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P á g i n a | 1 AO JUÍZO DA ___ VARA CÍVEL DO FORO DA COMARCA DA CAPITAL TEÓFILO ..., brasileiro, estado civil ..., profissão ..., portador da Cédula de Identidade RG n.º ... e inscrito no Cadastro das Pessoas Físicas (CPF) sob o n.º ..., usuário do endereço eletrônico: e-mail desconhecido, residente e domiciliado à Av./Rua ..., número ..., bairro ..., município/UF ..., vem, respeitosamente, por intermédio de seu advogado abaixo assinado (procuração em anexo), com endereço profissional sito à Rua/Av. ..., à presença de Vossa Excelência, pelo procedimento especial, com fundamento nos artigos 67 e seguintes da Lei n.º 8.245/91 – Lei do Inquilinato, propor a presente AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO DE ALUGUÉIS E ACESSÓRIOS DA LOCAÇÃO em desfavor de: ANTÔNIO ..., brasileiro, estado civil ..., profissão ..., portador da Cédula de Identidade RG n.º ... e inscrito no Cadastro das Pessoas Físicas (CPF) sob o n.º ..., usuário do endereço eletrônico: e-mail desconhecido, residente e domiciliado à Av./Rua ..., número ..., bairro ..., município/UF; JOANA ..., brasileira, estado civil ..., profissão ..., portadora da Cédula de Identidade RG n.º ... e inscrita no Cadastro das Pessoas Físicas (CPF) sob o n.º ..., usuária do endereço eletrônico: e- mail desconhecido, residente e domiciliada à Av./Rua ..., número ..., bairro ..., município/UF. LÚCIA ..., brasileira, estado civil ..., profissão ..., portadora da Cédula de Identidade RG n.º ... e inscrita no Cadastro das Pessoas Físicas (CPF) sob o n.º ..., usuária do endereço eletrônico: e- mail desconhecido, residente e domiciliada à Av./Rua ..., número ..., bairro ..., município/UF; Pelas razões de fato e de direito a seguir aduzidas: P á g i n a | 2 DOS FATOS No dia ..., mês..., ano..., o autor, Teófilo, firmou contrato de locação com as rés, Lúcia e Joana. Ressalta-se, o objeto do aluguel são os 02 (dois) primeiros andares de um edifício comercial localizado na área central deste município. O contrato de locação é, plenamente, válido e eficaz. Além disso, em obediência às cláusulas do referido contrato, as partes estão a adimplir. (contrato de locação anexo) Quanto ao valor locativo mensal, foi conveniado pelas partes a quantia de R$ ..., em conformidade com o recibo do derradeiro pagamento feito. (comprovante de pagamento anexo). Verifica-se que, no presente mês, às vésperas da data de vencimento do aluguel, o autor foi cientificado por Antônio, devidamente qualificado nos autos, que a importância em pecúnia, referente aos aluguéis, deveria ser repassada à sua pessoa, pois havia adquirido o imóvel locado das rés, mediante contrato de compra e venda. Posteriormente, o autor foi notificado por Joana, uma das rés, antes de efetuar o pagamento do aluguel do presente mês. A ré mencionou que não anuiu quanto à venda do imóvel, tampouco poderia ter sido feita. Além disso, atiçou para que os pagamentos dos aluguéis continuassem sendo repassados para as rés. É válido evidenciar, as rés pleitearam uma ação para dar cabo ao contrato particular de compra e venda. Levando em consideração o impasse e incertezas vivenciadas pelo autor e com a pretensão de quitar suas obrigações locativas, não restou outra alternativa para o autor à exceção de se socorrer ao judiciário, pois, não sabe quem é, de fato, o legítimo credor da obrigação. Expostos os fatos, passa o autor a expor a sua fundamentação jurídica. P á g i n a | 3 DOS FUNDAMENTOS 1 DA LEGITIMIDADE 1.1 ATIVA E PASSIVA Fazendo uso das palavras do doutrinador Humberto Theodoro Júnior: “Em primeiro plano, a legitimação ativa da ação toca a o DEVEDOR, ou a seus sucessores.” – (THEODORO JÚNIOR, 2020, p. 84). Grifei No tocante ao polo passivo, o doutrinador supra leciona: Do lado passivo, a legitimação é, ordinariamente, simples, por se referir ao credor que se recusou a receber o pagamento ou que se absteve de tomar as providências necessárias à sua concretização. E, no caso de incerteza, quanto à titularidade do crédito, são todos os possíveis interessados, havendo lugar até mesmo para a citação-edital de interessados incertos, quando o devedor não conseguir definir todos os possíveis pretensos credores. – (THEODORO JÚNIOR, 2020, p. 85). Grifei Diante do caso em apreço, percebe-se, do lado ativo, o devedor e, do lado passivo, os credores. Pois, é a típica hipótese de dúvida quanto ao legítimo titular do crédito. Teófilo ..., Lúcia ..., Joana ... e Antônio ... são as partes legítimas da presente ação. Portanto, são, em suma, os sujeitos da lide as pessoas interessadas na obrigação e em sua extinção. 2 DO PAGAMENTO POR CONSIGNAÇÃO É evidente a pretensão do autor de quitar suas obrigações locativas. Entretanto, o autor ficou com dúvida quanto ao legítimo titular do crédito, devido as notificações que recebeu dos réus. V. Excelência, o autor busca, através da presente exordial, amparo judicial, pois, encontra-se, diante da insegurança e/ou risco de ineficácia do pagamento. Por isso, a medida mais plausível ao caso em apreço é o PAGAMENTO POR CONSIGNAÇÃO. Principalmente, por haver dúvidas quanto ao legítimo titular do crédito. P á g i n a | 4 A lei de n.º 10.406, de 10 de janeiro de 2002, que institui o Código Civil, assim reporta no art. 335, IV: Art. 335. A consignação tem lugar: IV - Se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento. À visto disso, de forma expressa, o art. 67 da Lei de n.º 8.245/91 (Lei de Inquilinato) permite o ajuizamento da ação de consignação de aluguéis. No tocante à dúvida do legítimo titular do crédito, desse modo, decidiu o egrégio Tribunal de Justiça do RS: APELAÇÃO. LOCAÇÃO CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO. DÚVIDA SOBRE QUEM DEVE LEGITIMAMENTE RECEBER O PAGAMENTO. ADEQUAÇÃO DO PROCEDIMENTO. A ação de consignação em pagamento foi ajuizada com base no art. 547 do CPC, diante da dívida do autor sobre quem teria legitimidade para receber 15% dos locativos por ele contratado com a Abastecedora Minuano em razão da notificação por ele recebida, indicando a invalidade do contrato de locação, porque a locadora não era a proprietária do imóvel locado (fls. 05/06). Portanto, irrelevante o fato de o demandado José Rodolfo não ter se negado a receber parte dos locativos, como sustentado nas razões do apelo (fl. 217), porque a dúvida do autor girava em torno da legitimidade dele em receber as quantias. RESERVAS DE LOCATIVOS. Como não foi proposta reconvenção, descabe a pretensão do apelante de quere reserva equivalente a 15% do aluguel até 31.04.2040, desconsiderando o novo contrato firmado pelo autor com os atuais proprietários do terreno. Importa, tão somente, reconhecer que, por força do contrato de locação, os 15% dos locativos consignados em juízo pertencem ao apelante, exatamente como feito na sentença, não podendo a mora ser atribuída ao autor, que buscou honrar o compromisso contratual, agindo em conformidade com o que dispõe o art.... 394, do CC. Apelação desprovida. (Apelação Cível Nº 70080578545, Décima Sexta Câmera Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Jucelana Lurdes Pereira dos Santos, Julgado em 18/04/2019). (TJ-RS – AC: 70080578545 RS, Relator: Jucelana Lurdes Pereira dos Santos, Data de Julgamento: 18/04/2019, Décima Sexta Câmera Cível, Data de Publicação: 23/04/2019). Dessa maneira, V. Excelência, se julgado procedente os pedidos que serão expostos nesta exordial, evitará que o devedor (autor) fique à mercê do arbítrio ou da malícia dos credores, ou que corra o risco de pagar mal e não conseguir meios hábeis para a extinção da obrigação. Exposta a fundamentação jurídica, passa o autor a formular o seu pedido. P á g i n a | 5 DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS Pelo exposto, requer o autor seja julgado PROCEDENTE o pedido da presenteação, autorizando a parte autora efetuar depósito judicial do valor de R$ ... e declarar a quitação, referente ao aluguel vencido no último dia XX/XX/XXXX, bem como daqueles que se vencerem durante o trâmite do processo, com o propósito de extinguir a obrigação. Além disso, a condenação dos réus ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios de sucumbência, conforme art. 85, § 2º do Código de Processo Civil (CPC/15), por terem dado causa à presente demanda litigiosa. Requer ainda: 1) Determinar a citação dos réus para, querendo, contestar a ação no prazo legal, se assim entenderem conveniente, sob pena de revelia ou confissão ficta prevista no artigo 344 a 346, do CPC, em caso do não comparecimento, concedendo ao final, a procedência integral dos pedidos; 2) Em respeito ao art. 319, VII, CPC/15, o autor tem interesse na designação de audiência de conciliação. P á g i n a | 6 DAS PROVAS Protesta por provar o alegado através de todos os meios de prova em direito admitidos, em especial pela produção de prova documental, testemunhal, depoimento pessoal dos réus, além da juntada de novos documentos e demais meios que se fizerem necessários. Dá-se à causa o valor de R$ ... – (12 vezes o valor do aluguel mensal) Nesses termos, pede deferimento. Local ..., data ... ______________________________________________ Advogado – (Rhuan Francisco de Souza, aluno do NPJ) OAB ...
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