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Flávia Demartine 1 Técnica Operatória Material cirúrgico, recebimento e organização da mesa cirúrgica Mesa e instrumental cirúrgico Todo procedimento cirúrgico pode ser decomposto em três operações principais: diérese, hemostasia e síntese. • Diérese: Abertura cirúrgica, divulsão, corte e exposição de estruturas e órgãos que serão operados; • Hemostasia: atitude cirúrgica que visa interromper, temporária ou definitivamente, o sangramento causado pela diérese; • Síntese: visa a reconstruir, recompor e restituir a integridade das estruturas, órgãos e tecidos que foram explorados. • Diérese – Solução de continuidade • Hemostasia – Controle de vasos sangrantes • Preensão – Segurar e suspender vísceras / órgãos • Separação – Para afastar estruturas • Síntese – União de estruturas e fechamento • Especiais - Tempos específicos de determinadas operações • COMUNS: instrumental básico a qualquer tipo de intervenção cirúrgica em seus tempos fundamentais • ESPECIAIS: usados apenas em alguns tempos de determinadas cirurgias. DIÉRESE • Bisturi – Instrumento de corte • Instrumento de corte • Cabo – ponta de encaixe para a lâmina No 03 – lâminas menores No04 – Lâminas maiores • Cada cabo apresenta uma variedade longa – 3L e 4L Flávia Demartine 2 1. LÂMINAS: Diversos tipos Denominadas por número. • Lâminas com encaixe para cabo Número 03 ou 03L: 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17 e 40. • Lâminas com encaixe para cabo Número 04 ou 04L: 18, 19, 20, 21, 22, 23, 24, 25, 36 e 50. • Bisturi – Lâminas • Diversos tipos • Denominadas por números • Colocação e retirada das lâminas Flávia Demartine 3 2. TESOURAS • Instrumento de corte, divulsão e dissecção • Tamanhos variados • Curvas ou retas • Ponta aguda, romba ou aguda-romba • Cirurgião – tesoura curva • Auxiliares – tesoura reta (cortar fio) TESOURAS • Fortes (Maio) • Delicadas (Metzenbaum) HEMOSTASIA PINÇAS HEMOSTÁTICAS • Retas ou curvas • Serrilhado na extremidades preensora • Kelly – serrilhado na porção distal Flávia Demartine 4 • Halsted (mosquito) – mais delicado, campos superficiais e são pequenas • Rochester – mais grosseiro • Kocher – Dentes na ponta Flávia Demartine 5 • Crile – possui ranhuras transversais por sua extensão preensora, tamanho de 14 a 16cm • Mixter – Ponta angulada e delicada PINÇAS VASCULARES ATRAUMÁTICAS (hemostasia temporária) • Satinsky • Bulldog Flávia Demartine 6 SÍNTESE PORTA AGULHAS: • Mayo Hegar • Widea (Tungstênio) • Mathieu • Castroviejo Flávia Demartine 7 PREENSÃO • Prender e segurar vísceras e órgãos • Manipular tecidos Tipos: • Pinças elásticas • Instrumentos com cremalheira e anel PINÇAS ELÁSTICAS: • Instrumentos auxiliares (mão esquerda) • Suporte para manobras • Vários tamanhos •Com ou sem dentes na ponta Anatômica Cushing Dente de rato Adson Mesa e instrumental cirúrgico PREENSÃO • PINÇAS COM ANÉIS E CREMALHEIRAS Babcock – menos lesão tissular Flávia Demartine 8 Cheron – anti-sepsia Foerster – anti-sepsia Collin – circular, anti-sepsia Allis – vísceras e aponeurose Duval – triangular (vesícula biliar, lobos pulmonares) AFASTADORES • AUTO-ESTÁTICOS – mantêm-se abertos, sem a intervenção do elemento humano, expondo o campo cirúrgico Balfour – Abdome Gosset – Abdome Finochietto – Tórax Weitlaner – Hérnias Flávia Demartine 9 Gelpi – Hérnias • DINÂMICOS – Necessitam da intervenção humana, expondo o campo cirúrgico em diferentes momentos Válvula de Doyen – Manobras intra abdominais Válvula Suprapúbica – Exposição pelve Farabeuf – Abertura e fechamento da parede Maleável e sapata Flávia Demartine 10 Mesa cirúrgica • Paramentado o instrumentador monta as mesas de instrumentação e a mesa auxiliar móvel (Mayo) • Antes de receberem os instrumentos, as mesas devem ser cobertas primeiramente por um campo estéril e impermeável. • Todo instrumental cirúrgico está disposto de forma ordenada na mesa do instrumentador conforme a operação fundamental da qual participam. • Passos: Listagem dos materiais; Preparo de acordo com o tipo de procedimento e de acordo com a preferência do cirurgião Disposição ordenada e padronizada dos materiais • Posicionamento da equipe cirúrgica: Flávia Demartine 11 • Em quase todas as cirurgias os instrumentos de diérese, hemostasia e síntese são praticamente os mesmos. • O que varia são os instrumentais ditos auxiliares. Cirurgias urológicas, cardíacas, torácicas neurológicas e proctológicas. • A mesa cirúrgica é dividida em quatro quadrantes: em um deles ficam os instrumentos de diérese, em outro, os de síntese; em um terceiro os instrumentos de hemostasia e, no último, os instrumentos auxiliares. Mesa e instrumental cirúrgico • Exemplo: Em uma laparotomia supra-umbilical executada por um cirurgião destro, o instrumentador permanece à esquerda do paciente e sua mesa cirúrgica está disposta da seguinte forma: • Instrumentos mais delicados e menores estão mais próximos do cirurgião e do paciente. • Objetivo é facilitar a instrumentação. O instrumentador deve concentrar no quadrante correspondente ao tempo cirúrgico