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Fármacos Antiprotozoários

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Fármacos Antiprotozoários 1
🛡
Fármacos Antiprotozoários 
Bárbara Aguiar dos Santos 
Medicina UFMG 158
Malária
Metabolismo do Heme (Cloroquina, Quinina, Mefloquina e 
Artemisinina)
Cloroquina
Esquizonticida sanguíneo potente;
É uma base fraca e, na forma neutra, difunde-se facilmente pelas membranas;
Uma vez no vacúolo digestivo do protozoário, repleto de íons hidrogênio (meio ácido), a cloroquina 
capta os hidrogênios e torna-se ionizada. Nessa forma protonada, a cloroquina não se difunde 
pelas membranas e fica restrita ao vacúolo digestivo; 
Dentro do vacúolo do protozoário, a cloroquina se liga à hemozoína e evita a agregação de mais 
grupos Heme ao composto. Logo, há acúmulo de grupos Heme no interior do protozoário, sendo 
que esta substância é tóxica para célula, porque possui elétrons livres altamente reativos (induz 
estresse oxidativo celular);
Efeitos adversos: sintomas gastrointestinais e agranulocitose. Em doses elevadas pode causar a 
morte;
Atua contra P. vivax, P. ovale e P. malarie. 
Artemisinina 
Trata-se de um pró-fármaco ativado pelo Ferro, tornando-se um radical livre que ataca as 
biomoléculas do parasita; 
É mais efetiva que a cloroquina;
Apresenta formulações alternativas, como supositórios;
Ação rápida contra todas as formas eritrocíticas da malária;
É segura e tem baixa toxicidade;
O tempo de meia vida é curto, por isso não pode ser usado como profilaxia;
Baixa taxa de cura em tratamentos curtos e, por isso, exige terapia conjunta com outros fármacos; 
Induz o citocromo P450 e sofre metabolismo por essa proteínas. Logo, conforme o uso, a dose 
precisa ser aumentada; 
Fármacos Antiprotozoários 2
Parasitas em algumas regiões já desenvolveram resistência ao fármaco; 
Lumefantrine
Conhecido pela formulação em conjunto ao Arteméter, formando o fármaco denominado Coartem; 
É um esquizonticida de ação prolongada e lenta, que atua nos estágios intra-eritrocíticos 
assexuados do plasmódio;
Os principais efeitos adversos estão relacionados ao trato gastrointestinal; 
Em infecções por P. falciparum com complicações, prefere-se não utilizar esta medicação; 
Transporte de Elétrons (Primaquina e Atovaquona) 
Primaquina 
Afeta hipnozoítos hepáticos e gametas;
Evita a transmissão da malária; 
Impede que a di-hidro-oroato transmita o elétron para a ubiquinona, o que daria prosseguimento 
para respiração celular do protozoário. Como a di-hidro-oroato permanece reduzida, esta pode se 
tornar um radical livre, provocando lesões oxidativas inespecíficas;
A primaquina não deve ser administrada para paciente com deficiência na enzima glicose-6-
fosfato-desidrogenase (G6PD), a qual participa da formação da glutationa reduzida a partir da 
glutationa oxidada. A glutationa reduzida é importante para proteção dos eritrócitos contra estresse 
oxidativo, porque catalisa a degradação de compostos oxidantes tóxicos. Como a primaquina pode 
induzir lesões oxidativas, não é seguro adminitra-la para paciente com a deficiência da enzima 
G6PD; 
A primaquina é considerada categoria D na gestação, ou seja, é contraindicada durante esse 
período; 
Metabolismo do Folato (Sulfadoxina-pirimetamina e proguanil)
Sulfadoxina + Pirimetamina 
A sulfadoxina inibe a enzima di-hidropteroato sintase, responsável pela conversão do PABA à 
ácido di-hidrofólico;
A pirimetamina inibe a enzima di-hidrofolato redutase, a qual converte o ácido di-hidrofólico em 
ácido tetra-hidrofólico. Este, por fim, participa na síntese de bases nitrogenadas e proteínas; 
Logo, o parasita não consegue sintetizar precursores importantes para o metabolismo. 
Tradução de Proteínas (Doxiciclina, Tetraciclina e Clindamicina)
 Atuam competindo com tRNA pelo sítio de ligação no ribossomo, interrompendo a síntese 
proteica do parasito; 
Apresentam amplo espectro de ação; 
São administrados por via oral, a distribuição é ampla, e a excreção é principalmente renal ou 
biliar; 
Fármacos Antiprotozoários 3
Interage com alimentos (leite e derivados) e com antiácidos, de modo a perder parcialmente seu 
poder de ação; 
As reações adversas incluem distúrbios gastrointestinais e, devido à interação com cálcio, pode-se 
depositar em ossos e dentes (não recomendado para crianças em idade de crescimento);
Amebíase 
Amebíase Extra-Luminal 
Nitroimidazóis
Capazes de afetar os trofozoítos, mas não afetam os cistos da ameba; 
Podem ter ação sobre algumas bactérias; 
Não atuam na forma cística do protozoário;
São indicados para tratamento da amebíase intestinal e extra-intestinal na forma de trofozoítos;
No metabolismo da ameba, o piruvato é convertido à Acetil-CoA por meio da transferência de 
elétron da ferrodoxina, formando a ferrodoxina reduzida. Os nitroimidazóis capturam o elétron da 
ferrodoxina reduzida e torna-se um radical livre, induzindo estresse oxidativo nas células do 
protozoários; 
Dentre os efeitos colaterais encontrados estão: náuseas, cefaleia, xeroftalmia e parageusia do tipo 
gosto metálico na boca.
Metronidazol: 
Apresenta absorção rápida, difusão simples para todos os tecidos, sofre metabolização parcial 
e é excretado pela urina; 
Atua também em microrganismos anaeróbicos que apresentam a enzima ferrodoxina;
Também pode ser utilizado para tratamento da giardíase, tricomoníase e bactérias 
anaeróbicas (Helicobacter ssp. e Clostridium ssp.);
Secnidazol:
Apresenta penetrância discretamente melhor no parênquima hepático;
Tinidazol: 
Tem o menor risco de toxicidade porque apresenta melhor perfil de segurança em relação aos 
outros dois medicamentos da classe; 
Amebíase Luminal 
Devem ser pouco absorvidos a fim de permanecerem retidos no lúmen intestinal e induzirem seu 
mecanismo de ação; 
Iodoquinol
É comumente associado ao metronidazol;
Mecanismo de ação é pouco conhecido.
Fármacos Antiprotozoários 4
Fuorato de Diloxanida
Fármaco de escolha para infecções luminais assintomáticas;
Afeta o parasita antes do encistamento;
Mecanismo de ação é pouco conhecido; 
Paromomicina
Antibiótico aminoglicosídeo, provoca a leitura incorreta dos códons do mRNA, induzindo a síntese 
fraudulenta de proteínas; 
Tripanossomíase 
Nifurtimox e Benznidazol
Geram intermediários reativos de oxigênio, os quais geram lesões celulares e induzem a morte do 
protozoário;
Não afetam as células humanas, uma vez que estas apresentam mecanismos de defesa contra o 
estresse oxidativo (superóxido dismutase, catalase e glutationa peroxidase); 
Promovem a cura em 80% dos casos de doença de Chagas aguda, e em 50% dos casos em 
doença de Chagas crônica; 
Ambos são tóxicos e podem produzir distúrbios gastrointestinais, fraqueza, mialgias, náuseas, 
vômitos, etc;
O Nifurtimox é um fármaco com excelente ação nas formas tripomastigota e amastigota do 
Trypanosoma cruzi, porém possui maior toxicidade e menor meia vida, e portanto é considerado 
fármaco de segunda escolha;
O Benznidazol é considerado categoria C na gestação. 
Leishmaniose 
Antimônios Pentavalentes (Antimoniato de Meglumina, 
Estibogliconato de Sódio)
O mecanismo de ação desses fármacos é pouco conhecido, mas sabe-se que são capazes de 
formar espécies reduzidas causadoras de estresse oxidativo no ambiente celular; 
São pró-fármacos; 
Está disponível apenas para uso parenteral, e apresenta ação contra a forma promastigota e 
amastigota do Leishmania sp.; 
O antimoniato de meglumina é altamente tóxico e pode provocar alterações hepáticas, renais e 
pancreáticas, além da possibilidade de indução da inversão da onda T e prolongamento do 
intervalo QT. 
Outros Agentes
Fármacos Antiprotozoários 5
Anfotericina B, aminoglicosídeos (paramomicina) e miltefosine (leishmaniose visceral canina).
Toxoplasmose 
Antifolatos
Sulfadiazina, Pirimetamina e Ácido Folínico 
Impede a síntese de ácido tetra-hidrofólico, essencial para produção de bases nitrogenadas e 
proteínas;
A pirimetamina possui ampla distribuição tecidual, como no SNC e no parênquima pulmonar;
A pirimetamina apresenta boa disponibilidade pela via oral, e pode gerar anemia megaloblástica.A pirimetamina não deve ser utilizada durante a gestação, devido aos efeitos teratogênicos. 
Entretanto, pode ser utilizada no tratamento e na profilaxia da malária por P. falciparum, e na 
pneumonia por Pneumocystis jirovecii.

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