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Doença periodontal necrosante (gengivite, periodontite e estomatite ulcerativa necrosante) São as formas mais graves da DP provocada pela placa bacteriana (agudização, debilitantes, rápida destruição) Prevalência: não é a + comum, porém existe (boca de trincheira) - situação de estresse que aumenta o risco/ os países desenvolvidos são os menos atingidos/ pacientes debilitados psicologicamente e imunologicamente são muito atingidos/ desnutrição grande causa da doença, principalmente em crianças Gengivite ulcerativa necrosante (GUN): SINAIS E SINTOMAS INTRAORAL: começa na papila, com uma condição inflamatória e destrutiva da gengiva. Ulceração e necrose da papila e da margem gengival resultando em crateras. Ulceras são cobertas por uma camada branco amarelada ou cinza não aderida denominada pseudomembrana. Remoção dessa camada resulta em sangramento e exposição do tecido ulcerado subjacente. Formação de uma faixa eritematosa estreita denominada eritema linear. Hemorragia gengival espontânea ou sangramento intenso após mínima estimulação. Lesões extremamente sensíveis ao toque, dor constante, irradiada que se intensifica pela ingestão de alimentos quentes ou picantes pela mastigação, odor fétido, gosto metálico, saliva pastosa em excesso. História aguda SINAIS E SINTOMAS EXTRAORAL: elevação de temperatura, aumento da frequência cardíaca, perda de apetite, apatia, insônia, constipação, distúrbios gastrointestinais, cefaleia, depressão mental EVOLUÇÃO CLÍNICA: aparecimento súbito (algum fator é estopim). Gravidade reduzida mesmo sem tratamento com sintomas clínico mais sutis. Exacerbação e remissão recorrentes e recidivas. Nas fases iniciais as lesões são limitadas as extremidades de papilas. Acumulo de biofilme leva a maior recorrência nas áreas interproximais e região anterior de mandíbula. Papilas ficam edemaciadas e ficam com contorno arredondado. Pode ficar limitado a um dente, a um grupo ou espalhado pela boca toda DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: gengivite herpética primária (que é contagiosa, tem um tempo de duração certa de 7 a 10 dias, com formação de vesículas e ulcerações rasas, além de ser uma infecção primária pelo vírus herpes simples) / gengivite descamativa crônica ( que acomete gengiva marginal, inserida e outras áreas da mucosa, tem uma história crônica, pode ou não ser dolorosa, tem descamação em placas do epitélio gengival, as papilas não sofrem necrose, e não há odor) / doença periodontal crônica (tem uma história crônica, é indolor, as papilas não sofrem necrose) Periodontite ulcerativa necrosante (PUN): SINAIS E SINTOMAS: necrose e ulceração da porção coronária da papila interdental e margem gengival, gengiva marginal dolorosa, cor vermelho vivo e sangramento com facilidade. A característica diferencial é a progressão destrutiva, incluindo perda óssea e de inserção periodontal, recessão gengival, mobilidade dentária e perda do dente, halitose, febre, mal-estar. Sequestros ósseos em pacientes com imunossupressão limitando ao osso interproximal Estomatite ulcerativa necrosante (EUN): SINAIS E SINTOMAS: necrose vai além da junção mucogengival, extensa exposição óssea e destruição tecidual Etiologia: precisa ter bactéria (biofilme) para ter GUN, principalmente gram-negativos para invadir os tecidos e produzir endotoxinas. As endotoxinas causam um efeito direto de danos nas células e nos vasos levando a necrose tecidual. O endotélio é destruído e substituído por uma trama de fibrina, células necróticas e vários tipos de microrganismos, formando uma pseudomembrana. A presença de vasos dilatados também leva a eritema linear Fatores locais predisponentes: gengivite crônica preexistente associada a má higiene oral, bolsas periodontais profundas e ambiente favorável a proliferação das bactérias / tabagismo, devido a higiene oral pior, diminuição dos linfócitos t, diminuição da capacidade de quimiotaxia e fagocitária / imunodeficiência, devido a deficiência nutricional ou doenças debilitantes (AIDS, ataca as células T), ou ainda fatores psicossomáticos (aumento do nível de corticoides, devido a estresse, reduz a função dos neutrófilos e linfócitos) Tratamento: 1º CONSULTA: avaliação completa da história médica e história bucal do paciente, realização do exame clínico (aparência geral, halitose, lesões, características da GUN, higiene oral, fatores predisponentes locais. Realização do tratamento da fase aguda: reduzir a carga microbiana e a progressão da necrose, administração de antibiótico + RAR subgengival + instruções para o paciente (uso do fio dental com cuidado, bochechar um copo cheio com duas partes iguais de agua morna e peroxido de hidrogênio a cada 2h, evitar escovação na área de necrosa, analgésico pode auxiliar, consumo abundante de liquido 2º CONSULTA: 1 ou 2 dias após a 1º consulta, fazer RAR delicadamente retirando o cálculo antes recoberto + reforçar a instruções prévias 3º CONSULTA: 5 dias após a anterior, planejamento para tratamento da gengivite/periodontite (instrução para controle de placa, para controle dos fatores de risco, RAR repetida se necessária, bochechos com clorexidina) + reavaliar em 30 dias Casos recorrentes ou persistentes: reavaliar o diagnóstico diferencial, investigar doenças sistêmicas, terapia local inadequada, comportamento inadequado