Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
METODOLOGIA DA MATEMÁTICA Raquel Pierini Lopes dos Santos Centro Universitário Adventista de São Paulo Fundado em 1915 — www.unasp.edu.br Missão: Educar no contexto dos valores bíblicos para um viver pleno e para a excelência no serviço a Deus e à humanidade. Visão: Ser uma instituição educacional reconhecida pela excelência nos serviços prestados, pelos seus elevados padrões éticos e pela qualidade pessoal e profissional de seus egressos. Administração da Entidade Mantenedora (IAE) Diretor-Presidente: Maurício Lima Diretor Administrativo: Edson Medeiros Diretor-Secretário: Emmanuel Oliveira Guimarães Diretor Depto. de Educação: Ivan Góes Administração Geral do Unasp Reitor: Martin Kuhn Vice-Reitor Executivo Campus EC: Antônio Marcos da Silva Alves Vice-Reitor Executivo Campus HT: Afonso Ligório Cardoso Vice-Reitor Executivo Campus SP: Douglas Jeferson Menslin Pró-Reitor Administrativo: Telson Bombassaro Vargas Pró-Reitor Acadêmico: Afonso Ligório Cardoso Pró-Reitor de Educação a Distância: José Prudencio Júnior Pró-Reitor de Pesquisa e Desenvolvimento Institucional: Allan Macedo de Novaes Pró-Reitor de Desenvolvimento Espiritual, Comunitário e Estudantil: Martin Kuhn Secretário-Geral: Marcelo Franca Alves Faculdade Adventista de Teologia Diretor: Reinaldo Wenceslau Siqueira Coordenador de Pós-Graduação: Vanderlei Dorneles da Silva Coordenador de Graduação: Adriani Milli Rodrigues Órgãos Executivos Campus Engenheiro Coelho Pró-Reitor Administrativo Associado: Murilo Marques Bezerra Pró-Reitor Acadêmico Associado: Everson Muckenberger Pró-Reitor de Desenvolvimento Estudantil Associado: Bruno de Moura Fortes Pró-Reitor de Desenvolvimento Espiritual e Comunitário Associado: Ebenézer do Vale Oliveira Órgãos Executivos Campus Hortolândia Pró-Reitor Administrativo Associado: Claudio Valdir Knoener Pró-Reitora Acadêmica Associada: Suzete Araújo Águas Maia Pró-Reitor de Desenvolvimento Estudantil Associado: Daniel Fioramonte Costa Pró-Reitor de Desenvolvimento Espiritual e Comunitário Associado: Wanderson Paiva Órgãos Executivos Campus São Paulo Pró-Reitor Administrativo Associado: Flavio Knöner Pró-Reitora Acadêmica Associada: Silvia Cristina de Oliveira Quadros Pró-Reitor de Desenvolvimento Estudantil Associado: Ricardo Bertazzo Pró-Reitor de Desenvolvimento Espiritual e Comunitário Associado: Robson Aleixo de Souza 1ª Edição, 2020 Editor-chefe Rodrigo Follis Gerente de projetos Bruno Sales Ferreira Editor associado Alysson Huf Supervisor administrativo Felipe Dutra Gerente de vendas Francileide Santos Editores Adriane Ferrari, Gabriel Pilon Galvani, Jônathas Sant’Ana e Werter Gouveia Designer gráfico Kenny Zukowski 1ª Edição, 2020 METODOLOGIA DA MATEMÁTICA Imprensa Universitária Adventista Engenheiro Coelho, SP Raquel Pierini Lopes dos Santos Mestra em Educação pela Unimep Piracicaba Santos, Raquel Pierini Lopes dos Metodologia da Matemática [livro eletrônico] / Raquel Pierini Lopes dos Santos. Engenheiro Coelho: Unaspress, 2020. 1 Mb, PDF ISBN 978-65-86848-14-4 (e-book) 1. Ensino da Matemática. I. Título. II. Santos, Raquel Pierini Lopes dos. CDD 510.07 Dados Internacionais da Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Metodologia da Matemática 1ª edição – 2020 e-book (PDF) OP 00123_047 Editora associada: Todos os direitos reservados para a Unaspress - Imprensa Universitária Adventista. Proibida a reprodução por quaisquer meios, sem prévia autorização escrita da editora, salvo em breves citações, com indicação da fonte. Preparação: Werter Gouveia Revisão: Giovanna Finco Projeto gráfico: Ana Paula Pirani Capa: Jonathas Sant’Ana Diagramação: Kenny Zukowski, Felipe Rocha Caixa Postal 88 – Reitoria Unasp Engenheiro Coelho, SP CEP 13.448-900 Tels.: (19) 3858-5222 / (19) 3858-5221 www.unaspress.com.br Imprensa Universitária Adventista Validação editorial científica ad hoc: Debora Pierini Gagliardo Mestra em Engenharia de Estruturas pela Unicamp Conselho editorial e artístico: Dr. Martin Kuhn, Esp. Telson Vargas, Me. Antônio Marcos, Dr. Afonso Cardoso, Dr. Douglas Menslin, Dr. Rodrigo Follis, Dr. Lélio Lellis, Dr. Allan Novaes, Esp. Jael Enéas, Esp. José Júnior, Dr. Reinaldo Siqueira, Dr. Fábio Alfieri, Dra. Gildene Lopes, Me. Edilson Valiante, Me. Diogo Cavalcante, Dr. Adolfo Suárez Ficha catalográfica elaborada por Hermenérico Siqueira de Morais Netto CRB 7370 SUMÁRIO APRENDER A ENSINAR MATEMÁTICA .................... 13 Introdução ........................................................................................14 O papel da Matemática no ensino fundamental ............................15 A formação do professor de Matemática ........................................22 Objetivos e conteúdos da Matemática para o ensino fundamental I no 1º ciclo ................................................................24 Objetivos e conteúdos da Matemática para o ensino fundamental I no 2º ciclo ................................................................35 O papel do professor polivalente no ensino de Matemática ..........54 Referências ......................................................................................60 TEORIAS MATEMÁTICAS ........................................ 63 Introdução ........................................................................................64 VO CÊ ES TÁ A QU I Piaget e a Matemática .....................................................................64 Vygotsky e a Matemática ................................................................69 Freire e a Matemática ......................................................................73 Gardner e a Matemática ..................................................................78 Múltiplas inteligências ............................................................82 Ellen G. White e a Matemática ........................................................86 Teste de detecção de múltiplas inteligências ..................................90 Referências ......................................................................................104 MÉTODOS E PRÁTICAS PEDAGÓGICAS .................. 107 Introdução .......................................................................................108 Construção do conceito de número e sistema de numeração ................................................................109 Blocos Lógicos ........................................................................112 Classificação ...........................................................................115 Seriação ..................................................................................116 Conservação ...........................................................................116 Recursos para a construção da ideia de número ...................119 VO CÊ ES TÁ A QU I Números naturais e operações .......................................................123 Adição.....................................................................................123 Subtração ...............................................................................127 Multiplicação ..........................................................................129 Divisão ....................................................................................131 Ações das operações básicas .................................................132 Números racionais ..........................................................................135 A fração como parte-todo .....................................................137 A fração como quociente .......................................................138 A fração como uma razão e como instrumento de medida ............................................139 A fração como operador ........................................................140 A fração como número ..........................................................140 Operações com números racionais........................................141 Geometria .......................................................................................148 Referências ......................................................................................157 TENDÊNCIAS EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA .......... 161 Introdução .......................................................................................162 Tendências no ensino de Matemática ............................................162 Etnomatemática .............................................................................163 Recursos tecnológicos.....................................................................168 Resolução de problemas.................................................................171 Investigações matemáticas em sala de aula ..................................178 Jogos matemáticos .........................................................................179 Como registrar os jogos .........................................................186 Referências ......................................................................................212 EMENTA Apresenta os conceitos básicos do pensamento lógico-matemático, métodos e técnicas para o ensino da Matemática, destacando o uso de metodologias ativas e lúdicas. CONHEÇA O CONTEÚDO Bem-vindo(a) ao estudo sobre a Metodo- logia da Matemática. Esse campo do co- nhecimento é de grande relevância para o processo de aprendizagem da criança, que será a base para suas ações cotidianas e para seu avanço em estudos posteriores. Para ser aprendida, porém, a matemática deve ser vista como agradável e útil. Como, porém, fazer isso? Se as situações e metodologias empregadas no processo ensino/aprendizagem forem planejadas tendo como perspectiva o nível de desenvolvimento do estudante, sua for- ma de aprendizagem, sua participação efeti- va, o perfil da turma e a relação do conteúdo matemático com o dia a dia do aluno, isso é perfeitamente possível. Neste material, buscamos apresentar refle- xões sobre a temática da Metodologia de ensino da Matemática, a fim de proporcio- nar subsídios pedagógicos a professores do Ensino Fundamental I em formação. Você verá quais são os conteúdos e habilidades requeridos na disciplina de Matemática de acordo com a Base Nacional Comum Curri- cular (BNCC) e terá a chance de observar a disciplina da matemática do ponto de vista de teóricos da educação, como, Jean Piaget, Lev Vygotsky, Paulo Freire, Howard Gard- ner e Ellen G. White. Porém, não ficaremos apenas na teoria. Apresentaremos alguns recursos para servir como instrumentos facilitadores na forma- ção de futuros docentes do ensino funda- mental, ou seja, professores polivalentes. Por fim, também vamos sugerir algumas propostas de trabalho com esses recursos, que são situações de aprendizagem para o ensino fundamental nos anos iniciais. Como bem sabemos, a disciplina de ma- temática é considerada uma vilã entre as que compõem o currículo escolar brasilei- ro (e mais brutalmente no curso de pe- dagogia onde os alicerces necessitam ser construídos), por isso, seu foco e empe- nho são essenciais. Ótimo estudo! OB JE TI VO S UNIDADE 2 - Conceituar e desenvolver os fundamentos e bases da matemática básica; - Conhecer o currículo de Matemática atual e sua adequação ao desenvolvimento da criança, para aplicá-lo no ensino da Matemática no Ensino Básico. TEORIAS MATEMÁTICAS 64 METODOLOGIA DA MATEMÁTICA INTRODUÇÃO De acordo com sua experiência de vida, responda: pode alguém nascer com um conhecimento completo, de forma que não precise aprender nada? Logicamente que não, pois todo ser humano precisa desenvolver seu intelecto e adquirir conhecimento em um processo que dura a vida inteira. Mas você já se perguntou como o intelecto se desenvolve? Ou o que é inteligência? Alguns teóricos tentaram responder a essas e outras perguntas e você terá a chance de conhecer algumas das respostas dos estudiosos mais influentes na atualidade, em especial no que diz respeito ao conhecimento lógico-matemático: • Piaget; • Vygotsky; • Freire; • Gardner; • White. PIAGET E A MATEMÁTICA Jean William Fritz Piaget (1896–1980) foi um pesquisador e estudioso suíço das áreas da biologia, psicologia e pedagogia, apesar de que ele mesmo não se considerava um pedagogo. 65 TEORIAS MATEMÁTICAS Mesmo, assim, diversos educadores, de vários países, justificam suas práticas e princípios pedagógicos em seus trabalhos (MUNARI, 2010), fazendo dele um dos teóricos mais importantes do século 20 para essa área. Em Paris, desenvolveu seus primeiros trabalhos sobre o aprendizado infantil, mas sua carreira só tomou essa direção de forma definitiva quando Théodore Simon pediu que ele padronizasse os testes de inteligência de Cyril Burt para que pudesse ser aproveitado por crianças francesas. Apesar da curta estadia ali, Piaget conseguiu escolher a psicologia do desenvolvimento como sua área de pesquisa (KASSELRING, 2008). Em seus mais de 60 livros e cerca de 1500 artigos, menos de 3% dizem respeito à área da educação, mas seus escritos impactaram essa área profundamente (MUNARI, 2010). Segundo o site Hipercultura1, sua pesquisa começou devido ao “interesse sobre como as crianças reagiam aos ambientes”. Ainda de acordo com o site, uma vez que seu pensamento se distanciou do hegemônico da época, ele criou uma teoria sobre o desenvolvimento cognitivo, a qual ainda é a mais conhecida e influente. 1 Disponível em: <https://bit.ly/2xCFIHD>. Acesso em: 16 abr. 2020. 66 METODOLOGIA DA MATEMÁTICA Segundo o autor, ações de aprendizagem, a que ele chama de operações, criam estruturas lógicas operacionais (não isoladas e reversíveis, como adição e subtração ou construir e destruir) que seriam a base do conhecimento. Essas estruturas se desenvolveriam, então, em 4 estágios bem definidos (GOMES; BELLINI, 2009). Veja cada um desses estágios e suas principais características na Figura 7: Figura 7 — Estágios do desenvolvimento do intelecto segundo Piaget ESTÁGIO SENSÓRIO- MOTOR (PRÉ-VERBAL) • dezoito primeiros meses de vida; • fase do conhecimento prático e da construção da estrutura do conhecimento representativo ulterior; • construção do espaço prático, da sucessão temporal, e da causalidade sensório-motora elementar; • o bebê passa a entender que um objeto continua existindo mesmo que ele não o veja. ESTÁGIO DA REPRESENTAÇÃO PRÉ-OPERACIONAL • até cerca de 7 anos; • início da linguagem e da função simbólica; • capacidade de substituir objeto por sua representação simbólica (imaginação e memória); • ações sensório-motoras são transformadas em operações. 67 TEORIAS MATEMÁTICAS ESTÁGIO DAS OPERAÇÕES CONCRETAS • até cerca de 11 anos de idade; • operações sobre objetos concretos (classificação, ordenamento, a ideia de número, operações espaciais e temporais e as relacionadas à matemática, à geometria e à física elementares; • a criança passa resolver coisas de forma lógica e começa a compreender o ponto de vista de outros. ESTÁGIO DAS OPERAÇÕES FORMAIS OU HIPOTÉTICO- DEDUTIVAS • a partir de 11 anos; • possibilidade de raciocinar com hipóteses e não só com objetos; • construção de operações de lógica proposicional. Fonte: adaptado de Gomes e Bellini (2009) Na visão de Piaget, a aprendizagem se dá através da construção de estruturas sobrepostas por meio da experiência, sendo a criança o ator principal nesse processo. As operações que elas realizam são como experiências que desenvolvem e fundamentam a cognição ao longo desses estágios, que organizam progressivamente as operações mentais. Isso quebra com qualquer noção de se ver o conhecimento como uma cópia da realidade. Conhecer, sob essa perspectiva, é resultado de uma ação sobre um objeto, de forma que possa se compreender como ele pode ser transformado e como foi construído. 68 METODOLOGIA DA MATEMÁTICA Piaget assim sumariza sua epistemologiagenética: uma epistemologia que é naturalista sem ser positivista, que põe em evidência a atividade do sujeito [a criança] sem ser idealista, que se apoia também no objeto [aquilo que se busca conhecer] sem deixar de considerá-lo como um limite (existente, portanto, independente de nós, mas jamais completamente atingido) e que, sobretudo, vê no conhecimento uma elaboração contínua (PIAGET, 1975, p. 131). Em sua teoria, Piaget dá atenção especial àquilo que chama de ações e experiências lógico-matemáticas concretas. Para ele, assim que essas ações são interiorizadas, elas são substituídas por um tipo de abstração lógica e matemática. Nesse estágio, tais operações tornam-se “inúteis”, já que a criança desenvolveu a capacidade de abstração e resolução de problemas por meio da dedução, ou seja, utilizando o raciocínio lógico apenas, sem precisar operar o mundo físico (PIAGET, 1973). Isso faz com que o pensamento lógico-matemático seja um instrumento de interpretação e operação do mundo físico. Contudo nem todas as crianças passam pelos estágios mencionados na idade esperada ou conseguem construir as estruturas de aprendizagem conforme a teoria piagetiana, o que pode resultar em certa aversão à matemática. Em função disso, é necessário repensar os métodos pedagógicos e idealizar formas de 69 TEORIAS MATEMÁTICAS guiar os estudantes na construção das estruturas necessárias para o desenvolvimento da dedução. O ensino, para Piaget, deve levar à compreensão (e não à memorização ou repetição). MATERIAL COMPLEMENTAR Você consegue pensar em algum método para pôr a teoria Piagetiana em prática? Assista no YouTube a pa- lestra do professor Lino de Macedo sobre a teoria que vê certo simbolismo em jogos para se inspirar. Disponível em: <https://bit.ly/2xJ3Po2>. Acesso em: 18 abr. 2020. Métodos baseados puramente na repetição e/ou na verbalização não funcionariam para o ensino do conhecimento lógico-matemático, já que ele é uma estrutura construída através de experiências e reflexão sobre o mundo à volta da criança. Pelo contrário, eles transformam a matemática em um instrumento de alienação e exclusão. VYGOTSKY E A MATEMÁTICA Lev Semyonovich Vygotsky (1896–1934) foi um estudioso das áreas do direito e psicologia, proponente da psicologia cultural-histórica. Foi um dos primeiros a afirmar que o 70 METODOLOGIA DA MATEMÁTICA contexto da vida e as interações sociais influenciam no desenvolvimento intelectual de crianças. Silva, Silva e Rosa (2015), afirmam que é importante que o aluno consiga visualizar a utilização dos conteúdos aprendidos, no caso da matemática, e que ele possa relacionar o meio em que ele vive com o que ele aprendeu em sala de aula. Nesse sentido, é que a Modelagem Matemática vai ao encontro da teoria de Vygotski, que defende a utilização do meio em que o aluno vive para que os processos de aprendizagem se tornem cada vez mais expressivos. A teoria Vygotskyana estuda os processos mentais superiores, onde o foco foi compreender os mecanismos psicológicos mais complexos. Para entender esses processos, o autor, usa o conceito de mediação. Ainda segundo os autores, Vygostki acredita que tal mediação ocorre em um processo de estímulo-resposta, de forma que o elemento mediador passa, ele mesmo, a ser parte da ligação entre o aprendente e o meio. Dessa forma, o apoio de outros indivíduos de sua cultura colabora pra o desenvolvimento intelectual. Se transportarmos isso para a sala de aula, o professor deve ser esse mediador (SILVA; SILVA; ROSA, 2015). 71 TEORIAS MATEMÁTICAS Um fato empiricamente estabelecido e bem conhecido é que o aprendizado deve ser combinado de alguma maneira com o nível de desenvolvimento da criança. Por exemplo, afirma- se que seria bom que se iniciasse o ensino de leitura, escrita e aritmética numa faixa etária específica. Só recentemente, entretanto, tem-se atentado para o fato de que não podemos limitar-nos meramente à determinação de níveis de desenvolvimento, se o que queremos é descobrir as relações reais entre o processo de desenvolvimento e a capacidade de aprendizado. Temos que determinar pelo menos dois níveis de desenvolvimento (VYGOTSKY, 1984, p. 58). Daí nasce a ideia da zona de desenvolvimento proximal (que nada mais é do que o período em que a criança parte do desenvolvimento potencial, e “caminha com a ajuda de um apoio” até chegar ao desenvolvimento real, em que pode realizar uma tarefa sozinho. “A zona de desenvolvimento proximal define aquelas funções que ainda não amadureceram, mas que estão em processo de maturação, funções que amadurecerão, mas que estão presentemente em estado embrionário” (VYGOTSKY, 1984, p. 97). “Aquilo que é a Zona de Desenvolvimento Proximal hoje será nível de Desenvolvimento Real amanhã — ou seja, aquilo que uma criança pode fazer com assistência hoje, ela será capaz de fazer sozinha amanhã” (VYGOTSKY, 1998, p. 113). Para Vigotsky, então, 72 METODOLOGIA DA MATEMÁTICA a criança que começa a interagir com o meio parte de um nível de desenvolvimento potencial para um nível de desenvolvimento real passando pela zona de desenvolvimento potencial com o auxílio da mediação. É esse último fator, a mediação, que representa o papel do professor. Como afirma o próprio Vygotsky, “O caminho do objeto até a criança e desta até o objeto passa por outra pessoa” (VYGOTSKY, 1984, p. 33). Por isso, de acordo com Silva, Silva e Rosa (2015, p. 8) o professor deve aproximar a matemática escolar da matemática real, ou seja, fazê-la interagir com o meio: “nessa concepção ser mediador é criar pontes cognitivas entre o conhecimento construído historicamente e o estudando, ou seja, sempre considerar a realidade e vivência do estudante”. O professor também deverá levar em conta o contexto sociocultural dos alunos, assim formará alunos que compreenderão as inúmeras aplicabilidades dos conteúdos matemáticos aprendidos em sala de aula, e esses poderão intervir no meio em que vive tornando os alunos cidadãos consciente de suas responsabilidades (SILVA; SILVA; ROSA, 2015, p. 8). De acordo com Gonçalves (2020), 73 TEORIAS MATEMÁTICAS Como exemplos de aplicação em matemática utilizando a teoria de Vygotsky, destacam-se os trabalhos em grupo, o uso de jogos e tecnologias. Além de aplicar a teoria, criam situações propicias de aprendizagem, onde o aluno é agente na construção do conhecimento do outro. […] Além da mediação do professor, nesta teoria, é fundamental a relação entre os próprios estudantes, já que esses, atuando em atividades coletivas, têm a chance de trocar informações, experiências e conhecimentos, possibilitando um avanço no nível de Desenvolvimento Real. […] O aprendizado desperta vários processos internos de desenvolvimento, que são capazes de operar quando a criança interage com pessoas de seu ambiente e quando coopera com seus companheiros. Uma vez internalizados, esses processos tornam-se parte das aquisições do desenvolvimento independente da criança. Aprendizado não é desenvolvimento; entretanto, o aprendizado resulta em desenvolvimento mental. Assim, o aprendizado é um aspecto necessário do processo de desenvolvimento. FREIRE E A MATEMÁTICA Paulo Freire (1921–1997) foi um educador brasileiro, criador de um método de alfabetização de adultos. Como ensinar matemática é um desafio e trabalhá-la de forma tradicional não tem apresentado resultados satisfatórios, 74 METODOLOGIA DA MATEMÁTICA portanto é importante levar em consideração o contexto social, experiências anteriores e valores culturais, sociais e morais dos estudantes. Sempre que o aluno realiza atividades, principalmente as que exigem concentração, ele leva em consideração suas experiências anteriores, outras situações que possam lhe mostrar uma saída (ANDRADE, 2018, p. 238). Os professores do ensino fundamental não devem apresentar a matemática como uma disciplina abstrata e desligada da realidade, para tanto, é necessárioconhecer o cotidiano, a cultura e experiência dos estudantes (ANDRADE, 2018). Deve-se, pelo contrário, fazer com que os alunos vivenciem e se apropriem do conteúdo que tenha a ver com seu contexto cultural, social (ANDRADE, 2018). É preciso que o(a) educador(a) saiba que o seu “aqui” e o seu “agora” são quase sempre o “lá” do educando. Mesmo que o sonho do(a) educador(a) seja não somente tornar o seu “aqui-agora”, o seu saber, acessível ao educando, mas ir mais além de seu “aqui-agora” com ele ou compreender, feliz, que o educando ultrapasse o seu “aqui”, para que este sonho se realize tem que partir do “aqui” do educando e não do seu. No mínimo, tem de levar em consideração a existência do “aqui” do educando e respeitá-lo. No fundo, ninguém chega lá, partindo de lá, mas de um certo aqui. Isto significa, em última análise, que não é possível ao(a) educador(a) desconhecer, 75 TEORIAS MATEMÁTICAS subestimar ou negar os “saberes de experiência feitos” com que os educandos chegam à escola (FREIRE, 1997, p. 31). Por que não estabelecer uma necessária “intimidade” entre os saberes curriculares fundamentais dos alunos e a experiência social que eles têm como indivíduos? Por que não discutir as implicações políticas e ideológicas de um tal descaso dos dominantes pelas áreas pobres da cidade? A ética de classe embutida neste descaso? Porque, dirá um educador reaccionariamente pragmático, a escola não tem nada a ver com isso. A escola não é partido. Ela tem que ensinar os conteúdos, transferi-los aos alunos. Aprendidos, estes operam por si mesmos (FREIRE, 2000, p. 34). No caso da Matemática, podemos usar inúmeros exemplos do cotidiano dos alunos como os jogos, atividades e brincadeiras como futebol, baralho, compras no supermercado, construção de uma quadra, de um campinho para jogar bola (ANDRADE, 2018, p. 238). Assim, percebemos que o universo de conexão entre a matemática e o contexto social é riquíssima e pode ser amplamente explorado em sala de aula. Segundo o próprio Freire, “a visão da liberdade tem nesta pedagogia uma posição de relevo. É a matriz que atribui sentido a uma prática educativa que só pode alcançar efetividade e eficácia na medida da participação livre e crítica dos educandos” (FREIRE, 1967, p. 4). 76 METODOLOGIA DA MATEMÁTICA Quanto às práticas docentes, Freire alerta que estas não se formam continuamente, que estagnam no tempo e no espaço. O professor que não leve a sério sua formação, que não estude, que não se esforce para estar à altura de sua tarefa não tem força moral para coordenar as atividades de sua classe. Isso não significa, porém, que a opção e a prática democrática do professor ou da professora sejam determinadas por sua competência científica. Há professores e professoras cientificamente preparados, mas autoritários a toda prova. O que quero dizer é que a incompetência profissional desqualifica a autoridade do professor (FREIRE, 2000, p. 103). O ensino de matemática para crianças deve explorar metodologias diversas que incentivem o desenvolvimento do raciocínio lógico, a argumentação, o trabalho coletivo, a resolução de problemas e o desenvolvimento da confiança. Sobre o processo de ensino/aprendizagem, Freire (2000, p. 77) esclarece que: Mulheres e homens somos os únicos seres que, social e historicamente, nos tornamos capazes de aprender. Por isso, somos os únicos em quem aprender é uma aventura criadora, algo, por isso mesmo muito mais rico do que meramente repetir a lição dada. Aprender para nós é 77 TEORIAS MATEMÁTICAS construir, reconstruir, constatar para mudar o que não se faz sem abertura ao risco e à aventura do espírito. Ainda segundo ele próprio, “é pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem que se pode melhorar a próxima prática” (FREIRE, 2000, p. 46). Assim, os professores precisam ser dinâmicos e criativos para problematizarem a matemática e não só repassarem conteúdos prontos, fazendo desta disciplina o “bicho-papão” da aprendizagem. É através da “problematização” da realidade que é possível desenvolver significação ao aprendizado. Paulo Freire (1998) fala da importância de saber ensinar: Não temo dizer que inexiste validade no ensino em que não resulta um aprendizado em que o aprendiz não se tornou capaz de recriar ou de refazer o ensinado. […] nas condições de verdadeira aprendizagem os educandos vão se transformando em reais sujeitos da construção e da reconstrução do saber ensinado […]. Percebe-se, assim, que faz parte da tarefa do docente não apenas ensinar conteúdos, mas também ensinar a pensar certo (FREIRE, 1998, 26-29). A fim de melhor ilustrar a vinculação de Freire com a matemática, apresentamos a trama conceitual Freiriana (Figura 8). 78 METODOLOGIA DA MATEMÁTICA Figura 8 — Trama conceitual freiriana Fonte: elaborado pelo autor GARDNER E A MATEMÁTICA Por muitos anos a inteligência foi vista como única e tratada dessa forma. Do ponto de vista tradicional, inteligência pode ser definida como a capacidade de resolver problemas. Na educação, é tradicionalmente definida como 79 TEORIAS MATEMÁTICAS a capacidade de responder com acerto a vários testes cognitivos. Em 1983, Howard Gardner estabeleceu critérios que permitem identificar se um talento constitui, de fato, uma inteligência. Para tanto, cada um desses talentos deve possuir uma característica evolutiva para receber o título de inteligência, ser observável em grupos específicos da população, ser localizável no cérebro e dispor de um sistema representativo e simbólico (BALLESTERO-ALVAREZ, 2004). Apesar de todos nós possuirmos a totalidade das oito inteligências, cada pessoa acaba revelando um especial modo de fazer. Quando nosso sistema educacional se centra nas habilidades matemáticas ou linguísticas, estamos limitando a importância das demais formas de conhecimento e inteligências. Exatamente por isso, muitos estudantes Apesar de todos nós possuirmos a totalidade das oito inteligências, cada pessoa acaba revelando um especial modo de fazer. 80 METODOLOGIA DA MATEMÁTICA não conseguem demonstrar domínios das inteligências acadêmicas tradicionais. Os estudos desenvolvidos por Gardner revelaram que os seres humanos possuem uma ampla gama de inteligências, sendo importante destacar a natureza multicultural de sua teoria e de sua visão da cognição humana. Segundo Gardner, uma inteligência é uma linguagem que todas as pessoas falam e dominam e que está influenciada pela cultura à qual cada um pertence, ou seja, são ferramentas, instrumentos com os quais nascemos e podemos usar para aprender, para resolver problemas e para criar (BALLESTERO-ALVAREZ, 2004). Para a teoria das múltiplas inteligências pode-se dizer que uma “inteligência implica na capacidade de resolver problemas ou elaborar produtos que são importantes num determinado […] meio cultural” (GOLEMAN, 1995, p. 131). Também pode ser definida como: a capacidade de enfrentar com respostas satisfatórias a diferentes situações, problemas e oportunidades em determinados meios ou ambientes; também é a capacidade de estabelecer, propor ou criar novas condições, atitudes ou produtos que são importantes no contexto humano local ou universal (CARVALHO, 2003, p. 146). 81 TEORIAS MATEMÁTICAS A Figura 9 mostra as oito inteligências propostas por Gardner: Figura 9 — Inteligências múltiplas de Gardner Fonte: elaborado pelo autor Mesmo com a apresentação da teoria das múltiplas inteligências, nossos programas escolares, em muitos locais, se mantêm concentrados em testes com focos específicos quando buscam auferir as inteligências de seus alunos. 82 METODOLOGIA DA MATEMÁTICA MÚLTIPLAS INTELIGÊNCIAS A fim de esclarecer e auxiliar na identificação das múltiplas inteligências Ballestero-Alvares (2004, p. 11–13) faz alguns comentários sobre cada uma: Inteligência verbal-linguística: é a capacidade de pensar em palavras e de empregar a linguagempara expressar e apreciar significados complexos. Os escritores, os poetas, os jornalistas, os oradores, por exemplo, apresentam altos níveis de inteligência linguística. Ela engloba tanto a sensibilidade aos sons, ao ritmo e ao significado da palavra como uma inesgotável paixão por aprender a se expressar por escrito. Mas não são apenas as palavras: é a capacidade para convencer com o objetivo de que se adote um determinado curso de ação; o potencial mnemônico, a capacidade de recordar listas e relações por meio de palavras; a capacidade de explicar conceitos e de usar metáforas para isso e, também, a capacidade de usar o idioma para refletir a respeito de si mesmo, de desenvolver a análise metalinguística. Inteligência lógico-matemática: é a que nos permite calcular, medir, avaliar proposições e hipóteses e efetuar operações matemáticas complexas. Em especial, o cientista, o matemático, o contador, o engenheiro e o analista de sistemas possuem um perfeito uso da inteligência lógico-matemática. Esse tipo de inteligência inclui inúmeros componentes: cálculos matemáticos, pensamento lógico, solução de problemas, raciocínio dedutivo e indutivo e discriminação de modelos e relações. No centro da 83 TEORIAS MATEMÁTICAS capacidade lógico-matemática está a capacidade de reconhecer e resolver problemas. Inteligência visual-espacial: é a capacidade de pensar em três dimensões típica do piloto de aviação, do escultor, do pintor, do arquiteto; ela permite que a pessoa perceba imagens externas e internas, que as recrie, transforme e modifique, que percorra o espaço ou faça com que os objetos o percorram e produza ou decodifique informação gráfica. Inclui uma série de habilidades afins que podem contemplar a discriminação visual, o reconhecimento, a projeção, a imagem mental, o raciocínio espacial, a manipulação e a reprodução de imagens internas ou externas. É exatamente esta inteligência que aparece quando jogamos uma partida de xadrez, na organização de um cronograma, na distribuição dos móveis em um ambiente qualquer, ou, simplesmente, na leitura de um mapa quando viajamos. Inteligência corporal-cinestésica: é a que proporciona à pessoa a habilidade de manipular objetos e desenvolver e aperfeiçoar as habilidades físicas. É patente no atleta, no bailarino, no cirurgião e no trabalho de artesanato de forma geral. Embora atualmente as habilidades físicas não sejam tão reconhecidas como já o foram, elas auxiliam na necessidade de sobrevivência da raça e podem oferecer as condições necessárias para o desempenho de papéis sociais de prestígio. Para essas pessoas, a visão e a audição são insuficientes para compreender e incorporar novas informações. Inteligência musical: é aquela que se manifesta nas pessoas sensíveis à música, ao ritmo, ao tom, à harmonia; entre elas encontram-se os compositores, os músicos, os críticos musicais, os regentes de orquestra e também os fabricantes de instrumentos musicais e os ouvintes sensível à música. Independentemente 84 METODOLOGIA DA MATEMÁTICA da educação, da cultura ou do treinamento recebidos, todos somos intrinsecamente musicais e podemos desenvolver essa capacidade em nós mesmos e nos outros. Gardner assinala que, inexplicavelmente, o talento musical emerge antes que as aptidões em outras áreas da inteligência humana. Inteligência interpessoal: é a capacidade de compreender o outro e de interagir de forma eficaz com ele; é típica do professor, do político, do ator, do assistente social. A partir do momento em que nossa sociedade passou a reconhecer a relação e a interdependência entre mente e corpo, passou a valorizar a importância de atingir com excelência a manipulação da conduta interpessoal. Ela nos permite compreender nosso semelhante e comunicar-nos com ele considerando os diferentes estados de ânimo, temperamentos, motivações e habilidades. Inclui, também, a capacidade para estabelecer e manter relações e para assumir diferentes papéis dentro de um grupo qualquer, seja como integrantes, seja como líder desse grupo. Esse tipo de inteligência dota a pessoa de uma certa clarividência e compreensão social; graças a isso, muitas pessoas são capazes de ponderar as consequências de seus próprios atos, antecipar o comportamento dos outros, estabelecer benefícios e perdas em potencial e abordar questões interpessoais de forma satisfatória em seu próprio entorno e fora dele. É fácil imaginar que uma vida plena depende em grande medida da inteligência interpessoal. Inteligência intrapessoal: diz respeito à capacidade que uma pessoa apresenta para construir uma exata percepção a respeito de si mesma e de empregar esse conhecimento para organizar e dirigir a própria vida; essa inteligência é mais presente no teólogo, no filósofo e no psicólogo. 85 TEORIAS MATEMÁTICAS No centro absoluto de nosso mundo interior encontramos as capacidades necessárias para compreender a nós mesmos e a outras pessoas, para imaginar, planejar e resolver problemas; também encontramos a motivação, a ética, a integridade, a empatia, o altruísmo e a capacidade de decidir; sem esses recursos interiores é difícil, quando não impossível, levar uma vida produtiva no pleno sentido da palavra. Na medida e na proporção em que possamos nos conscientizar de nossos sentimentos e pensamentos, mais sólida, perfeita e íntegra será a relação entre o mundo interior e o mundo exterior da experiencia humana. Quando nos surpreendemos fazendo alguma coisa de forma automática, é interessante interromper o esquema e recomeçar a tarefa de forma cuidadosa e reflexiva prestando atenção em nossa conduta. Essa auto-observação crítica é uma forma de aumentar nossa consciência a respeito de nosso mundo interior; essa atitude é tão útil e valiosa para o docente quanto para o discente para chegarmos a ser seres humanos cada vez mais éticos, produtivos e criativos em nosso desempenho, tanto individual quanto em grupo. Inteligência naturalista: é a capacidade que temos de observar os modelos da natureza, identificar e classificar objetos e compreender os sistemas naturais e aqueles criados pelo ser humano; o botânico, o ecologista, o paisagista, o granjeiro, o fazendeiro e até o caçador são exímios naturalistas. A inteligência naturalista é a última que Gardner (1995b) incluiu em seus estudos. Qualquer um de nós aplica a inteligência naturalista quando reconhece pessoas, plantas, animais e outros elementos de nosso entorno. A interação com o nosso entorno físico permite desenvolver o sentido de causa-efeito e reconhecer a existência 86 METODOLOGIA DA MATEMÁTICA de modelos preditivos de interação e comportamento, como as mudanças climáticas que se produzem no transcurso das estações do ano e sua influência nas plantas e nos animais. MATERIAL COMPLEMENTAR Sabia que diferentes tipos de inteligência podem in- fluenciar uns aos outros? Veja no YouTube o vídeo Ho- ward Gardner — A ligação entre matemática e música (erudita) para ter um exemplo. Disponível em: <https://bit.ly/2RMzxri>. Acesso em: 18 abr. 2020. Para estimular a inteligência lógico-matemática, pode-se utilizar recursos que estimulem a lógica, tais como, puzzles, jogos, materiais manipulativos, categorização de fatos, analogia, pesquisa, experiências laboratoriais, mapas de ideias, entre outros recursos. A prática de diversos jogos é uma forma lúdica de desenvolver a inteligência lógico-matemática. ELLEN G. WHITE E A MATEMÁTICA Ellen G. White (1827–1915), uma das escritoras mais traduzidas no mundo todo, é também uma das pioneiras da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Seus escritos são, 87 TEORIAS MATEMÁTICAS prioritariamente, de cunho espiritual, apesar de que muitos deles tratam de temas como saúde e educação. Com base em Ellen G. White, a educação visa o por completo e o desenvolvimento de todas as habilidades. Por isso o sistema educacional adventista enfatiza o desenvolvimento harmônico para a formação integral de todosos alunos, independentemente do nível de formação. Para ela, o ser humano não é um ser compartimentado e, portanto, deve ser sempre considerado em sua integralidade. A autora encoraja os estudantes a buscarem um elevado desenvolvimento intelectual, começando pelas áreas básicas, simples e práticas e a se desenvolverem com o tempo. Isso também inclui a aprendizagem da matemática. Tanto quanto o grande propósito da educação haja de ser conservado em vista, deve o jovem ser animado a progredir precisamente até onde suas capacidades o permitam. Antes, porém, de empreender os ramos de estudos mais elevados, assenhoreiem-se eles dos mais fáceis. Isso muitas vezes é negligenciado. Mesmo entre os estudantes nas escolas superiores e universidades há grande deficiência nos conhecimentos dos ramos comuns da educação. Muitos estudantes dedicam seu tempo à matemática superior, quando 88 METODOLOGIA DA MATEMÁTICA são incapazes de zelar de suas próprias contas. Muitos estudam a elocução com vistas a alcançar as graças da oratória, quando são incapazes de ler de maneira inteligível e com ênfase. Muitos que terminaram o estudo da retórica fracassam na composição e ortografia de uma simples carta (WHITE, 2003, p. 234). Para Ellen G. White os conteúdos teóricos devem ser trabalhados na vida prática do estudante, buscando sempre a aplicação e o contato com a natureza, sendo este o grande desafio na área de matemática. Segundo ela afirma (2003, p. 238-239): No estudo dos números deve o trabalho ser prático. Que se ensine cada jovem e criança não simplesmente a resolver problemas imaginários, mas fazer com precisão as contas de seus próprios ganhos e gastos. Que aprendam o devido uso do dinheiro, usando-o. Quer seja suprido por seus pais, quer seja ganho por eles mesmos, aprendam os rapazes e as moças a escolher e comprar sua própria roupa, seus livros e outras coisas necessárias; e fazendo um registro de suas despesas aprenderão, como não o fariam de qualquer outra maneira, o valor e o uso do dinheiro. Esse ensino auxiliará a distinguir a verdadeira economia da mesquinhez de um lado, e do outro, da prodigalidade. Devidamente orientado, incentivará hábitos de liberalidade. Auxiliará o jovem a aprender a dar, não por um mero impulso do momento, ao serem suscitados os seus sentimentos, mas a dar regular e sistematicamente. Desta maneira todo estudo pode tornar-se um auxílio na solução do 89 TEORIAS MATEMÁTICAS máximo dos problemas: a educação de homens e mulheres para melhor desempenho das responsabilidades da vida. Em seus escritos, ela não descarta o valor das ciências, mas procura enfatizar o valor dos temas essenciais para a vida e a felicidade/satisfação sobre todas as áreas de estudo. Em resumo seu foco é sempre contextualizar os aprendizados e aplicá-los no cotidiano do estudante. Muitos estudantes têm tanta pressa em terminar sua educação, que não são cabais em nada do que empreendem. Poucos têm suficiente coragem e domínio próprio para agir por princípios. A maioria dos estudantes não compreende o verdadeiro objetivo da educação, e não procedem, portanto, de tal maneira que o consigam. Aplicam-se ao estudo de matemática ou de línguas, ao passo que negligenciam um estudo muito mais necessário para a felicidade e o êxito da vida. Muitos dos que podem explorar as profundezas da Terra com o geólogo, ou atravessar os céus com o astrônomo, não revelam o menor interesse pelo maravilhoso mecanismo de seu corpo. Outros sabem dizer com exatidão quantos ossos há no esqueleto humano e descrever corretamente cada órgão do corpo, sendo não obstante tão ignorantes acerca das leis da saúde e do tratamento das enfermidades, como se a vida fosse regida por um cego destino, em vez de por uma lei definida e invariável (WHITE, 2005, p. 362-363). 90 METODOLOGIA DA MATEMÁTICA TESTE DE DETECÇÃO DE MÚLTIPLAS INTELIGÊNCIAS Considerando as abordagens dos autores apresentados, foi elaborado por Green, e ampliado e adaptado por Carvalho (2003) um levantamento de inteligências múltiplas — um inventário educacional. Esse teste apresenta as oito inteligências de Gardner, mais a inteligência Pictórica (Artística) de Machado (1996) e a inteligência Espiritual (CARVALHO, 2003). Você também pode realizar esse teste e aplicá-lo em sala de aula. Para tanto, escreva, em cada quadrinho da Figura 10, um dos seguintes números: 4 — se tem muito a ver com você; 2 — se tem algo a ver com você (mais ou menos); 0 — se não se refere a você. Figura 10 — Inventário educacional 1 Gosto de ler. Os livros são muito importantes para mim. Considero a leitura algo muito importante. 2 Posso fazer “contas” (calcular) com certa facilidade “de cabeça” (na minha mente). 91 TEORIAS MATEMÁTICAS 3 Se eu quiser, posso fechar os olhos e visualizar imagens (coisas, pessoas, lugares etc.) claramente. 4 Os colegas ou amigos e até mesmo alguns conhecidos vêm me pedir algum conselho. 5 Estou frequentemente envolvido em algum tipo de esporte ou atividade física regular. 6 Eu tenho uma voz boa para cantar e outras pessoas consideram assim. 7 Eu regularmente passo algum tempo sozinho, refletindo ou pensando sobre algumas coisas importantes da minha vida (e/ou do mundo). 8 Gosto muito de plantas. 9 Gosto de visitar museus onde expõem obras de pintores. 10 Tenho muito interesse por assuntos ligados à religião. 11 Sou bastante capaz de montar as frases ou esquematizar as palavras mentalmente antes de falar, escrever. 12 Gosto de estudar matemática. 13 Gosto das cores; sou sensível a elas e percebo (noto) variados matizes (tonalidades de cores) com facilidade. 92 METODOLOGIA DA MATEMÁTICA 14 Prefiro os esportes coletivos (por exemplo: queimada, futebol, voleibol, basquete), aos individuais. 15 Para ser sincero, tenho dificuldade de ficar sentado quieto. 16 Acho que entendo de música: se uma nota ou alguém está fora do tom, eu percebo na hora. 17 Gosto muito de estudar e aprender mais acerca de mim mesmo. 18 Gosto de um passeio pelo bosque ou por fazendas para respirar aquele ar puro. 19 Gosto de transferir para o papel as ideias que tenho (desenhos, esquemas, plantas etc.). 20 Frequentemente separo um tempo para reflexões espirituais. 21 Eu creio que aprendo mais ouvindo um rádio do que assistindo TV, vídeo ou frequentando cinemas. 22 Gosto de quebra-cabeças e joguinhos de raciocínio. 23 Se eu pudesse, estaria o tempo todo registrando imagens (com uma máquina fotográfica ou filmadora) do que está ao meu redor e depois as olharia com calma. 24 Quando tenho um problema, sou mais inclinado a buscar um conselho ou uma ajuda, do que ir logo resolvendo por conta própria. 93 TEORIAS MATEMÁTICAS 25 Gosto muito de atividades onde eu possa pegar os objetos (Exemplo: massinha de modelar, esculpir, recortar, construir modelos, maquetes, miniaturas, costurar, tricotar, bordar). 26 Sou capaz de estabelecer ritmos, compassos e sequencias musicais. 27 Quando enfrento problemas, sou capaz de passar por eles com flexibilidade, alegria, bom humor e sofrimento controlado (resignação). 28 Assisto com interesse a programas de televisão sobre os animais e seu estilo de vida. 29 Se eu tivesse oportunidade, reproduziria fatos do cotidiano em um quadro (pintura). 30 Sou uma pessoa com dedicada espiritualidade; sempre peço a Deus que me ajude nos meus planos e projetos. 31 Gosto de joguinhos como caça ao tesouro, labirinto e caça-palavras. 32 Gosto de realizar pequenas experiências, ainda que seja só na imaginação (Exemplo: plantar uma semente de abacate; regar a roseira com o dobro da água) e ver (imaginar) o que vai acontecer. 33 Gosto muito de jogos visuais: videogames, labirintos, quebra-cabeças. 34 Tenho pelo menos três grandes amigos(as). 35 Quando estou em atividades ao ar livre ou envolvido em alguma atividade física, tenho minhas melhores ideias. 94 METODOLOGIA DA MATEMÁTICA 36 Eu toco um instrumento musical (oufaço de tudo para estar aprendendo ou em contato). 37 Tenho algum(ns) hobby(ies) ou passatempo(s) útil(eis) que procuro fazer sozinho. 38 Se eu pudesse, participaria o máximo possível de excursões a cavernas e a parques florestais. 39 Gosto de fazer histórias em quadrinhos. 40 Tenho muita fé e acredito firmemente que Deus ajuda a quem precisa dele e pede com fervor. 41 Gosto de fazer jogo de palavras, rimas, utilizar palavras com duplo sentido, às vezes só por diversão. 42 Gosto de ficar procurando padrões, regularidades, lógicas e ritmos mentalmente. 43 Tenho, frequentemente, sonhos que parecem reais. 44 Prefiro jogos e passatempos onde eu possa estar com outras pessoas (jogo de cartas, monopólio, roda da fortuna) a videogames e jogos solitários. 45 O tempo de lazer que tenho, prefiro passá-lo ao ar livre. E frequentemente faço isso. 46 Se não tivesse música na minha vida, ela seria muitíssimo pobre. 95 TEORIAS MATEMÁTICAS 47 Penso sempre nos alvos importantes da minha vida. 48 Gosto de ornamentar a casa com plantas. 49 Gosto muito de fazer desenhos ou ilustrações com o computador. 50 Tenho bastante interesse pelas profecias. 51 Às vezes falo “difícil”, as pessoas têm que me perguntar o significado do que falo ou escrevo. 52 Estou sempre interessado e atento às novas descobertas científicas. 53 Consigo me orientar com facilidade ou posso, geralmente, encontrar o caminho certo em um lugar que fui apenas uma vez. 54 Gosto do desafio de ensinar aos outros aquilo que sei fazer. 55 Quase sempre faço gestos com as mãos ou outras formas de linguagem corporal, quando converso. 56 Sempre me vejo caminhando pela rua com uma música em minha mente. 57 Creio ter uma visão bem realista de meus pontos fortes e fracos (às vezes as outras pessoas mesmas dizem coisas que têm tudo a ver com o que eu penso a meu respeito). 96 METODOLOGIA DA MATEMÁTICA 58 Gosto de acampamentos em meio à natureza. 59 Sou capaz de expressar muitas coisas através de imagens ou desenhos. 60 Penso que a espiritualidade é a característica mais importante nas pessoas. 61 Tenho mais facilidade em português, estudos sociais (geografia e história) do que em matemática e ciências. 62 Eu acredito que tudo tem uma explicação racional. 63 Gosto de desenhar ou de fazer rabiscos interessantes. 64 Acredito que sou um líder (ou os outros me veem assim). 65 Eu preciso tocar os objetos para aprender ou entender mais a respeito deles. 66 Posso facilmente seguir o ritmo e o compasso de uma música com um simples “batucar” em alguma coisa ou tocando um instrumento de percussão. 67 Eu prefiro gastar meu tempo sozinho numa cabana em um bosque agradável a estar em um lugar com muitas pessoas em volta. 68 Acredito que visitar o Jardim Zoológico é mais interessante do que ir a um Parque de Diversões. 97 TEORIAS MATEMÁTICAS 69 Gosto de colorir e ilustrar. 70 Sou capaz de contar inúmeras histórias de personagens importantes da Bíblia e das religiões e tirar as lições morais mais importantes da vida de cada um. 71 Quando estou passando de carro por algum lugar (estrada ou cidade), presto mais atenção no que está escrito nas placas, letreiros, cartazes, outdoors, do que no cenário. 72 Penso muitas vezes em conceitos claros na minha mente, sem palavras, sem imagens, abstratos (deduções, fórmulas, lógicas). 73 Para mim, Geometria (estudo de figuras geométricas, ângulos etc.) é mais fácil do que Matemática pura. 74 Sinto-me à vontade no meio de uma multidão. 75 Gosto de participar de aventuras (diversões desafiadoras, às vezes até meio malucas) ou experiências físicas sensacionais (fora de série). 76 Conheço a melodia de muitas canções ou peças musicais diferentes (de cor). 77 Acredito que sou de muita vontade própria e sou muito independente no pensar. 78 Embora deem mais trabalho, prefiro mil vezes as plantas e flores naturais às artificiais. 79 Se alguém começar a descrever uma coisa, um objeto, ou até as características físicas de alguém, creio ser capaz de fazer um desenho do que ele está falando. 98 METODOLOGIA DA MATEMÁTICA 80 Para mim, a religião está ligada a tudo na vida e não apenas ao fato de ler a Bíblia ou ir à igreja. 81 Em minha conversação, incluo, frequentemente, expressões ou palavras que li ou ouvi. 82 Gosto de encontrar falhas lógicas em coisas que as pessoas dizem e fazem em casa, na escola ou no trabalho. Acredito ter um “senso crítico” bastante apurado. 83 Posso imaginar com muita facilidade como algo seria visto de cima para baixo (por exemplo, como um pássaro veria). Visualizo bem a mudança de referencial. 84 Gosto de me envolver em atividades sociais ligadas à minha escola, à igreja, ao trabalho ou à comunidade. 85 Vejo-me como uma pessoa bem-coordenada. Coordenação motora. 86 Se ouço uma música ou um trecho musical uma ou duas vezes, geralmente, posso cantá-la razoavelmente bem. 87 Conservo um diário pessoal, ou agenda onde anoto os acontecimentos principais da minha vida, ou meus sentimentos, ou minha vida íntima. 88 Gosto muito de ficar um tempão olhando para o céu em uma noite estrelada. 89 Sou capaz de desenhar ou representar animais, pessoas ou objetos com poucos traços. 90 Todos os dias separo um tempo significativo para reflexão espiritual (leitura, orações etc.) de forma voluntária e constante. 99 TEORIAS MATEMÁTICAS 91 Escrevi mais de uma vez — recentemente — algo do qual me orgulho ou pelo qual recebi elogios ou reconhecimento de outros. 92 Sinto-me mais à vontade quando as coisas podem ser medidas, quantificadas, categorizadas ou analisadas de alguma maneira. 93 Prefiro ver material de leitura que seja bem ilustrado. 94 Prefiro passar a noite em uma festa animada a ficar em casa sozinho vendo TV ou fazendo outra coisa. 95 Prefiro praticar (de início) uma nova habilidade a ler sobre ela ou ver um vídeo descrevendo. 96 Gosto de produzir sons, cantarolar algumas melodias ou batucar enquanto estudo ou trabalho. 97 Sou autônomo na minha atividade profissional ou penso seriamente em sê-lo. 98 Interesso-me muitíssimo por todos os assuntos ligados à ecologia e à preservação da natureza. 99 Gosto bastante de fazer margens (desenhadas) no meu caderno e de ilustrar o que escrevo com desenhos. 100 Vou sempre às programações da igreja (cultos, missas etc.) de forma voluntária e frequente. Fonte: Carvalho (2003) As respostas devem ser transcritas para o gabarito da Figura 11 e a somatória de cada coluna deve ser feita na última linha. 100 METODOLOGIA DA MATEMÁTICA Figura 11 — Gabarito de respostas 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 100 Soma total L Ma Es Ip Ci Mu Ia Na Pi Ep Fonte: Carvalho (2003) Legenda: L: Verbal-linguística; Ma: Lógico-matemática; Es: Visual-espacial; Ip: Interpessoal; Ci: Cinestésico-cor- poral; Mu: Musical-rítmica; Ia: Intrapessoal; Na: Naturalística; Pi: Pictórico-artística; Ep: Espiritual. 101 TEORIAS MATEMÁTICAS Compare os resultados com: • 0 a 10 pontos: Inteligência/Habilidade pouquíssima desenvolvida; • 10 a 20 pontos: Inteligência/Habilidade parcialmente desenvolvida; • 20 a 30 pontos: Inteligência/ Habilidade desenvolvida; • 30 a 40 pontos: Inteligência/ Habilidade bem desenvolvida. Com o resultado desse teste, tem-se a possibilidade de orientar a prática pedagógica em sala de aula utilizando- se de metodologias que alcancem seus alunos, contribuindo para o processo de aprendizagem e construção de conhecimentos. RESUMO Veja os principais tópicos que você acompanhou até aqui: 102 METODOLOGIA DA MATEMÁTICA • Piaget foi o proponente da epistemologia genética, teoria que acredita que a aprendizagem é um processo de construção de estruturas que se utiliza de estruturas anteriores como basepara novas estruturas; • segundo essa teoria, os estágios de desenvolvimento intelectual são: (1) sensório-motor; (2) da representação pré-operacional; (3) das operações concretas; (4) das operações formais ou hipotéticas. • Vygotsky acreditava que para um processo de aprendizagem de qualidade, deve-se ter a presença dos seguintes fatores: (1) um desenvolvimento potencial; (2) interação com o meio; (3) mediação; (4) uma zona de desenvolvimento proximal; (5) o desenvolvimento real. • Freire defende que o professor de matemática deve: (1) estimular a reflexão crítica; (2) ter formação permanente; (4) ser um educador problematizado; (5) buscar saberes de experiência; 103 TEORIAS MATEMÁTICAS (6) levar consciência de mundo; (7) assumir inconclusão; (8) induzir a criatividade e a curiosidade; (9) possuir relação dialógica; (10) dizer não ao ajustamento e à acomodação; (11) incentivar a construção e a reconstrução. • Gardner defende a existência de oito tipos de inteligências distintas, sendo que todas as pessoas tem todas elas em maior ou menor grau: (1) verbal-linguística; (2) musical; (3) intrapessoal; (4) visual espacial; (5) corporal-cinestésica; (5) naturalística; (7) interpessoal; (8) lógico-matemática. • Ellen G. White defende que a educação, em qualquer fase, deve desenvolver o ser humano de forma integral, uma vez que este não é compartimentalizado. 104 METODOLOGIA DA MATEMÁTICA REFERÊNCIAS ANDRADE, K. L. A. B. Paulo Freire dialogando com a matemática. Rev. Diálogo Educ., v. 18, n. 56, p. 231–252, jan./ mar. 2018. Disponível em: <https://bit.ly/3cp0iKo>. Acesso em 17 abr. 2020. BALLESTERO-ALVAREZ, M. E. Exercitando as inteligências múltiplas: dinâmicas de grupo fáceis e rápidas para o ensino superior. Campinas: Papirus, 2004. CARVALHO, F. V. Pedagogia da cooperação: trabalhando com grupos em sala de aula através da aprendizagem cooperativa. 3. ed. Engenheiro Coelho: Unaspress, 2003. FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1998. FREIRE, P. Educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1967. FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 16. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2000. 105 TEORIAS MATEMÁTICAS FREIRE, P. Pedagogia da esperança: um encontro com a pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997. GOLEMAN, D. Inteligência emocional. São Paulo: Pioneira, 1995. GOMES, L. C.; BELLINI, L. M.; Uma visão sobre aspectos fundamentais da teoria de Piaget: possíveis implicações para o ensino de física. Revista Brasileira de Ensino de Físca, v. 31, n. 2, 2301, 2009. GONÇALVES, N. Novas perspectivas para o ensino de matemática. Disponível em: <https://bit.ly/2VAHTUa>. Acesso: 22 de fevereiro de 2020. KESSELRING, T. Jean Piaget. Caxias do Sul: EDUCS, 2008. MACHADO, N. Epistemologia e didática. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1996. MUNARI, A. Jean Piaget. Recife: Editora Massagana, 2010. PIAGET, J. Biologia e conhecimento. Petrópolis: Vozes, 1973. 106 METODOLOGIA DA MATEMÁTICA PIAGET, J. Epistemologia genética. São Paulo: Abril Cultural, 1975. VYGOTSKY, L. S. A Formação Social da Mente. 1. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1984. VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. 6. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998. WHITE, E. G. Educação. Tatuí: CPB, 2003. WHITE. E. G. Mente, Caráter e Personalidade. Tatuí: CPB, 2005.
Compartilhar