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DISCIPLINA PATOLOGIA UNIDADE I

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FACULDADE DO MÉDIO PARNAÍBA – FAMEP 
INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO COMENIUS - ISEC 
COORDENAÇÃO DE CURSO ENFERMAGEM 
 
 
 
MATERIAL DE PATOLOGIA 
 BACHARELADO EM ENFERMAGEM 
 
 
 
 
 
 
 
Profª. Esp. MARIA JUCILEIDE ALVES 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO PEDRO DO PIAUÍ, 
 2021 
 
PATOLOGIA 
 
ALTERAÇÕES MORFOFUNCIONAIS DAS CÉLULAS, 
INTRODUÇÃO À PATOLOGIA: PRINCIPAIS CONCEITOS E 
PROCESSOS PATOLÓGICOS SAÚDE / DOENÇA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNIDADE I 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO PEDRO DO PIAUÍ, 
 2021 
 
ALTERAÇÕES MORFOFUNCIONAIS DAS CÉLULAS, 
INTRODUÇÃO À PATOLOGIA: PRINCIPAIS CONCEITOS E 
PROCESSOS PATOLÓGICOS SAÚDE / DOENÇA 
 
➢ INTRODUÇÃO À PATOLOGIA 
A Patologia dedica-se ao estudo de alterações estruturais, bioquímicas e 
funcionais das células. É uma ponte entre as ciências básicas e a medicina clínica, 
sendo a base científica de toda medicina. O estudo da patologia está dividido entre 
Patologia Geral e Patologia Sistêmica. A Patologia Geral trata das reações das células 
e tecidos aos eventos nocivos, que, na maioria das vezes, não são específicas para 
um determinado tecido. Já a Patologia Sistêmica estuda as doenças específicas de 
cada órgão. 
DEFINIÇÃO: Etimologicamente Pathos: doença Logos: estudo. Estudo das 
alterações estruturais, bioquímicas e funcionais nas células, tecidos e órgãos visando 
explicar os mecanismos através dos quais surgem os sinais e sintomas das 
doenças.O conceito de patologia converge para os fenômenos mais comuns que são 
as doenças. A definição de doença relaciona-se com o conceito biológico de 
adaptação. Adaptação é uma propriedade geral dos seres vivos que se traduz pela 
capacidade de ser sensível às variações do meio ambiente e produz respostas 
capazes de adaptá-los. Pode-se definir saúde como um estado de adaptação do 
organismo ao ambiente físico, psíquico, ou social em que vive, sentindo-se bem e sem 
apresentar sinais ou sintomas. De forma completamente contraditória, a doença é um 
processo que implica na ausência de adaptação ao ambiente físico, psíquico ou social, 
no qual o indivíduo sente-se mal e apresenta alterações orgânicas visíveis. Portanto, 
podemos considerar que o conceito de saúde está relacionado com o ambiente em 
que o indivíduo vive, tanto no seu aspecto físico como também no psíquico e social. 
Alguns autores consideram que a saúde é a ausência de doença, porém, de 
acordo com Organização Mundial de Saúde: Saúde é "um estado de completo bem-
estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença ou enfermidade OMS, 
1947). 
De um modo prático, a Patologia pode ser entendida como a ciência que estuda 
as causas das doenças, os mecanismos que as produzem, os locais em que ocorrem 
e as alterações morfológicas e funcionais que apresentam. Tratando desses aspectos, 
a Patologia fornece as bases para o entendimento de outros elementos essenciais 
das doenças, como manifestações clínicas, diagnóstico, tratamento, evolução e 
prognóstico. 
 
Etiologia 
 ou Causa Embora existam inúmeros fatores que causem a doença, todos podem ser 
agrupados em duas classes: genéticos (p. ex., mutações hereditárias e variantes 
genéticas associadas a doenças ou polimorfismos) e adquiridos (p. ex., doenças 
infecciosas, nutricionais, por agentes químicos ou físicos). O conceito de que um 
agente etiológico seja a causa de uma doença — desenvolvido a partir do estudo de 
infecções e de distúrbios hereditários monogênicos — não é aplicável à maioria das 
doenças. De fato, a maioria das nossas afecções comuns, como a aterosclerose e o 
câncer, é multifatorial e surge dos efeitos de vários estímulos externos em um 
indivíduo geneticamente suscetível. Acontribuição relativa da suscetibilidade 
hereditária e das influências externas varia nas diferentes doenças. (Robbins & 
Cotran) 
 
Patogenia 
Apatogenia se refere à sequência de eventos celulares, bioquímicos e moleculares 
que decorrem da exposição das células ou tecidos a um agente lesivo. O estudo da 
patogenia continua a ser um dos principais domínios da patologia. Mesmo quando a 
causa inicial é conhecida (p. ex., infecção ou mutação), ela se distancia por várias 
etapas da expressão da doença. Por exemplo, para entender a fibrose cística é 
essencial conhecer não apenas o gene defeituoso e o produto gênico, mas também 
os eventos bioquímicos e morfológicos que levam à formação dos cistos e fibrose nos 
pulmões, pâncreas e outros órgãos. Na verdade, como veremos ao longo do livro, 
genes mutantes subjacentes a um grande número de doenças já foram identificados, 
mas as funções das proteínas codificadas e como essas mutações provocam a 
doença — a patogenia — ainda não são totalmente compreendidas. Com mais 
pesquisas em genômica clínica, seremos capazes de relacionar as anormalidades 
moleculares específicas às manifestações das doenças e usar esse conhecimento 
para traçar novas abordagens terapêuticas. Por essas razões, o estudo da patogenia 
nunca foi, cientificamente, tão excitante ou tão relevante para a medicina. Alterações 
Morfológicas As alterações morfológicas referem-se às alterações estruturais nas 
células ou tecidos que são ora características de uma doença, ora diagnósticas de um 
processo etiológico. Tradicionalmente, a patologia diagnóstica, na sua prática, usa a 
morfologia para determinar o tipo da doença e acompanhar sua evolução. Embora a 
morfologia permaneça sendo uma peça fundamental para os diagnósticos, suas 
limitações se tornaram evidentes ao longo dos anos. Por exemplo, lesões 
morfologicamente idênticas podem surgir através de mecanismos moleculares 
distintos. Esse aspecto é mais impressionante no estudo dos tumores; cânceres de 
mama que são morfologicamente idênticos podem apresentar evolução, respostas 
terapêuticas e prognóstico completamente diferentes. Análises moleculares por 
técnicas, tais como sequenciamento de última geração começam a revelar diferenças 
genéticas que predizem o comportamento dos tumores, bem como sua resposta a 
diferentes terapias. Cada vez mais, as terapias-alvo específicas com base nas 
alterações moleculares estão sendo utilizadas para o tratamento dos cânceres. Por 
isso, o campo da patologia diagnóstica se expandiu a ponto de incluir biologia 
molecular e análise proteômica na análise das doenças. (Robbins & Cotran) 
 
Perturbações Funcionais e Manifestações Clínicas 
Os resultados finais das alterações genéticas, bioquímicas e estruturais nas células e 
tecidos são anormalidades funcionais, as quais provocam as manifestações clínicas 
(sinais e sintomas) das doenças, bem como a sua progressão (curso clínico e 
consequências). Assim, as correlações clinicopatológicas são muito importantes no 
estudo de doenças. Praticamente todas as formas de doenças começam com 
alterações moleculares ou estruturais nas células. O conceito da base celular de 
doenças foi originalmente apresentado no século XIX por Rudolf Virchow, considerado 
como o pai da patologia moderna. Iniciaremos, portanto, nossas considerações sobre 
patologia com o estudo das causas, mecanismos e alterações morfológicas e 
bioquímicas da lesão celular. Aagressão às células e à matriz extracelular tem como 
resultado final a lesão tecidual e orgânica, as quais determinam os padrões 
morfológicos e clínicos das doenças. (Robbins & Cotran) 
 
SAÚDE E DOENÇA 
A definição de doença pode ser entendida a partir do conceito biológico de 
adaptação, que é uma propriedade geral dos seres vivos representada pela 
capacidade de ser sensível às variações do meio ambiente (irritabilidade) e de 
produzir respostas (variações bioquímicas e fisiológicas) capazes de adaptá-los. Essa 
capacidade varia em diferentes espécies animais e em diferentes indivíduos de uma 
mesma espécie, pois depende de mecanismos moleculares vinculados, direta ou 
indiretamente, ao patrimônio genético. Pode-se definir saúde como um estado de 
adaptação doorganismo ao ambiente físico, psíquico ou social em que vive, de modo 
que o indivíduo se sinta bem (saúde subjetiva) e não apresente sinais ou alterações 
orgânicas (saúde objetiva). Ao contrário, doença é um estado de falta de adaptação 
ao ambiente físico, psíquico ou social, no qual o indivíduo se sente mal (sintomas) 
e/ou apresenta alterações orgânicas evidenciáveis (sinais). Para as ciências da saúde 
humana, é importante ainda considerar que o conceito de saúde envolve o ambiente 
em que o indivíduo vive, tanto no seu aspecto físico como também no psíquico e no 
social. Por essa razão, os diversos parâmetros orgânicos precisam ser avaliados no 
contexto do indivíduo. 
Número elevado de hemácias, por exemplo, pode ser sinal de uma policitemia 
se a pessoa vive ao nível do mar, mas representa apenas um estado de adaptação 
para o indivíduo que mora a grandes altitudes. Saúde e normalidade não têm o mesmo 
significado. A palavra saúde é utilizada em relação ao indivíduo, enquanto o termo 
normalidade (normal) é utilizado em relação a parâmetros de parte estrutural ou 
funcional do organismo. O normal (ou a normalidade) é estabelecido a partir da média 
de várias observações de determinado parâmetro, utilizando-se, para o seu cálculo, 
métodos estatísticos. Os valores normais para descrição de parâmetros do organismo 
(peso de órgãos, número de batimentos cardíacos, pressão arterial sistólica ou 
diastólica etc.) são estabelecidos a partir de observações de populações 
homogêneas, de mesma etnia, vivendo em ambientes semelhantes e cujos indivíduos 
são saudáveis segundo o conceito enunciado anteriormente. 
 
➢ ELEMENTOS DE UMA DOENÇA 
Todas as doenças têm causa (ou causas) que age por determinados 
mecanismos, os quais produzem alterações morfológicas e/ou moleculares nos 
tecidos, que resultam em alterações funcionais no organismo ou em parte dele, 
produzindo manifestações subjetivas (sintomas) ou objetivas (sinais). A Patologia 
engloba áreas diferentes, como a Etiologia (estudo das causas), a Patogênese 
(estudo dos mecanismos), a Anatomia Patológica (estudo das alterações morfológicas 
dos tecidos que, em conjunto, recebem o nome de lesões) e a Fisiopatologia (estudo 
das alterações funcionais dos órgãos afetados). O estudo dos sinais e sintomas das 
doenças é objeto da Propedêutica ou Semiologia, cuja finalidade é fazer seu 
diagnóstico, a partir do qual se estabelecem 
o prognóstico, a terapêutica e a prevenção. 
Considerando esse aspecto, a Patologia pode ser dividida em dois grandes 
ramos: Patologia Geral e Patologia Especial. A Patologia Geral estuda os aspectos 
comuns às diferentes doenças no que se refere às suas causas, mecanismos 
patogenéticos, lesões estruturais e alterações da função. 
Por isso mesmo, ela faz parte do currículo de todos os cursos das áreas de 
Ciências Biológicas e da Saúde. Já a Patologia especial se ocupa das doenças de um 
determinado órgão ou sistema (Patologia do Sistema Respiratório, Patologia da 
Cavidade Bucal, etc.) ou estuda as doenças agrupadas por suas causas (Patologia 
das doenças produzidas por fungos, Patologia das doenças causadas por radiações, 
etc.). 
A doença não pode ser compreendida apenas por meio das medições 
fisiopatológicas, pois quem estabelece o estado da doença é o sofrimento, a dor, o 
prazer, enfim, os valores e sentimentos expressos pelo corpo subjetivo que adoece 
(CANGUILHEM; CAPONI, 1995. In: BRÊTAS; GAMBA, 2006). Para Evans e Stoddart 
(1990), a doença não é mais que um constructo que guarda relação com o sofrimento, 
com o mal, mas não lhe corresponde integralmente. Quadros clínicos semelhantes, 
ou seja, com os mesmos parâmetros biológicos, prognóstico e implicações para o 
tratamento, podem afetar pessoas diferentes de forma distinta, resultando em 
diferentes manifestações de sintomas e desconforto, com comprometimento 
diferenciado de suas habilidades de atuar em sociedade. O conhecimento clínico 
pretende balizar a aplicação apropriada do conhecimento e da tecnologia, o que 
implica que seja formulado nesses termos. No entanto, do ponto de vista do bem-estar 
individual e do desempenho social, a percepção individual sobre a saúde é que conta 
(EVANS; STODDART, 1990). 
Segundo o conceito de 1947 da Organização Mundial da Saúde (OMS), com 
ampla divulgação e conhecimento em nossa área, a saúde é definida como: “Um 
estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de 
doença ou enfermidade”. 
Entre diversas outras abordagens possíveis para se entender o conceito de 
saúde, apresentaremos uma que nos parece mais útil à nossa discussão, a qual tem 
sido defendida por alguns autores (NARVAI et al., 2008). Pode-se então descrever a 
condição de saúde, didaticamente, segundo a soma de três planos: subindividual, 
individual e coletivo, apresentados a seguir 
em 1986, foi desenvolvida a VII Conferência Nacional de Saúde, na qual foram 
discutidos os temas saúde como direito; reformulação do Sistema Único de Saúde 
(SUS) e financiamento setorial. Nessa conferência adotou-se o seguinte conceito 
sobre saúde: A concepção fisiológica, iniciada por Hipócrates, explica as origens das 
doenças a partir de um desequilíbrio entre as forças da natureza que estão dentro e 
fora da pessoa. Essa medicina, segundo Myers e Benson (In: ALBUQUERQUE; 
OLIVEIRA, 1992), centra-se no paciente como um todo e no seu ambiente, evitando 
ligar a doença a perturbações de órgãos corporais particulares. A concepção 
ontológica, por sua vez, defende que as doenças são “entidades” exteriores ao 
organismo, que o invadem para se localizarem em várias das suas partes (MYERS; 
BENSON. In: ALBUQUERQUE; OLIVEIRA, 1992). Essas entidades não têm sempre 
o mesmo significado. Na medicina da Mesopotâmia e do Egito Antigo eram conotadas 
com processos mágico-religiosos ou com castigos resultantes de pecados cometidos 
pelos pacientes (DUBOS. In: ALBUQUERQUE; OLIVEIRA, 1980). Na medicina 
moderna, com vírus (DUBOS. In: ALBUQUERQUE; OLIVEIRA, 1980). A concepção 
ontológica tem estado frequentemente ligada a uma forma de medicina que dirige os 
seus esforços na classificação dos processos de doença, na elaboração de um 
diagnóstico exato, procurando identificar os órgãos corporais que estão perturbados 
e que provocam os sintomas. É uma concepção redutora que explica os processos de 
doença na base de órgãos específicos perturbados (MYERS; BENSON. In: 
ALBUQUERQUE; OLIVEIRA, 1992). Assume que a doença é uma coisa em si própria, 
sem relação com a personalidade, a constituição física ou o modo de vida do paciente 
(DUBOS. In: ALBUQUERQUE; OLIVEIRA, 1980). 
“... em seu sentido mais abrangente, a saúde é resultante das condições de alimentação, 
habitação, educação, renda, meio ambiente, trabalho, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da 
terra e acesso a serviços de saúde. É assim, antes de tudo, o resultado das formas de organização 
social da produção, as quais podem gerar grandes desigualdades nos níveis de vida (BRASIL, 1986)” 
 
➢ DIVISÃO DA PATOLOGIA: Tradicionalmente, o estudo da patologia é dividido 
em: 
Todas as doenças têm causa (ou causas) que atua(m) por determinados mecanismos, 
os quais produzem alterações morfológicas e/ou moleculares nos tecidos, que 
resultam em alterações funcionais no organismo ou em parte dele, produzindo 
manifestações subjetivas (sintomas) ou objetivas (sinais). 
 A Patologia cuida dos aspectos de Etiologia (estudo das causas), Patogênese 
(estudo dos mecanismos), Anatomia Patológica (estudo das alterações morfológicas 
dos tecidos que, em conjunto, recebem o nome de lesões) e Fisiopatologia (estudo 
das alterações funcionais de órgãos e sistemas afetados). 
O estudo dos sinais e sintomas das doenças é objeto da Propedêutica ou 
Semiologia, cuja finalidade é fazer seu diagnóstico, a partir do qual se estabelecem o 
prognóstico, o tratamento e a prevenção Diferentes doenças têm componentescomuns. Pneumonite lobar, meningite purulenta e tuberculose são doenças diferentes 
que têm em comum o fato de serem causadas por bactérias e de apresentarem lesões 
inflamatórias. Considerando-se esse aspecto, a Patologia pode ser dividida em dois 
grandes ramos: Patologia Geral e Patologia Especial 
 
Patologia geral: Está envolvida com as reações básicas das células e tecidos a 
estímulos anormais provocados pelas doenças. Por isso é denominada patologia 
geral, doenças relacionadas a todos os processos patológicos, referentes às células. 
A Patologia Geral estuda os aspectos comuns às diferentes doenças no que se 
refere a suas causas, mecanismos patogenéticos, lesões estruturais e alterações da 
função. Por isso mesmo, faz parte do currículo de todos os cursos das áreas de 
Ciências Biológicas e da Saúde. Patologia Geral exige conhecimentos pelo menos 
razoáveis sobre os aspectos morfológicos, bioquímicos e fisiológicos das células e 
dos tecidos normais. Por tratar dos aspectos comuns às doenças, a Patologia Geral 
pode ser campo de especialização para qualquer profissional das áreas biológica e 
da saúde. 
Patologia especial: Examina as respostas específicas de órgãos especializados e 
tecidos a estímulos mais ou menos bem definidos. 
Todas as doenças têm causa (ou causas) que age(m) por determinados mecanismos, 
os quais produzem alterações morfológicas e/ou moleculares nos tecidos, que 
resultam em alterações funcionais do organismo ou parte dele, produzindo alterações 
subjetivas (sintomas) ou objetivas (sinais). 
Patologia Especial ocupa-se das doenças de um determinado órgão ou sistema 
(sistema respiratório, cavidade oral etc.) ou estuda as doenças agrupadas por suas 
causas (doenças infecciosas, doenças causadas por radiações etc. Objetivo conhecer 
os elementos comuns às diferentes doenças 
 
A patologia engloba áreas diferentes como: 
Etiologia: Estuda as causas gerais de todos os tipos de doenças, podendo ser 
determinado por fatores intrínsecos ou adquirido. 
etiologia é a origem da doença, que inclui as causas fundamentais e os fatores 
modificadores. Reconhece-se agora que as doenças mais comuns, como hipertensão, 
diabetes e câncer, são causadas por uma combinação de suscetibilidade genética 
herdada e várias influências ambientais. O entendimento dos fatores genéticos e 
ambientais causadores das doenças constitui o principal tema da medicina moderna. 
(Robbins & Cotran) 
Patogenia: É o processo de eventos do estímulo inicial até a expressão morfológica 
da doença. 
A patogenia refere-se às etapas do desenvolvimento da doença. Ela descreve como 
os fatores etiológicos iniciam as alterações moleculares e celulares que originam 
anormalidades estruturais e funcionais que caracterizam a doença. Enquanto a 
etiologia se refere a por que a doença surge, a patogenia descreve como a doença se 
desenvolve (Robbins & Cotran) 
Alterações Morfológicas: As alterações morfológicas, que são as alterações 
estruturais em células e tecidos, características da doença ou diagnósticos dos 
processos etiológicos. É o que pode ser visualizado macro ou microscopicamente. 
Fisiopatologia: Estuda os distúrbios funcionais e significado clínico. A natureza das 
alterações morfológicas e sua distribuição nos diferentes tecidos influenciam o 
funcionamento normal e determinam as características clínicas, o curso e também o 
prognóstico da doença. 
O estudo dos sinais e sintomas das doenças é objeto da Propedêutica ou 
Semiologia, que têm por finalidade fazer seu diagnóstico, a partir do qual se 
estabelecem o prognóstico, a terapêutica e a profilaxia. 
As definições da etiologia e da patogenia de uma doença não apenas são 
essenciais para a compreensão da doença, mas constituem também a base para o 
desenvolvimento de tratamentos racionais. Portanto, através da explicação das 
causas e do deenvolvimento da doença, a patologia fornece a fundamentação 
científica para a prática da medicina. Para dar o diagnóstico e orientar a terapia na 
prática clínica, os patologistas identificam alterações na aparência macro ou 
microscópica (morfologia) das células e tecidos, e as alterações bioquímicas nos 
fluidos corporais (como o sangue e a urina). Os patologistas também usam várias 
técnicas morfológicas, moleculares, microbiológicas e imunológicas que identificam 
as alterações bioquímicas, estruturais e funcionais que ocorrem nas células, nos 
tecidos e nos órgãos em resposta a lesão. Tradicionalmente, a disciplina é dividida 
em patologia geral e patologia sistêmica; a primeira enfoca as alterações das células 
e tecidos causadas por estímulos patológicos, enquanto a segunda examina as 
reações e anormalidades de diferentes órgãos especializados. Neste livro, 
abordaremos, em primeiro lugar, os princípios fundamentais da patologia geral e 
depois os processos para a progressão de uma doença específica, em diferentes 
órgãos. (Robbins & Cotran) 
Representação dos fenômenos apresentados nos processos patológicos(Daniel 
de Azevedo Teixeira) 
 
AGRESSÃO DEFESA ADAPTAÇÃO LESÃO 
 
Processo patológico é o conjunto de alterações morfológicas, moleculares e/ou 
funcionais que surgem nas células e nos tecidos após agressões. As alterações 
morfológicas que caracterizam as lesões podem ser observadas a olho nu (alterações 
macroscópicas) ou à microscopia de luz ou eletrônica (alterações microscópicas e 
submicroscópicas). As alterações moleculares, que muitas vezes se traduzem 
rapidamente em modificações morfológicas, podem ser detectadas por métodos 
bioquímicos e de biologia molecular. Os transtornos funcionais manifestam-se por 
alterações da função de células, tecidos, órgãos ou sistemas e representam os 
fenômeno nos fisiopatológicos. As doenças surgem e evoluem de maneiras muito 
variadas. As lesões são dinâmicas: começam, evoluem e tendem para a cura ou para 
a cronicidade. Por esse motivo, são também conhecidas como processos patológicos, 
indicando a palavra "processo" uma sucessão de eventos (que, nos processos 
burocráticos, ficam registrados em folhas sucessivas, numeradas, dentro de uma 
pasta). Por essa razão, o aspecto morfológico de uma lesão varia de acordo com o 
momento em que ela é examinada. 
O alvo dos agentes agressores são as moléculas, especialmente as 
macromoléculas de cuja ação dependem as funções vitais. Portanto, toda lesão se 
inicia no nível molecular. As alterações morfológicas celulares surgem em 
consequência de modficações na i estrutura das membranas, do citoesqueleto e de 
outros componentes, além do acúmulo de substâncias nos espaços intercelulares. A 
ação dos agentes agressores, qualquer que seja a sua natureza, se faz basicamente 
por dois mecanismos: (a) ação direta, por meio de alterações moleculares que se 
traduzem em modificações morfológicas; (b) ação indireta, através de mecanismos de 
adaptação que, ao serem acionados para neutralizar ou eliminar a agressão, induzem 
alterações moleculares que resultam em modificações morfológicas. Desse modo, os 
mecanismos de defesa, quando acionados, podem também gerar lesão no organismo 
Isso é compreensível, uma vez que os mecanismos defensivos em geral são 
destinados a destruir invasores vivos, os quais são formados por células semelhantes 
às dos tecidos; o mesmo mecanismo que lesa um invasor vivo (p. ex., um 
microrganismo) é potencialmente capaz de lesar também as células do organismo 
invadido (Fausto Edmundo Lima Pereira) 
 
Etapas sistemática dos processos patológicos 
Os processos patológicos são estabelecidos pode etapas que determinam os 
estágios de evolução da doença. Qualquer patologia inicia obrigatoriamente por uma 
CAUSA (agente agressor), mesmo que a causa não seja diagnosticada, o que 
chamamos de causa idiopática, mas sempre decorrida de uma causa. Após a causa, 
pode ocorrer o período de INCUBAÇÃO, período onde o indivíduo já tem contato com 
o agente agressor masainda não manifesta a doença. O PERÍODO PRODÔMICO é 
caracterizado pela manifestação de sintomas, porém, sintomas inespecíficos. O 
PERÍODO ESTADO é reconhecido como o estabelecimento definitivo da doença, com 
a presença de sintomatologia clássica da doença. (Daniel de Azevedo Teixeira) 
 
 
A Célula como Unidade de Saúde e Doença 
O Genoma O sequenciamento do genoma humano representou importante marco 
alcançado pela ciência biomédica. Publicado ainda em fase de projeto, em 2001, e, 
de forma mais detalhada, em 2003, as informações obtidas já levaram a avanços 
notáveis na Ciência e na Medicina. Desde então, tem havido diminuição exponencial 
dos custos do sequenciamento e aumento significativo na acumulação de dados. 
Agora, essa nova informação, literalmente na ponta dos dedos, promete revolucionar 
nossa compreensão acerca de saúde e doença. No entanto, embora o volume de 
dados acumulados seja formidável, cada vez mais nos damos conta de que apenas 
começamos a arranhar a superfície de sua complexidade; descobrir sua relevância 
para as doenças e para o desenvolvimento de novas terapias ainda é um desafio que 
anima e inspira tanto cientistas quanto o público leigo. (Robbins & Cotran) 
 
As principais classes de sequências não codificadoras de proteínas funcionais 
encontradas no genoma humano são: 
 
Aorganização do DNAnuclear. À microscopia óptica, o material genético nuclear está organizado em zonas dispersas e 
transcricionalmente ativas, chamadas eucromatina, ou em zonas densamente condensadas e transcricionalmente inativas, a 
heterocromatina; a cromatina também pode estar ligada mecanicamente à membrana nuclear, e uma perturbação da membrana 
nuclear pode, assim, influenciar a transcrição. Os cromossomos (como mostrado) só podem ser visualizados na microscopia 
óptica durante a divisão celular. Durante a mitose, eles são organizados em cromátides pareadas conectadas pelos centrômeros, 
que atuam como local para a formação de um complexo proteico denominado cinetócoro, o qual, por sua vez, regula a separação 
dos cromossomos na metáfase. Os telômeros são sequências de nucleotídeos repetidos que recobrem as extremidades das 
cromátides e permitem a replicação cromossômica repetida sem a perda de DNAdessas extremidades. As cromátides estão 
organizadas em braços curtos “P” (de petite, pequeno) e longos “Q” (“próxima letra do alfabeto”). O padrão de bandas 
característico das cromátides é atribuído ao teor de GC relativo (menor teor de GC nas bandas em relação às interbandas), com 
os genes tendendo a se localizar nas regiões de interbandas. Os cordões de cromatina individuais são compostos por uma cadeia 
de nucleossomos – DNAenrolado em torno de núcleos de histona octamérica –, com os nucleossomos conectados através dos 
segmentos de DNA. Os promotores são regiões de DNAnão codificante que iniciam a transcrição dos genes; eles estão na 
mesma cadeia e antes de seu gene associado. Os ativadores são elementos reguladores que podem modular a expressão gênica 
em distâncias de 100 kB ou mais, através de voltas recorrentes sobre os promotores e o recrutamento de fatores adicionais 
necessários para conduzir a expressão de espécies pré-RNAm. As sequências intrônicas são, subsequentemente, retiradas do 
pré-RNAm, a fim de produzir a mensagem definitiva, que é traduzida em proteína, sem as regiões 3’ e o 5’ não traduzidas (UTR). 
Além das sequências do ativador, do promotor e das UTR, elementos não codificantes são encontrados em todo o genoma, 
incluindo as repetições curtas, as regiões de ligação dos fatores de regulação, os RNAs regulatórios não codificantes e os 
transpósons. 
 
Organização das Histonas 
Embora praticamente todas as células do corpo contenham o mesmo material 
genético, as células terminalmente diferenciadas apresentam estruturas e funções 
distintas. É óbvio que os tipos celulares são diferenciados por programas linhagem-
específicos da expressão gênica. Essas diferenças celulares tipo-específicas na 
transcrição e na tradução do DNAdependem de fatores epigenéticos (literalmente, 
fatores que estão “acima da genética”), os quais podem ser descritos da seguinte 
maneira 
 
• Histonas e fatores modificadores de histonas. Os nucleossomos consistem de 
segmentos de DNAcom 147 pares de base de extensão, enrolados em uma estrutura 
com um núcleo central de proteínas de baixo peso molecular, altamente conservadas 
(sob o aspecto filogenético [NRC]), chamadas histonas. O complexo DNA-histona 
resultante se assemelha a uma série de “contas de um colar” unidas por curtos 
segmentos de DNA, genericamente chamada cromatina. O DNAisolado e esticado de 
uma célula humana tem cerca de 1,8 m de comprimento, mas, enrolado nas histonas 
como num carretel, o DNApode ser compactado no interior de um núcleo tão pequeno 
quanto 7 a 8 micrômetros de diâmetro, a largura de um linfócito em repouso. Na 
maioria das vezes, o DNAnão está disposto de forma uniforme e compacta. Assim, à 
microscopia óptica, a cromatina nuclear se apresenta de duas formas básicas: (1) 
heterocromatina, citoquimicamente densa e transcricionalmente inativa, e (2) 
eucromatina, citoquimicamente dispersa e transcricionalmente ativa (Fig. 1-1). Aliás, 
é a porção da cromatina nuclear que está “desenrolada” que regula a expressão 
gênica e, portanto, determina a identidade e a atividade da célula. As histonas não 
são estáticas. Ao contrário, trata-se de estruturas altamente dinâmicas reguladas por 
uma série de proteínas nucleares e modificações químicas. Assim, os complexos de 
remodelagem da cromatina podem reposicionar os nucleossomos no DNA, expondo 
(ou ocultando) os elementos regulatórios dos genes, como os promotores. Os 
complexos “escritores de cromatina”, por outro lado, realizam mais de setenta 
modificações diferentes das histonas, genericamente designadas como marcações 
(marks). Essas modificações covalentes incluem metilação, acetilação ou fosforilação 
de resíduos de aminoácidos específicos nas histonas. Genes transcritos ativamente 
na eucromatina estão associados a marcações de histonas que tornam o DNA 
acessível às RNA-polimerases. Em contraste, genes inativos apresentam marcações 
de histonas que permitem a compactação do DNAem heterocromatina. Marcações de 
histonas são reversíveis por meio da atividade de “apagadores de cromatina”. Além 
disso, outras proteínas funcionam como “leitores de cromatina”, ao se ligarem às 
histonas que exibem marcações específicas, regulando, portanto, a expressão gênica. 
• Metilação de histonas. Lisinas e argininas podem ser metiladas por enzimas 
escritoras específicas; em particular, a metilação de resíduos de lisina nas histonas 
está associada à ativação ou à repressão transcricional, dependendo do resíduo de 
histona que está “marcado”. 
 
• Acetilação de histonas. Resíduos de lisina são acetilados por histonas 
acetiltransferases (HAT), cujas modificações tendem a abrir a cromatina e aumentar 
a transcrição. Por sua vez, essas alterações podem ser revertidas por histonas 
desacetilases (HDAC), levando à condensação da cromatina. 
 
• Fosforilação de histonas. Os resíduos de serina podem ser modificados pela 
fosforilação; dependendo do resíduo específico, o DNAé aberto para a transcrição ou 
condensado para se tornar inativo. 
 
• Metilação do DNA. Tipicamente, altos níveis de metilação do DNAem elementos 
reguladores de genes resultam no silenciamento transcricional. Assim como as 
modificações das histonas, a metilação do DNAé rigidamente controlada por 
metiltransferase, enzimas de desmetilação e proteínas ligadoras de DNAdesmetilado. 
 
• Fatores de organização da cromatina. Muito pouco se sabe sobre essas proteínas, 
as quais, acredita-se, ligam-se a regiões não codificantes e controlam as alças de 
DNAde longa extensão, o que se revela importante na regulação das relações 
espaciais entre os ativadores e os promotores de genes que controlam aexpressão 
gênica. (Robbins & Cotran) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
➢ REFERENCIA BIBLIOGRAFICAS: 
 
ROBBINS & COTRAN. Patologia — Bases Patológicas das Doenças, 9ª EDIÇÃO- 
2016 
ROBBINS, Patologia Básica / Vinay Kumar... [et al] ; [tradução de Claudia Coana... 
et al.]. - Rio de Janeiro : Elsevier, 2013 
BOGLIOLO, LUIGI, 1908-1981 Bogliolo, Patologia I (editor! Geraldo Brasileiro 
Filho. - 8.ed. - Rio de Janeiro : Guanabara Koogan, 2011. 
FARIAS, J. L. Patologia Geral. 5. Ed. Guanabara. Rio de Janeiro, 2008

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