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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO CENTRO DE ENGENHARIAS E CIÊNCIAS AMBIENTAIS ENGENHARIA CIVIL ENGENHARIA DOS TRANSPORTES ERIC AMARAL FERREIRA KEVERSSON LUAN DE OLIVEIRA ALVES DATA DE ENTREGA: 09/03/2021 ATIVIDADE – AULA 05 LIMOEIRO DO NORTE – CE 2021 • Pesquisar métodos de expansão de matrizes O/D. Esse é um recorte do artigo Profa Vânia Barcellos Gouvêa campos, onde tem como título PLANEJAMENTO DE TRANSPORTES: CONCEITOS E MODELOS DE ANÁLISE. 7 - MODELOS DE DISTRIBUIÇÃO DE VIAGENS A etapa de Geração de viagens fornece os totais de viagens produzidas (Pi) e de viagens atraídas (Aj) por zona de tráfego, supondo-se que a região de estudo seja dividida em n zonas de tráfego, os modelos de distribuição de viagens determinam a parcela destas viagens (tij) entre as zonas de tráfego . Ou seja define-se uma matriz conforme a figura 3. I/j z1 z2 ----- zn-1 zn Produção z1 t11 t12 ----- tn-1 tn P1 z2 t21 t22 ----- t2n-1 t2n P2 zn-1 tn-1,1 tn-1,2 ----- tn-1,n-1 tn-1,n Pn-1 zn tn1 tn,2 ---- tn,n-1 tn,n Pn Atração A1 A2 ---- An-1 An Figura 3 - Matriz de Viagens De uma forma geral a distribuição é feita com base na potencialidade de cada zona de gerar viagens, na atratividade das zonas de destino e na distancia, tempo ou custo de transporte entre cada par de zonas de origem e destino. Desta forma os modelos de distribuição de viagens podem ser definidos pela seguinte expressão: tij = f (variáveis sócio-econômicas entre i e j; viagens produzidas em i; atraídas para j; separação espacial ou custo entre i e j) onde tij representa o número de viagens entre i e j no intervalo de tempo considerado. Os modelos de distribuição de viagens podem ser grupados da seguinte forma: _ Modelos de fator de Crescimento _ Modelos Gravitacionais 32 Objetivo: estimar o número de viagens entre pares de zonas de tráfego, criando uma matriz O/D de viagens futuras a partir dos dados do ano base e das projeções viagens produzidas e atraídas. P 7.1-Modelos de Fator de Crescimento Os modelos de fator de crescimento têm a seguinte forma geral: (d.1) onde : t’ij = núm. de viagens futuras entre as zonas i e j; fij = fator de expansão; tij = num de viagens atuais entre as zonas i e j A aplicação destes métodos exige, a determinação preliminar de uma matriz de origem e destino das viagens no ano base ( viagens atuais). 7.1.1 Método do Fator de Crescimento Uniforme Neste método o fator é único para todas as zonas de tráfego que pode ser obtido de duas formas: 1- Utilizando-se um fator de crescimento com base em estudos estatísticos ou curvas de crescimento. Por exemplo, pode-se estatisticamente avaliar que o número de viagens na região de estudo crescerá 20% no período de estudo, bastando então multiplicar os valores da matriz por F=1.2. 2- Utilizando-se um fator que avalie a relação entre o número de viagens produzidas atualmente e as projetadas para o futuro para cada zona de tráfego. Fazendo-se: ' fi = i Pi onde: Pi = produção de viagens atualmente na zona i; P’i = produção de viagens estimadas na zona i; 33 t’ij = fij . tij ij ij i j O método do fator de crescimento uniforme só deve ser utilizado para um horizonte de projeto de 1 a 2 anos e em regiões já bastante desenvolvidas e densamente ocupadas. Utiliza-se um fator de crescimento para cada par de origem e destino (i,j) definido pela média dos fatores de crescimento da zona de (i) e o fator de crescimento da zona de destino(j): fij = ½(fi + fj) onde: fi = P’i /Pi fj = P’j/Pj P’i ou j - viagens futuras produzidas na zona origem i ou j, projetadas pelo modelo de geração; Pi ou j - viagens produzidas atualmente pela zona i ou j na primeira iteração e o total de viagens estimadas pelo modelo a partir da segunda iteração. Ao aplicarmos este processo verifica-se que a partir da primeira iteração o total de viagens produzidas ou atraídas para cada zona não se ajusta à estimativa original de viagens produzidas e atraídas no futuro. Para ajustar estes valores, aplica-se um procedimento iterativo até que os valores obtidos sejam equivalentes aos projetados. O processo pode ser escrito matematicamente da seguinte forma: t1 = t0 (f + f )/2 (na primeira iteração) e (na k-ésima iteração) (d.2) 34 tkij = tij k-1(fi k-1 + fj k-1)/2 7.1.2 Método do Fator Médio de Crescimento P Este método converge vagarosamente e faz-se necessário especificar um critério de encerramento das iterações, expresso em termos de um limite para o valor de fik, definido por intervalos: 0,95 fik 1,05 ou 0,90 fik 1,10 Este método representa um aprimoramento dos dois métodos anteriores e consequentemente um aumento na complexidade dos cálculos necessários. Também como o método anterior requer um procedimento iterativo. Trata-se de um método bastante utilizado para zonas externas, ou melhor, movimentos externos/externos. Considera que o número de viagens que saem de uma zona i para uma zona j é proporcional ao número de viagens totais atuais que saem da zona i modificado pelo fator de crescimento da zona j. O método compreende as seguintes etapas: Passo 1: Calcular o fator de crescimento da zona de tráfego: * fi = i Pi onde: Pi* - estimativa do total de viagens produzidas na zona i para o ano de projeto Pi - viagens atuais na primeira iteração e viagens calculadas a partir da segunda iteração. 35 7.1.3 - Método de Fratar t = i ij j ij t f ij j Passo 2 : Estimar as viagens entre zonas de tráfego utilizando a seguinte expressão: (d.3) Passo 3 : Montar a nova Matriz, fazendo-se: 1o) tij = ½(tij’ + tji’) (t’ é o valor calculado na iteração) 2o) a soma dos novos valores de Pi e voltando ao passo 1. O processo termina quando o fator fi estiver dentro de um intervalo especificado previamente e de acordo com a precisão que se deseja. Como se pode observar o método de Fratar considera apenas os fatores relacionados a produção e portanto deve ser utilizado em matrizes que têm valores iguais ou próximos de produção e atração. E nestes casos a matriz resultante de viagens é uma matriz simétrica onde tij = tji. Utilizado para fazer a distribuição de viagens considerando tanto o fator de crescimento da produção quanto o da atração. Este método também é conhecido como Fratar Balanceado. O método requer uma série de correções até que a soma das linhas convirjam para o total de produção de cada linha e a soma das colunas para o total de atração. Fórmula Geral: T’ij = tij . ai . bj onde: tij = num. de viagens no ano base produzido pela zona 1 e atraído pela zona j. 36 7.1.4 - Fator de Crescimento Duplo (Furness) t t T’ij = num. de viagens calculado produzido pela zona i e atraído pela zona j. ai = fator de balanceamento da linha i; bj = fator de balanceamento da coluna j. Como se necessita de algumas iterações para se chegar a uma solução a técnica empregada pode ser representada matematicamente da seguinte forma: ( d.4) onde: a = Pi b = Aj i n j n k k ij ij i j P’i - estimativa do total de viagens produzidas na zona i para o ano de projeto Pi - viagens atuais na primeira iteração e viagens calculadas a partir da segunda iteração. Procedimento Geral: 1º) Faz-se ai = 1,0 2º)Calcula-se o fator de crescimento por coluna bj. 3º)Calcula-se a matriz de viagens utilizando-se a expressão d.4 4º)Calcula-se o total por linha P’i e o fator ai.5º)Recalcula-se a matriz multiplicando-se os valores obtidos em 3 por ai. 6º)Se os valores encontrados para Pi e Aj são iguais aos projetados então pare, caso contrário volte a 2. Vantagens e Limitações dos Métodos de Fator de Crescimento • É um método de fácil entendimento e faz uso direto da matriz de viagens observadas e de projeções de viagens produzidas e atraídas. 37 Tij k+1 = (Tij k .bj ) ai • Sua vantagem é também sua limitação, pois estes métodos são mais indicados para planejamento de curto prazo. A principal limitação, entretanto, é que os métodos não levam em consideração mudanças nos custos de transporte devido a melhoramentos ou restrições (congestionamentos) na rede. Além do que seu uso ‘e bastante limitado na análise de opções envolvendo novos modos de transporte, novos links, políticas de preço e novas zonas de tráfego. 7.2- Modelo Gravitacional A base conceitual deste modelo é a lei gravitacional de Newton que diz: Este modelo foi inicialmente concebido para avaliar o número de interações ou fluxos de comunicação entre dois centros quaisquer relacionando população e distância. Assume-se pelo pressuposto do modelo que a probabilidade de interação entre qualquer par de indivíduos nos dois centros é sempre igual e pode ser medido da seguinte forma: Iij= (Ppi. Ppj)/ dijy onde: Iij = num. de interações esperadas entre os centros i e j; Ppi = população do centro i (cidade, bairro, etc.); Ppj = população do centro j; dij = distância entre os centros i e j; y = potência definida para a região estudada. 38 “a força de atração entre dois corpos é diretamente proporcional ao produto das massas dos dois corpos e inversamente proporcional ao quadrado das distâncias entre eles” t = k ij Pi Aj c ij R = A sua aplicação em transporte considera a hipótese que o número de viagens produzidas pela zona i e atraída pela zona j é proporcional: ao número total de viagens produzidas pela zona i ; ao número total de viagens atraídas pela zona j; a uma função de impedância que relacione a separação espacial ou custo de viagem entre as zonas de tráfego; A vantagem deste modelo em relação aos outros é que neste se considera além da atração o efeito da separação espacial ou facilidade de iteração entre as regiões definida pela função de impedância. 7.2.1 Expressão Geral Por analogia a lei de Newton, a equação do modelo gravitacional toma a seguinte forma: (d.5) onde: tij - num. de viagens com origem em i e destino em j; k e c - parâmetros a serem calibrados utilizando os dados do ano base; Pi - total de viagens produzidas pela zona i; Aj - total de viagens atraídas pela zona j; Rij - variável de impedância entre as zonas i e j; Na maioria dos modelos considera-se uma função de fricção (fij) definido como: 1 fij c ij e nestes casos a expressão (d.5) passa a ser : tij = k. Pi.Aj.fij (d.6) Uma impedância significa qualquer tipo de oposição ao movimento e pode ser definida por uma variável ou por um conjunto de variáveis tais como: 39 • distância • tempo de viagem • custo de transporte A constante c é definida por calibração do modelo e, não precisa ser necessariamente um valor inteiro, em diferentes estudos o valor de c ficou ente 0,6 e 3,5. Quando a impedância é definida por um conjunto destas variáveis dá-se o nome de custo generalizado ( a ser visto posteriormente). 7.2.2 - Expressão Simplificada do Modelo Uma simplificação da expressão geral pode ser feita para que se tenha apenas um parâmetro de calibração. Partindo-se da restrição de equilíbrio: Pi = tij j=1 (d.7) e substituindo-se d.6 na expressão geral, tem-se : tij j =1 = k Pi Aj f ij j Pi = k Pi Aj f ij j n −1 e consequentemente, obtém-se: k = Aj fij (d.8) j Substituindo o valor de k na expressão geral obtém-se a fórmula clássica do modelo: (d.9) O valor numérico da expressão entre colchetes não será alterado se multiplicarmos ou dividirmos todos os termos por uma constante. Isto implica que n n n n ij I n = P j A . f ij A j . f ij 40 t = P j ij ij ij I n A j . f ij . Kij o valor da atração pode ser definido como um valor de atratividade relativa entre as zonas. Para incorporar os efeitos das variáveis sócio-econômicas na calibração do modelo, introduz-se um fator kij , definido como um fator que incorpora algumas modificações de variáveis não considerados pelo modelo tais como as modificações de uso do solo, renda e etc. Associando-se este fator à expressão do modelo obtém-se : (d.10) A expressão final do modelo (d.9) considera apenas uma restrição que no caso é dada pela produção de viagens (Pi). Esta restrição porém pode também ser dada em função da atração de viagens (Aj). Neste caso deve-se substituir as variáveis e a expressão toma a seguinte forma: t ij = Aj Pi . f ij n (d.9a) Pi . f ij i A expressão (d.9) que utiliza a restrição de produção é mais usual pois considera- se que os dados de produção são ma maioria das vezes mais precisos e confiáveis. Existem também exemplos de utilização de ambas as restrições, neste caso o modelo tem dois valores de balanceamento: ai = n b j = n Aj f ij j =1 Pi f ij i =1 1 1 41 T A expressão final do modelo então passa a ser: tij = ai bj PiAjfij (d.10) E a calibração deste modelo é feita em função dos fatores de balaceamento: a = 1 b = 1 i b A f j a P f j i ij j i i ij i Estes fatores, conforme se pode observar, são interdependentes isto significa que para o cálculo de um conjunto necessita-se dos valores dos outros. Isto sugere um processo iterativo análogo ao de Furness que assume um conjunto de valores para o fator de impedância e inicia o processo fazendo todos os bj =1. Uma forma de calibração do modelo ( expressão d.9) bastante utilizada é aquela que se faz com base nos tempos de viagem entre as zonas de tráfego para se definir o fator de fricção referente a estes tempos. Procedimento: 1º) agrupa-se as zonas de tráfego segundo um conjunto de intervalos de tempo. Para tanto são utilizadas duas matrizes de dados atuais: uma matriz de viagens entre zonas de tráfego e uma matriz de tempo de viagem entre zonas. 2º) arbitra-se um valor inicial para Fk0 = 1,00 3º) calcula-se a distribuição com base nestes valores; 4º) Prossegue-se as iterações até que os valores calculados sejam aproximadamente iguais aos valores observados. Fazendo-se: T 0 F n = F n−1 k k k n k 42 7.2.3 - Calibração do Modelo (I) onde : k - é o número de intervalos de tempos considerados, tomando-se como base o valor zero e o maior tempo de viagem observado; Tk0 - total de viagens observadas por intervalo k; Tkn - total de viagens calculadas por intervalo k na iteração n-1; Uma outra forma de se calibrar o modelo, considera o fator de fricção como sendo a inversa de uma variável de impedância elevada a um expoente que deve ser calibrado. Ou seja : Fij = Rij -c fazendo-se ln Fij = -c ln Rij o parâmetro c representa a inclinação da reta relacionando o fator de fricção e a impedância interzonal. O processo de calibração compreende as seguintes etapas: 1º) Define-se os intervalos de tempo e a distribuição acumulada das viagens nestes intervalos; 2º) arbitra-se um valor para c = 2,00; 3º) calcula-se a nova matriz de viagens com base no valor de c e verifica-se a distribuição acumulada; se esta forigual a inicial, pare; caso contrário vá para 4; 4º) Obter um novo fator de fricção fazendo-se: F*= Fn-1. F(observado)/F(calculado) a partir deste valor calcula-se um novo valor de c e volta-se a 3. 43 7.2.4 - Calibração do Modelo (II) 3 e Na maioria das vezes a calibração do modelo gravitacional apresenta distorções em relação aos valores da matriz observada, para um melhor ajustamento da matriz utiliza-se o fator sócio-econômico (kij). Considera-se que este fator representa algumas características socio-economicas da região não captadas pelo fator de fricção. O cálculo deste fator é feito a partir dos valores obtidos da matriz final da calibração (com os dados atuais) em relação a matriz observada, da seguinte forma: (d.11) onde: Rij= razão entre o valor tij observado e o calculado; Xi= razão entre tij observado e o total de viagens produzidas por i (Pi); Em alguns modelos de transporte a utilização de duas ou mais variáveis pode melhor explicar as decisões dos usuários em fazer, ou não, uma viagem, ou escolher um ou outro transporte, nestes casos, o custo generalizado é considerado como um valor de impedância que inclui todas estas variáveis. Este custo é tipicamente definido por uma função linear de atributos de viagem medidos por coeficientes que definem a relativa importância dada a esses atributos pelo usuário. Suponhamos, para exemplificar, que a função custo generalizada seja dada por: CG = w1. C + w2. tv + w .t onde: c = custo direto de viagem tv= tempo gasto dentro do veículo te= tempo total de esperas e transferências w1,w2,w3 = pesos 44 7.2.5 - Cálculo do fator Sócio-econômico k = R 1− X i ij i ij 7.2.6 - Custo Generalizado
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