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Patologia Aplicada - Unidade 3 EAD

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Unidade 3 
Patogênese 
Aula 1 
Mecanismos antiinflamatórios 
 
Objetivos da Aula: 
Estudar os processos inflamatórios 
 
Conceitos Abordados: 
Mecanismos antiinflamatórios 
Apresentação 
Estudaremos a seguir os processos inflamatórios, com o objetivo de distinguir as características 
entre processos inflamatórios agudos e crônicos. Para isso, compreenderemos os principais 
agentes agressores, as células envolvidas e as principais moléculas mediadoras desses diferentes 
mecanismos inflamatórios. 
Em seguida, abordaremos os mecanismos de atuação dos anti-inflamatórios não esteroides 
(AINEs), e como esses medicamentos atuam na redução da dor ocasionada pela 
inflamação. 
Na sequência, entenderemos os processos inflamatórios crônicos e específicos, denominados 
inflamações crônicas granulomatosas. Aprenderemos sobre as células, bem como alguns agentes 
etiológicos que causam esse tipo de reação inflamatória. Então, vamos começar a nossa jornada 
sobre os mecanismos da inflamação. 
Processo inflamatório agudo e crônico 
Os processos de inflamação são mecanismos de reação frente a um estímulo agressivo, sua 
finalidade é a eliminação ou a neutralização do agente agressor. Esse processo tem como 
característica a atuação das células do sistema imunológico e a saída de líquidos denominada 
exsudação, que induz processos de reparo celular. 
O processo inflamatório se divide em agudo e crônico, sendo que o processo de inflamação aguda 
se torna crônico quando a exposição ao agente causador da lesão não é eliminada durante a fase 
aguda, ou devido à exposição contínua a esse agressor. Então, esses processos inflamatórios se 
diferenciam pelo tempo de exposição ao agente causador da lesão, pelo tipo de agente agressor e 
pelos mecanismos imunológicos desencadeados por ele. Observe na tabela as principais 
características que diferem um processo inflamatório agudo de um crônico. 
 
Na inflamação aguda há uma resposta rápida com leucócitos polimorfonucleares frente aos 
fenômenos irritativos. Os fenômenos vasculares como vasodilatação transitória mediada por 
tromboxanos impede uma possível hemorragia, já a vasodilatação é mediada por aminas como as 
histaminas, óxido nítrico, prostaglandinas, cininas e fragmentos do complemento. Com a 
vasodilatação periférica, uma maior concentração de sangue se concentra na região acometida 
pela inflamação, e consequentemente, atraindo uma maior quantidade de leucócitos. Com o 
aumento da permeabilidade, os leucócitos migram da circulação sanguínea para os tecidos 
adjacentes. 
Ao encontrar o endotélio, os leucócitos, representados principalmente pelos neutrófilos, iniciam o 
processo de rolamento, por meio da interação de selectinas. Posteriormente, essas células expõem 
moléculas de integrinas (integrinas –E) na superfície da membrana plasmática que possibilitam a 
adesão dessas células com o endotélio. 
Após essa fase, ocorrem alterações nas estruturas das proteínas das junções celulares, deixando-
as mais frouxas, possibilitando a transmigração dos leucócitos para o tecido conjuntivo adjacente. 
No tecido, o leucócito reconhece o agente lesivo, ocorrendo o processo de opsonização, e 
consequente eliminação do agente agressor. Além disso, os neutrófilos e os macrófagos liberam 
citocinas e quimiocinas que irão recrutar outros tipos celulares para a região da lesão. 
Mecanismo de ação dos medicamentos anti-inflamatórios (AINEs) 
Atualmente, o principal mecanismo de ação de medicamentos anti-inflamatórios é a inibição da 
síntese das prostaglandinas, que são substâncias liberadas pelas células lesadas. A primeira 
enzima na síntese da prostaglandina é a cicloxigenase (COX), responsável em converter ácido 
araquidônico em intermediários instáveis como a prostaglandina G2 (PGG2) e a prostaglandina 
H2 (PGH2). Outros metabólitos originados da ação enzimática das cicloxigenases são as 
prostaciclinas e os tromboxanos. 
Entretanto, existem três diferentes tipos de enzimas cicloxigenase apresentando diferentes 
estruturas proteicas. A COX-1 está presente na grande maioria dos tecidos de maneira fisiológica. 
A COX-2 é induzida por estímulos inflamatórios. Ainda, há a COX-3, presente nos tecidos do 
Sistema Nervoso Central. A inibição da COX, principalmente da COX-2 por medicamentos anti-
inflamatórios não esteroides (AINEs) pode causar alívio aos sintomas da inflamação e da dor. 
Os Medicamentos anti-inflamatórios não esteroides atuam no bloqueio das enzimas COX-1 e COX-2, 
inibindo a produção de prostaglandinas e diminuindo os sintomas causados pela inflamação, dentre 
eles a dor. 
 
Os medicamentos anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) são ácidos orgânicos fracos e, 
portanto, são bem absorvidos por vias orais. Atuam na inibição das atividades das enzimas 
cicloxigenase, sendo que alguns podem ser específicos para a COX-2, diminuindo os efeitos 
colaterais produzidos pelo bloqueio da COX-1 (SILVA; MENDONÇA; PARTATA, 2014). 
Os AINEs, quando usados como analgésicos, geralmente são eficazes apenas para a dor leve e 
moderada. Apesar das múltiplas e claras evidências do poder inibitório dos AINEs sobre a síntese 
de prostaglandinas, o amplo aspecto de ação dos antiinflamatórios não pode ser explicado apenas 
por esse mecanismo, uma vez que, no processo inflamatório, estão implicados diversos outros 
eventos, tais como o bloqueio de substâncias farmacologicamente ativas, estabilização das 
membranas lisossomais e a ativação dos componentes do complemento entre outros. 
A aspirina é o anti-inflamatório não esteroide mais antigo e ainda muito utilizado atualmente. Esse 
medicamento inibe as enzimas cicloxigenase e consequentemente, a produção de prostaglandina. 
Entretanto, esse medicamento não atua nas vias da lipoxigenase, permitindo a formação dos 
leucotrienos pela célula. 
Gostaria de aprender um pouco mais sobre outros medicamentos com propriedades anti-
inflamatórias, bem como os seus mecanismos de ação? Então, leia o artigo “Anti-inflamatórios 
nãoesteróides e suas propriedades gerais”. Disponível 
em: https://assets.unitpac.com.br/arquivos/Revista/74/artigo5.pdf 
https://assets.unitpac.com.br/arquivos/Revista/74/artigo5.pdf
Inflamação crônica específica ou granulomatosa 
A inflamação crônica granulomatosa é um tipo de inflamação específica que se caracteriza por 
acumular macrófagos modificados, células que se organizam em torno do agente agressor 
formando assim granulomas. De acordo com o agente etiológico, há o estímulo para a formação 
dos granulomas agentes que podem ser Mycobacterim tuberculosis; Mycobacterium leprase, entre 
outros. 
Os granulomas são pequenas porções de macrófagos modificados, sendo chamados assim 
de células epitelioides se originando de monócitos saídos da corrente sanguínea. Têm a 
função de secreção de enzimas e por isso possuem organelas como retículo endoplasmático 
rugoso, complexo de Golgi bem desenvolvidos e uma grande quantidade de vesícula em 
seu citoplasma. As enzimas secretadas causam, na célula, uma digestão de parte do 
parênquima o que leva a uma necrose no tubérculo, e essa característica de necrose 
caseosa distingue essa de outras patologias granulomatosas (BRASILEIRO FILHO, 2013). 
Uma característica marcante dos granulomas consiste na presença de um tipo de célula 
multinucleada chamada de célula gigante, que se origina de macrófagos, possuindo uma grande 
capacidade fagocitária e, por consequência, de digestão intracelular. Vários são os padrões de 
células gigantes, como as de Langhans, que possuem granulomas formados contra agentes 
infecciosos. Células gigantes do tipo corpo estranho são formadas para combater determinados 
tipos de agentes exógenos não vivos, como partículas de poeira, sílica entre outros, que por serem 
substâncias indigeríveis desencadeiam a formação de células que por sua vez as removerão do 
local afetado eliminando-as. 
 
As células gigantes de Touton são associadas a doenças de degeneraçãoda gordura. Possuem o 
citoplasma espumoso e os núcleos estão alinhados de forma ondulada no citoplasma. As células 
Warthin-Finkeldey, também chamadas de células gigantes do sarampo, estão associadas ao 
sarampo. Elas são encontradas nos tecidos linfáticos e com mais frequência no apêndice de 
crianças no estágio de pródromo do sarampo. Quanto à estrutura, são semelhantes às células de 
Langhans, porém os núcleos são maiores e ocupam mais a região central do citoplasma. 
 
 
Aula 2 
Processo de regeneração: células lábeis, estáveis e 
permanentes 
 
Objetivos da Aula: 
Estudar os processos de regeneração: células lábeis, estáveis e permanentes 
 
Conceitos Abordados: 
células lábeis, estáveis e permanentes 
Apresentação 
Estudaremos a seguir o processo de reparo tecidual, ocorrido após a instalação de uma lesão 
tecidual, que pode ser causada por diversos fatores, dentre eles microrganismos ou agressões 
mecânicas. 
Ainda, analisaremos que o reparo tecidual pode ocorrer por meio de dois mecanismos, que se 
diferenciam pelo tipo de tecido neoformado. Na regeneração, o parênquima é semelhante ao 
anterior lesionado, enquanto na cicatrização ocorre a formação de tecido conjuntivo fibroso, 
comprometendo a função do órgão. 
Veremos ainda que esses processos são definidos de acordo com o tipo celular presente no órgão 
afetado. As células podem ser: lábeis, estáveis ou permanentes. 
Por fim, aprenderemos sobre a regeneração tecidual do fígado e como os hepatócitos respondem 
aos fatores de crescimento. Então, vamos iniciar a nossa jornada sobre o estudo do processo de 
reparo tecidual? 
Células lábeis, estáveis e permanentes 
Quando há um ferimento em alguma parte do corpo, independentemente de ser superficial ou não, 
o próprio corpo imediatamente inicia o processo de reparo tecidual, que pode acontecer por dois 
diferentes mecanismos – por regeneração ou por cicatrização – dependendo do órgão afetado. Os 
dois processos também podem ocorrer conjuntamente. 
Para que aconteça o processo de reparo tecidual, é necessário que os restos teciduais do 
parênquima lesionado sejam removidos e substituídos por células novas. Entretanto, para isso, as 
células do tecido devem ser responsivas aos fatores de crescimento liberados na região da lesão. 
Porém, nem todas as células possuem a capacidade de multiplicação. 
Então, as células do corpo podem ser divididas em três categorias de acordo com a capacidade de 
regeneração: lábeis, estáveis e permanentes. 
 
As características de cada tipo celular e a localização dessas células nos diferentes tecidos do 
nosso organismo podem ser analisadas a seguir. 
‣ 
CÉLULAS LÁBEIS 
 
‣ 
CÉLULAS ESTÁVEIS 
 
‣ 
CÉLULAS PERMANENTES 
 
O tipo celular que constitui o tecido irá definir o mecanismo de reparo em casos de lesões. A seguir, 
aprenderemos um pouco mais sobre os diferentes mecanismos de reparo: a regeneração e a 
cicatrização. 
Processos de reparo 
Existem dois principais mecanismos de reparo tecidual. São eles: a regeneração e a cicatrização. 
A regeneração é o processo em que o tecido lesionado é substituído por células da mesma origem, 
ou seja, o parênquima do órgão é mantido e, consequentemente, as suas funções também não são 
comprometidas. O processo de regeneração acontece em tecidos que possuem células lábeis e 
estáveis, ou seja, células que são responsivas a fatores de crescimento. 
O processo de regeneração se divide em dois tipos: a regeneração fisiológica e a regeneração 
por substituição. No primeiro, o mecanismo de regeneração é responsável por renovar as partes 
do corpo que são gastas continuamente. Esse processo fisiológico acontece, por exemplo, na 
epiderme e no revestimento da cavidade oral. 
A regeneração por substituição permite a recuperação de áreas lesionadas dos tecidos, 
restituindo a completa normalidade, tanto morfológica quanto funcional. 
No entanto, a cicatrização é a substituição do tecido lesionado por tecido conjuntivo fibroso. Esse 
tipo de reparo é mais comum em tecidos formados por células permanentes, tais como no sistema 
nervoso. 
 
 
Mecanismos de regeneração de tecidos 
Agora aprofundaremos o estudo com foco nos mecanismos de regeneração dos tecidos. Para 
estudarmos os mecanismos de regeneração, utilizaremos como exemplo o processo de 
regeneração do fígado. 
Os receptores de membranas específicas das células-alvo são os responsáveis por desencadear 
a resposta celular. Após se formar o complexo receptor/fator de crescimento, esse é internalizado 
e degradado, seguindo esse processo, ocorre uma série de eventos, a ativação da proteína Tirosina 
quinase e fosforilação de proteína intracelular. 
O estímulo intracelular é processado pelo sistema transdutores de sinal que envolve mensageiros 
como o AMP cíclico, cálcio, inositol trifosfato entre outros, seguindo o estímulo, esse mensageiro 
induz a ativação da quinase que, por sua vez, desencadeia vários eventos secundários, incluindo 
a alteração do fluxo iônico através da membrana da célula. 
Por fim, a proteína quinase desencadeia a ativação de genes envolvidos no processo de 
proliferação, como o c-fos, c-jun e o c-myc, isso leva a replicação do DNA e por consequência a 
divisão das células. 
Os fatores de crescimento envolvidos nesse processo são classificados em três categorias, que 
podem ser observadas a seguir. 
O EGF e seu mecanismo de regulação durante a regeneração hepática podem ser em nível de seu 
receptor, por meio de mecanismos de regulação, que são internalizados, e ressíntese, ou ainda, 
por meio de mecanismos pós-receptores sem qualquer alteração do nível plasmático de EGF. 
Quando o EGF decresce, observa-se também o decréscimo da resposta regenerativa, mostrando 
que esse fator de crescimento se faz importante para a proliferação de hepatócitos. A norepinefrina 
é um hormônio estimulador da secreção de EGF por meio das glândulas de Brunner e também se 
eleva o que indica que esse fator de crescimento tem papel importante durante o estágio da função 
mitogênica. 
O fator transformador de crescimento é sintetizado por tecidos normais e atua sobre o receptor de 
EGF, que é sintetizado por hepatócitos em processo de regeneração. Porém, não é sinteizado por 
células parenquimatosas e, ainda, observa-se uma elevação substancial de RNAm durante as 
primeiras horas. O TGF-α, produzido pelos hepatócitos, atua nessas mesmas células que já 
iniciaram o ciclo celular (G1) e a sua regulação pode ser autócrina (quando a própria célula a regula) 
ou parácrina (quando a regulação é feita em células vizinhas, sem que sua química regulatória caia 
na corrente sanguínea) e, assim, estimulando a proliferação de células parenquimatosas. 
Inicialmente descrito como fator de ação específica no fígado, o HGF atua na verdade na 
mitogênese em vários tipos de células, como nos melanócitos e nas células dos túbulos renais. 
Também tem a capacidade de induzir motilidade celular, necessariamente, em células epiteliais 
agregadas e, por isso, também é descrito como “fator de dispersão”, sendo produzido por células 
mesenquimais do pulmão, timo, pâncreas, glândulas salivares, rins, baço e vários outros órgãos. 
O HGF é um aminoácido grande disposto em duas subunidades e ligado por pontes de dissulfito. 
Ele foi o primeiro agente mitogênico identificado no sangue em concentrações altas durante a 
regeneração, sendo então o mais potente estimulador da proliferação dos hepatócitos. A conversão 
do plasminogênio da plasmina e da proteólise de componentes da matriz extracelular favorece a 
atuação de enzimas envolvidas na ativação do HGF, bem como seus receptores, elevando assim, 
a concentração plasmática do fator de crescimento, que por sua vez é o primeiro estímulo 
mitogênico para o hepatócito sintetizar DNA. 
 
 
 
 
Aula 3 
Processo de cicatrização 
 
Objetivos da Aula: 
Estudar o processo de cicatrização 
 
ConceitosAbordados: 
Cicatrização 
Apresentação 
Estudaremos a seguir o processo de cicatrização ocorrido após a instalação de uma lesão tecidual, 
que pode ser causada por diversos fatores, dentre eles microrganismos ou agressões mecânicas. 
Mas o que seria esse processo de cicatrização? Imagine que aconteça uma perfuração no seu pé. 
Inicialmente irá acontecer uma hemorragia, que, normalmente, será contida pelo seu próprio 
organismo. Depois disso, forma-se a “casca” do ferimento, que será substituída por tecido 
conjuntivo, formando uma cicatriz no seu pé. De maneira resumida, esse é o processo de 
cicatrização. 
Aqui entenderemos as três fases desse processo, bem como os diferentes tipos celulares e suas 
funções. 
Em seguida, abordaremos os tipos de cicatrização, de primeira, segunda e terceira intenções e em 
quais situações ocorrem esses processos cicatriciais. 
Por fim, aprenderemos sobre algumas complicações que podem ocorrer durante a reparação 
tecidual por cicatrização, tais como os queloides. Então, vamos iniciar a nossa jornada sobre o 
estudo do processo de cicatrização? 
Cicatrização 
Uma das formas mais comuns de cura dos tecidos humanos inflamados é o processo 
de cicatrização, que consiste na reposição do tecido perdido pela lesão. No entanto, alguns 
aspectos morfofisiológicos do órgão afetado podem ser comprometidos, pois ocorre a 
substituição do parênquima lesionado por tecido cicatricial, ou seja, o processo de 
cicatrização consiste na formação de uma cicatriz no local do parênquima lesionado 
(BRASILEIRO FILHO, 2013). 
O processo de cicatrização é didaticamente dividido em três fases: a fase inflamatória, a fase de 
proliferação e a fase de reparo. Iremos agora aprofundar nossos estudos em cada uma delas. 
 
 
Na primeira fase, chamada de fase inflamatória (ou “demolição”), após aproximadamente 24 
horas, há, na lesão, predomínio de leucócitos polimorfo nucleares, com destaque para os 
neutrófilos. Em seguida, os macrófagos migram para o tecido lesionado, realizando a digestão do 
tecido morto, do agente agressor e também do coágulo que se forma por meio do extravasamento 
de sangue local. Alguns fatores como formação de fibrina, crosta formada por soro de hemácia 
impedem o tecido de ressecar, mantendo assim uma região favorável à reparação. 
O pico de atividade dos polimorfonucleares ocorre nas primeiras 24-48 horas após o trauma, 
seguindo-se de um maior aporte de macrófagos durante os dois a três dias seguintes. O 
macrófago, também ativa os elementos celulares das fases subsequentes da cicatrização 
tais como fibroblastos e células endoteliais. 
(TAZIMA; VICENTE; MORIYA, 2008) 
Na segunda fase, há crescimento do tecido de granulação e pode-se observar a proliferação de 
fibroblastos e de células endoteliais vindas dos capilares que circundam a região agredida. Essas 
células formam “brotos” endoteliais que penetram na região agredida, formando alças capilares. 
Esse sistema vascular permite uma maior permeabilidade nas junções capilares com saída de 
elementos do sangue como elétrons, água e proteínas. Os fibroblastos também acompanham a 
migração para a matriz tecidual e secretam fibras colágenas. 
Na terceira fase, há a maturação ou fibroplasia e acontece a proliferação de fibroblastos e 
deposição de colágeno, comprimindo assim os capilares neoformados, diminuindo a 
vascularização. A pressão e a retração levam à contração da cicatriz fibrosa. Por exemplo, na pele, 
o processo de regeneração do epitélio tem início por volta do segundo dia e, no conjuntivo, a 
proliferação de fibroblastos preenche o tecido lesado. 
Os principais processos que ocorrem durante a cicatrização dos tecidos podem ser observados na 
figura a seguir. 
 
 Tipos de cicatrização 
Existem três tipos de processo de cicatrização: a cicatrização por primeira intenção, 
por segunda intenção e por terceira intenção. Basicamente, esses processos de 
cicatrização diferenciam-se pela intensidade de organização, de reparação e da formação 
da cicatriz. Um exemplo de cicatrização por primeira intenção é um corte na pele, em que 
as bordas dos ferimentos são unidas por meio de pontos. Nesse caso, ocorre perda mínima 
de tecido, ausência de infecção, mínimo edema e a formação de tecido de granulação não 
é visível (TAZIMA; VICENTE; MORIYA, 2008). 
 
 
O processo de cicatrização por segunda intenção ocorre com perda intensa de tecido, com 
presença ou não de infecção. Nesse caso, o ferimento é grande e não é possível aproximar 
as bordas da ferida, havendo assim maior desorganização e deposição de colágeno. As 
feridas são deixadas abertas e se fecharão por meio de contração e epitelização (TAZIMA; 
VICENTE; MORIYA, 2008).. 
Já o processo de cicatrização por terceira intenção é aquele em que ocorre a aproximação 
das margens da ferida (pele e subcutâneo) após o tratamento aberto inicial. Esse 
procedimento é necessário quando há presença de infecção na ferida, que deve ser tratada 
primeiramente, para então ser suturada posteriormente (TAZIMA; VICENTE; MORIYA, 
2008). 
O processo de cicatrização pode ser influenciado por diversos fatores, dentre eles a patogenicidade 
do agente agressor, a contaminação e o local em que se estabeleceu a ferida, pois existem 
diferenças de tensividade em tecidos. Outro fator a se levar em consideração é a manutenção da 
irrigação de sangue, fundamental para a reparação. Incluem-se nesses fatores também o estado 
fisiológico do indivíduo. Características como a idade, o estado nutricional, a temperatura local, 
podem influenciar no processo reparatório. 
Além disso, o uso de medicamentos pode ajudar na cicatrização, como no caso de fármacos 
à base de zinco (LIN et al., 2018). 
Complicações decorrentes da resposta reparativa 
Quando ocorre alguma alteração nos mecanismos fisiológicos da resposta reparativa, há como 
resultado uma cicatriz patológica, que poderá ocasionar deficiência funcional. Dentre elas se 
destacam as cicatrizes hipertróficas e as queloideanas, que se formam cerca de 30 dias após a 
lesão. 
Existem algumas diferenças entre as cicatrizes hipertróficas e as queloideanas, indicando que são 
diferentes funções. O queloide, por exemplo, é uma manifestação exacerbada no processo de 
cicatrização de lesões na pele. Esse processo tem início com a formação de placas rosadas, bem 
distintas, de consistência firme e elástica. E um crescimento descontrolado e excessivo faz a cicatriz 
crescer além da lesão original, tornando-a irregular, lisa, de consistência rígida e hiperpigmentada, 
conforme podemos observar na figura a seguir. 
Queloide plantar 
 
 
Além disso, os queloides que são mais elevados que as cicatrizes hipertróficas possuem uma 
coloração característica e invadem os tecidos vizinhos. Em alguns casos podem ou não apresentar 
prurido, dor e ardência. O queloide não regride. Já as cicatrizes hipertróficas são levemente 
elevadas com coloração rósea, e diferente dos queloides, essa se limita às bordas da lesão. 
Geralmente são dolorosas e provocam pruridos e, com o tempo, podem regredir. Esse tipo de 
cicatrização diferente das queloideanas responde bem aos tratamentos. 
Cicatriz hipertrófica em região de aplicação de piercing 
 
 
 
Aula 4 
Patogênese 
 
Objetivos da Aula: 
Estudar o conceito de Patogênese 
 
Conceitos Abordados: 
Patogênese 
Apresentação 
Estudaremos a seguir o conceito de patogênese e o objeto de estudo dessa área da Patologia. 
Para isso, entenderemos que, apesar de cada doença possuir sua patogênese, existem 
mecanismos comuns de adaptação celular aos diversos agentes estressores, que são 
considerados lesões celulares reversíveis. 
Em seguida, analisaremos os tipos de adaptações celulares, podendo elas estar relacionadas com 
o tamanho (volume celular) ou a quantidade de células. 
Por fim, aprenderemos sobre a metaplasia e a displasia das células, e a importância dessas 
alterações para a formação das neoplasias.Então, vamos iniciar a nossa jornada sobre a 
patogênese! 
Conceito de patogênese 
A patogênese é uma área da Patologia que estuda os mecanismos celulares afetados 
pelos agentes etiopatogênicos que agridem o nosso organismo e como os sistemas naturais 
de defesa reagem – adaptando-se aos estresses ou levando a lesões e disfunções nas 
células e tecidos, resultando na doença. 
É importante destacar que cada doença possui sua própria patogênese, pois são desencadeadas 
por diferentes agentes etiológicos, gerando mecanismos distintos de lesões e disfunções celulares. 
Podemos observar na figura a patogênese da bronquiectasia, uma doença crônica caracterizada 
pelo aumento permanente de partes das vias aéreas dos pulmões. 
 
 
A patogênese também é uma área de estudo da Medicina Veterinária, investigando os agentes 
etiopatogênicos em animais domésticos e silvestres. 
Vários são os agentes agressores, tais como vírus, bactérias ou químicos, responsáveis por 
desencadear danos e até mesmo de lesões celulares irreversíveis, ocasionando em morte celular 
e, dependendo da extensão, falência do órgão. 
No entanto, mesmo considerando somente um agente agressor específico, como um vírus, outros 
fatores podem influenciar na patogênese das doenças. Esses fatores podem ser classificados em 
três grupos, que podemos observar abaixo. 
‣ 
FATORES VÍRUS – DEPENDENTE 
 
‣ 
FATORES AMBIENTE-DEPENDENTES 
 
‣ 
FATORES DE HOST-DEPENDENTE 
 
As lesões celulares podem ser classificadas em reversíveis ou irreversíveis. Mas o que as 
diferencia? As células do nosso organismo possuem a capacidade de adaptação, e, portanto, se o 
agente agressor for removido, as células conseguem voltar a sua morfofisiologia normalmente, o 
que caracteriza uma lesão reversível. Entretanto, quando o estímulo agressor permanece, ocorrem 
lesões irreversíveis que culminam em morte celular. Em seguida, abordaremos as diferentes 
adaptações ou lesões reversíveis que podem ser observadas na patogênese de diversas doenças. 
Adaptações celulares – hipertrofia e hiperplasia 
As células são participantes ativas em seu ambiente, ajustando constantemente sua 
estrutura e sua função para se adaptar às demandas de alterações e de estresse. Dessa 
forma, as células precisam manter o seu meio intracelular dentro de uma faixa de 
parâmetros fisiológicos, chamada de homeostasia (BRASILEIRO FILHO, 2013). 
No entanto, para manter a homeostasia e sobreviver às condições adversas, as células apresentam 
alterações reversíveis (lesões reversíveis) em relação ao tamanho, número, fenótipo, atividades 
metabólicas e função celular. Algumas dessas adaptações celulares estão descritas a seguir. 
A hipertrofia corresponde no aumento do volume ou do tamanho das células, enquanto 
a hiperplasia significa maior quantidade ou número de células. Em geral, as células hipertrofiadas 
apresentam uma quantidade maior de proteínas estruturais e de organelas. Ambas as adaptações 
celulares podem ser fisiológicas ou patológicas, em decorrência de estímulos externos, como 
hormônios ou fatores de crescimento. 
 
As células estriadas da musculatura esquelética e do coração, no adulto, possuem capacidade 
limitada de divisão e, por isso, sofrem preferencialmente hipertrofia. Nesse caso, 
independentemente dos mecanismos responsáveis pela hipertrofia, existe um limite e, após este, 
a massa muscular aumentada não consegue mais compensar a sobrecarga. Como resultado, 
podem ocorrer alterações degenerativas nas fibras miocárdicas e, consequentemente, uma 
hipertrofia patológica. O aumento cardíaco leva a uma hipertensão ou doença aórtica. 
Esse fato mostra como uma adaptação ao estresse pode progredir para uma lesão significativa do 
ponto de vista funcional, caso o estresse não seja atenuado. A 
hipertrofia também pode ser fisiológica, como acontece em atletas que apresentam um aumento 
do tamanho da musculatura esquelética induzido pelo aumento da carga de trabalho, estimulada 
por ações conjuntas de sensores mecânicos (carga de trabalho), fatores de crescimento (TGF-β) e 
agentes vasoativos (β- adrenérgicos). 
A hiperplasia fisiológica ocorre devido a mecanismos compensatórios, geralmente 
estimulados por fatores de crescimento e hormônios. No fígado, quando há uma ressecção 
parcial, as células hepáticas secretam fatores de crescimento, que estimulam atividades 
mitóticas dos hepatócitos resultando em hiperplasia e consequente retomada da dimensão 
original do órgão (BRASILEIRO FILHO, 2013). 
O crescimento das mamas femininas durante a puberdade ou na gravidez é um exemplo de 
hiperplasia hormonal, que ocorre nas células epiteliais glandulares. A hiperplasia patológica é 
causada pelo excesso de estímulos hormonais ou por fatores de crescimento. Na cicatrização de 
feridas, por exemplo, leucócitos e células da matriz extracelular, em resposta à lesão, estimulam a 
proliferação de fibroblastos e células sanguíneas que auxiliam o reparo tecidual. 
Ainda existem casos de hiperplasias patológicas associadas a certas infecções virais, como as 
papilomavírus, que causam verrugas na pele e lesões mucosas, compostas de massas de epitélio 
hiperplásico. É importante ressaltar que, em todos esses casos de hiperplasias, o crescimento 
celular permanece controlado; então, se a estimulação hormonal ou por fatores de crescimento 
cessar, a hiperplasia desaparece. Porém, quando esses mecanismos de controle da proliferação 
celular tornam-se desregulados ou ineficazes, isso propicia o aparecimento da hiperplasia 
patológica benigna (neoplasia). 
Adaptações celulares – hipotrofia, hipoplasia, metaplasia e displasia 
A hipotrofia e a hipoplasia estão comumente associadas à diminuição do volume ou tamanho das 
células e da quantidade de células, respectivamente. Em ambos os processos ocorre a redução do 
tecido ou do órgão. 
Na hipotrofia, a diminuição do tamanho das células e da quantidade das organelas intracelulares, 
é uma adaptação decorrente da menor necessidade metabólica o que leva a redução da síntese e 
aumento da degradação de proteínas. No entanto, na atrofia (hipotrofia acentuada) causada por 
redução do suprimento sanguíneo, a lesão celular progride até o ponto no qual as células são 
lesadas de maneira irreversível, e, por isso, morrem, geralmente por apoptose. A hipotrofia/atrofia 
patológica pode ter diversas causas, conforme podemos observar no esquema. 
 
A hipoplasia é a diminuição da atividade formadora dos tecidos devido à redução do número de 
células que o compõem. Na embriogênese, por exemplo, a hipoplasia desencadeia um defeito na 
formação de um órgão ou parte dele, como a hipoplasia pulmonar. Após o período de formação 
dos órgãos, a hipoplasia resulta na diminuição no ritmo da renovação celular. 
As hipoplasias podem ser de diferentes tipos como veremos adiante 
‣ 
FISIOLÓGICAS 
 
‣ 
PATOLÓGICAS 
 
‣ 
ADQUIRIDAS 
 
A metaplasia é uma alteração reversível na qual um tipo celular (epitelial ou mesenquimal) é 
substituído por outro tipo celular. Ou seja, a metaplasia representa uma substituição adaptativa de 
células sensíveis ao estresse por tipos celulares que são capazes de suportar ambientes hostis 
(BRASILEIRO FILHO, 2013). A metaplasia é resultado de uma reprogramação de células-tronco 
que existem em tecido normal ou de células mesenquimais indiferenciadas presentes no tecido 
conjuntivo. Geralmente, a metaplasia é encontrada em associação com os processos de dano, 
regeneração e reparo tecidual. Uma das metaplasias mais comuns é a colunar para a escamosa. 
Nesse caso, ocorre substituição de células do trato respiratório em resposta à irritação crônica. Em 
geral, as células epiteliais normais colunares e ciliadas da traquéia e dos brônquios são, 
frequentemente, substituídas por células epiteliais escamosas estratificadas. Isso ocorre porque o 
epitélio escamoso estratificado é maisresistente, sendo capaz de sobreviver sob circunstâncias 
nas quais o epitélio colunar especializado é mais frágil e, por isso, teria sucumbido. 
As displasias podem ser definidas como uma organização anormal das células, decorrente de uma 
proliferação exacerbada dessas células (BRASILEIRO FILHO, 2013). As displasias podem ser 
encontradas principalmente no epitélio e são caracterizadas por apresentar uma diversidade de 
alterações morfológicas, como perda da polaridade, perda da uniformidade, pleomorfismo 
considerável e núcleos grandes e hipercromáticos. 
Geralmente, as displasias ocorrem em um epitélio metaplásico, mas nem todo epitélio metaplásico 
é displásico. Em alguns casos as mitoses celulares ocorrem em localizações anormais do epitélio 
e podem envolver todas as camadas epiteliais. Mas se as displasias permanecerem confinadas à 
membrana basal é uma neoplasia pré-invasiva, denominada carcinoma in situ.

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