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Victor Lima CARDIOLOGIA Victor Lima 1 AULA INTRODUTÓRIA 1 Introdução O Eletrocardiograma é um método utilizado para registrar as atividades elétricas do coração captada na superfície do corpo pela captação dos eletrodos que será processada por um galvanômetro. É válido destacar que o ECG capta a contração do miocárdio. A captação obedece a seguinte sistematização: (1) nó sinusal → pulsos elétricos(frente de onda) de baixa amplitude que parte do átrio direito que posteriormente será conduzido ao átrio esquerdo (pelo feixe de bachmann) e aos ventrículos; (2) Nó atrioventricular→ retarda o estímulo vindo do nó sinusal em aproximadamente 120~200 ms de forma fisiológica e em seguida conduz para o Feixe de His; (3) Rede de Purkinje → que conduz os estímulos aos ventrículos O sistema é detalhado na seguinte imagem: Uso clínico o Diagnóstico de distúrbio do ritmo cardíaco; o Diagnóstico de Isquemias miocárdica; o Sobrecarga ( significa hipertrofia); o Efeito medicamentosos( Ex: digoxina→ digitálico; Betabloqueadors) ; o Alterações eletrolíticas(hipercalemia); o Funcionamento de dispositivos implatáveis( Ex: marcapasso) Eficiência quanto a detectação de doenças Insuficiência Cardíaca + Hipertensão arterial + Arritmias cardíacas ++++ Bloqueadores cardíacos ++++ Infarto agudo do miocárdio( com supra) ++++ Isquemia miocárdica ++ Posicionamento dos Eletrodos Padronização técnica o Paciente confortavelmente deitado; o Certificar-se do bom contato da pele e o eletrodo (gel, álcool etc.); o Máquina devidamente calibrada: calibração padrão: deflexão 10mm e velocidade 25mm/s; o Fio terra para evitar interferência de corrente (através da perna direita(neutra), outros fatores como celular e relógio podem interferir na captação dos sinais; o Faz-se necessário com cuidados de higienização; Victor Lima CARDIOLOGIA Victor Lima 2 Deve constar: o As informações do paciente: idade, data, hora o Identificar as derivações; o Observar a quantidade do traçado como também a ausência de interferência 2 Bases do ECG ▪ O intervalo PQ (linha isoelétrica) é fisiológico; ▪ O “Q” (primeira deflexão) é o septo do coração despolarizando; ▪ O vetor “R” é a despolarização das paredes livres dos ventrículos; ▪ A região em que o vetor “R” é tido representa uma grande quantidade de músculo(miócito); ▪ Onda T repolarização dos ventrículos(rearranjo dos canis iônicos) ▪ Onda “U” depolarização dos músculos papilares OBS: Exemplo clínico de hipertrofia Paciente com febre reumático ocasionou uma estenose de válvula mitral, assim o átrio esquerdo irá se hipertrofiar, significa os vetores do átrio esquerdo irão aumentar a amplitude de onda NOMENCLATURA: ATENÇÃO! Caso o ponto J esteja acima da linha de base, tem uma grande probabilidade de que o paciente esteja infartando com Supra de ST Padronização: 5 mm Lembrando! Caso se tenha um complexo QRS com uma amplitude que ultrapasse a linha do papel então o pode realizar o ganho: n/2 para visualizar melhor o complexo Registra-se Amplitude: traçado do ECG que é medida do pulso elétrico através de um miócito. Deflexão padrão: 10mm/mV (analisado no eixo das ordenadas) ▪ Menor- 1mm = 0,1 mV ▪ Maior – 5mm= 0,5mV ATENÇÃO! Pode medir a amplitude através da medição da linha de base até ponto final do traçado de cada ONDA Duração: está no eixo das abscissas cuja velocidade padrão é 25mm/s ▪ Menor-1mm= 0,04s(40ms); ▪ Maior- 5mm=0,2s(200ms). Victor Lima CARDIOLOGIA Victor Lima 3 3 Derivações 12 derivações: • Unipolares: derivações entre uma parte do corpo e o coração; • Bipolares: derivações entre membros Derivações Periféricas D I : Braço direito (-) e braço esquerdo (+); D II : Braço direito (-) e braço esquerdo (+); D III: braço esquerdo (-) e perna esquerda (+) aVR braço direito (+) aVL braço esquerdo (+) aVF pé esquerdo(+) Derivações no plano frontal Tem-se então: Derivações no plano horizontal Análise: ventrículo direito Ventrículo esquerdo Victor Lima CARDIOLOGIA Victor Lima 4 4 Laudo do ECG Avaliar em 7 passos: • Identificar o ritmo; • Frequência cardíaca; • Definir o eixo elétrico; • Onda P, intervalo PR; • Complexo QRS e segmento ST; • Onda T; • Intervalo QT e onda U Partindo de um ECG normal: ATENÇÃO! Caso os eletrodos estejam invertidos, possivelmente, o aVR estará positivo se repetir o teste e o aVR persistir positivo, pode-se constatar uma Dextrocardia 1)Identificar o ritmo Ritmo sinusal : P (+) em I, II , F e P(-) em aVR. 2) Identificação a frequência cardíaca Identificação em ritmo irregular Número de complexos QRS em 30 quadrados grandes(=6s)x10 1 quadradinho = 0,04s 1 quadrado grande= 5x0,04s=0,2 s 30 quadrados grandes= 30x0,2=6 s 3) Eixo elétrico no plano frontal Victor Lima CARDIOLOGIA Victor Lima 5 Possíveis alterações do eixo elétrico do plano frontal: OBS: Fascículos do coração 1) Anterosuperior; 2) Medeseptal 3) Posteroinferior MACETE PARA DESVIO: +D I e + D II – EIXO NORMAL +D I E – D II – EIXO DESVIADO PARA ESQUERDA - D I E + D II – EIXO DESVIADO PARA DIREITA - D I E -aVF - EIXO PARA EXTREMA DIREITA EXEMPLO: EIXO DESVIADO: - 30º é normal 4) Onda P • Representa a despolarização atrial; • Para onde olhar? D II e V 1 ; • Morfologia: arredondada e monofásica; • Morfologia (V1): até 50% “plus-minus”; • Avaliação de sobrecargas atriais Duração (D II): até 110 ms Amplitude (D II): até 2,5mm(0,25V) Victor Lima CARDIOLOGIA Victor Lima 6 Ativação normal da onda P: Caso tenha uma Sobrecarga atrial direita: • Onda P apiculada; • Aumento na amplitude(>0,25Mv) Caso tenha uma Sobrecarga atrial esquerda: Onda plus minus – Morris (V1) Aumento na duração(> 0,11s) Índice de Morris • Duração da fase negativa de V1 (ms) X amplitude(mm) > 40ms . mm 1,3 x 68= 88,4 mms . mm Sobrecarga biatrial É avaliada em D II Victor Lima CARDIOLOGIA Victor Lima 7 Análise do intervalo PR • Medida do início da onda P até o início do QRS; • Varia de acordo com a idade e frequência cardíaca; • Inclui: despolarização atrial,condução atrvés do nó AV e sistema His-Purkinje; • Duração: 120~200 ms; • Aumento > 2000ms: BAV • Diminuição < 120ms: via acessória 5) Complexo QRS • É o tempo de despolarização ventricular • Q: primeira deflexão negativa • R: primeira deflexão positiva • S: segunda deflexão negativa Duração normal: < 120 ms (3 quadrados pequenos) EXEMPLO: Para poder visualizar as paredes inferiores as melhores derivações para analisar são: D II, D III e aVF (derivações contiguas) INFARTO Avaliação da parede septal: V1 e V2 Avaliação da parede Lateral: DI, aVL,V5 e V6 Victor Lima CARDIOLOGIA Victor Lima 8 Critério de Sokolow-Lyon S-V1 + R V5 OU R-V6 >= 35mm • Desvio do eixo para direita( > +90º em adultos); • QRS positivo em V1 (razão R/S > 1 em V1 na exclusão de outros causas como BRD); • Odas S em V5 / V6 >= 7mm • Observar V1 e V2; • QRS > 120 ms; • Onda S arrastada em DI, aVL e V6 • RSR’ em V1 (ORELHA DE COELHO) Intervalo ST • Fim do QRS (ponto J) ao início da onda T; • Inicia após a despolarização ventriculare termina antes após a despolarização ventricular e termina antes que a repolarização se inice; • É usualmente isoelétrico; • Leve concavidade para cima EXEMPLO COM IAM com Supra ST Sem bloqueio de ramo 6)Onda T • Representa a repolarização ventricular; • É assimétrica, com ramo ascendente mais lento que o descendente e ápice arredondado Victor Lima CARDIOLOGIA Victor Lima 9 Causas de onda T alterada: • Isquemia miocárdica; • Hipertrofia centricular (direita ou esquerda) • Bloqueio de ramo; • Outros: canalopatias, distúrbios eletrolíticos QTc normal: 450ms (homem) 470ms(mulher)
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