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Isadora Albuquerque – Medicina 7° periodo • Ligação proteica: com a albumina (70%). Exceção para a cetamina que possui baixa ligação proteica e para o midazolam e propofol que liga-se muito mais. • Quanto mais ligada uma droga estiver à proteína, maior vai ser o tempo de ação, pois quem age no cérebro é a droga que encontra- se livre. • Modelo de anestésico venoso ideal: O anestésico venoso ideal (não existe) teria que ter tais características: Estabilidade e compatibilidade quando em solução; Compatibilidade tissular por extravasamento e ausência de irritação venosa; Baixo potencial de liberação de histamina; Início rápido de ação sem atividade excitatória; Metabolização com metabolitos inativos; Dose sono relacionada a titularidade mínima não cumulativa; Ausência de depressão respiratória e cardiovascular; Diminuição da pressão e metabolismo cerebrais; Rápido retorno da consciência e das funções cognitivas; Ausência de náuseas, vômitos, tontura, cefaleia, reações psicomotoras e “ressaca” no pós operatório. • Modelo tricompartimental: a distribuição do anestésico endovenoso se dá primeiro aos órgãos mais vascularizados (cérebro e rins), depois aos intermediários (tecido muscular) e depois aos poucos vascularizados (gordura). • Transporte bidirecional entre tecido e sangue: o local que estiver mais concentrado transporta o anestésico para o outro lado. Isso acontece a menos que haja metabolização ou excreção as substância. • O mecanismo primário para o término do efeito, ou seja, para o despertar é a redistribuição do fármaco do compartimento central para o plasma (após injeção única) • A única forma de reduzir a concentração total do fármaco do corpo é eliminação. • A maioria dos fármacos venosos são lipossolúveis e possui excreção hepática. Substâncias hidrofílicas são excretadas pelo rim. • Meia vida contexto dependente: o tempo que a droga leva para diminuir sua concentração em 50% depois que a infusão é cessada. Depende do tempo de eliminação do fármaco e do tempo de redistribuição entre os compartimentos. As drogas com meia-vida contexto dependente alta são ruins para infusão contínua Etomidato, propofol e cetamina têm meia- vida mais curta que o tiopental e diazepam • Exemplo: tiopental • Indicações: indução anestésica, eletroconvulsioterapia, tratamento da PIC elevada e proteção contra isquemia cerebral focal. • Após dose única, possui término de ação rápido em função da redistribuição para os outros tecidos e NÃO pela metabolização (via renal e hepática) • Mecanismo: estímulo dos receptores GABAA • Efeitos indesejáveis: depressão dose dependente no SNC, depressão da função miocárdica, depressão da ventilação e vasodilatação intensa, levando à hipotensão. • Em pacientes asmáticos ou com DPOC pode haver broncoespasmo durante a intubação orotraqueal • O estímulo da via aérea pode levar a laringoespasmo e broncoespasmo. • Em pacientes com função miocárdica prejudicada e em hipotensos USAR ETOMIDATO OU QUETAMINA. Isadora Albuquerque – Medicina 7° periodo • Exemplos: midazolam (curta duração), lorazepam (duração intermediária) e diazepam (longa duração) • O midazolam é o único indicado para infusão contínua e prolongada. • Mecanismo: estímulo dos receptores gabaérgicos. • Indicações: pre operatória para redução da ansiedade; indução anestésica por possuir menos efeitos hemodinâmicos do que o propofol e barbitúricos, mas possui um retardo no despertar; prevenção de náuseas e vômitos no pós operatório. Obs.: em todas essas situações, o BDZ preferido é o midazolam. • Os BDZ possuem início rápido de ação devido à alta lipossolubilidade. • O término da ação se dá devido à redistribuição. • O metabolismo ocorre via hepática, por oxidação ou conjugação com o glicuronídeo. Nos idosos, ter cuidado com a depressão respiratória causada (midazolam > diazepam) • Antagonista do Midazolam: flumazenil. • Efeitos indesejáveis: diminui o fluxo sanguíneo, hipotensão por diminuir a RVP, quando combinados com opióides podem provocar apneia, dor e desconforto ao ser injetado (diazepam), irritação nervosa (diazepam), desconforto respiratório (midazolam), agitação e hostilidade (midazolam) • Importante: PEQUENA MUDANÇA NA PIC, DEPRESSÃO MÍNIMA NA VENTILAÇÃO QUANDO ADMINISTRADOS ISOLADAMENTE. • Exemplo: etomidato. • Atua como hipnótico de ação rápida; • Altera minimamente a hemodinâmica; • Mecanismo: nos receptores GABAA; • Indicações: - Pacientes instáveis com hipovolemia, choque hemorrágico, sepse; - Doenças cardíacas congênitas, tamponamento e pericardite constritiva; - Doença reativa de vias aéreas; - Procedimentos dolorosos de curta duração na emergência; - Pacientes pediátricos em procedimentos fora do centro cirúrgico; - Tratamento da dor aguda (analgesia multimodal); - Prevenção da hiperalgesia induzida por opioides; - Tratamento da dor crônica: dor oncológica, neuropática, dor fantasma ou do membro isquêmico, fibrpmialgia, dor visceral e enxaqueca; - Tratamento de indução de escolha na presença de broncoespasmo; • Efeitos indesejáveis: dilatação pupilar e nistagmo, lacrimejamento, salivação, aumento do tônus muscular esquelético, reações psicomiméticas (alucinações, pesadelos, alterações de memória e de cognição), aumento da PIC, aumenta a PA, FC, DC e consumo de O2 pelo miocárdio. Não usar como agente único em pacientes com hipertensão intracraniana; Contraindicada em pcts. com lesão ocular aberta. Contraindicada como agente único em pacientes com doença coronariana isquêmica e aneurismas vasculares; Não usar em pacientes portadores de doenças psiquiátricas. • É o agente mais empregado para indução anestésica; • Apresenta rápidos início de ação e o despertar após injeção única; • Ótima opção para infusão contínua, pela meia vida contexto-dependente ser curta mesmo após infusão prolongada, fazendo o despertar permanecer rápido. • Mecanismo: potencialização dos receptores GABAA. • Indicações: indução anestésica, manutenção anestésica, sedação e antiemética. Isadora Albuquerque – Medicina 7° periodo Obs.: crianças precisam de DOSES MAIORES • Efeitos indesejáveis: - É o agente indutor que mais promove QUEDA DA PA; - Promove intensa vasodilatação (venosa e arterial), levando à redução da pré e pós-carga, além de depressão miocárdica; - Hipotensão profunda, principalmente em idosos com depleção do volume intravascular; - Potente depressão respiratória, promovendo apneia após a dose de indução; • Reduz a PIC • Pilar para o manejo da dor; • Promovem analgesia sem perda da sensação de toque, da propriocepção ou da consciência; • Inibem a transmissão ascendente da informação nociceptiva; • Naturais: morfinas, codeína, papaverina; • Semissintéticos: heroína, diamorfina, buprenorfina; • Sintéticos: fentanil, sufentanil, alfentanil, remifentanil, meperidina, metadona, etc. • Agem como agonistas em receptores pré e pós sinápticos no SNC, principalmente no tronco e na medula espinhal; • A ativação de receptores opioides leva a inibição da liberação pré sináptica de neurotransmissores excitatórios, como acetilcolina e substância P. • Os receptores opioides (mi (μ), kappa (κ) e delta (δ) são ativados por 3 peptídeos endógenos: encefalinas, dinorfinas e endorfinas. • Efeitos clínicos: produzem analgesia, sedação (sem perda da consciência, por isso não podem ser usados como indutores isolados), náuseas, alteração de humor e confusão mental. • A dor nociceptiva responde bem aos opioides, mas a dor neuropática não. • Os efeitos colaterais, assim como o efeito clínico têm varialibilidade individual e podem ser revertidos com NALOXONA. • Efeitosindesejáveis: - Reduz o tônus simpático e aumenta o tônus parassimpático; - Liberam histamina e podem reduzir os níveis pressóricos; - Bradicardia por estímulo de núcleo vagal; - Meperidina, fentanil, alfentanil e remifentanil não liberam histamina, e a hipotensão com esses opioides é menos comum; - Promovem depressão respiratória dose- dependente (naloxona é o tratamento padrão - Reduzem a hiperventilação causada por dor ou ansiedade; - A inibição da tosse tem origem central, principalmente a codeína. Todavia, a injeção rápida durante a indução anestésica pode precipitar a tose; - Podem aumentar o tônus muscular e causar rigidez (especialmente torácica e abdominal quando administração rápida); - Constipação e retardo do esvaziamento gástrico; - Provocam náuseas e vômitos; - Retenção urinária por inibição dos reflexos de micção; - Prurido e alterações cutâneas causadas pela vasodilatação. • Mesmo em altas doses não causam depressão miocárdica ou hipotensão em pacientes normovolêmicos; • Facilitam a IOT por reduzirem a reatividade das vias aéreas e os reflexos respiratórios. • Mecanismos adaptativos: tolerância, dependência, hiperalgesia induzida por opioides (HIO) • Opioide natural que atua como agonista puro, sendo considerado um opioide forte; • Possui baixa solubilidade, tornando o início de ação lento; • Após administração intravenosa sofre rápida redistribuição, mas sua meia vida de eliminação fica em torno das 3 horas; • Propriedades clínicas: - Potente ação sedativa e ansiolítica, podendo provocar euforia e disforia; Isadora Albuquerque – Medicina 7° periodo - Causam depressão ventilatória dose- dependente; - Reduz o reflexo da tosse por efeito no centro medular; - Provoca liberação de histamina com vasodilatação periférica; - Tem poucos efeitos cardiovasculares, embora a redução do tônus simpático e a liberação de histamina possam causar hipotensão; - Possui efeitos do TGI comuns aos opioides (constipação e retardo do esvaziamento gástrico). • É um opioide sintético, agonista puro, com potência 75-100x superior à morfina. • Altamente lipossolúvel, portanto, com rápido início de ação; • Sofre rápida redistribuição para os tecidos inativos (músculo e gordura), com término de efeito rápido; • Um dos oipoides ideais em pacientes com insuficiência renal crônica; • Possui meia-vida de eliminação de 3 a 4 horas após dose única e de até 12 horas com doses repetidas ou em infusão contínua. • Propriedades clínicas: - Não libera histamina; - Mantém estabilidade cardiovascular mesmo com altas doses; - Reduz FC e podem causar hipotensão em neonatos; - Pode causar rigidez torácica e depressão ventilatória devido à alta potência; - Pode desencadear mioclonias sem atividade convulsivante; - Provoca prurido como os outros opioides; - Apresenta efeito antitussígeno. • É um análogo do fentanil, porém 5 a 10x mais potente; • Apresenta pKa baixo e, por isso, apresenta-se 90% não ionizado, o que determina um início de ação mais rápido do que o fentanil; • Alto grau de ligação proteica e menor lipossolubilidade, resultando em volume de distribuição menor do que o fentanil e meia vida mais curta; • Assim como os outros opioides lipossolúveis, o término de ação se dá pela redistribuição para os tecidos, porém, no caso do alfentanil a rápida eliminação também exerce um papel importante; • Propriedades clínicas: - Rápido início e término de ação; - É o opioide ideal para estímulos nociceptivos breves, como laringoscopia ou indução do tipo de sequência rápida; - Possui meia vida de eliminação prolongada em pacientes com falência hepática, idosos e obesos; • É um opioide sintético com potência analgésica 1000x maior do que a morfina e 5 a 10x maior do que o fentanil, sendo o opioide mais potente disponível; • Altamente lipossolúvel, tem rápido início de ação, distribuição tecidual e término de efeitos rápidos e similares aos do fentanil; • Propriedades clínicas: - Analgesia mais prolongada do que o fentanil e menos depressão respiratória em doses equivalentes; - Mantém a estabilidade hemodinâmica mesmo em altas doses, podendo, contudo, causar bradicardia; - É muito usado por via espinhal durante a analgesia do parto. • É um opioide sintético, agonista puro com potência semelhante à do fentanil; • Sua principal característica é a presença de um grupo éster funcional que o torna suscetível à hidrólise por esterases plasmáticas e teciduais não específicas, fazendo seu término de ação ocorrer principalmente por eliminação e não devido à redistribuição como os demais opioides; • Tal propriedade faz o remifentanil NÃO acumular em infusão contínua, com uma meia vida contexto dependente independentemente do tempo de infusão. Isadora Albuquerque – Medicina 7° periodo • Propriedades clínicas: - Ideal para procedimentos longos ou que requerem a combinação de altas doses de opioides e rápido despertar; - Não promove analgesia pós-operatória, sendo necessária administração de outra medicação para este fim após a interrupção da infusão; - Pode desencadear hiperalgesia após a suspensão. Antagonistas do receptor NMDA como cetamina reduzem esse efeito; - É uma alternativa de trabalho de parto pela rápida ação e eliminação, com menor risco de depressão fetal, pois é menos efetivo que técnicas de neuroeixo e apresenta risco de depressão respiratória materna.
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