várias ações, valores, e crenças que interferem na individualidade de cada um. 
A partir desse conceito, temos também como definir as chamadas crenças 
limitantes e crenças fortalecedoras. 
 
 
 
 
7 
2.1 Crenças limitantes 
Crenças limitantes são aquelas que literalmente limitam a evolução do 
indivíduo! 
Vamos falar sobre elas? Parece um subtema curioso, não é? Talvez você 
diga que tenha ouvido bastante essa terminologia quando falam de coaching! É 
verdade! Até porque a metodologia de coaching favorece com que as pessoas 
possam ampliar a percepção de si, de seu autoconhecimento, para que 
obtenham melhores resultados na vida pessoal e profissional. 
O significado de crenças limitantes se dá sobre verdades, referenciais que 
acreditamos, que não percebemos que nos aprisionam e não nos dão 
oportunidades de obtermos sucesso na vida. 
Seria interessante exemplificarmos algumas dessas crenças, não é 
mesmo? Veja algumas: “não consigo fazer isso”; “não consigo um emprego com 
um salário bom”; “não sou bom o suficiente”; “nunca tenho dinheiro”; “não 
consigo me organizar”; “não tenho tempo para nada”; “tenho pavor de falar em 
público”; “não mereço ter sucesso”; “trabalho é sofrimento”; “trabalho é uma 
guerra”; “tenho que matar um leão por dia”; “a vida é uma batalha diária”. 
Isso tudo fez sentido para você agora? Percebe que acabamos 
acreditando em uma ideia, uma expressão, e ela se torna uma crença a qual 
colocamos como nosso “norte” na nossa vida? 
Por isso, são chamadas de limitantes. Essas crenças não são analisadas 
conscientemente. Não percebemos que as reproduzimos no comportamento, 
nas decisões, nas relações e que elas nem sempre trazem resultados de 
sucesso. São marcas negativas que foram internalizadas nos pensamentos. 
Assim, acreditamos inconscientemente sem ao menos ter experimentado o 
resultado. 
A grande possibilidade é cada vez mais ampliar a percepção de si mesmo, 
o autoconhecimento, para ter maior clareza, maior consciência dos pensamentos 
e atos e entender o sentido da ação vivida. 
Ao contrário disso, existem as crenças fortalecedoras. 
 
 
 
 
8 
2.2 Crenças fortalecedoras 
Já que falamos das crenças limitantes, agora vamos falar dessas 
referências que fortalecem e fazem expandir a trajetória do 
autodesenvolvimento. 
Claro que as crenças fortalecedoras fazem com que os indivíduos se 
tornem mais positivos, equilibrados e com um estado maior de harmonia. Elas 
desenvolvem maiores recursos facilitadores para as conquistas de 
oportunidades. São consideradas como crenças positivas ou impulsionadoras. 
As crenças fortalecedoras direcionam para reflexões relacionadas ao 
autoconhecimento, à autoestima e à autoconfiança. Com isso, entendemos que 
o olhar para o mundo, o filtro que conduz a sua visão e apreciação dos fatos se 
refere ao seu modelo mental, ou seja, a forma a qual o indivíduo enxerga o 
mundo está ligada aos dados que ele absorveu na sua formação, o que, 
consequentemente, lhe faz agir e reagir perante determinadas maneiras 
repetitivas. 
Portanto, o mais importante é que o indivíduo identifique por qual "lente" 
está fazendo a leitura da sua vidae de seus objetivos, como está sendo o 
direcionamento das suas ações, o tamanho do investimento em si, como também 
de que forma está desenvolvendo as suas limitações para que a evolução seja 
contínua. 
Leitura complementar 
Para que você complemente os conhecimentos sobre o tema, leia o 
capítulo 2, “Descobrindo a sua essência” (p. 48-53), do livro Construindo 
Relacionamentos no Contexto Organizacional (2019), dos autores Czajkowski, 
Muller e de Oliveira. 
 
 
 
 
9 
Vídeo 
Assista a este interessante vídeo: 
Crenças 1: O que são crenças. Mizuji Kajii, 19 de setembro de 2017. Disponível 
em: <https://youtu.be/_R8QKCnBBXw>. Acesso em: 28 set. 2019. 
TEMA 3 – VALORES 
Vimos no tema anterior sobre crenças tudo aquilo que temos como 
referência de verdade ou mesmo um caminho a seguir ou não. Temos agora no 
Tema 3 a importância de estudarmos sobre valores. 
O que são valores? Existem categorias diferentes sobre valores? Os 
indivíduos têm os mesmos valores? Já entendemos que não, como vimos ao 
estudar sobre crenças e formação. Isso faz não só com que os indivíduos 
enxerguem o mundo de formas diferentes como também considerem situações, 
sentimentos, entre outros aspectos mais ou menos importantes. Entendemos por 
valores tudo aquilo que você mais considera importante na sua vida. Vamos 
estudar mais sobre isso! 
Figura 2 – Valores 
 
Fonte: Lagôa, 2018. Crédito: Eva Punica/Shutterstock. 
 
 
10 
Na Figura 2, você pode ler alguns valores escritos nas folhas. Analise-os 
e perceba os que são mais ligados a você. Afinal, valores são tudo aquilo que o 
indivíduo considera de mais importante na sua vida! Porém existem muitos 
outros valores! Sobre os valores humanos, iniciaremos apresentando o conceito 
a seguir: 
Os valores humanos podem ser definidos como os princípios morais e 
éticos que conduzem a vida de uma pessoa. Eles fazem parte da 
formação de sua consciência e da maneira como vivem e se 
relacionam em uma sociedade. Os valores humanos funcionam como 
normas de conduta que podem determinar decisões importantes e 
garantir que a convivência entre as pessoas seja pacífica, honesta e 
justa. São os valores cultivados por uma pessoa que vão basear suas 
decisões e demonstrar ao mundo quais os princípios que regem sua 
vida.1 
Conforme Gastaldello (1999), valores são compreendidos como uma 
referência a ser seguida que conduz nossos comportamentos, atitudes, ações 
ou reações na vida pessoal e profissional. 
Figura 3 – Estrutura teórica da relação entre valores 
 
 
1 Significado de Valores humanos. Disponível em: <https://www.significados.com.br/valores-
humanos/>. Acesso em: 28 set. 2019. 
 
 
11 
Fonte: Schwartz, 2005. 
Com o auxílio da Figura 3, podemos entender que existem valores que 
podem ser categorizados, como valores de autotranscedência, de conservação, 
de autopromoção e de abertura à mudança. Vale uma reflexão a partir dessas 
categorias, não é mesmo? 
Saiba mais 
Quais são os seus valores mais importantes? Para facilitar que você 
consiga identificá-los, veja o link de um "teste sobre valores". Vamos lá! É muito 
importante que você os reconheça, pois assim poderá entender melhor o que 
guia a sua vida! 
Teste: Você conhece os seus valores? Disponível em: 
<http://www.motivado.com.br/testes/testeconhecevalores.html>. Acesso em: 28 
set. 2019. 
Leitura complementar 
Para que você complemente os conhecimentos sobre o tema, leia o 
capítulo 2, “Descobrindo a sua essência” (p. 53-55), do livro Construindo 
Relacionamentos no Contexto Organizacional (2019), dos autores Czajkowski, 
Muller e de Oliveira. 
Vídeo 
Assista ao vídeo a seguir para que você tenha uma diferente forma de 
conhecer o que são valores: 
Defina seus valores. Seja Uma Pessoa Melhor, 10 de dezembro de 2017. 
Disponível em: <https://youtu.be/u0w-nvgpWRc>. Acesso em: 28 set. 2019. 
TEMA 4 – MODELOS MENTAIS 
Após trabalharmos conteúdos sobre os referenciais que guiam a vida 
pessoal e profissional, vamos entender o que realmente nos orienta na nossa 
forma de enxergar o mundo. Tudo aquilo que estudamos até agora são 
elementos que constituem o modelo mental de um indivíduo. As crenças e 
valores fazem com que o indivíduo enxergue o mundo, se comporte diante dele, 
aja e reaja diferentemente de outros indivíduos. 
 
 
12 
Vamos começar com situações que ocorrem no cotidiano, assim você já 
pode entender como os indivíduos representam os seus modelos mentais. A 
seguir, seguem alguns exemplos: 
• Todos os homens são iguais! Significa que o seu pai e aquela 
pessoa que você tanto admira também são. 
• Não se pode confiar nas mulheres! Inclusive na sua mãe, na sua 
esposa e nas suas irmãs? 
• Todos os políticos são iguais! Incluindo aquele seu parente que se 
elegeu com muito esforço e arranjou emprego para toda a sua família 
que estava em dificuldades? 
• O pouco com Deus é bastante! Acredite, se isto for verdade, o 
máximo que você vai conseguir é pouco, além de continuar invejando 
os ricos pelo resto da vida. 
• Isso não vai dar certo, aqui sempre foi assim! Esse é um dos 
modelos mentais mais conhecidos em organizações fadadas ao 
fracasso. 
• Não se mexe em time que está ganhando! O Bernardinho nem ligou 
quando excluiu o Ricardinho da Seleção Brasileira de Vôlei. Além de 
ser excluído, o time ainda melhorou bastante. 
• Sou pobre, mas sou feliz! Você conhece algum pobre, no sentido 
literal da palavra, feliz? 
• O importante é ganhar! Mais importante do que ganhar é contribuir e 
não se deixar abater pela derrota. Se o mundo fosse feito apenas de 
vencedores, o aprendizado não existiria (Mendes, 2010). 
Interessante, não é? Conseguiu destacar dentre as frases citadas alguma 
que fosse já tenha dito? Esses são apenas exemplos de manifestações usuais 
que podem caracterizar como é o seu modelo mental, sua forma de enxergar o 
mundo. 
Quando falamos de modelos mentais, podemos entender que eles são 
convicções muito profundas que fundamentam o nosso olhar e os nossos 
comportamentos. Claro que muitas vezes os indivíduos não entendem ou não 
sabem o sentido de determinadas atitudes que eles manifestam. Simplesmente, 
os indivíduos agem, reagem, julgam, escolhem, decidem, enxergam, observam, 
percebem os demais ou a si mesmos pelo filtro do seu modelo mental. 
Vamos imaginar que o modelo mental é representado como um chip 
interno que recebeu e ainda recebe alguns dados. Esses dados vieram de 
algumas fontes que fazem esse chip ser diferente de todos os chips dos demais 
indivíduos no mundo. Umas das fontes que preenche de dados, esse chip é a 
genética que faz o indivíduo diferente dos demais. 
A outra fonte é uma das que mais envia dados, que é a educação. 
Entendemos a fonte da educação por aqueles dados da formação familiar, da 
escola, dos primeiros amigos que nos inseriram valores, crenças, referenciais e 
 
 
13 
exemplos. Assim, o indivíduo se apropria disso tudo como verdades a seguir em 
sua vida. 
Por fim, há a última fonte, que são as experiências vividas. Como exemplo 
dessa fonte, podemos relacionar quando um indivíduo coloca o seu dedo em 
uma tomada elétrica. Sim! Nesse momento, essa experiência, esse dado, foi 
para o seu chip, formando assim o seu modelo mental com os dados recebidos 
na sua formação. 
Você deve estar se perguntando: mas o que importa esse tal de chip que 
figura o chamado modelo mental? Qual a importância de estudá-lo? Vamos 
refletir um pouco sobre isso! 
Figura 4 – Modelos mentais 
 
Crédito: Mavr88/Shutterstock. 
A questão é: se o indivíduo não perceber o seu modelo mental, não o 
conhecer no seu estado de autoconsciência, ele não vai identificar a razão de 
determinados comportamentos como também não vai perceber se os resultados 
consequentes deles são positivos ou não. Inclusive analisar a forma de enxergar 
o mundo! Ele é realmente assim ou o indivíduo utiliza de alguns filtrosa partir 
dos dados que tem como referências e julga as situações? As consequências 
relacionadas as suas atitudes estão trazendo mais vantagens ou desvantagens? 
Esse movimento é o único que resulta em autoconhecimento, em evolução 
humana! 
Portanto, ter consciência do próprio modelo mental e perceber como ele 
funciona é extremamente importante para o autoconhecimento assim como para 
as relações interpessoais que o indivíduo estabelece. Ao ter um conhecimento 
 
 
14 
cada vez mais amplo do próprio funcionamento, isso favorecerá realizar as 
necessárias mudanças consigo e na relação com o outro. Sabemos que as 
pessoas são diferentes, com vontades diferentes, com sonhos diferentes, logo, 
o processo de adaptação é muito importante. 
Por fim, é inevitável o indivíduo estabelecer planos de ação se não 
identificar o quê e o porquê da necessidade de desenvolvimento por meio da 
autoconsciência como também na relação com os demais indivíduos na vida 
pessoal e profissional. O mercado demanda flexibilidade, adaptação, resiliência, 
disponibilidade e abertura para novas atitudes e a entrega de diferentes e 
inovadores resultados. 
Concorda que para que o indivíduo possa conquistar relações positivas e 
melhores oportunidades no mercado é necessário esse processo de 
autodesenvolvimento? Então vamos ampliar a visão de mundo, expandir nossos 
modelos mentais! 
Leitura complementar 
Para que você complemente os conhecimentos sobre o tema, leia o 
capítulo 2, “Descobrindo a sua essência” (p. 56-65), do livro Construindo 
Relacionamentos no Contexto Organizacional (2019), dos autores Czajkowski, 
Muller e de Oliveira. 
Vídeo 
Assista ao vídeo e entenda sobre uma das fontes que forma o modelo 
mental e a sua representação: 
Modelos mentais. Disponível em: <https://youtu.be/MY66kMGWMZs>. Acesso 
em: 28 set. 2019. 
TEMA 5 – AS COMPETÊNCIAS COMPORTAMENTAIS E A RELAÇÃO COM A 
SUA ESSÊNCIA 
Já estudamos importantes temas que são voltados para o processo de 
autodesenvolvimento. Porém agora, neste último tema desta aula, vamos 
retomar alguns conceitos e compreender o significado da prática deles no 
mercado profissional. Também iremos resgatar a importância da ampliação do 
autoconhecimento e a percepção da sua essência para o mercado atual. 
 
 
15 
Vamos começar a falar sobre competências. O que são competências? 
Há diferenças entre elas? Existem as competências técnicas e comportamentais 
e quais são as mais demandadas pelo mercado? Qual a importância delas para 
o desenvolvimento pessoal e profissional? 
Iniciaremos com o entendimento sobre competências. Segundo Fleury e 
Fleury (2001), competências se passam pelo ato de saber agir de uma forma 
responsável e ter um reconhecimento, que, por consequência, “implica mobilizar, 
integrar, transferir conhecimentos, recursos e habilidades, que agreguem valor 
econômico à organização e valor social ao indivíduo”. (Fleury; Fleury, 2001, p. 
6). 
Competências são consideradas como um grupo de conhecimentos e 
habilidades que faz com que um indivíduo possa desenvolver uma atividade 
profissional de forma satisfatória. É a condição da resolução de uma 
problemática. Considera-se competência o tripé do conhecimento, habilidade e 
atitude. 
E habilidades o que são? Habilidade é saber fazer! Habilidades são 
consideradas as capacidades que um indivíduo tem para desenvolver e atuar em 
certa atividade. Considera-se que competência é algo mais amplo, que envolve 
outros aspectos. 
E quando tratamos de competências comportamentais? Habilidades são 
chamadas de skills; as habilidades comportamentais são chamadas de soft 
skills; e as habilidades técnicas de hard skills. Segue uma definição de hard 
skills: 
São habilidades que podem ser aprendidas e facilmente quantificadas. 
Em outras palavras, elas são tangíveis. Você aprende hard skills na 
sala de aula, com livros e apostilas, ou até mesmo no trabalho. Elas 
são avaliadas durante os processos seletivos e comparadas com as 
dos outros candidatos. Alguns exemplos: graduação, carpintaria, 
finanças, TI, mecânica (Crispino, 2017). 
Já as soft skills se referem às habilidades comportamentais, elas são mais 
subjetivas. São aquelas habilidades não desenvolvidas com a mesma facilidade 
das habilidades técnicas. Essas habilidades estão relacionadas ao 
comportamento, tanto intrapessoal como interpessoal, ao seu 
autodesenvolvimento e a sua forma de interagir com os demais indivíduos. Soft 
skills são caracterizadas pelo termo atitude! Tais habilidades estão ligadas à 
criatividade, comunicação, gestão de conflitos, empatia, relacionamento 
interpessoal, equilíbrio emocional, liderança, resiliência, ética, adaptabilidade, 
 
 
16 
automotivação, trabalho em equipe, gestão do tempo, entre outras 
características. 
É interessante lembrar que as empresas captam os profissionais muitas 
vezes por suas competências técnicas e os desligam pela falta de competências 
comportamentais. Por essa razão, a importância de estudar esse conteúdo 
subjetivo, voltado às condições do desenvolvimento humano, da descoberta e 
resgate da própria essência faz um sentido muito grande para o indivíduo se 
perceber e estabelecer formas de crescimento. 
Figura 5 – Competências como fonte de valor para o indivíduo e para a 
organização 
 
Fonte: Fleury e Fleury, 2001. 
As competências e o desenvolvimento frequente delas são uma forma 
estratégica do indivíduo se estabelecer em relação às oportunidades no mercado 
profissional, pois cada vez mais elas agregam valor a sua atuação e a sua 
referência às melhores oportunidades de trabalho. 
Portanto, quanto mais o indivíduo se desenvolve, mais ele eleva o seu 
nível de satisfação, tanto pessoal como profissional, pois está desenvolvendo 
atividades que estão ligadas à própria essência, a sua própria missão e a seu 
propósito no mundo. 
Leitura complementar 
Leia o artigo para complementar o seu estudo: 
SPAGNA, J. di. 6 soft skills mais requisitadas pelo mercado. Forbes, 12 de julho 
de 2017. Disponível em: <https://forbes.uol.com.br/carreira/2017/07/6-soft-skills-
mais-requisitadas-pelo-mercado>. Acesso em: 28 set. 2019. 
 
 
17 
Vídeo 
Assista ao vídeo a seguir: 
As 10 competências mais valorizadas no mercado. Jussara Melo Coach, 30 de 
outubro de 2017. Disponível em: <https://youtu.be/-lG8fs5j0nc>. Acesso em: 28 
set. 2019. 
TROCANDO IDEIAS 
Pelos temas apresentados, você deve ter percebido que existem 
condições fundamentais para o processo de autodesenvolvimento do indivíduo, 
tanto para facilitar as relações interpessoais quanto para ampliar a sua 
autoconsciência. 
Sugerimos que você dê continuidade a essas reflexões e participe de um 
fórum sobre os aspectos a seguir: 
• Qual o significado do autoconhecimento? 
• O que caracteriza uma pessoa que tem esse processo desenvolvido? 
• Essa condição irá impactar na vida pessoal e profissional do indivíduo se 
ele não ampliar a consciência de si mesmo? Fale sobre esses impactos. 
NA PRÁTICA 
1) Leitura do caso 
Um indivíduo está sempre desejando ser alguém melhor, ser um 
profissional melhor, conquistar melhores oportunidades, fazer uma viagem, ter 
uma vida com mais prazer, porém ele não acredita que é possível isso tudo 
ocorrer de verdade! Ele não acredita que tenha a capacidade de ganhar um 
melhor salário, de conquistar uma oportunidade profissional melhor, de ter 
dinheiro para viajar. Acha tudo impossível! Assim, acaba ficando numa posição 
de lamentação e incapacidade. 
Poderíamos dizer que isso são as crenças limitantes? Sim! As crenças 
limitantes podem prejudicar a vida de um indivíduo em qualquer fase, seja no 
pessoal como no profissional, causando desânimo, baixa autoestima e 
desmotivação para qualquer mudança, pois ele acha tudo impossível. Esses 
indivíduos têm medo de aprender algo novo, não confiam em si mesmos, 
constrangem-se em qualquer exposição, entre outros fatores.2) Identificação do que deve ser feito. 
 
 
18 
A partir do caso descrito de um indivíduo com crenças limitantes, quais 
seriam as possibilidades de evitá-las? 
3) Identificação da teoria/conteúdo que resolve o problema. 
4) Indicação de leitura complementar, se necessária. 
5) Apresentação da solução do problema. 
Inicialmente, para o indivíduo lidar com qualquer problemática, é 
necessário que ele amplie o seu autoconhecimento. O indivíduo deve perceber 
como ele mesmo funciona diante de várias situações, como reage e quais são 
os seus resultados em relação as suas atitudes. É importante que o indivíduo 
conheça cada vez mais as causas de seus comportamentos, ou seja, que reflita 
e identifique o que ele acredita e o que tem lhe impedido de alcançar os 
resultados almejados. Ele também precisa estabelecer novos objetivos, de forma 
bastante descritiva e detalhada, praticando e adotando com mais frequência as 
crenças fortalecedoras. 
FINALIZANDO 
Acreditamos que, após termos trabalhado tantos temas que direcionam 
ao autodesenvolvimento, você tenha percebido a importância deles para a vida 
pessoal e profissional. O processo de autoconhecimento é muito importante, pois 
permite perceber as próprias fortalezas e fraquezas para que se possa fazer algo 
com elas, tanto no aspecto positivo de potencializá-las como também ao 
estabelecer um plano de ação para melhorias das suas limitações. Ao entender 
sobre os valores estabelecidos na vida, descobre-se o que realmente importa 
para cada indivíduo e o que os move. É necessário estar atento aos resultados 
dos próprios comportamentos e perceber se existe algo que o limite e que possa 
identificar como uma crença, que fortalece ou impede o desenvolvimento. Por 
fim, ampliar a consciência, o seu modelo mental, permitirá enxergar o mundo de 
formas diferentes e de se comportar. 
Perceber-se continuamente é o que vai proporcionar o crescimento. Saber 
que o desenvolvimento de determinadas competências é mais eficaz se estas 
estão ligadas ao próprio talento, à própria essência, pois elevarão o nível de 
satisfação na vida! 
 
 
 
 
 
19 
REFERÊNCIAS 
CRISPINO, L. Qual a diferença entre hard skills e soft skills? Exame, 20 de 
setembro de 2017. Disponível em: <https://exame.abril.com.br/carreira/qual-e-a-
diferenca-entre-hard-skills-e-soft-skills/>. Acesso em: 28 set. 2019. 
FLEURY, M. T. L.; FLEURY, A. Construindo o conceito de competências. 
Revista de Administração Contemporânea, ed. esp., p. 183-196, 2001. 
GASTALDELLO, A. T. A Influência de Valores Pessoais de Executivos 
Brasileiros e Argentinos em Negociações Comerciais. 1999. Dissertação 
(Mestrado em Administração) - Programa de Pós-Graduação em Administração 
da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 1999. 
LAGÔA, A. Valores pessoais... O que são? Quero ser mais, 6 de agosto de 
2018. Disponível em: <http://www.querosermais.blog.br/valores-pessoais-o-que-
sao/>. Acesso em: 28 set. 2019. 
MENDES, J. O que são modelos mentais? Administradores, 18 de abril de 
2010. Disponível em: <https://administradores.com.br/artigos/o-que-sao-
modelos-mentais>. Acesso em: 28 set. 2019. 
MORIN, E. O Método 5: a humanidade da humanidade. Porto Alegre: Sulina, 
2002. 
PÁTARO, C. S. de O. Pensamento, crenças e complexidade humana. Ciências 
& Cognição, v. 12, Rio de Janeiro, nov. 2007. 
SCHWARTZ, S. H. Valores humanos básicos: seu contexto e estrutura 
intercultural. In: TAMAYO, A.; PORTO, J. B. (Orgs.). Valores e Comportamento 
nas Organizações. Petrópolis: Vozes, 2005. 
SEICENTI, L.; PORTO, J. B.; PASCHOAL, T. Valores Organizacionais e Valores 
Humanos como fatores de impacto no Bem-estar Ocupacional. In: XXXIV 
Encontro da ANPAD, 2010, Rio de Janeiro. Anais do XXXIV EnANPAD. Rio de 
Janeiro: ANPAD, 2010. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RELAÇÕES INTERPESSOAIS 
AULA 3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Elizabeth Nery Sinnott 
 
 
2 
 
CONVERSA INICIAL 
Olá, alunos(as), iniciaremos mais uma aula desta disciplina tão 
interessante e importante para o seu autodesenvolvimento. Trabalharemos 
outros temas sobre nossas relações interpessoais e as possibilidades de 
fortalecermos a própria essência relacionando-nos com o outro. 
Nesse sentido, trataremos da temática das emoções que estão presentes 
no nosso cotidiano, algumas positivas e outras nem tanto, não é mesmo? Além 
disso, trataremos do conteúdo relacionado à inteligência emocional, tema tão 
comentado atualmente. De que forma podemos desenvolver essa inteligência 
para que tenhamos mais satisfação na vida pessoal e profissional? 
Nesta aula, será possível diferenciar tipos de inteligências, inclusive a 
espiritual, entendendo o seu sentido e significado. Ainda, vamos estudar a 
empatia, sua importância nas relações interpessoais e o seu real conceito. Por 
fim, trataremos da relevância da presença da própria essência nas relações 
interpessoais e a ligação disso com o mercado profissional. 
CONTEXTUALIZANDO 
Aluno(a), anteriormente, vimos conceitos importantes relacionados ao 
processo de autoconhecimento, crenças, valores, modelos mentais e os 
impactos disso nas relações interpessoais, tanto no mercado profissional como 
pessoal. 
Nesta aula, vamos dar continuidade a essas reflexões, mas, agora, 
abordaremos temas voltados ao comportamento humano, suas manifestações e 
reações e a maneira como podemos ter resultados mais assertivos e mais 
efetivos nas relações com os demais indivíduos. 
Nesse sentido, trataremos das emoções, os tipos existentes, as formas 
como elas se manifestam, como identificá-las e como entender a importância de 
se fazer a gestão adequada delas. Estudaremos a inteligência emocional e as 
habilidades desse tipo de inteligência, como autoconsciência, autocontrole, 
automotivação, empatia e necessidade de desenvolvermos relações 
interpessoais positivas. 
 
 
 
3 
 
Dando continuidade a isso, conheceremos a inteligência espiritual, que 
não se refere a nenhuma religiosidade, mas, sim, à importância de o indivíduo 
ter consciência da razão de ele estar no mundo, identificando o seu real propósito 
de vida e seus valores. Por fim, refletiremos sobre nossas necessárias 
competências comportamentais no atual mercado profissional. 
Saiba mais 
Para iniciar o contato com os temas desta aula, sugerimos que você 
assista a uma entrevista com Daniel Goleman, que fala sobre inteligência 
emocional. A entrevista pode ser acessada no seguinte link: 
<https://www.youtube.com/watch?v=RfIa_mHWidM>. 
TEMA 1 – EMOÇÕES 
Convido você, aluno(a), a compreender este tema tão importante: as 
emoções. Elas são concebidas ou entendidas como respostas químicas e 
elétricas que percorrem o nosso corpo. Manifestam-se em uma parte diferente 
no nosso organismo para nos proteger e nos preservar. 
Entendemos que a dinâmica das emoções começa a se modificar quando 
comparamos as expressões de uma criança com as de um adulto. A criança traz, 
genuinamente, por meio das suas expressões, o que ela está vivenciando pelas 
emoções. Já o adulto traz esse processo de maneira mais obscura, pois 
sabemos que tudo o que ele viveu e o formou, junto à cultura, impactaram 
diretamente a sua forma de expressar as emoções. Portanto, educação, 
formação e constituição do modelo mental são aspectos extremamente 
significativos na limitação das expressões e das emoções. Esses aspectos 
impactam a espontaneidade. Com eles, aprendemos até mesmo a expressar ou 
não expressar as emoções presentes. 
Ao falarmos sobre proteção e preservação, isso está ligado ao que a 
psicologia trata sobre as emoções que trazemos desde que nascemos, as 
emoções básicas. Quais são as emoções básicas e quais são as suas 
características? 
 
 
4 
 
1.2 Emoções básicas 
 O medo, a alegria, a tristeza e a raiva são considerados emoções 
básicas. Mas quantas emoções existem? Percebemos essa variedade pelacomunicação não verbal, especificamente pelas expressões faciais. Muitas 
vezes, é necessário falar sobre elas, que estão presentes no rosto do indivíduo. 
Quais emoções são demonstradas em cada expressão facial presente na 
figura a seguir? Veja se você consegue acertar antes de visualizar o gabarito 
após a imagem. 
 
Fonte: Simionato, 2006. 
Podemos visualizar, respectivamente, que o rosto está: 
1. feliz; 
2. enraivecido; 
3. maléfico; 
4. desapontado; 
5. perplexo; 
6. gozador; 
7. desesperado. 
E nas expressões da figura a seguir, quais emoções são reveladas? 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
Fonte: Miguel, 2015. 
Essa imagem nos traz as seguintes emoções: 
a) alegria; 
b) medo; 
c) surpresa; 
d) tristeza; 
e) nojo; 
f) raiva. 
As expressões faciais que revelam as emoções foram estudadas por 
pesquisadores por muitos anos, com o uso de fotos, filmagens etc. Sabemos, 
com isso, que as expressões contêm uma carga genética e também estão 
relacionadas à nossa formação. 
Autores como Simionato (2006) mencionam seis famílias de emoções: 
alegria, surpresa, raiva, tristeza, medo e repugnância. O que as diferencia, 
negativa e positivamente, são características em termos de qualidade ou de 
potência (se a emoção é fraca ou forte). O autor fala especificamente da emoção 
raiva. Para ele, sentir raiva é perfeitamente natural e sadio, e negativo é o modo 
como dirigimos essa emotividade aos outros e a nós mesmos. A característica 
sobre a qual o autor traz mais reflexões é a qualidade. Existem emoções 
positivas ou somente negativas? 
Pesquisadores consideram que a emoção depende do momento em que 
é vivenciada para aparecer e despertar, sem a necessidade de julgamento. 
Porém, eles salientam que, conforme a manifestação da emoção e a forma como 
os sujeitos a direcionam, ela pode se caracterizar como negativa. 
 
 
 
6 
A seguir, é apresentada uma imagem trazida por Simionato (2006), a qual 
ilustra, no círculo central, as emoções consideradas básicas e, na parte externa, 
as suas formas de desvios. 
 
Fonte: Simionato, 2006. 
Conseguimos entender que existem diferentes abordagens de autores 
quanto à quantidade de denominadas emoções básicas, como também de que 
forma elas se caracterizam como emoções mais complexas. Já nos pegamos, 
por exemplo, sentindo várias emoções ao mesmo tempo, não é mesmo? Como 
exemplo, temos a saudade, que se mescla à alegria e à tristeza. Temos, 
também, a conquista. Você já viveu algum momento em que conquistou algo 
bem importante e, por isso, chorou e riu ao mesmo tempo? Isso tudo, é claro, 
depende de cada pessoa, da sua forma de abordar as emoções, o quanto foi 
intenso o momento etc. As emoções podem se misturar dependendo da ocasião. 
Em momentos de decepção, por exemplo, há união de tristeza e surpresa. 
 
 
7 
O autor Daniel Goleman (2011) trata muito bem do tema das emoções 
com o estudo sobre as inteligências. Na década de 1980, muitos estudos e 
descobertas nesse campo ocorreram. O que mais se destaca é a inteligência 
emocional. O autor desenvolve seus estudos sobre essa inteligência e a 
caracteriza como o domínio de alguns aspectos, como a consciência emocional, 
que se trata da capacidade de o indivíduo distinguir e perceber suas emoções, 
e o controle emocional. Esse controle está ligado à forma como o sujeito controla 
seus impulsos e emoções. É possível isso? Podemos pensar que o efetivo 
controle das emoções talvez não seja possível. Porém, podemos ter consciência 
das emoções e controlarmos o comportamento que deveremos ter diante delas, 
não é mesmo? 
Você concorda que esse conteúdo é interessante? Por isso, aluno(a), 
daremos continuidade, no próximo tema, a esse assunto, abordando, agora, a 
inteligência emocional, principalmente quando tratarmos mais especificamente 
dos aspectos que caracterizam essa inteligência, uma condição tão exigida para 
o perfil do profissional no atual mercado de trabalho. 
Leitura obrigatória 
Para que você complemente os conhecimentos sobre o tema, leia o 
capítulo 3 “fortalecendo a sua essência na relação com o outro” (p. 69-74) do 
livro Construindo relacionamentos no contexto organizacional, dos autores 
Czajkowski, Muller e Oliveira, publicado em 2019 pela editora InterSaberes. 
 
Saiba mais 
Assista a este interessante vídeo, intitulado "o que são emoções?", 
disponível no seguinte link: 
<https://www.youtube.com/watch?v=GyFQj64amhY>. 
TEMA 2 – INTELIGÊNCIA EMOCIONAL 
Aluno(a), daremos continuidade à nossa aula resgatando o conteúdo que 
analisamos, de maneira breve, anteriormente. Abordaremos a inteligência 
emocional, um tema tão discutido em vários âmbitos. O que realmente ela 
significa? Qual a sua importância? No mercado profissional e, ainda, no mercado 
pessoal, podemos dizer que ela é extremamente necessária. 
 
 
8 
Vamos entender esse conceito e, em seguida, verificar em que momentos 
podemos estar atentos para identificar se estamos desenvolvendo essa 
inteligência ou não. 
Vários autores consideram que ser inteligente é muito mais do que ter 
domínio de temas ou conteúdos complexos. Muitos afirmam que, para se ter o 
êxito profissional, é necessário entender as próprias emoções e saber lidar com 
elas. Com isso, temos a seguinte reflexão: para ser mais inteligente 
emocionalmente, é viável aprender e se desenvolver? 
O autor Daniel Goleman (2011), o precursor do tema sobre inteligência 
emocional, afirma que somente se conhecermos as emoções conseguiremos ter 
o controle sobre o que sentimos. 
Goleman nasceu nos Estados Unidos, em 1946, e tornou-se bacharel e 
doutor em psicologia pela Universidade de Harvard. Além disso, é escritor e 
jornalista. Na década de 1990, tornou-se um célebre indivíduo no mercado após 
a publicação do livro Inteligência Emocional. 
Muito bem. Após sabermos algumas informações sobre esse autor, 
vamos falar sobre alguns pilares que caracterizam a inteligência estudada por 
ele. 
A aptidão emocional, por exemplo, é decisiva muitas vezes para o 
sucesso pessoal e profissional. Por isso, Goleman (2011) cita algumas 
habilidades necessárias a serem desenvolvidas: algumas competências 
pessoais, outras sociais ou mesmo interpessoais. 
Pesquisas sobre esse tema revelam que o indivíduo que tem facilidade 
nos estudos também necessita ter facilidades na vida, ou seja, precisa saber se 
relacionar com as pessoas, ser empático e entender que o que é importante para 
o outro pode ser muito diferente para si mesmo. Além disso, o sujeito deve saber 
controlar e administrar as ações e as reações diante das adversidades e, com 
isso, identificar quais emoções estão presentes nesses momentos; precisa se 
conhecer cada vez mais, autodesenvolver-se, de forma frequente e contínua, 
para evitar emoções negativas, fazendo a gestão delas e as utilizando a seu 
favor. Elevar o autoconhecimento, fator muito importante para a evolução, 
automotivando-se com o real proposito, é muito necessário e fortalecedor ao 
indivíduo. 
 
 
9 
Goleman (2011) menciona habilidades necessárias para desenvolver a 
inteligência emocional, tais como: autoconsciência, autogestão ou controle 
emocional, automotivação, empatia e relações interpessoais. 
2.1 Autoconsciência 
Primeiramente, vamos falar da autoconsciência. Ela se caracteriza pela 
capacidade de identificar e diferenciar o que o indivíduo sente em relação ao seu 
cotidiano. Goleman (2011) considera a autoconsciência a primeira habilidade, 
pois somente quando o indivíduo conhecer o que pensa, do que gosta, o que 
sente e o que o emociona conseguirá controlar ou administrar as emoções. 
Simionato (2006) afirma que a autoconsciência é a capacidade de o indivíduo ter 
a compreensão das suas emoções e de como elas se desencadeiam. Inclusive, 
é importante perceber quando e como elas aparecem fisiologicamente. Distinguir 
os sentimentos e ampliar o autoconhecimento contribui à identificação do 
propósito

Continue navegando

Outros materiais