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Anestésicos Endovenosos

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 São fármacos administrados por via venosa para 
induzir e/ou manter a anestesia geral, bem como 
para promover sedação durante anestesia loco-
regional. 
 Ligação proteica: com exceção da cetamina, que 
possui baixa ligação proteica, as demais ligam-se às 
proteínas e em especial à albumina, em percentual 
superior a 70%. 
 Vale destacar que algumas drogas, como o 
midazolam e o propofol, tem um percentual 
superior a 90%. 
 Quanto maior o número de droga ligada às 
proteínas, maior vai ser o sue tempo de ação, pois 
quem age no cérebro é a droga livre. 
 O anestésico venoso ideal (não existe) teria que ter 
tais características: 
 Estabilidade e compatibilidade quando em 
solução; 
 Compatibilidade tissular por extravasamento e 
ausência de irritação venosa; 
 Baixo potencial de liberação de histamina; 
 Início rápido de ação sem atividade excitatória; 
 Metabolização com metabolitos inativos; 
 Dose sono relacionada a titularidade mínima não 
cumulativa; 
 Ausência de depressão respiratória e 
cardiovascular; 
 Diminuição da pressão e metabolismo cerebrais; 
 Rápido retorno da consciência e das funções 
cognitivas; 
 Ausência de náuseas, vômitos, tontura, cefaleia, 
reações psicomotoras e “ressaca” no pós 
operatório. 
 Assim como nos anestésicos inalatórios, a 
distribuição do anestésico endovenoso se dá 
primeiramente aos órgãos mais vascularizados. 
Após isso, ele vai ser redistribuído aos demais 
órgãos. 
O cérebro e os rins captam rapidamente o fármaco e 
equilibram-se com o plasma em questão de minutos 
devido ao seu alto fluxo sanguíneo e relativo pequeno 
volume tecidual. Em contraste, o tecido muscular leva 
horas para equilibrar-se devido ao alto volume 
tecidual em comparação com seu fluxo sanguíneo. A 
gordura (tecido mais volumoso) apresenta baixa 
perfusão e leva dias para obter o equilíbrio apesar da 
sua alta lipossolubilidade. 
 
 Após chegar à circulação central, o fármaco alcança 
rapidamente os leitos capilares teciduais através do 
fluxo sanguíneo. A partir desse ponto, pode mover-
se livremente e reentrar no espaço intravascular por 
difusão ou transporte ativo. Essa rápida distribuição 
e subsequente redistribuição é seguida pelo 
processo de eliminação do fármaco. 
 O corpo é dividido em compartimentos de acordo 
com o fluxo sanguíneo que cada tecido recebe e 
fornece um esquema matemático que pode ser 
usado para descrever as mudanças de 
concentrações dos fármacos durante o tempo. 
 O compartimento central (V1), também 
chamado de grupo ricamente vascularizado 
(GRV), é composto pelos tecidos que diluem o 
fármaco no primeiro minuto após a injeção 
(volume sanguíneo dos grandes vasos, cérebro, 
coração, rins, fígado e pulmão). 
 O compartimento intermediário é formado 
pelos músculos (V2), e o pobremente 
vascularizado, pela gordura (V3). 
 A não ser que ocorra metabolização ou excreção da 
substância, o transporte entre o tecido e o sangue 
segue em um padrão bidirecional. Se a 
concentração no tecido se tornar maior que a 
plasmática, ocorre movimento da substância em 
direção ao plasma e vice-versa. 
 O mecanismo primário para o término do efeito, ou 
seja, o despertar do paciente após o bólus inicial, é 
a redistribuição do fármaco a partir do 
compartimento central em direção ao plasma 
(término de efeito da injeção única). 
 Com injeções repetidas ou infusão contínua, 
entretanto, a captação tecidual continuará 
ocorrendo sempre que a concentração plasmática 
do fármaco estiver acima da tecidual. Com o 
término da infusão, os tecidos atuam como 
depósito, promovendo a transferência da 
substância para o plasma e retardando o despertar. 
 A única forma de reduzir a concentração total do 
fármaco do corpo é a eliminação. A maioria dos 
anestésicos venosos (lipossolúveis) é eliminada pelo 
metabolismo hepático. Substâncias hidrofílicas são 
excretadas pelo rim. 
 Meia vida contexto dependente: 
 O tempo que a droga leva para diminuir sua 
concentração em 50% depois que a infusão é 
parada. 
 Ela não pode ser prevista apenas pelo tempo de 
eliminação do fármaco, porque depende 
também do tempo de redistribuição entre os 
compartimentos. 
 
 Na figura acima podemos perceber que o 
Etomidato, propofol e cetamina têm meia-vida mais 
curta que tiopental e diazepam, o que os torna mais 
adequados para infusão prolongada. 
 As drogas com meia vida contexto dependente alto, 
são ruins para infusão contínua. 
 O Remifentanil é um opioide que após a pausa da 
sua infusão, ele demora 5 minutos para ser 
metabolizado totalmente. Já o propofol, é um 
hipnótico que demora 20 minutos para ser 
metabolizado totalmente após a pausa da sua 
infusão. Por isso, atualmente, uma dupla utilizada 
constantemente é Remifentanil + propofol. 
Tiopental 
Dose de indução: 3-6 mg/kg 
Início de ação: < 30 segundos 
Duração: 5-10 minutos 
 
 Indicações: indução anestésica, 
eletroconvulsoterapia, tratamento de PIC elevada e 
proteção contra isquemia cerebral focal. 
 É um agente de indução e manutenção anestésica. 
 Era mais utilizado antes da invenção do propofol. 
 Após dose única de tiopental, a recuperação é 
rápida, comparável à do propofol, pois o despertar 
depende da redução da concentração plasmática 
decorrente da redistribuição do fármaco para os 
tecidos inativos. 
 Em doses repetidas ou em infusão contínua, 
entretanto, o despertar fica prolongado em função 
da longa meia-vida contexto-dependente, que 
reflete o lento metabolismo e a longa meia-vida de 
eliminação do fármaco. 
 Seu mecanismo de ação se dá pelo estímulo dos 
receptores GABA-A. 
 Efeitos no SNC: 
 Depressão dose-dependente da atividade 
cerebral. 
 Sem propriedade analgésica. 
 O efeito amnésico é menos pronunciado do que 
aquele produzido por benzodiazepínicos. 
 Provocam potente vasoconstrição cerebral, 
reduzindo o fluxo sanguíneo cerebral (FSC), o 
volume sanguíneo cerebral (VSC) e a pressão 
intracraniana (PIC). 
 Efeitos no SCV: 
 Diminuição do débito cardíaco mediante 
redução do retorno venoso. 
 O aumento compensatório na frequência 
cardíaca (reflexo barorreceptor) limita a 
diminuição da PA, tornando esse efeito 
transitório. 
 Efeitos no Sistema respiratório: 
 Depressão respiratória dose-dependente. 
 São depressores do centro respiratório, 
diminuindo a frequência respiratória e o volume 
corrente. Reduzem a resposta ventilatória à 
hipercapnia e à hipóxia. 
 A supressão do reflexo laríngeo e do reflexo de 
tosse é incompleta com o uso isolado de 
barbitúricos, e o estímulo da via aérea pode levar 
a laringospasmo e broncospasmo. 
 Efeitos indesejáveis: depressão da função 
miocárdica, depressão da ventilação e 
vasodilatação intensa, levando à hipotensão. 
 Em pacientes com função miocárdica prejudicada 
e em hipotensos por qualquer causa, agentes como 
etomidato ou quetamina são preferíveis. 
 Em pacientes asmáticos ou com DPOC submetidos 
à indução com tiopental, pode haver 
broncoespasmo durante a intubação orotraqueal. 
 Injeção acidental intra-arterial: 
 Causa dor intensa e vasoconstrição profunda, 
causando lesão tecidual grave e gangrena. 
 O tratamento consiste em infusão de solução 
salina na artéria, heparinização para prevenção 
de trombose e bloqueio simpático (bloqueio do 
gânglio estrelado ou do plexo braquial) para 
vasodilatação. 
 Não pode ser diluído em ringer lactato, pois seu pH 
11 quando entra em contato com pH baixos, faz 
com que haja uma precipitação de cristais. 
 O seu término de efeito se dá pela redistribuição 
rápida para outros tecidos e não pela sua 
metabolização (via renal e hepática). 
 O paciente perde a consciência em até 30 segundos 
e acorda em 20 minutos. 
 Os benzodiazepínicos (BZDs) são utilizados no 
perioperatório principalmente por seus efeitos 
ansiolíticos, amnésicos e anticonvulsivantes 
(aumentao limiar convulsivante). 
 Possuem duração variada: 
 Duração de efeito curta: midazolam 
 Duração de efeito intermediário: lorazepam 
 Duração de efeito longa: Diazepam 
 O midazolam é o único indicado para fazer infusão 
contínua e prolongada. 
 Seu efeito é função direta do nível plasmática do 
benzodiazepínico, ou seja, efeito x taxa de ocupação 
do receptor benzodiazepínico. 
 20%: efeito ansiolítico 
 30%-50%: sedação 
 60%: inconsciência 
 Seu mecanismo de ação é o estímulo dos 
receptores gabaérgicos. 
 Indicações: 
 Pré operatória: 
 São os fármacos mais comumente utilizados 
como pré-medicação (redução da ansiólise e 
amnésia anterógrada). 
 O midazolam (0,02-0,04 mg/kg, IV/IM) é o 
mais usado, pois apresenta início rápido, 
amnésia mais intensa e menor sedação 
residual. 
 O midazolam via oral é a opção mais 
adequada para sedação pré-anestésica em 
crianças (0,4-0,8 mg/kg) 30 minutos antes da 
indução. 
 Indução anestésica: 
 O midazolam é o BZD de escolha para a 
indução. O início da anestesia ocorre em 30-
60 segundos. 
 Devem-se reduzir as doses em pacientes 
idosos. 
 Apresenta menores efeitos hemodinâmicos 
na indução quando comparado ao propofol 
ou aos barbitúricos, porém o retardo no 
despertar é uma grande desvantagem 
 Prevenção de náuseas e vômitos: 
 Numerosos estudos têm destacado o papel 
dos BZDs, especificamente do midazolam, na 
prevenção de náuseas e vômitos pós-
operatórios na dose de 0,04-0,075 mg/kg. 
 Os BZDs têm rápido início de ação devido à alta 
lipossolubilidade. A redistribuição é responsável 
pelo término de sua atividade. O metabolismo 
ocorre via hepática, por oxidação ou conjugação 
com glicuronídeo. 
 Principalmente nos idosos, temos que ter cuidado 
com a depressão respiratória causada. (Midazolam 
> Diazepam) 
 Flumazenil: antagonista do midazolam. Possui vida 
plasmática de 1 hora. 
 Efeitos no SNC: 
 Diminuem o fluxo sanguíneo cerebral em menor 
extensão do que os barbitúricos e propofol. 
 Causam pequena ou nenhuma mudança na PIC. 
 Efeitos no SCV: 
 Causam hipotensão leve devido à redução da 
resistência vascular periférica. 
 Efeitos no sistema respiratório: 
 Provocam depressão mínima na ventilação 
quando administrados isoladamente. 
 Em doses de indução ou quando combinados 
com opioides, podem produzir apneia. 
Diazepam 
Inicio de ação 30-60 segundos. 
Indução anestésica: 0,3-0,5 mg/kg EV 
Sedação: 1-2 mg EV 
 
 Causa dor e desconforto quando injetado e 
também causa irritação nervosa. Pode ser feito 
lidocaína 10 mg antes ou diluir no próprio sangue do 
paciente, pois sua diluição em ringer, soro 
fisiológico, soro glicosado ou em ABD, forma 
precipitados. 
 É metabolizado no fígado. 
Midazolam 
 Pode ser diluído em SF ou ringer lactato. 
 Complicações: depressão respiratória, hipotensão 
arterial, hipersensibilidade, soluços, tosse, náuseas 
e vômitos, fenômeno paradoxal (agitação, 
hostilidade). 
Dose de indução: 0,2-0,3 mg/Kg 
Duração de ação: 3-8 minutos 
 
 É um composto imidazólico que atua como 
hipnótico de ação rápida. 
 Altera minimamente a hemodinâmica, sendo uma 
droga ótima para pacientes com doença 
cardiovascular, e não provoca depressão 
respiratória. 
 O mecanismo de ação se dá nos receptores GABA-
A. 
 Indicações: 
 Indução da anestesia: pacientes com doença 
cardiovascular, doença reativa das vias aéreas, 
hipertensão intracraniana ou qualquer 
combinação de distúrbios que indicam a 
necessidade de um agente indutor que 
mantenha a estabilidade cardiovascular. 
 Efeitos no SNC: 
 Tem efeito vasoconstritor cerebral, diminuindo a 
PIC. 
 Efeitos no SCV: 
 Causa mínima depressão cardiovascular mesmo 
em pacientes com doença cardíaca ou pulmonar, 
sendo útil em pacientes com doença valvular ou 
isquêmica do coração submetidos a 
procedimentos cirúrgicos não cardíacos. 
 Efeitos no sistema respiratório: 
 Produz menor depressão ventilatória do que os 
outros anestésicos utilizados para indução e não 
induz liberação de histamina. 
 Não tem eficácia analgésica e deve ser 
combinado com um opioide para evitar ativação 
simpática durante laringoscopia e intubação. 
 Efeitos no sistema endocrinológico: 
 Promove inibição reversível e dose 
dependente da enzima 11β-
hidroxilase, que resulta na diminuição da 
biossíntese de cortisol. 
 Efeitos adversos: náuseas e vômitos, sensação local 
de queimação no momento da infusão, mioclonia e 
insuficiência suprarrenal quando administrado em 
infusão contínua nos pacientes em terapia 
intensiva. 
 É uma medicação que produz depressão do SNC 
dose-dependente, com profunda analgesia e 
amnésia, embora o paciente possa permanecer 
consciente e manter reflexos de via aérea. 
 A ação mais importante da cetamina é a inibição da 
ativação do receptor NMDA pelo glutamato, que 
leva à inibição da atividade excitatória no sistema 
límbico e no córtex, resultando em inconsciência. 
 Como a cetamina tem um peso molecular baixo, um 
pKa próximo do pH fisiológico e relativamente 
elevada lipossolubilidade, ela atravessa a barreira 
hematencefálica rapidamente e tem um início de 
ação em 30 a 60 segundos de administração, sendo 
o efeito máximo em aproximadamente 1 minuto. 
 Indicações: 
 Indução e manutenção anestésica: 
▪ Pacientes instáveis com hipovolemia, choque 
hemorrágico, sepse (benefício dos efeitos 
estimulantes cardiovasculares). 
▪ Doenças cardíacas congênitas, 
tamponamento e pericardite constritiva. 
▪ Doença reativa de vias aéreas. 
 Sedação: 
▪ Uso como pré-medicação em associação com 
BZD e um antissialogogo 
▪ Procedimentos dolorosos de curta duração 
na emergência 
▪ Sedação de pacientes pediátricos submetidos 
a procedimentos fora do centro cirúrgico 
 Tratamento da dor aguda (analgesia 
multimodal): 
▪ Doses subanestésicas podem ser usadas para 
produzir analgesia (inibição da 
hipersensibilização nociceptiva central e 
atenuação da tolerância aguda após a 
administração de opioides). 
▪ Prevenção da hiperalgesia induzida por 
opioides – Efeito poupador de opioide com 
baixa dose (75-200 µg/kg) quando 
administrada como adjuvante na anestesia. 
 Tratamento da dor crônica: 
▪ Útil em casos de dor oncológica, neuropática 
periférica e central, dor fantasma ou do 
membro isquêmico, fibromialgia, síndrome 
complexa regional, dor visceral e enxaqueca. 
 Efeitos gerais: dilatação pupilar e nistagmo, bem 
como lacrimejamento, salivação e aumento do 
tônus muscular esquelético. 
 Efeitos no SNC: 
 Apresenta alta incidência de reações 
psicomiméticas (alucinações, pesadelos, 
alteração de memória de curto prazo e de 
cognição) durante o período de recuperação 
inicial. 
 Promove o aumento da PIC. 
 Efeitos no SCV: 
 Causa liberação sistêmica de catecolaminas, 
inibição do nervo vago e da recaptação de 
noradrenalina em nervos periféricos e tecidos 
não neuronais, como o miocárdio, além de 
liberação de norepinefrina dos gânglios 
simpáticos. 
 Assim, aumenta a PA, a frequência cardíaca (FC), 
o DC e o consumo de oxigênio pelo miocárdio. 
 Efeitos no sistema respiratório: 
 Não produz depressão respiratória significativa. 
Porém, apneia pode surgir com o uso de grandes 
doses ou de outros anestésicos concomitantes. 
 Exerce atividade broncodilatadora. É o agente de 
escolha para indução intravenosa na presença 
de broncospasmo. 
 Efeitos adversos: 
 Promove aumento da PIC, devendo, assim, ser 
evitada como agente único para indução 
anestésica de pacientes com hipertensão 
intracraniana. 
 Promove aumento da pressão intraocular, 
estando contraindicada em pacientes com lesão 
ocular aberta. 
 Está contraindicada como agente único em 
pacientes com doença coronariana isquêmica e 
aneurismas vasculares devido aos seus efeitos 
simpatomiméticos. 
 Não deve ser usada em pacientes portadoresde 
doenças psiquiátricas, como esquizofrenia, 
devido aos efeitos psicomiméticos. 
 É o agente mais empregado para indução 
anestésica, sendo insolúvel em água. 
 Devido ao risco de crescimento bacteriano, a 
técnica estéril de uso é fundamental, assim como a 
utilização com no máximo 6 horas após a abertura 
do frasco. 
 As formulações com glicerol associam-se à dor 
durante a injeção. 
 Apresenta rápido início de ação. O despertar após 
injeção única também é rápido (2-8 minutos). 
 O rápido metabolismo (clearance plasmático 
eficiente), em conjunto com a sua lenta 
redistribuição dos compartimentos pouco 
perfundidos de volta ao compartimento central, faz 
do propofol uma ótima opção para a manutenção 
intravenosa contínua. 
A meia-vida contexto-dependente do propofol é curta 
mesmo após a infusão prolongada, fazendo o 
despertar permanecer rápido. 
 Sua ação se dá por meio da potencialização dos 
receptores GABA-A. 
 A dor à injeção é uma queixa comum e pode ser 
atenuada com administração prévia de um opioide 
ou coadministração de 50 a 100 mg de lidocaína IV. 
 Indicações: 
 Indução anestésica: 
▪ Doses de 1-2,5 mg/kg, IV, são utilizadas para 
a indução da anestesia geral. 
▪ O aumento de idade, a redução da reserva 
cardiovascular ou a pré-medicação com BZDs 
ou opioides reduzem a dose necessária. 
▪ Crianças precisam de doses maiores (2,5-3,5 
mg/kg, IV). 
 Manutenção anestésica: 100-200 µg/kg/min 
 Sedação: 25-75 µg/kg/min 
 Antiemético: 10-20 mg, IV, ou 10 µg/kg/min em 
infusão contínua 
 Efeitos no SNC: 
 Age como hipnótico e não apresenta 
propriedades analgésicas. 
 Reduz a PIC. 
 Efeitos no SCV: 
 O propofol é o agente que induz maior queda da 
PA dentre os agentes indutores, e promove 
intensa vasodilatação, tanto venosa como 
arterial, levando à redução da pré e pós-carga, 
além de depressão miocárdica. 
 Pode levar à hipotensão profunda, 
principalmente em idosos com depleção do 
volume intravascular. 
 Efeitos no sistema respiratório: 
 É um depressor respiratório potente, 
promovendo apneia após a dose de indução. 
 
 Os opioides desempenham um papel fundamental 
na prática médica e seguem sendo o pilar 
fundamental do manejo da dor. 
 Produzem analgesia sem perda da sensação de 
toque, da propriocepção ou da consciência. 
 São fármacos que inibem diretamente a 
transmissão ascendente da informação 
nociceptiva e ativam circuitos de controle de dor 
descendentes que atuam em nível medular. 
 São classificados em: 
 Naturais: morfina, codeína, papaverina; 
 Semissintéticos: heroína, diamorfina, 
buprenorfina. São produzidos pela modificação 
da molécula de morfina; 
 Sintéticos: fentanil, sufentanil, alfentanil, 
remifentanil, meperidina, metadona, entre 
outros. São manufaturados por síntese em vez 
de modificação química da morfina. 
 É possível também classificar os opioides como 
agonistas, agonistas-antagonistas e antagonistas 
de acordo com o tipo de interação com o receptor. 
 Tanto os agonistas como os antagonistas ligam-se 
no receptor, mas somente os agonistas são capazes 
de promover ativação. 
 Após a administração, os opioides dissociam-se em 
fração ionizada e não ionizada em uma proporção 
que depende do pH do meio e do pKa do opioide. 
 A fração não ionizada é mais difusível que a 
ionizada. A elevada lipossolubilidade dos opioides 
facilita a sua passagem para o sítio efetor e, assim, 
quanto maior a lipossolubilidade do fármaco, mais 
rápido o início de ação. 
 Os opioides são agentes versáteis e podem ser 
administrados por diversas vias, como intravenosa 
(IV), intramuscular (IM), subcutânea (SC), 
transdérmica e neuroaxial. 
 Meia vida contexto-dependente: o tempo 
necessário para que a concentração plasmática do 
fármaco caia em 50% após o término da infusão 
contínua. 
 Constante (Ke0): É uma constante de velocidade de 
equilíbrio e corresponde a velocidade na qual um 
fármaco deixa o compartimento central e entra no 
compartimento de ação (biofase). Quanto maior o 
Ke0, maior a velocidade de entrada de um fármaco 
no compartimento de ação. 
 Agem como agonistas em receptores pré e pós-
sinápticos no sistema nervoso central (SNC), 
principalmente no tronco (substância cinzenta 
periaquedutal) e na medula espinal (substância 
gelatinosa). 
 A ativação dos receptores opioides leva à inibição 
da liberação pré-sináptica de neurotransmissores 
excitatórios, como a acetilcolina e a substância P, e 
da resposta pós-sináptica a esses 
neurotransmissores. 
 Os receptores opioides são ativados por três 
peptídeos endógenos, conhecidos como 
encefalinas, endorfinas e dinorfinas. Os opioides 
simulam a ação desses ligantes endógenos e 
resultam em ativação da via moduladora da dor 
(sistema antinociceptivo). 
 Diferentemente dos anestésicos locais, os opioides 
não alteram a responsividade das terminações 
nervosas ao estímulo nem promovem bloqueio da 
condução dos impulsos ao longo dos nervos 
periféricos. A afinidade da maioria dos agonistas 
opioides com o receptor correlaciona-se com sua 
potência analgésica. 
 Os receptores opioides podem ser divididos em três 
famílias principais, chamadas de mi (μ), kappa (κ) e 
delta (δ). 
Receptores μ 
o São os principais responsáveis pela analgesia 
supraespinal e espinal. 
o A ativação da subpopulação μ1 é responsável 
pela analgesia, enquanto os subtipos μ 2 são 
responsáveis pela hipoventilação, bradicardia e 
dependência física. 
o A depressão respiratória, de ocorrência muito 
comum com receptores μ, é de menor 
intensidade com os receptores κ, embora a 
euforia seja mais frequente. 
Receptores κ 
o A ativação dos receptores κ resulta em inibição 
da liberação de neurotransmissores via canal de 
cálcio tipo N. 
o Os receptores κ também promovem analgesia, 
porém menos efetiva para o tratamento da dor 
intensa do que a promovida pelos receptores μ. 
 
 
 
 
 Em humanos, os opioides produzem analgesia, 
sedação, náuseas, alteração de humor e confusão 
mental. 
 Apesar de causarem sedação, não promovem 
perda de consciência e não podem ser usados 
isoladamente como indutores. 
 Para a adequada prescrição dos opioides, é 
importante diferenciar a dor nociceptiva 
(transmitida por vias de dor intactas) da dor 
neuropática (lesão das estruturas neurais que 
transmitem a dor). 
 A dor nociceptiva responde bem aos opioides, mas 
a dor neuropática, além de não ter boa resposta, só 
responde a altas doses. 
 Os agonistas μ são mais efetivos no tratamento 
das sensações transmitidas pelas fibras lentas do 
tipo C não mielinizadas (dor visceral) e menos 
efetivos no tratamento do estímulo transmitido 
pelas fibras rápidas A-δ (dor somática). 
Os efeitos colaterais, assim como o efeito clínico dos 
opioides, têm variabilidade interindividual e podem 
ser revertidos com a naloxona. 
 Sistema cardiovascular 
 A maioria dos opioides reduz o tônus simpático 
e aumenta o tônus parassimpático; 
 De forma geral, mesmo em altas doses não 
causam depressão miocárdica ou hipotensão 
em pacientes normovolêmicos. 
 Os opioides que liberam histamina podem 
reduzir os níveis pressóricos; 
 A combinação de opioides com outros 
anestésicos pode promover depressão 
cardiovascular; 
 Pacientes que estão depletados ou que 
dependem de alto tônus simpático para manter 
a função cardiovascular estão predispostos à 
hipotensão com o uso de opioides; 
 Ocorre bradicardia por estímulo de núcleo vagal 
central; 
 Não têm efeito significativo na circulação e no 
metabolismo coronariano. 
 Liberação de histamina 
 A incidência e a gravidade da liberação de 
histamina e a hipotensão associada são 
variáveis; 
 A histamina causa dilatação das arteríolas 
terminais e efeitos cardíacos diretos; 
 A hipotensão pode ser minimizada por injeção 
lenta e otimização do volume intravascular; 
 A pré-medicaçãocom antagonistas dos 
receptores H1 e H2, embora não impeça a 
liberação de histamina, consegue prevenir a 
queda da pressão e da resistência vascular 
sistêmica; 
 Meperidina, fentanil, alfentanil e remifentanil 
não liberam histamina, e a hipotensão com esses 
opioides é menos comum. 
 Ventilação 
 Promovem depressão dose-dependente da 
ventilação por efeito direto nos centros 
respiratórios do tronco encefálico; 
 São efetivos em reduzir a hiperventilação 
causada por dor ou ansiedade via redução da dor 
e do drive ventilatório central; 
 Altas doses de opioides resultam em apneia, mas 
o paciente permanece consciente e capaz de 
iniciar a ventilação se for estimulado; 
 A naloxona é o tratamento-padrão para a 
depressão respiratória. 
Fatores que aumentam o risco de depressão 
respiratória 
Altas doses, sono, idade avançada, uso de depressores 
do sistema nervoso central (álcool, barbitúricos, 
benzodiazepínicos), insuficiência renal, acidose 
respiratória, clearance hepático reduzido. 
 Sistema nervoso central 
 Em geral, reduzem de forma modesta o 
consumo de oxigênio, o fluxo sanguíneo cerebral 
e a pressão intracraniana (PIC); 
 Não são capazes de produzir irresponsividade e 
amnésia mesmo das altas doses. 
 Efeito antitussígeno 
 A inibição da tosse é uma ação bem conhecida 
dos opioides e tem origem central, 
principalmente com a codeína; 
 A injeção rápida de opioides durante a indução 
anestésica pode precipitar a tosse; 
 Reduzem a reatividade da via aérea superior e os 
reflexos respiratórios inferiores, facilitando a 
intubação orotraqueal. 
 Rigidez muscular 
 Podem aumentar o tônus muscular e causar 
rigidez; 
 A rigidez da musculatura esquelética, 
especialmente torácica e abdominal, é comum 
quando grandes doses intravenosas são 
administradas rapidamente; 
 O tratamento pode ser realizado com a 
administração de bloqueadores 
neuromusculares (BNMs) ou antagonistas 
opioides. 
 Trato biliar 
 Ocorre aumento do tônus da musculatura lisa da 
vesícula biliar e do esfincter de Oddi (espasmo 
biliar) de forma dose-dependente; 
 Trato gastrointestinal 
 Ocorrem constipação e retardo no 
esvaziamento gástrico; 
 A metilnaltrexona, derivada da naloxona, que 
não cruza a barreira hematencefálica, consegue 
reduzir ou prevenir a constipação sem reverter a 
analgesia. 
 Náuseas e vômitos 
 Promovem estimulação direta (dopaminérgica) 
da zona-gatilho quimiorreceptora no assoalho 
do quarto ventrículo, causando náuseas e 
vômitos; 
 Quando comparados em doses equipotentes, 
fentanil, sufentanil e alfentanil apresentam 
menor incidência de náuseas e vômitos pós-
operatórios do que a morfina. 
 Trato geniturinário 
 Promovem inibição dos reflexos de micção 
resultando em retenção urinária, especialmente 
quando administrados na via espinal. 
 Prurido 
 A liberação de histamina não é responsável pelo 
prurido dos opioides; 
 As alterações cutâneas como eritema de face, 
pescoço e tórax superior ocorrem por 
vasodilatação. 
 Curtos períodos de administração de opioides 
resultam em analgesia e efeitos colaterais, 
enquanto a tolerância e a dependência ocorrem 
após longos períodos de exposição. 
Tolerância 
 É definida como a necessidade de doses maiores 
para a produção do mesmo efeito farmacológico 
por dessensibilizarão da via nociceptiva. 
 Clinicamente, apresenta-se como redução da 
potência da medicação, que melhora com o 
aumento da dose ou com a troca por outro 
opioide. 
Dependência 
 A dependência física é uma adaptação do corpo à 
presença do opioide em um período de algumas 
semanas. 
 Se o opioide for interrompido abruptamente, 
sintomas de abstinência podem ocorrer. 
 A dependência não se desenvolve com os 
antagonistas e é menos comum com agonistas-
antagonistas. 
 Os sintomas de abstinência incluem diaforese e 
lacrimejamento, cólicas abdominais, náuseas, 
vômitos e diarreia. 
 A dependência psicológica é caracterizada por 
comportamento compulsivo da busca da substância 
para propósitos não médicos. 
Hiperalgesia induzida por opioides (HIO) 
 Corresponde ao aumento da sensibilidade à dor 
causada por exposição ao opioide. 
 Em contraste com a tolerância, a hiperalgesia indica 
uma resposta aumentada a um estímulo 
normalmente não doloroso. 
 Três mecanismos têm sido propostos para explicar 
a HIO: ativação NMDA, aumento da liberação de 
neuropeptídeos excitatórios e facilitação das vias 
nociceptivas. 
 Pode ocorrer tanto com o uso crônico quanto com 
o uso agudo. 
 A HIO deve ser considerada quando o aumento 
repetido da dose falha em promover efeito 
analgésico, provoca exacerbação da dor ou diminui 
o efeito do opioide de forma inexplicável. 
Morfina 
 É um opioide natural que atua como agonista puro, 
sendo considerado um opioide forte. 
 Sua baixa lipossolubilidade limita sua 
movimentação transmembrana, tornando seu 
início de ação lento (10 minutos após injeção IV). 
 Após administração intravenosa, sofre rápida 
redistribuição, cerca de 1,5 a 4 minutos, porém sua 
meia-vida de eliminação fica em torno de 3 horas. 
 Propriedades clínicas: 
 É um analgésico potente com ação sedativa e 
ansiolítica, podendo provocar euforia e disforia; 
 Causa depressão ventilatória dose-dependente 
pela redução da responsividade do centro 
respiratório ao CO2; 
 Reduz o reflexo de tosse por efeito no centro 
medular da tosse; 
 Provoca liberação de histamina com 
vasodilatação periférica, por mecanismo 
provavelmente diferente dos receptores µ; 
 Tem mínimos efeitos cardiovasculares, embora a 
redução do tônus simpático e a liberação de 
histamina possam causar hipotensão, 
especialmente em pacientes criticamente 
doentes; 
 Possui efeitos no sistema gastrintestinal comuns 
a outros opioides. 
Via Dose Inidicações/particularidasdes 
IV • Bolus: 0,05-0,2 mg/kg 
• Infusão contínua: 0,01-0,03 mg/kg/h 
• PCA (analgesia contorlada pelo paciente): 
0,5-2 mg, em intervalos de 6-10 min 
• Dor aguda; 
• PCA; 
• Sedação/analgesia contínua. 
SC • 0,05-0,2 mg/kg • Início de ação mais lento e efeito mais prolongado 
que por via IV 
Neuroaxial • Espinal: 0,1-0,3 mg 
• Peridural: 1-5 mg, dose única, podendo ser 
repetida a cada 18-24 h, via cateter peridural 
• Analgesia pós-operatória 
• Efeito prolongado (18-22 h) e início de ação lento 
(30-60 min) 
• Risco de depressão respiratória tardia (12 h após) 
VO • 15-60 mg, a cada 4-6 h 
• No caso de cápsulas de liberação prolongada, 
intervalo de 12-24 h 
• Forma de uso preferencial na dor crônica 
• Biodisponibilidade oral entre 10-45% 
• 30 mg VO equivale a 10 mg parenteral 
Fentanil 
 É um opioide sintético, agonista puro, com potência 
75-100 vezes superior à da morfina. 
 É um dos opioides mais utilizados na prática 
anestésica. 
 É altamente lipossolúvel, portanto, com rápido 
início de ação (cerca de 30 segundos), atingindo 
equilíbrio entre plasma e sítio efetor 
aproximadamente em 6 minutos. 
 Sofre rápida redistribuição para tecidos inativos 
(músculo e gordura), com término de efeito rápido; 
contudo, com doses repetidas ou em infusão 
contínua, ocorre saturação dos tecidos e 
prolongamento progressivo do tempo de ação. 
 É um dos opioides ideais em pacientes com 
insuficiência renal crônica. 
 Possui meia-vida de eliminação de 3 a 4 horas após 
dose única e de até 12 horas com doses repetidas 
ou em infusão contínua. 
 Propriedades clínicas: 
 Não causa liberação de histamina; 
 Mantém a estabilidade cardiovascular mesmo 
em altas doses, embora possa causar 
instabilidade hemodinâmica quando associado a 
outros fármacos depressores, como 
benzodiazepínicos; 
 Reduz a frequência cardíaca e pode causar 
hipotensão em pacientes cujo débito cardíaco 
depende dela, como, por exemplo, em 
neonatos; 
 Tem potencial para causar rigidez torácica e risco 
de depressão ventilatóriadevido à alta potência; 
 Pode desencadear mioclonias sem atividade 
convulsivante na indução; 
 Tem intensidade de prurido equivalente a de 
outros opioides; 
 Apresenta efeito antitussígeno. 
Via Dose Particularidades 
IV • Indução anestésica: 2-6 µg/kg 
• Manutenção anestésica: bólus repetidos de 25-50 
µg, a cada 15-30 min, ou infusão de 0,5-5 µg/kg/h 
• Pequenos procedimentos: 1-3 µg/kg 
• Pré-medicação: 25-50 µg 
• Anestesia baseada em altas doses de opioide: 5-
75 µg/kg, seguidos de infusão de 0,1-1 µg/kg/min 
• Deve ser administrado 3-5 min antes da 
laringoscopia, devido a seu Ke0 
• Pode ser usado em PCA 
Neuroeixo • Peridural em dose única: 50-100 µg 
• Espinal: 5-25 µg 
• Efeito possivelmente sistêmico 
• A diluição em 10 mL de soro fisiológico 
para a injeção peridural prolonga o efeito 
• Rápido início de ação (5-10 min) e duração 
curta (2-4 h) 
Alfentanil 
 É um análogo do fentanil, porém 5 a 10 vezes 
menos potente. 
 Apresenta pKa baixo (6,5) e, assim, apresenta-se 
90% não ionizado em pH fisiológico, o que 
determina um início de ação mais rápido que o do 
fentanil. 
 Apresenta alto grau de ligação proteica e menor 
lipossolubilidade, resultando em volume de 
distribuição menor do que o fentanil e meia-vida de 
eliminação mais curta. 
 Assim como os demais opioides lipossolúveis, o 
término de ação se dá pela redistribuição para os 
tecidos, porém, no caso do alfentanil, a rápida 
eliminação também exerce um importante papel. 
 Propriedades clínicas: 
 Apresenta rápido início e término de ação. É o 
opioide ideal para estímulos nociceptivos 
breves, como laringoscopia ou indução do tipo 
sequência rápida; 
 Tem grande variação interpessoal no clearance; 
 Possui meia-vida de eliminação prolongada em 
pacientes com falência hepática, idosos e 
obesos. Não se altera na insuficiência renal; 
 Pode ser usado via peridural, com efeito 
predominantemente sistêmico e 
aparentemente sem benefício de analgesia 
sobre a administração IV. 
Indicação Dose 
Pequenos 
procedimentos 
Muito rápidos ou sedação: 8-20 
μg/kg (doses suplementares de 3-5 
μg/kg a cada 5-20 min, ou infusão 
contínua de 0,5-1 μg/kg/min) 
Outros procedimentos: 5-15 
µg/kg, a cada 5-20 min 
Procedimentos 
maiores 
50-75 μg/kg (doses suplementares 
de 5-15 μg/kg a cada 5-20 min, ou 
infusão contínua de 0,5-3 
μg/kg/min) 
 
Sulfentanil 
 É um opioide sintético com potência analgésica de 
1.000 vezes a da morfina e de 5 a 10 vezes a do 
fentanil, sendo o opioide mais potente disponível. 
 Altamente lipossolúvel, passa rapidamente a 
barreira hematencefálica, tendo início de ação, 
distribuição tecidual e término do efeito rápidos e 
similares aos do fentanil. 
 Propriedades clínicas: 
 Apresenta perfil farmacológico similar ao do 
fentanil, com analgesia mais prolongada e 
menos depressão respiratória em doses 
equivalentes; 
 Mantém a estabilidade hemodinâmica mesmo 
em altas doses, podendo, contudo, causar 
bradicardia; 
 É muito utilizado por via espinal durante a 
analgesia de parto. 
Via Dose 
IV Indução: 0,3-1 µg /kg 
Manutenção: bólus de 0,1-0,25 µg/kg, 
conforme necessidade, ou infusão 
contínua de 0,5-1,5 µg/kg/h 
Peridural 10-50 µg 
Espinal 2-10 µg 
 
Remifentanil 
 É um opioide sintético, agonista puro com potência 
semelhante à do fentanil. 
 Sua principal característica é a presença de um 
grupo éster funcional que o torna suscetível à 
hidrólise por esterases plasmáticas e teciduais não 
específicas, fazendo seu término de ação ocorrer 
principalmente por eliminação (10-20 minutos), e 
não devido à redistribuição como os demais 
opioides. 
 Tal propriedade faz o remifentanil não acumular em 
infusão contínua, com uma meia-vida contexto-
dependente de cerca de 4 minutos, 
independentemente do tempo de infusão. 
 Propriedades clínicas: 
 É ideal para procedimentos longos ou que 
requerem a combinação de altas doses de 
opioides e rápido despertar; 
 Apresenta fácil titulação no transoperatório 
(rápido equilíbrio plasma-cérebro); 
 Não promove analgesia pós-operatória, sendo 
necessária administração de outra medicação 
para esse fim após a interrupção da infusão; 
 Pode desencadear hiperalgesia após suspensão. 
Antagonistas do receptor NMDA como cetamina 
(mesmo em baixas doses) reduzem esse efeito, 
sugerindo mecanismo relacionado à alteração 
desses receptores; 
 É uma alternativa para analgesia de trabalho de 
parto (infusão contínua ou PCA) pela rápida ação 
e eliminação, com menor risco de depressão 
fetal, porém é menos efetivo que técnicas de 
neuroeixo e apresenta risco de depressão 
respiratória materna. 
 
Indicação Dose 
Indução 1 µg/kg em 60-90 s ou 0,5-1 
µg/kg/min em 10 minutos antes do 
agente hipnótico 
Manutenção 0,05-2 µg/kg/min 
Sedação 0,05-0,1 µg/kg min 
Trabalho de 
parto 
Infusão: 0,05-0,1 µg/kg/min 
ou 
PCA: 0,4 µg/kg com bloqueio de 1-5 
min ou infusão contínua de 0,05 
µg/kg/min + bólus de 25 µg com 
bloqueio de 5 minutos

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