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CASO MARBURY VS MADISON

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DISCIPLINA: CONSTITUCIONAL I 
PROFESSORA: ANDREIA VALLANDRO 
ALUNA: THALLYA MARIANA OLIVEIRA SANTOS 
 
 
CASO MARBURY VS MADISON: ANÁLISE DOS ASPECTOS JURÍDICOS, 
POLÍTICOS E HISTÓRICOS 
 
O caso Marbury vs Madison de 1803 estabeleceu a doutrina do judicial review, 
ou seja, a possibilidade de que o poder judiciário controle os atos normativos editados 
pelo poder executivo. 
O estudo do caso Marbury vs Madison revela um cenário de disputa política capaz 
de indicar, na origem do judicial review como instituto jurídico, uma afirmação de poder 
político, em uma jovem Suprema Corte cuja atuação era ainda pouco expressiva nos 
primeiros anos da República dos Estados Unidos da América. 
A doutrina do judicial review estabelece que a Constituição é uma lei suprema que 
está acima de qualquer outra e considerar o conflito de normas para aplicar o direito é 
função do poder judiciário e quando este considera a incompatibilidade de uma lei 
infraconstitucional com a Constituição é seu dever declarar que aquela lei incompatível 
com a Constituição é nula e sem efeito e, portanto, deve aplicar a Constituição no lugar 
daquela lei que viola as normas da lei suprema. Portanto, o caso Marbury v. Madison que 
consagrou essa doutrina está amparado na ideia de supremacia da Constituição, bem como 
na ideia de que cabe ao poder judiciário realizar a análise de compatibilidade das leis e 
dos atos do poder executivo com a Constituição. 
O caso Marbury v. Madison não chegou em grau de recurso na Suprema Corte, 
ele foi, na verdade, uma ação de competência originária, um writ of mandamus que é 
equivalente ao nosso mandado de segurança que foi impetrado diretamente na Suprema 
Corte, o que é importante para nos levar a compreender o raciocínio decisório da Suprema 
Corte. 
A decisão tratou puramente de aspectos processuais e consolidou a doutrina do 
controle de constitucionalidade e houve uma questão política por trás disso. O presidente 
dos Estados Unidos em 1800 era John Adams, um federalista que defendia a ideia de que 
o poder tinha que estar concentrado nas mãos da União, ou seja, o crescimento de um 
governo central e isso foi acontecendo ao longo de todo o século IXX e também no início 
do século XX. Ocorre que John Adams perdeu a eleição para Thomas Jefferson, um anti 
federalista que atuava em defesa dos direitos dos indivíduos contra a União. 
Em síntese, a doutrina do judicial review era uma doutrina federalista e os 
federalistas tinham acabado de perder as eleições em 1800 e, antes disso, na década 
anterior, as dez primeiras emendas da Constituição dos EUA, a chamada carta de direitos, 
foi aprovada por iniciativa dos anti federalistas justamente para consagrar os direitos dos 
indivíduos em face da União. 
Depois da sua saída do poder, John Adams ainda conseguiu nomear o presidente 
da Suprema Corte, John Marshall, por meio de uma reforma no judiciário, bem como 
nomeou Marbury para o cargo de Juiz de Paz, ocorre que não deu tempo de Adams dar 
posse à Marbury. Então Thomas Jefferson assumiu a presidência, nomeou como 
secretário de estado o Madison e negou a posse de Marbury para o cargo. Sendo assim, 
Marbury impetrou um writ of mandamus diretamente na Suprema Corte já que uma lei 
federal recente tinha estabelecido a competência da Suprema Corte para conhecer do 
recurso contra o ato do secretário de estado. 
Do ponto de vista jurídico do caso, ele é puramente processual porque John 
Marshall, presidente da Suprema Corte, nomeado por um federalista, estava julgando uma 
ação proposta por um federalista contra um governo agora anti federalista representado 
por Madison. 
Ao estabelecer essa doutrina, Marshall deu perda de causa para Marbury, o que 
caracterizou uma vitória para os anti federalista e uma derrota para os federalistas. Porém 
a tese federalista do controle difuso de constitucionalidade foi consagrada naquele 
precedente e os federalistas tinham a Suprema Corte do seu lado que podia usar então o 
judicial review como uma maneira de controlar o governo anti federalista do Thomas 
Jefferson. E até hoje, desde o século IXX, o judicial review tem servido para legitimar o 
crescimento dos poderes da União em detrimento dos indivíduos.

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