Buscar

Relação médico-paciente e com outros médicos

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

Ética Médica – Amanda Longo Louzada 
1 RELAÇÃO MÉDICO-PACIENTE E COM OUTROS MÉDICOS 
INTRODUÇÃO: 
 A atenção à relação médico-paciente é 
fundamental para que o profissional de saúde 
consiga realizar um trabalho de excelência; 
 Partindo do pressuposto de que estamos nos 
referindo a vidas humanas, adotar estratégias 
que melhorem essa interação permite a 
construção de um vínculo baseado no respeito e 
no acolhimento; 
 Um dos maiores desafios enfrentados para a 
classe médica é buscar estratégias para 
desenvolver a relação médicopaciente com 
sucesso; 
 Outro ponto de extrema importância é a relação 
dos médicos entre si. 
RELAÇÃO MÉDICO-PACIENTE: 
PRINCIPAIS PREOCUPAÇÕES: 
 Se os médicos irão fazer um diagnóstico correto; 
 Se o tratamento será eficaz; 
 Se o hospital tem os meios necessários para o 
tratamento; 
TIPOS DE RELACIONAMENTO: 
 Breves e impessoais: Nos serviços de urgência; 
 Duradouros e mais pessoais: Consultas de rotina 
nos cuidados primários ou com um especialista; 
 Estas relações têm efeitos sobre os prognósticos 
a nível psicossocial e da saúde; 
PSICOLOGIA DA INTERAÇÃO MÉDICO PACIENTE: 
 Intensidade emocional em relação ao médico; 
 Diferenças de status: os profissionais de saúde 
são percebido como sendo de um status social 
elevado em relação ao paciente; 
 Influência sobre as atitudes do paciente em 
relação a doença; 
 Expectativas do doente em relação ao médico; 
 Orientação do médico – social ou médica; 
BARREIRAS DE COMUNICAÇÃO: 
 Linguagem médica; 
 Diferença na Língua falada pelo MP; 
 Diferenças socio-culturais (idade, classe social, 
etnia, género, etc; 
 Estado emocional do paciente devido à doença; 
 Limitações cognitivas do paciente. 
COMO VENCER AS BARREIRAS DE COMUICAÇÃO: 
 Ênfase na humanização da Medicina; 
 Formação dos médicos em Humanidades desde 
o início do curso; 
 Focalizar a intervenção médica no doente e não 
na doença. 
RESULTADOS DA RELAÇÃO: 
 Satisfação\Insatisfação do paciente: A qualidade 
da interação MP determina o nível de satisfação 
do paciente. Os pacientes julgam a competência 
do médico com base na sua própria satisfação 
em relação aos cuidados que recebem; 
 Litígio por Erro Médico: Até mesmo 
procedimentos de rotina podem levar a litígio 
quando o médico mostra insensibilidade ao 
desdenhar, ignorar, falar mar com os pacientes 
ou ao serem descuidados na comunicação de 
diagnósticos; 
 Os estudos mostram que os médicos mais 
susceptíveis de serem processados são aqueles 
que se sentem inseguros em relação aos seus 
pacientes ou que são incapazes de admitir as 
suas próprias limitações 
 Resposta ao tratamento: Dar ao paciente o tipo e 
o nível de informação que este deseja reduz 
significativamente a sua ansiedade antes de uma 
cirurgia p.e., sobretudo quando esta é transmitida 
de forma calorosa e pessoal. A redução da 
ansiedade acelera o processo de recuperação. 
MICHAEL BALINT E A RELAÇÃO MÉDICO 
PACIENTE: 
 O fármaco mais usado na prática médica e o 
menos conhecido é o próprio médico; é urgente 
e fundamental estudarmos as propriedades e a 
farmacologia desse remédio. 
RELAÇÃO ENTRE MÉDICOS: 
CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA: 
 Capítulo I- Princípios Fundamentais: XVIII – O 
médico terá, para com os colegas, respeito, 
consideração e solidariedade, sem se eximir de 
denunciar atos que contrariem os postulados 
éticos 
 Capítulo VII- Relação entre Médicos: É vedado 
ao médico: Art. 57. Deixar de denunciar atos que 
contrariem os postulados éticos à comissão de 
ética da instituição em que exerce seu trabalho 
profissional e, se necessário, ao Conselho 
Regional de Medicina. 
PRINCIPAIS CONFLITOS: 
 Direito de internar/médico fora do corpo clinico: 
 Capítulo II - Inciso VI - Direitos do médico 
“Internar e assistir seus pacientes em hospitais 
privados e públicos, filantrópicos ou não, 
mesmo não fazendo parte de seu corpo clínico, 
respeitadas as normas técnicas aprovadas pelo 
CRM da jurisdição”; 
 Uso eventual x uso contínuo (entrada à “força” 
no corpo clínico...); 
 Abuso no pedido x abuso na negativa. 
 Encaminhamento de paciente para procedimento: 
 Assistente x especialista; 
 Especialista se “apropria” do doente; 
 Ex: assistente x fisiatra E assistente x 
radioterapeuta; 
 Assistente sempre deve ser consultado antes; 
 Assistente deve especificar “o que deseja”; 
 É vedado ao médico Art. 52. Desrespeitar a 
prescrição ou o tratamento de paciente, 
determinados por outro médico, mesmo quando 
em função de chefia ou de auditoria, salvo em 
Ética Médica – Amanda Longo Louzada 
2 RELAÇÃO MÉDICO-PACIENTE E COM OUTROS MÉDICOS 
situação de indiscutível benefício para o 
paciente, devendo comunicar imediatamente o 
fato ao médico responsável. 
 É vedado ao médico: Art. 53. Deixar de 
encaminhar o paciente que lhe foi enviado para 
procedimento especializado de volta ao médico 
assistente e, na ocasião, fornecer-lhe as 
devidas informações sobre o ocorrido no 
período em que por ele se responsabilizou. 
 Conflitos na UTI (assistente x intensivista): 
 Responsabilidade do assistente continua 
 Decisão deve ser em conjunto visando o 
paciente 
 Terceira opinião é possível 
 Não havendo tempo hábil para discussão 
intensivista deve agir! 
 Informações desencontradas a familiares. 
 Conflito com a CCIH (assistente x CCIH): 
 Médico da CCIH examina, solicita exames, 
colhe material para cultura; 
 Atuação da CCIH está normatizada em portaria 
do MS; 
 Inexiste dispositivo ético liberando o médico da 
CCIH; 
 Solução: reuniões interdisciplinares ou 
interprofissionais. 
 Conflito com médico auditor/perito: 
 Negativa na liberação de procedimento; 
 Falta de identificação do auditor/perito; 
 Alteração de código pelo auditor/perito; 
 Auditor de outro estado, não inscrito no CRM 
local; 
 Assistente exagera a gravidade do caso; 
 Assistente manipula códigos; 
 Assistente recebe por serviço não realizado 
(autorização para maior porte... realização 
menor porte). 
 Art. 97. Autorizar, vetar, bem como modificar, 
quando na função de auditor ou de perito, 
procedimentos propedêuticos ou terapêuticos 
instituídos, salvo, no último caso, em situações 
de urgência, emergência ou iminente perigo de 
morte do paciente, comunicando, por escrito, o 
fato ao médico assistente 
 Art. 56. Utilizar-se de sua posição hierárquica 
para impedir que seus subordinados atuem 
dentro dos princípios éticos; Ex: 
(Diretores/Chefes determinam normas que 
ferem CEM); 
 Art. 50. Acobertar erro ou conduta antiética de 
médico. 
 Conflito na escala de plantão e sobreaviso: 
 Plantonista exclusivo; ”olho” no ingresso ao 
Corpo Clínico; 
 Médicos do Corpo Clínico fora do plantão...e 
“donos” dos espaços; 
 Sub-corpo clinico: médicos exclusivos da 
emergência e UTI; 
 Médico atuando em nome de outro médico. 
 Concorrência desleal: 
 Médico itinerante; 
 Oftalmologia (associação com ótica); 
 Número de atendimento x preço consulta:É 
vedado ao médico: Art. 72 Estabelecer vínculo 
de qualquer natureza com empresas que 
anunciam ou comercializam planos de 
financiamento ou consórcios para 
procedimentos médicos. 
 Desvio de paciente. 
 Anúncio de especialidade: 
 Propaganda visa direcionar fluxo de 
determinadas doenças ao especialista; 
 Conflito entre médico com RQE x médico sem 
RQE; 
 Formação (curso, estágio, residência) x 
qualificação (registro no CRM); 
 Necessário denúncia para iniciar averiguação. 
DIREITO DE INTERNAR: 
 Capítulo II - Inciso VI - Direitos do médico 
“Internar e assistir seus pacientes em hospitais 
privados e públicos, filantrópicos ou não, mesmo 
não fazendo parte de seu corpo clínico, 
respeitadas as normas técnicas aprovadas pelo 
CRM da jurisdição”; 
 Uso eventual x uso contínuo (entrada à “força” no 
corpo clínico...); 
 Abuso no pedido x abuso na negativa. 
PAPEL DO DIRETOR TÉCNICO: 
 Médico contratado pela instituição para 
assessorar em assuntos técnicos; Principal interlocutor frente ao CRM; 
 Exigência legal – decreto 20.931/32 – art.28; 
 Responsável legal pela instituição; 
 Responde solidariamente por ilícitos; 
 Assegurar o pleno e autônomo funcionamento 
das Comissões de Ética Médica. 
 Responsável pelo exercício ético da medicina na 
instituição; 
 Responsável por assegurar condições dignas de 
trabalho para o médico; 
 Responsável pela substituição do médico faltante 
ao plantão; 
 É vedado ao médico Art. 9º :Deixar de 
comparecer a plantão em horário pré-
estabelecido ou abandoná-lo sem a presença de 
substituto, salvo por justo impedimento. Parágrafo 
único. Na ausência de médico plantonista 
substituto, a direção técnica do estabelecimento 
de saúde deve providenciar a substituição. 
 Art. 19. Deixar de assegurar, quando investido em 
cargo ou função de direção, os direitos dos 
médicos e as demais condições adequadas para 
o desempenho ético-profissional da Medicina. 
 Resolução CFM nº 1.342/91 Art. 6º - Em caso de 
afastamento ou substituição do Diretor Técnico ou 
do Diretor Clínico, aquele que deixa o cargo tem o 
dever de imediatamente comunicar tal fato, por 
escrito, ao Conselho Regional de Medicina. 
Parágrafo único - A substituição do Diretor 
afastado deverá ocorrer de imediato, obrigando-
se o Diretor que assume o cargo, a fazer a devida 
notificação ao Conselho Regional de Medicina. 
 Representante eleito do Corpo Clínico; 
 Elo entre o Corpo Clínico e a Direção 
Técnica/Geral; 
 Responsável pelo conteúdo e cumprimento do 
regimento interno do Corpo Clínico; 
Ética Médica – Amanda Longo Louzada 
3 RELAÇÃO MÉDICO-PACIENTE E COM OUTROS MÉDICOS 
 Responde ao CRM pelo descumprimento do 
regimento do Corpo Clínico; 
 Supervisionar a execução das atividades de 
assistência médica da instituição. 
PAPEL DA COMISSÃO DE ÉTICA MÉDICA: 
 O Conselho Federal de Medicina (CFM) publicou 
no Diário Oficial da União, do dia 10 de 
novembro, a Resolução CFM n.º 2.152/2016, que 
estabelece as normas de organização, 
funcionamento, eleição e competências das 
Comissões de Ética Médica dos estabelecimentos 
de saúde; 
 Todos os estabelecimentos de assistência a 
saúde e outras pessoas jurídicas onde se exerça 
a medicina em todo o território nacional devem 
eleger, entre os membros de seu corpo clínico, 
Comissões de Ética Médica os termos desta 
Resolução. 
 A nova legislação fixa como facultativa a 
constituição de Comissão de Ética Médica nas 
instituições com até 30 médicos, cabendo ao 
diretor clínico, se houver, ou ao diretor técnico, 
encaminhar as demandas éticas ao Conselho 
Regional de Medicina; 
 A instituição que possuir de 31 a 999 médicos 
tem a obrigatoriedade de eleger comissão com 
mínimo de três membros efetivos e igual número 
de suplentes, enquanto as com mais de 1 mil 
terão de contar com pelo menos cinco membros 
efetivos e cinco suplentes. 
 Cabe à Comissão de Ética Médica fiscalizar o 
exercício da atividade médica na instituição a qual 
se encontra vinculada, atentando para que as 
condições de trabalho do médico, bem como sua 
liberdade, iniciativa e qualidade do atendimento 
oferecido aos pacientes estejam de acordo com 
os preceitos éticos e legais que norteiam a 
profissão; 
 instaurar procedimentos preliminares internos 
mediante denúncia formal ou de ofício; 
 colaborar com o Conselho Regional de Medicina 
na tarefa de educar, discutir, divulgar e orientar os 
profissionais sobre temas relativos à ética 
médica; 
 atuar preventivamente, conscientizando o corpo 
clínico da instituição onde funciona quanto às 
normas legais que disciplinam o seu 
comportamento ético; 
 Orientar o paciente da instituição de saúde sobre 
questões referentes à Ética Médica; 
 Atuar de forma efetiva no combate ao exercício 
ilegal da medicina e promover debates sobre 
temas da ética médica, inserindo-os na atividade 
regular do corpo clínico da instituição de saúde; 
 A escolha dos membros das Comissões é feita 
mediante processo eleitoral através de voto direto 
e secreto, dela participando os médicos que 
compõem o corpo clínico do estabelecimento; 
 conforme previsto no regimento interno; 
 Não poderão integrar as Comissões os médicos 
que exercerem cargos de direção técnica, clínica 
ou administrativa da instituição e os que não 
estejam quites com o CRM. 
 Braço do CRM dentro da instituição (função 
fiscalizadora e orientadora); 
 Compete a comunicação ao CRM de indícios de 
infração ética (denúncia ou ação fiscalizadora); 
 Instaurar sindicância (iniciativa própria ou a 
pedido do CRM), instruí-la e confeccionar 
relatório sem emitir juízo; 
 Sindicância produzida pela C.E. será apreciada 
em câmara de sindicância do CRM → 
arquivamento ou PEP; 
 C.E. somente apura fatos; 
 Não forma juízo, não aplica pena, não isenta de 
culpa; 
CONCLUSÃO: 
 O médico deve desenvolver uma atitude 
psicoterápica frente ao paciente, que muitas 
vezes não busca só retornar à saúde física, mas 
também reverter os danos da doença em outras 
esferas de sua vida; 
 Desse modo, destaca-se a importância também 
de incluir a dimensão psicológica na formação do 
estudante de Medicina, para que a sua formação 
enquanto profissional permita o exercício de uma 
medicina mais humanizada e focada no paciente; 
 Outro ponto de crucial importância é uma boa 
relação entre os médicos entre si na prática 
médica.

Continue navegando