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Princípios básicos de ECG-1

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Anatomia e fisiologia 
O coração possui basicamente 2 tipos de células: 
 Células especializadas em contração (músculos) 
 Células especializadas em geração e condução 
elétrica 
 
O estímulo elétrico cardíaco nasce no nó sinusal por 
um gradiente de concentração de íons que se 
transforma em um gradiente de atividade elétrica 
na despolarização celular. 
As células cardíacas podem ser despolarizadas de 
duas maneiras: espontaneamente (automaticidade 
celular) ou através da despolarização provinda de 
outra célula. 
 
A partir de um estado de repouso, as células 
geradoras de atividade elétrica são capazes de se 
autodespolarizar (automaticidade), o que 
corresponde a um aclive na fase 4 (curva rosa) até 
atingir seu limiar de ação. Portanto, as células do nó 
sinusal e do nó atrioventricular têm a capacidade de 
autodespolarização. 
Vetores eletrocardiográficos 
ou ondas elétricas 
Vetores elétricos são causados por milhões de 
células realizando atividade elétrica sincronizada. 
Esses vetores representam o trajeto percorrido 
pelo estímulo elétrico no coração, interpretado por 
eletrodos na superfície corporal que processam 
esse sinal elétrico, que será impresso em um ECG. 
Os vetores tem 3 propriedades fundamentais: 
 Direção 
 Intensidade 
 Duração 
 
Essas variáveis são exatamente o que buscamos ao 
analisar um eletro. 
No eixo horizontal do ECG temos a propriedade 
de duração (tempo). No eixo vertical temos a 
propriedade de amplitude ou intensidade de 
cada vetor 
A direção dos vetores será interpretada a partir do 
conhecimento das derivações e localização dos 
eletrodos 
Eletrodos e derivações 
Eletrodos: são condutores elétricos metálicos 
responsáveis por captar a atividade elétrica cardíaca. 
 
@intensivodeecg 
 
 
Estão localizados em posições específicas – um em 
cada membro e 6 no tórax 
 
Derivações: Formadas a partir da conexão dos 
eletrodos. Registram a corrente elétrica na direção 
formada pelos eletrodos 
ELETRODOS TORÁCICOS 
 V1 - 4° EIC, linha parasternal direita 
 V2 - 4° EIC, linha parasternal esquerda 
 V3 - entre (V2) e (V4) 
 V4 - 5° EIC, linha hemiclavicular esquerda 
 V5 - Plano horizontal, axilar anterior esquerda 
 V6 - Plano horizontal, axilar média esquerda 
 
 
Derivações 
Cada derivação registra a diferença de potencial 
entre dois eletrodos, um polo positivo e um 
negativo → criação de um mapa elétrico 
O polo negativo pode ser formado por apenas um 
eletrodo ou pela combinação de dois ou mais 
eletrodos, o que é chamado de eletrodo composto. 
O ECG padrão tem 12 derivações, divididas em 
frontais (6) e precordiais (6) 
 
 
Derivações do plano frontal 
D1, D2, D3, aVR, aVF, aVL 
Derivação + - 
I (0°) MSE MSD 
II (60°) MIE MSD 
III (120°) MIE MSE 
aVR (-150°) MSD MSE+MIE 
aVL (-30°) MSE MSD+MIE 
aVF (90°) MIE MSD+MSE 
 
I, II, III – Derivações bipolares 
I: Diferencial de potencial elétrico entre o braço 
direito (-) e o braço esquerdo (+). 
I I: Diferencial de potencial elétrico entre o braço 
direito (-) e a perna esquerda (+). 
I I I: Diferencial de potencial elétrico entre o braço 
esquerdo (-) e a perna esquerda (+). 
 
Formam um triângulo equilátero (o chamado 
Triângulo de Einthoven). 
 
avr, avl, avf – Derivações unipolares 
Captam a diferença de potencial elétrico entre um 
ponto periférico e um outro ponto neutro. 
 
aVR: Resultante entre o braço direito e o ponto neutro 
 
aVL: Resultante entre o braço esquerdo e o ponto 
neutro. 
aVR: Resultante entre o potencial da perna (pés) e o 
ponto neutro. 
 
União de todas as variáveis frontais (periféricas): 
 
Traduzindo para uma visão mais prática: 
 
Derivações do plano horizontal 
V1, v2, v3, v4, v5, v6 
Cada eletrodo apresenta-se como o respectivo 
polo positivo. O polo negativo dessas derivações é 
a central terminal de Wilson (estrela na imagem), 
que é o centro do tórax formado por uma 
combinação dos 3 eletrodos dos membros. 
 
União de todas as derivações: 
 
Derivações contíguas = Mostram a mesma parede 
D2, D3 e aVF Parede inferior. 
V1, V2, V3, V4 Superfície anterior, incluindo 
o septo interventricular 
D1, aVL, V5 e V6 Parede lateral. 
 
Ondas e intervalos ECG 
O sistema elétrico cardíaco é responsável por 
conduzir o estímulo que surgiu no nó sinusal para o 
restante das células cardíacas 
Enquanto esse estímulo vai percorrendo as 
estruturas, cria vetores, que se manifestarão como 
ondas no traçado do ECG. 
 
 Onda P: despolarização atrial 
 Complexo QRS: despolarização ventricular 
 
 Onda T: repolarização ventricular 
 Onda U: pode ocorrer depois da onda T; 
representa atividade elétrica das fibras de 
Purkinje. 
 Ponto J: término do QRS, na junção com 
segmento ST 
 
Intervalos importantes: 
 Intervalo PR: do começo da onda P até o 
começo do QRS 
 Intervalo QT: do começo da onda Q até o final 
da onda T. 
 Intervalo R-R: De um complexo QRS até o 
próximo 
 
 
Morfologia do complexo QRS (vetor da 
despolarização ventricular). 
A massa ventricular, quando despolarizada gera 
ondas de direções diferentes, que quando unidas 
compõem um complexo único QRS 
IMAGEM 
 
Morfologia do complexo QRS: 
Primeira onda positiva: Onda R 
Onda negativa antes da positiva: Onda Q 
Onda negativa depois da positiva: Onda S 
Segunda onda positiva: R’ 
 
Sistema de condução cardíaco 
Sequência fisiológica de transmissão do estímulo 
elétrico pelo coração: 
Nó sinusal (localizado na junção da veia cava 
superior com átrio direito) → feixes de Bachman 
→ nó atrioventricular → feixe de His → ramo 
direito e ramo esquerdo → miócitos ventriculares 
 
O ramo esquerdo se bifurca em: 
- Divisão anterossuperior esquerda 
- Divisão posteroinferior esquerda. 
 O nó atrioventricular exerce uma função muito 
importante em retardar o estímulo elétrico para o 
 
ventrículo. Esta função é fisiológica, permitindo o 
enchimento do ventrículo após contração atrial 
antes do início da contração ventricular. Também 
protege o ventrículo de uma frequência cardíaca 
muito alta em uma situação de taquiarritmia atrial 
(exemplo, fibrilação atrial). 
Padronização do ECG 
Eixo horizontal = duração 
Eixo vertical = amplitude/intensidade 
 
A padronização mais comum é: 
 
Nesse padrão: 
25mm = 1 seg no eixo horizontal 
25 mm ----------- 1 seg 
1 mm --------------- 0,04 seg (40 msec) 
 
Ou seja, cada quadrado menor (1mm) equivale a 40 
milissegundos ou 0,04 seg no eixo horizontal 
 
A cada 5 mm (quadradinhos) tem uma linha mais 
espessa, o que significa que cada quadrado maior 
(5 quadradinhos) tem 0,20 segundos no eixo 
horizontal. 
 
Eixo vertical: intensidade/amplitude 
Escala mais comum: 10 mm/mV 
1mm = 0,1 mV 
 
*OBS: essa escala pode ser mudada 
 
Frequência cardíaca 
Cálculo da fc em ritmos regulares 
Considerando a padronização mais comum: 
25 mm ------------ 1 seg 
Y --------------------- 60 seg 
Y = 1500 mm 
 
Existem dois métodos para cálculo da FC em ritmos 
regulares: 
Método 1: 
Basta contar quantos complexos QRS estão 
presentes em 1500 mm de papel. Para esse cálculo, 
dividimos 1500 pela distância em mm entre dois 
complexos QRS. 
 
𝐹𝐶 = 
1500
𝑛° 𝑑𝑒 𝑞𝑢𝑎𝑑𝑟𝑎𝑑𝑜𝑠 𝑒𝑚 𝑢𝑚 𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑣𝑎𝑙𝑜 𝑅 − 𝑅
 
Essa regra só vale para ritmos regulares 
 
Método 2: 
Encontre um QRS em cima de ou próximo de uma 
linha espessa e determine a FC a partir da 
localização do próximo QRS. 
Se o próximo QRS cair na 1ª linha espessa após o 
QRS inicial, a distância entre os dois QRS é de 5 
mm. Usando o primeiro método, a FC seria 1500/5 
= 300 bpm 
2ª linha espessa (10 mm, 1500/10): 150 bpm 
3ª linha espessa: 100 bpm 
4ª linha espessa: 75 bpm 
5ª linha espessa: 60 bpm 
6ª linha espessa: 50 bpm 
7ª linha espessa: 43 bpm 
 
OBS: quando a FC é muito alta (>150), o ideal é usar 
a regra exata (dos 1500), pois a regra rápida pode 
ser inexata 
 
Cálculo da fc emritmos irregulares 
Em ritmos irregulares, é necessário contar o 
número de complexos QRS em um período mais 
longo (ex. 6 ou 10 segundos) e multiplicar por um 
fator para estimar o número de complexos QRS 
em um minuto. 
O intervalo entre duas linhas espessas é de 0,2 
segundo ou 200 ms: 
0,2s = 1 quadrado maior 
1 segundo = 5 quadrados maiores 
6 segundos = 30 quadrados maiores 
 
Em 6 segundos tem “x” QRS, em 1 minuto tem (10x) 
QRS 
 
Dica: a maioria dos eletros tem 10 segundos de 
duração, se esse for o caso é só contar quantos 
QRS tem em 10 seg e multiplicar por 6 
Eixo cardíaco 
Eixo = Despolarização da massa ventricular 
(predominantemente esquerda, pela maior massa 
de VE) 
Aqui falamos de “direção” de um vetor 
 
Atenção para as derivações no plano frontal e em 
quantos graus cada derivação está. 
Eixo normal: -30 a 90° 
 
 
O eixo normal de despolarização ventricular, isto é, 
do complexo QRS, no plano frontal é de -30° a 90°. 
 Eixo entre -30° e -90° → desvio do eixo para a 
esquerda. 
 Eixo entre 90° e 180° → desvio do eixo para a 
direita. 
 Eixo entre 180° e 270° → desvio do eixo para a 
extrema direita. 
Determinando o eixo cardíaco em 
3 passos: 
É fundamental conhecer a posição de cada 
derivação do plano frontal, por isso, memorizar esse 
diagrama: 
 
Derivações perpendiculares (em um ângulo de 90°): 
 D1 (0°) e aVF (90°) 
 D2 (60°) e aVL (-30°) 
 D3 (120°) e aVR (-150°) 
1º passo. Identifique a derivação com vetor 
isoelétrico. 
Quando identificarmos um vetor isoelétrico em uma 
derivação, significa que o vetor está perpendicular 
a tal derivação 
Exemplo: 
 
(QRS tem aproximadamente a mesma amplitude 
positiva e negativa) 
 
2º passo. Ache a derivação perpendicular à 
derivação onde o vetor está isoelétrico. 
Exemplo: se o vetor for isoelétrico em D2, a 
derivação perpendicular a D2 é aVL. 
 
3º passo. Veja se o vetor nessa derivação 
perpendicular é positivo ou negativo. 
- Se for positivo, o eixo é exatamente no sentido 
dessa derivação. 
- Se negativo, o eixo do vetor é no sentido oposto 
(180o) dessa derivação. 
 
Método do eixo aproximado: 
Eixo normal + em D1 e D2 
Desvio p/ esquerda + em D1 e – em D2 
Desvio p/ direita - em D1 e + em aVF 
Desvio p/ extrema 
direita 
- em V1 e aVF 
 
 
 
Causas de desvio de eixo 
Desvio de eixo p/ direita (- em D1 e + em aVF) 
ou extrema direita (- em D1 e aVF): 
 Biotipo (longilíneo, coração mais vertical) 
 Sobrecarga de VD (hipertrofia “puxa” vetor) 
 Infarto prévio de parede lateral 
 Bloqueio divisional póstero-inferior esquerdo 
 Inversão de eletrodos e dextrocardia (em 
casos de extrema direita) 
 
Desvio de eixo p/ esquerda (+ em D1 e - em D2) 
 Biotipo (brevelíneo, coração mais horizontal) 
 Sobrecarga de VE 
 Bloqueio de ramo esquerdo 
 Infarto prévio de parede inferior 
 Bloqueio divisional ântero-superior 
 
Importante: se for um ritmo de origem ventricular 
(taquicardia ventricular, ritmo de marcapasso, RIVA), 
não laudamos desvio de eixo 
Onda P 
Corresponde à despolarização atrial de forma 
sincronizada, gerando um vetor que se manifesta 
no eletro como a onda P. 
Direção 
A direção da despolarização atrial segue um 
caminho padrão quando nasce no nó sinusal (ritmo 
sinusal), formando um vetor que vai de cranial para 
caudal e da direita para a esquerda. 
Quando a onda P é sinusal, o átrio direito é 
despolarizado primeiro pela sua proximidade 
anatômica ao NS. 
Identificação de onda P sinusal: 
 A direção normal da onda P é entre 0 e 90°. 
 A consequência disso é que a onda P em um 
eletro com ritmo sinusal será positiva nas 
seguintes derivações: D1, D2 e aVF (0 – 90°) 
 As melhores derivações para ver onda P são D2 
e V1 
Onda P em D2: 
 
Com relação às derivações horizontais observamos 
que em VI a onda P pode ser bifásica (pois 
corresponde à despolarização dos átrios direito e 
esquerdo, ambos em direções diferentes no ponto 
de vista de V1) 
 
Duração 
 < 120 ms (3 quadradinhos) 
Amplitude 
 < 0.25 mV em D2 (< 2,5 quadradinhos) 
 < 0.1 mV em V1 (na parte negativa) 
 
 
 
Alterações no eixo da onda P 
Acontecem quando a onda P é negativa em D1 e/ou 
aVF, o que pode acontecer por três causas 
principais: 
 Onda P não sinusal (ex: ritmo atrial ectópico) 
 Inversão de eletrodos nos MMSS 
 Dextrocardia (RARO) 
 
Sobrecarga atrial esquerda 
Representada por alteração na duração da onda P 
e aumento da amplitude da porção negativa em V1 
(correspondente ao AE) 
Ou seja, 
 Onda P de duração aumentada em D2 (≥ 120 
ms), pode ser com entalhe, chamada de onda P 
mitrale 
 
 Parte negativa da onda P em V1 com duração > 
40ms e amplitude > 0.1 mV 
 
 
Índice de Morris: quando porção negativa da 
onda P em VI tem mais que 1mm de duração e 
amplitude, indicando sobrecarga atrial E 
 
Causas de sobrecarga atrial esquerda: 
 Doença valvar – estenose ou insuficiência mitral 
 Todas as causas de hipertrófica ventricular 
esquerda 
- Hipertensão arterial 
- Estenose aórtica 
- Cardiomiopatia hipertrófica 
- Disfunção diastólica com insuficiência cardíaca 
 
Sobrecarga atrial direita 
Manifesta-se na parte inicial da onda P porque o 
átrio direito é o primeiro a se despolarizar. 
Sobrecarga atrial direita não altera duração da onda 
P, e sim amplitude aumentada em D2 (≥2,5mm) e 
na parte positiva da onda em V1 
Ou seja, 
 Onda P de amplitude aumentada em D2 ≥ 
0,25mV, também chamada de onda P pulmonale 
 
Causas de sobrecarga atrial direita: 
 Doença valvar – tricúspide 
 Causas de hipertrofia ventricular direita 
- Estenose pulmonar 
- Tetralogia de Fallot 
- Hipertensão pulmonar 
 
Intervalo PR 
Medido entre o começo da onda P e início do QRS 
Normal: 120 até 200mseg (5 quadradinhos) 
O nó atrioventricular oferece um retardo fisiológico 
na condução elétrica para deixar o ventrículo 
encher bem antes de contrair, o que explica esse 
intervalo. 
Intervalo PR alargado = problema no nó 
atrioventricular (ex. bloqueios de ramo) 
Complexo QRS 
Corresponde à despolarização ventricular 
Direção 
Direção (eixo) entre -30° e 90° (positivo em DI e 
D2) – correspondente ao que foi visto na análise do 
eixo cardíaco. 
Duração 
Normal < 100 ms (2,5 quadradinhos) 
Ventrículos, apesar de maior massa despolarizam 
mais rápido que os átrios pelo sistema networking 
de fibras de Purkinje 
Para que o QRS seja estreito, duas condições são 
necessárias, sendo estas: 
1) Ritmo de origem supraventricular 
O estímulo tem que nascer da junção AV para cima. 
Pode ser no NS, átrio, nó AV....desde que seja 
supraventricular 
Quando o ritmo nasce no ventrículo, não tem como 
ter QRS estreito (taquicardia ventricular, 
extrassístoles, ritmo marcapasso) pois cada célula 
vai ser estimulada em um momento diferente 
2) Sistema His-Purkinje intacto 
Formado por feixe de His, ramo direito, ramo 
esquerdo e suas subdivisões. Essas estruturas 
permitem ativação rápida e sincronizada dos 
ventrículos. 
Qualquer situação onde os ventrículos forem 
despolarizados sem um sistema His-Purkinje Intacto 
terá um QRS alargado, ex: bloqueios de ramo. 
Causas de alargamento de QRS 
 Aumento da massa ventricular (sobrecarga 
ventricular) 
 Ativação lenta dos ventrículos 
- Ritmos de origem ventricular (marcapasso 
ventricular, taquicardia ventricular) 
- Doença do sistema de condução elétrica 
intraventricular (bloqueios de ramo) 
Amplitude 
 Aumentada: hipertrofias, jovens, biotipo 
 Diminuída: baixa voltagem ventricular 
 
Amplitude total do QRS (parte positiva + parte 
negativa) <0,5 mV (5 mm) em todas as derivações 
do plano frontal OU < 1mV (10 mm) no plano 
horizontal. 
 
 
Causas de baixa voltagem: 
 Obesidade 
 DPOC, enfisema 
 Derrame pericárdico 
 Doença infiltrativa, como amiloidose ou 
hemocromatose 
 Infarto extenso do miocárdio 
 Hipotireoidismo 
 Cardiomiopatia dilatadaSegmento ST 
Representa o intervalo entre a despolarização (QRS) 
e a repolarização (onda T) ventricular. Começa a 
partir do ponto J (transição entre QRS e segmento 
ST) 
Esse segmento normalmente é plano, isoelétrico e 
na mesma posição vertical do segmento TP (linha 
de base) 
Alterações no segmento ST 
Linha de referência = segmento TP 
 
Supradesnivelamento de ST → ST elevado em 
relação à linha de base 
 
Supra de 2mm 
Infradesnivelamento de ST → depressão do 
segmento ST em relação à linha de base 
 
Morfologia do supradesnivelamento de ST 
Côncava x Convexa 
Serve para fazer diagnóstico diferencial entre as 
causas de supra 
Pericardite e repolarização precoce, por exemplo 
costumam causar um supra côncavo. Já o IAM com 
supraST pode causar supra convexo ou côncavo. 
Ou seja, o supra convexo é mais específico para 
IAM com supra de ST 
 
Supra de ST com morfologia convexa 
 
Supra de ST com morfologia côncava 
 
Supra de pericardite é difuso, já o de IAM é 
localizado em derivações contíguas. 
Morfologia do infradesnivelamento de ST 
Aclive: ascendente, horizontal e descendente 
Infra de ST ascendente = inespecífico 
 
Infra de ST horizontal ou descendente = sugerem 
isquemia miocárdica 
 
 
Onda T 
Corresponde à repolarização ventricular 
 
Vai ser positiva em todas as derivações EXCETO 
derivações à direita (D3, aVR e V1), nas quais pode 
ser negativa 
Geralmente tem a mesma dieração do QRS. 
Amplitude normal: < 6 mm no plano frontal 
< 10 mm derivações percordiais 
Alterações da onda T 
Agrupadas em: 
 Alterações primárias da repolarização ventricular 
- Isquemia 
- Doença do sistema nervoso central 
- Hipercalemia 
- Takotsubo 
- Displasia arritmogênica de VD 
 
 Alterações secundárias da repolarização 
ventricular 
 Alterações inespecíficas da repolarização 
ventricular 
 
Alterações secundárias de onda T: 
Aquelas nas quais a onda T está alterada devido a 
uma alteração no QRS: 
 Hipertrofia ventricular 
 Bloqueio de ramo esquerdo ou direito 
(Ou seja, ventrículo despolarizou de forma anormal 
e vai repolarizar de forma anormal também) 
 
- Sobrecarga ventricular: onda T pode estar 
invertida e assimétrica na direção oposta à 
voltagem principal do QRS 
 
Onda T alterada em função de sobrecarga de VE 
 
- Bloqueio de ramo: a onda T pode estar invertida 
e assimétrica na direção oposta à onda terminal 
indolente do QRS 
Alterações primárias de onda T 
São anormalidades na onda T que não são 
secundárias a algum problema na despolarização 
ventricular 
 
 
 Onda T apiculada 
- Hipercalemia 
- IAM na fase hiperaguda 
 
 
 Onda T invertida e simétrica 
- Isquemia miocárdica 
- AVC (pp hemorrágico) 
- Cardiomiopatia hipertrófica apical 
- Takotsubo 
 
Na inversão difusa de ondas T por doença do 
sistema nervoso central (achado de ondas T 
cerebrais), a base da onda T costuma ser alargada, 
resultando em um QT longo (foto abaixo) 
 
 
 Onda T invertida em V1 a V3 
- Persistência do padrão juvenil de onda T 
- Isquemia miocárdica 
- Displasia arritmogênica de VD 
 
 
Para diferenciar causas primarias de secundárias: 
1. Apontar onda T anormal 
2. Verificar se o QRS está alterado 
3. Verificar se a onda T está se comportando de 
forma atípica a alterações secundárias (sentido 
contrário, assimetria) 
Alterações inespecíficas de onda T 
Ondas T achatadas ou minimamente invertidas 
- Padrão de onda T anormal 
- Não sugere nenhuma alteração 1ª ou 2ª 
- Ondas T achatadas em ≥ 2 derivações 
 
Ondas achatadas em V4, V5 e V6 
 
Onda U 
Onda U é uma deflexão positiva após a onda T 
Surge de uma repolarização das fibras de Purkinje 
É uma onda incomum, mas pode estar presente 
em situações fisiológicas e patológicas como 
 Bradicardia 
 Hipocalcemia 
 Hipocalemia 
 Hipotermia 
Quando presente, é melhor vista em V2-V3. 
Intervalo QT 
É medido do começo do complexo QRS até o fim 
da onda T. Varia bastante com a FC, por isso deve 
ser corrigido para a fc adequada, obtendo-se o QT 
corrigido (QTc) 
Quando a FC está elevada ocorre o encurtamento 
do período diastólico (onda T) enquanto o periodo 
sistólico encontra-se normal. 
Há várias fórmulas para obter o QTc a partir do 
QT. A mais utilizda é a fórmula de Bazett. 
Bazett: QTc = QT / √𝑟𝑟 (segundos) 
Intervalo RR em segundos = 60 bpm/FC 
QTc normal: ≤ 450 ms homens 
≤ 470 ms mulheres 
 
QTc longo → Risco de TV polimórfica por QT 
longo 
- QTc > 500 ms: risco de torsades de pointes (TdP) 
aumenta 2-3x (uma taquicardia ventricular 
polimórfica maligna e possivelmente fatal) 
- Risco exponencial com aumento progressivo 
 
Passos para medir QT e QTc 
1. Escolher uma derivação 
- I I, V5-V6 são as melhores 
- QRS e onda T são positivos nessas 
direções 
- Use uma derivação onde a onda T é vista 
com clareza 
 
2. Identifique o início do QRS e fim da onda T 
- Geralmente é fácil, mas existem 2 riscos: 
artefatos e onda U! 
 
- Como lidar com a onda U? Se houver uma 
onda U distinta, essa deve ser excluída do 
QT através do método da tangente 
 
Traçar uma tangente da onda T e onde 
essa onda cruzar com a linha de base 
consideramos o fim do intervalo, excluindo 
a onda U 
 
3. Correção do intervalo QT 
Bazett: QTc = QT / √𝑟𝑟 (segundos) 
 
Intervalo RR em segundos = 60 bpm/FC 
 
 
Ex: se FC for de 80 bpm, intervalo RR é de 
0,75 seg 
 
E em intervalos irregulares? 
Fazer manualmente não é prático. Nesses 
casos vamos só olhar a interpretação do 
software e ver se faz sentido (medir QT) 
 
Regra rápida em ritmos irregulares com FC 
normal: 
- QT < metade do RR = está normal 
Essa regra funciona bem para frequências cardíacas 
normais (60 a 100 bpm), mas não deve ser usada 
em extremos de frequência cardíaca 
 
Medindo o QT e QTc quando o QRS é alargado 
O QRS faz parte do intervalo QT. Portanto, quando 
o QRS se alarga (ex. bloqueio de ramo), o QT 
também se alonga. Todavia, o QRS alargado não 
contribui para o risco de torsades de pointes. 
Portanto, é necessário corrigir o QT para a 
presença de um QRS alargado. 
Isto pode ser feito através da correção de 
Bogossian, quando o QRS for >120 ms: 
• Medir o QRS e o intervalo QT 
• Reduzir o intervalo QT, tirando metade do QRS 
• Calcular o QTc a partir do intervalo QT reduzido 
 
 
 
Abordagem sistemática ao 
ECG de 12 derivações 
 
 Frequência cardíaca 
 
 Ritmo 
 
 Intervalos 
 PR 
 QRS 
Se alargado, procurar o motivo (pré-
excitação? Bloqueio de ramo?) 
 QT 
 
 Eixo 
Se anormal, procurar o motivo (ex: desvio para a 
esquerda por IAM prévio de parede anterior). 
 
 Morfologia 
 Onda P 
- Critérios para sobrecarga atrial? 
 
 Complexo QRS 
- Bloqueio de ramo? 
- Voltagem alta (sobrecarga) ou baixa? 
- Área eletricamente inativa? 
 
 Segmento ST 
- Supra ou infra? 
 
 Onda T 
- Alteração primária da onda T 
- Alteração secundária 
- Alteração inespecífica da repolarização 
ventricular 
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