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PRINCÍPIOS APLICÁVEIS AO DIREITO PENAL PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DE DIREITO PENAL

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PRINCÍPIOS APLICÁVEIS AO DIREITO PENAL PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DE 
DIREITO PENAL 
A Constituição é a norma máxima de um ordenamento jurídico, fundamentando-
o, orientando-o e lhe dando validade, além de ser diploma capaz de definir a estrutura 
política fundamental de um Estado, seus princípios políticos, e estabelecer a estrutura, 
procedimentos, poderes e direitos de um governo, reunindo as regras a serem 
seguidas em sociedade. Conforme a lição de JUNQUEIRA e VANZOLINI (2019, 5ª edição, 
pág. 17), a Constituição Federal é o documento que traça e fixa a forma do Estado brasileiro – 
e é a partir dessa forma é que todo o restante do ordenamento se conforma, inclusive e 
principalmente o ordenamento jurídico penal, apresentando princípios constitucionais 
que delineiam seus contornos e limites, de modo a lhe conferir racionalidade e estabilidade. 
Os princípios, por sua vez, são fatores de existência e organização de um sistema; podem ser 
definidos como o conjunto de padrões de conduta presentes de forma explícita ou implícita no 
ordenamento jurídico, formando um conjunto de orientações de caráter normativo, que, mesmo 
quando não apresentados de forma explícita pelas leis, devem ser seguidas, a fim de otimizar 
a criação e aplicação do Direito como um todo, delimitando o campo de atuação jurídica e 
também a forma como se deve interpretar o que for estabelecido pelo ordenamento jurídico – 
especialmente em casos de lacuna ou omissão legal.  Os princípios têm caráter vinculante – 
traduzem regras de hierarquia superior – e de elemento norteador e orientador de 
interpretações legais. 
NUCCI (2020, 16ª edição, págs. 97-98) ensina que existem princípios que são previstos de 
forma expressa na lei, enquanto outros estão implícitos no sistema normativo; temos, 
ainda, aqueles enumerados na Constituição Federal, denominados de princípios constitucionais 
(explícitos e implícitos), que tanto orientam a produção legislativa ordinária, funcionando como 
garantias diretas e imediatas aos cidadãos, quanto são considerados como critérios 
de interpretação e integração do texto constitucional. 
O autor lista em sua obra como princípios constitucionais explícitos os seguintes: legalidade; 
anterioridade da lei penal; retroatividade da lei penal benéfica; humanidade; responsabilidade 
pessoal e individualização da pena. Em oposição, são considerados como princípios 
constitucionais implícitos a intervenção mínima, a taxatividade, a proporcionalidade, a vedação 
da dupla punição pelo mesmo fato e a culpabilidade. 
Nessa aula, estudaremos os princípios de Direito penal que estão presentes no texto 
constitucional. 
 
Com a evolução do direito penal, este passou a proteger de modo exclusivo determinados bens 
jurídicos – posicionamento que originou o Princípio da Exclusiva Proteção ao Bem Jurídico 
Penal - que analisaremos no próximo tópico. Vale destacar que os bens jurídico-penais, na 
conceituação de JUNQUEIRA e VERGOLIN (pág. 17) abrangem as condições mínimas de 
coexistência social cuja importância justifica a sua tutela através do Direito Penal. 
Princípio da Exclusiva Proteção ao Bem Jurídico Penal 
Devemos tratar o direito penal do fato e não do autor. O direito penal não tutela mais a moral, 
a ética, a ideologia e a religião. O direito penal não pune por convicções filosóficas ou políticas, 
ele só pune quando a pessoa lesa ou expõe a lesão. 
O bem jurídico era individual, e se protegia os bens jurídicos mais importantes da sociedade: 
vida, patrimônio, liberdade sexual, etc. Pelo princípio da exclusiva proteção ao bem jurídico 
penal podemos dizer que atualmente são reconhecidos somente os bens existenciais 
individuais ou supra individuais, e dessa forma, os bens que são indispensáveis é que devem 
ser amparados. 
Podemos dizer que o referido princípio se destaca por ser limitador do ius puniendi, regendo 
a seleção dos bens jurídicos a serem tutelados pelo Direito Penal. 
 
Teoria Constitucionalista do Bem Jurídico 
Na escolha do bem jurídico, o vetor, o caminho para a escolha é a CF/88. Assim, podemos citar 
como exemplo, a vida, visto que está consagrada em nossa Carta Magna e o legislador deve 
estabelecer as normas. 
Ocorre que a sociedade foi se desenvolvendo e verificou-se a necessidade de se proteger 
outros bens jurídicos como por exemplo, a individualidade, relações consumeiristas, meio 
ambiente equilibrado. 
Dessa forma, antes se protegia somente os bens jurídicos individuais e passou-se a se 
proteger os bens jurídicos meta individuais, difusos, que interessam a toda uma 
coletividade. 
Então, o direito penal começou a tutelar esses interesses e passou a tipificar outros crimes 
que são considerados de perigo abstrato, como por exemplo, podemos citar a Lei de 
Drogas – Lei nº. 11.343/2006 em seu artigo 28. 
Lei nº. 11.343/2006 – Art. 28 
Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, 
para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo 
com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas: I 
- advertência sobre os efeitos das drogas; II - prestação de serviços à comunidade; III - 
medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo. 
§ 1° Às mesmas medidas submete-se quem, para seu consumo pessoal, 
semeia, cultiva ou colhe plantas destinadas à preparação de pequena quantidade de 
substância ou produto capaz de causar dependência física ou psíquica. 
§ 2o Para determinar se a droga destinava-se a consumo pessoal, o juiz atenderá à 
natureza e à quantidade da substância apreendida, ao local e às condições em que se 
desenvolveu a ação, às circunstâncias sociais e pessoais, bem como à conduta e 
aos antecedentes do agente. 
§ 3o As penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo 
prazo máximo de 5 (cinco) meses. 
§ 4o Em caso de reincidência, as penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo 
serão aplicadas pelo prazo máximo de 10 (dez) meses. 
§ 5o A prestação de serviços à comunidade será cumprida em 
programas comunitários,tideandes educacionais ou assistenciais, hospitais, 
estabelecimentos congêneres, públicos ou privados sem fins lucrativos, que se 
ocupem, preferencialmente, da prevenção do consumo ou da recuperação de 
usuários e dependentes de drogas. 
§ 6o Para garantia do cumprimento das medidas educativas a que se refere o caput, nos 
incisos I, II e III, a que injustificadamente se recuse o agente, poderá o juiz submetê-
lo, sucessivamente a: I - admoestação verbal; II - multa. 
§ 7o O juiz determinará ao Poder Público que coloque à disposição do infrator, 
gratuitamente, estabelecimento de saúde, preferencialmente ambulatorial, para 
tratamento especializado. 
 
Lembramos que o direito penal não pune a autolesão. Nesse art. 28 o bem jurídico protegido é 
a saúde pública, e enquanto a pessoa estiver portando a droga, estará prejudicando a saúde 
pública. 
Destacamos que a nossa Constituição Federal, seguindo o modelo de algumas constituições 
europeias, como por exemplo, da Alemanha, Espanha, Itália, França, estabelece comandos 
explícitos e implícitos de artigos acerca da criminalização, e assim, são exatamente essas as 
situações que devem ser objeto de intervenção do legislador penal. 
Um exemplo bem nítido da nossa Constituição Federal é a previsão no art. 5º., caput ao tutelar 
o direito à vida, e consequentemente temos o Código Penal em seu art. 121 que tipifica o 
homicídio. 
 
Princípio da Legalidade 
A sua origem e seu marco histórico vem da Alemanha na Magna Carta do Rei João Sem Terra 
de 1215 em seu artigo 39 quepassou a prever o princípio da legalidade. 
Carta Magna do Rei João Sem Terra – Art. 39 
Art. 39. Nenhum homem livre será detido, nem preso, nem despojado de sua 
propriedade, de suas liberdades ou livres usos, nem posto fora da lei, nem exilado, 
nem perturbado de maneira alguma; e não poderemos, nem faremos pôr a mão sobre 
ele, a não ser em virtude de um juízo legal de seus pares e segundo as leis do País 
Com o passar do tempo, veio a ideia de que “não há crime sem lei anterior que o defina”. 
Assim, o princípio da legalidade foi lançado ao direito Penal no ordenamento jurídico brasileiro 
por volta de 1830, quando foi expressamente previsto no Código Criminal do Império, que trazia 
em seu Art. 1º: 
Código Criminal do Império 
“Art. 1º Não haverá crime, ou delicto sem uma lei anterior, que o qualifique. 
Atualmente a nossa CF/88 dispõe do princípio da legalidade em seu artigo 5º. II, que assim 
dispõe: 
CF/88 – Art. 5º. II 
II - Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer algumaãcooisa sen em virtude de lei; 
É importante que seja esclarecido que o termo legalidade se refere a expressão da lei 
em sentido amplo, e consequentemente vai abarcar todas as espécies arroladas no artigo 59 
da Constituição Federal. 
CF/88 – Art. 59 
Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de: I - Emendas à Constituição; 
II - Leis complementares; 
III - Leis ordinárias; 
IV - Leis delegadas; 
V - Medidas provisórias; 
VI - Decretos legislativos; 
VII - Resoluções. 
Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação, 
alteração e consolidação das leis. 
 
É importante destacar que o princípio da legalidade penal deve respeitar diversos 
desdobramentos. 
• Político – o princípio da legalidade impede que o poder punitivo estatal esteja baseado no livre 
arbítrio. 
• Jurídico – se baseia na ideia de que uma lei prévia e clara tem efeito intimidativo. 
• Democrático – devemos saber que somente o Poder Legislativo que representa o povo, é 
quem pode regular os crimes e estipular as penas. 
 
Princípio da Reserva Legal 
Por este princípio devemos entender que só será considerada como Infração penal a conduta 
prevista como tal na Lei. Se determinada conduta praticada pelo agente não estiver prevista 
como ilegal pela Lei, ela necessariamente será lícita, livre e impunível por parte do Estado. 
Difere do Princípio da Legalidade convencional, o qual define como lícita e impunível qualquer 
conduta não proibida em Lei, princípio de caráter libertário, enquanto o Princípio da Reserva 
Legal objetiva limitar o poder de processar e punir indiscriminadamente os cidadãos. 
Destacamos ainda, que quando se fala em reserva legal, a expressão lei é tomada em sentido 
estrito, abrangendo tão-somente lei complementar e lei ordinária. Assim, tecnicamente, a 
expressão princípio da reserva legal é o correto para ser usado, ao invés de princípio da 
legalidade. 
Encontra-se previsto em nossa CF/88 em seu artigo 5º. XXXIX, que assim dispõe: 
CF/88 – Art. 5º. XXXIX 
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem 
prévia cominação legal; 
Assim, para tratar de lei penal apenas em sentido estrito pode ser lei ordinária ou lei 
complementar. 
Dessa forma, as medidas provisórias não podem tratar de temas de Direito Penal, muito 
embora existam algumas jurisprudências que entendem que esta conduta seja possível. 
Alguns julgados do STF estabelecem que medida provisória pode tratar de direito penal, desde 
que seja direito penal não incriminador, e podemos citar como exemplo o Estatuto de 
Desarmamento. 
Por outro lado, destacamos que os doutrinadores defendem que a partir da Emenda nº. 
32/2001, que alterou o artigo 62, I, “b” da CF/88, ficou vedada a edição de medida 
provisória relativa a direito penal e processo penal. 
CF/88 - Art.62,1, "b" 
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar 
medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê- las de imediato ao Congresso 
Nacional. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) § 1º É vedada 
a edição de medidas provisórias sobre matéria: (Incluído pela Emenda Constitucional 
nº 32, de 2001) I - relativa a: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
b) direito penal, processual penal e processual civil; 
pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
(Incluído 
Note-se que a Constituição disse que é vedada, sem fazer qualquer tipo de ressalva aos casos 
daquelas que não sejam incriminadoras. 
A Reserva Legal permite aos particulares a liberdade de agir e todas as limitações, positivas ou 
negativas, deverão estar expressas em lei. 
 
 
Princípio da Adequação Social 
Primeiramente informamos que não é admitida no direito penal o princípio da adequação social 
no sentido de revogar crimes. É importante que seja observada a Súmula do STJ nº. 502, que 
trata da violação ao direito autoral. 
Súmula 502 - STJ 
Presentes a materialidade e a autoria, afigura-se típica, em relação ao crime previsto 
no art. 184, § 2º, do CP, a conduta de expor à venda CDs e DVDs piratas. (Súmula 502, 
TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 23/10/2013, DJe 28/10/2013) 
Devemos entender que o princípio da adequação social é instrumento de interpretação das leis 
em geral, significando dizer que vai além do Direito penal. 
Dessa forma, sabemos que existem diversas condutas que são aceitas pela sociedade 
(tatuagem, perfurar orelha de recém nascidos) e de certa forma, não ofendem a nossa 
Constituição Federal em nenhum aspecto, seja pelos costumes, folclore ou cultura, e assim, 
passaram a ser excluídas da esfera penal. 
Essas condutas encontram-se devidamente amparadas pela aceitação social. 
Com base nesse estudo passou-se a entender que são excluídas da esfera de incidência do 
tipo penal as condutas e os comportamentos normalmente permitidos que, embora 
formalmente típicos, não mais são objeto de reprovação social, por serem materialmente 
atípicos. 
Princípio da Anterioridade Penal 
 
A lei penal tem que ser anterior ao fato que se pretende punir, dessa forma, só se aplica aos 
fatos praticados após sua vigência. Esse princípio implica também na irretroatividade da lei 
penal, já que ela não alcançará os fatos praticados antes de sua vigência, ainda que venham a 
ser futuramente tidos como crime. 
Encontra-se previsto em nossa CF/88 em seu artigo 5º., XXXIX, que assim dispõe: 
CF/88 – Art. 5º. XXXIX 
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia 
cominação legal; 
Um fator que merece destaque é o que trata da impossibilidade da prática de um crime durante 
a “vacatio legis”, que é o período de vacância da lei, uma vez que a lei ainda não está em vigor. 
Assim, devemos entender que só se aplica aos fatos praticados após sua vigência, não 
alcançando os fatos praticados antes de sua vigência, ainda que venham a ser futuramente 
tidos como crime. 
 
Vedação da Analogia In Malan Partem 
Primeiramente destacamos que nos casos de omissão do legislador quanto à determinada 
conduta, aplicaremos a analogia, no entanto, a analogia in malam partem é aquela onde adota-
se lei prejudicial ao réu, reguladora de caso semelhante, sendo portanto vedada pelo direito 
penal brasileiro. Assim, não se admite a analogia para prejudicar o réu. 
Por outro lado, destaque-se que o Código Penal admite a analogia para beneficiar o acusado 
In Bonam Partem, e assim, podemos citar o artigo 181 do Código Penal que trata das escusas 
absolutórias. 
Código Penal – Art. 181 
Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste título, em prejuízo: 
I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal; II - de ascendente ou descendente, seja o 
parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural. 
 
Analogia e Interpretação Analógica 
Analogia – é forma deintegração do direito e não há previsão da norma ao caso concreto, e 
assim, o Juiz deve buscar uma norma análoga uma vez que a mesma será utilizada na ausência 
da legislação específica. 
Será permitida pelo direito brasileiro, desde que seja para beneficiar o réu, ou seja, in bonam 
partem. 
Interpretação analógica – é a forma de interpretar e no caso da interpretação analógica, 
a norma existe. Podemos dizer que se trata da interpretação necessária para se extrair o 
sentido da norma mediante os próprios elementos fornecidos por ela. 
Princípio da Intervenção Mínima 
O referido princípio nos faz remeter a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de 
1789, destacando que o direito penal só irá intervir quando todos os demais ramos do direito 
se mostrarem insuficientes para proteger o bem jurídico, e aí sim, o direito penal vai passar a 
regular e agir as relações em sociedade. 
O Princípio da Intervenção Mínima também é conhecido no mundo jurídico como ultima ratio, e 
se traduz na ideia de que a ciência penal somente deve se preocupar com a proteção dos bens 
mais importantes e necessários da vida em sociedade, assim, só deve atuar quando os demais 
ramos do direito forem considerados insuficientes para a tutela desses bens. 
A sua atuação é exatamente na limitação do poder punitivo do Estado, e de certa forma, vai 
restringir a atuação legislativa, pois o legislador só vai resguardar no campo penal as situações 
mais relevantes, sempre com a finalidade de coibir algumas condutas, e também, vai indicar 
aqueles bens que possuem maiores valores e que devem ser tratados pelo Direito Penal. 
Destacamos ainda as seguintes características que possuem relação com o Princípio da 
Intervenção Mínima. 
Fragmentariedade – diz respeito ao caráter fragmentário, e só haverá a 
intervenção do direito penal se o fato for relevante. 
Subsidiariedade – significa que o direito penal só poderá intervir em “ultima ratio”, somente 
após esgotados os demais ramos do direito. 
 
BIBLIOGRAFIA 
 
Constituição da República Federativa do Brasil. Disponível em: 
http:// www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm. 
JUNQUEIRA, Gustavo, e VANZOLINI, Patrícia. Manual de direito penal: parte geral. – 5. 
ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2019. 
NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de direito penal. – 16. ed. – Rio de Janeiro: Forense, 
2020. 
 
 
 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm

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