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Desenvolvimento Humano - Infância-Adolescência

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Desenvolvimento Humano:
da1ª infância a Adolescência
Profª Me. Rennata Paolla
rennatapaolla@hotmail.com
A delimitação conceitual do campo da Psicologia do Desenvolvimento
O desenvolvimento humano envolve o estudo de variáveis afetivas, cognitivas, sociais e biológicas em todo o ciclo de vida.
Esta área faz interface com áreas diversas como: biologia, antropologia, sociologia, educação, medicina, entre outras.
Tradicionalmente o estudo do desenvolvimento humano focou o estudo da criança e do adolescente.
O interesse pelos anos iniciais da vida dos indivíduos tem origem na história do estudo científico desta área, que, em seu início, preocupou-se com os cuidados e com a educação das crianças, e com o próprio conceito de infância como um período particular do desenvolvimento.
- O enfoque da área vem passando por um processo de mudanças, e hoje há um consenso de que a Psicologia do desenvolvimento deve focar o desenvolvimento do indivíduo ao longo de todo o ciclo vital.
- Um dos objetos de estudo do Psicólogo do Desenvolvimento são as mudanças que ocorrem na vida dos indivíduos.
- É necessário compreendermos como as condições internas e externas ao indivíduo afetam e promovem essas mudanças.
Variáveis Internas
São aquelas ligadas à maturação orgânica do indivíduo, as bases genéticas do desenvolvimento.
Variáveis Externas
São aquelas ligadas à influência do ambiente no desenvolvimento (momento histórico).
Metodologias utilizadas no estudo do Desenvolvimento Humano
Estudos Longitudinais
Estuda o desenvolvimento dos indivíduos ao longo do tempo, ao mesmo tempo em que controlam-se as múltiplas varáveis que afetam o desenvolvimento.
Estudam um coorte (indivíduos que tem em comum um evento que se desenvolve no mesmo período. Ex: pessoas que nasceram entre 85 e 90) específico no desenvolvimentos dos sujeitos
Curso de Vida
Chamam a atenção para algumas limitações dos estudos longitudinais, por estudar apenas um coorte de cada vez, não permitindo inferência sobre o comportamento entre gerações.
Apontam a necessidade de incluir outras coortes históricas em estudos sobre o desenvolvimento humano.
Levando em consideração as discussões feitas até aqui....
Podemos definir a Psicologia do Desenvolvimento humano como:
O estudo, através de metodologia específica e levando em consideração o contexto sócio histórico, das múltiplas variáveis, sejam elas cognitivas, afetivas, biológicas ou sociais, internas ou externas ao indivíduo e que afetam o desenvolvimento humano ao longo da vida.
Evolução histórica da Psicologia do Desenvolvimento
O período formativo (1882-1912)
Em 1882, Preyers (1841-1897) publicou o livro “The mind of the child” que impulsionou pesquisas na área do desenvolvimento.
Os interesses de pesquisa nessa época envolviam principalmente a psicobiologia, psicologia da personalidade e desenvolvimento cognitivo.
Primeira fase (1920-1939 aproximadamente)
Período de grande investimento no estudo do desenvolvimento da criança, embora tenha se publicado os primeiros estudos sobre envelhecimento.
Os principais interesses de estudo nessa época foram: o desenvolvimento intelectual, maturação e crescimento. A maioria das pesquisas ainda usam métodos descritivos e normativos.
Segunda Fase (1940-1959 aproximadamente)
Fase fortemente influenciada pela depressão de 30 e pelas guerras que levam a uma escassez de investimentos em pesquisa.
O interesse nesta época ainda de concentra no estudo da criança, especialmente no estabelecimento de relações entre variáveis que afetam o desenvolvimento.
Os avanços teóricos ficam limitados, pois os métodos correlacionais não permitem que se estabeleçam relação de causa e efeito entre variáveis.
Terceira Fase (1960-1989 aproximadamente)
Nesta fase ou uma re-emergência das pesquisas no campo do desenvolvimento. 
Até meados da década de 60 a psicologia do desenvolvimento é influenciada pela Teoria Behaviorista e os conceitos de aprendizagem social. Observa-se também o reaparecimento da Teoria Piagetiana como arcabouço teórico neste campo.
A metodologia de pesquisa utilizada nesta busca o estabelecimento das causas do desenvolvimento (método experimental e uso de técnicas correlacionais associadas a estudos longitudinais).
Quarta fase (1990-dias atuais)
O caráter interdisciplinar da disciplina, a importância de se discutir e incorporar nas pesquisas os diversos contextos em que os indivíduos se desenvolvem, inclusive a dimensão histórica do desenvolvimento começa a ser discutida.
O desenvolvimento é estudado ao longo do ciclo vital, ao invés da tradicionais ênfase na infância e adolescência.
No Brasil funda-se em 1998 a “Sociedade Brasileira de Psicologia do Desenvolvimento”.
Os objetos de pesquisa anteriores permanecem, mas observa-se um maior interesse por estudos no curso da vida por abordagens contextuais, e sistêmicas.
Quanto aos métodos de pesquisa, propõem-se novos paradigmas metodológicos, estudos sistêmicos, longitudinais, transculturais, transgeracionais e multimetodológicos.
Princípios do Desenvolvimento Humano
O ser humano, no seu processo de desenvolvimento, apesar das diferenças individuais, segue algumas tendências que são encontradas em todas as pessoas. Seis delas serão destacadas: 
O desenvolvimento humano é um processo ordenado e contínuo, dividido em quatro fases principais: infância, adolescência, idade adulta e senescência; 
2. O desenvolvimento humano se realiza da cabeça para as extremidades; 
Sequência céfalo-caudal: a criança sustenta primeiro a cabeça, para só então levantar o tronco, sentar, engatinhar e depois passa a andar. 
Sequência próximo-distal: (centro-periferia) a criança movimenta primeiro os braços, para depois movimentar as mãos e os dedos.
3. O indivíduo tende a responder sempre de forma mais específica as estimulações do meio. Cada vez mais vão se especializando os movimentos do corpo para respostas específicas. O desenvolvimento se dá do geral para o específico. 
Ex: Na aprendizagem da fala: uma palavra para várias coisas, vai especializando seu vocabulário até ser mais direcionado.
4. Os órgãos não crescem de maneira uniforme. Enquanto o cérebro, por exemplo, se desenvolve rapidamente na infância, as outras partes do corpo seguem ritmos diferenciados, às vezes de forma lenta em outras aceleradamente; 
Ex: 80% do cérebro está desenvolvido: aos 4 anos / 80 % dos testículos e ovários: por volta dos 16 anos
5. Cada indivíduo se desenvolve de acordo com um ritmo próprio que tende a permanecer constante segundo seus padrões de hereditariedade, se não for perturbado por influências externas, como má alimentação; ou internas, como doenças; 
6. Todos os aspectos do desenvolvimento humano são inter-relacionados, não podendo ser avaliados sem levar em conta essas mútuas interferências. 
Aspectos do Desenvolvimento
O desenvolvimento tem três principais aspectos: físico, cognitivo e psicossocial. Essas formas de desenvolvimento não ocorrem isoladamente; cada uma delas influenciam as outras.
DESENVOLVIMENTO FÍSICO: crescimento do corpo e do cérebro, capacidades sensórias, habilidades motoras.
DESENVOLVIMENTO COGNITIVO: aprendizagem, memória, linguagem, pensamento, julgo moral, criatividade.
DESENVOLVIMENTO PSICOSSOCIAL: a mudança e a estabilidade na personalidade e nos relacionamentos sociais constituem juntos o desenvolvimento psicossocial.
Influências no Desenvolvimento
Hereditariedade: Influências sobre o desenvolvimento transmitidos pelos genes herdados dos pais.
Ambiente: Totalidade de influencias não-genéticas sobre o desenvolvimento, externas à pessoa. 
Maturação: Desdobramento de uma sequência geneticamente influenciada e, muitas vezes relacionadas à idade, mudanças físicas e padrões de comportamentos, incluindo a prontidão para adquirir novas habilidades.
Etapas do Desenvolvimento Humano
Antes do nascimento:
Pré-natal: corresponde a fase que vai do momento da fecundação até o parto e dura cerca de nove meses.
Período germinativo: semana 1
Período embrionário: semana 2-8
Período fetal: semana9 aos nove meses
Nascimento
Segundo Cole e Cole (2003), o nascimento representa a primeira alteração biossociocomportamental e define-se como uma das transições mais radicais da vida.
A partir do nascimento, o bebê deixa as condições ideais do útero materno e passa a interagir com os meios físico e social, iniciando suas aprendizagens. 
Uma das primeiras é o fato de ter que respirar por si mesmo. Os pulmões se inflam ao receber oxigênio e a vida dá ao novo ser humano um recado: “A partir de agora, é com você!” 
Em termos de funcionamento biológico, ao nascer, o bebê torna-se um ser individualizado (porém não independente), em termos cognitivos, afetivos e sociais esse bebê necessitará da interação com outros humanos para construir-se. Os bebês humanos são os mais frágeis e precisam de cuidados para sobreviverem. 
O que o bebê já possui quando nasce? 
Ao nascer o bebê já possui os reflexos, a sua capacidade perceptiva (vê, ouve e sente), algumas capacidades motoras e algumas habilidades sociais (como o choro, por exemplo). 
Os reflexos são respostas físicas automáticas desencadeadas involuntariamente por um estímulo específico. No quadro a seguir, apresentaremos os principais reflexos presentes no nascimento. 
Os reflexos são manifestações normais e importantes no recém-nascido durante algum tempo e que desaparecem com o desenvolvimento
Do nascimento aos 15 meses
Desenvolvimento físico
Esta é uma fase de rápido crescimento e desenvolvimento: o bebê muda mês a mês!!
A criança, através da maturação do Sistema Nervoso Central e do Sistema motor, vai progredindo e começa a coordenar os reflexos que traz ao nascer (sugar, pegar e olhar para) em ações mais complexas: coordena a sucção com a visão (olha para o que suga), depois o olhar e o pegar (olha e pega), desenvolve em seguida o movimento de pegar, começa a descobrir objetos, senta sem suporte, fica de pé e finalmente anda sem ajuda.
O bebê mês a mês...
1º mês: o bebê dorme a maior parte do tempo, apresenta uma série de reflexos como o agarrar e o sugar.
2º mês: diferencia sons e orienta-se para os humanos, acompanha visualmente o deslocamento de um objeto, sorri em resposta a outro sorriso, demonstra conhecer o rosto da mãe.
3º mês: segura com firmeza um objeto, enxerga em cores, reage a barulhos parando de mamar.
4º mês: levanta a cabeça e a mantém equilibrada, chora quando deixado sozinho, ouve a voz da mãe e vira a cabeça procurando por ela.
5º mês: olha própria imagem no espelho e se alegra com isso, lambe, morde e chupa tudo o que estiver em seu alcance.
6º mês: estica os braços para ganhar colo, segura objetos com as duas mãos, come a primeira papinha.
7º mês: senta de modo firme, começa a entender o "não", interessa-se por figuras em livros, aparecem os primeiros dentes.
8º mês: está pronto para engatinhar, olha para quem o chama pelo nome.
9º mês: os dedos funcionam como pinça para pegar objetos pequenos, bate palmas e dá tchau.
10º mês: aponta com o dedo indicador.
11º mês: tenta ficar de pé encostando-se às paredes e apoiado em móveis.
12º mês (1 ano): começa a andar com ajuda.
15 meses: anda bem sozinho, sobe escadas engatinhando, usa o copo para beber líquidos e pode usar a colher.
1 ano e meio: corre desajeitadamente
Desenvolvimento da linguagem
Ao nascer o bebê possui vocalizações diferentes do choro para "fome", "dor". 
É chorando que o bebê se comunica, especialmente com a mãe. E é incrível como ela consegue entender cada tipo de choro...
Aos 3 meses faz ruídos com a garganta e estala o céu da boca. 
Balbucia (repete uma série de sons: "ma-ma", "da-da") aos 6 meses e reserva cada som para um objeto específico. Brinca com as suas próprias vocalizações. E os adultos, imitando-os, também brincam!
Reconhece o "não" e seu próprio nome aos 7 e 8 meses.
A média de idade para a 1ª palavra é 11 meses.
Desenvolvimento cognitivo
Piaget denomina esta fase como Período sensório-motor. Por que? 
Porque o bebê conhece o mudo e desenvolve a inteligência através dos sentidos e das ações.
Ele caminha das atividades reflexas inatas (respostas que traz prontas ao nascer para reagir ao ambiente: sugar, agarrar, acompanhar visualmente) para atividades desenvolvidas para um fim e relacionadas ao ambiente. Por exemplo: olha, agarra e depois põe na boca o que quer.
O domínio do ambiente pelo bebê ocorre através dos processos de Assimilação (incorporando novos estímulos ambientais: p.ex., agarrar novos objetos) e Acomodação (modificação do comportamento para a adaptação a novos estímulos: p. ex., esticar o braço para agarrar um objeto distante).
Fase Oral (Teoria Freudiana)
Desenvolvimento afetivo e social
Vinculo mãe-bebê
O vínculo mãe-bebê (relação de apego) é extremamente importante neste início da vida!
A criança aprende através dele se o mundo é um lugar bom e agradável para viver ou uma fonte de dor, frustração e incerteza.
A criança "sinaliza" ao ambiente como ela está, através de alguns comportamentos como o choro, o sorriso, a vocalização, o olhar, cada um deles indicando coisas diferentes: há alguns "sinais" que buscam a aproximação da mãe e outros que pretendem mantê-la presente, interagindo. 
É possível distinguir choros de "manha", "mágoa" e "dor", assim como há sorrisos "fechados", "sociais" e "largos".
Quando a mãe responde aos "sinais" que a criança emite (chamamos a isso de interação "sintônica") uma relação afetiva se desenvolve e tanto a criança, como a própria mãe, desenvolvem um sentimento de segurança: o bebê frente ao ambiente e a mãe frente ao seu papel materno.
Autoimagem e autoconceito
Em relação à autoimagem e autoconceito, o bebê, inicialmente, não experimenta a si mesmo como separado dos outros, especialmente da mãe: ele e a mãe são vivenciados como sendo uma coisa só!
Com o tempo a criança começa o processo de separação, ainda que a mãe seja vista como uma extensão de si, seja provendo cuidados ou o frustrando.
Ansiedades normais do bebê
Por volta dos 6 meses o bebê sorri mais para a mãe, dá os braços para ela, vocaliza mais em sua presença, deixando nítida a aquisição de uma ligação de apego e apresentando então ansiedade de separação ao seu afastamento.
Em torno dos 8 meses surge a ansiedade frente a estranhos, indicando claramente que o bebê já discrimina o familiar do não familiar.
Qual é a tarefa do ambiente junto à criança de zero a 1ano e meio?
A tarefa do ambiente nesse período é a de prover condições para que o bebê desenvolva um sentido de segurança e confiança em relação ao mundo através do afeto da mãe ou substituto e da adequada satisfação de suas necessidades.
Mas, mais importante que a quantidade é a qualidade e a contingência da estimulação que o ambiente provê ao bebê: a criança se apega a quem ela tem uma interação melhor (em qualidade e no momento da necessidade) e não quem fica com ela a maior parte do tempo!
O brincar
A criança geralmente se diverte jogando objetos e pegando-os, e gosta muito de brincar com a mãe de "achou!" (nas mais diferentes culturas, diga-se de passagem).
Brinca de sacudir chocalhos (4 meses), empilhar cubos (13 meses) e com 1 ano e meio folheia livros.
Dos 16 meses aos 3 anos
Desenvolvimento físico
Este é o momento da aquisição dos "dentes de leite". 
Ocorre também o refinamento das manobras de pegar e soltar (apreensão fina dos dedos). Nesse sentido, e acompanhando essas conquistas, a maioria das crianças começa a alimentar-se sozinhas, colocar e tirar algumas peças de roupas.
Do ponto de vista físico é também o importante momento da aquisição do controle da bexiga e o intestino: das fraldas para o penico!
Desenvolvimento da linguagem
A criança se personaliza e começa a usar o "eu", mostrando assim a fundamental aquisição da diferenciação "eu" e "não eu".
Utiliza já frases de duas palavras: "roupa mamãe" (2 anos) para pedir o que deseja.
Mas, como a fala não é ainda capaz de dar à criança condições de expressar tudo, a frustração dá lugar à raiva e a raiva gera a birra. 
É importante que as pessoas ao redor compreendam o porquê destairritação. Surge o plural e começa a fase dos "porquês".
Desenvolvimento cognitivo
Piaget - Este momento é denominado agora de Período pré-operatório e o grande avanço é o surgimento da função simbólica com o uso da linguagem (2 anos).
A criança aprende a diferenciar entre ela e o mundo externo: começa a ver os objetos como separados de si mesma (conceito de objeto).
Desenvolve a capacidade de representar objetos e pessoas mentalmente em sua ausência (permanência do objeto) em torno dos 2 anos.
Outras características importantes desta fase:
 Egocentrismo: a criança entende tudo a partir da própria perspectiva.
 Animismo: a criança acredita que os objetos inanimados estão vivos, isto é, possuem sentimentos e intenções.
 Pensamento mágico: a criança acredita ter o poder de fazer coisas acontecerem a partir de seus desejos.
Perspectiva Freudiana - Fase Anal
Desenvolvimento afetivo e social
Com o crescente processo separação-individuação, a criança ganha um senso de existência inteiramente separada, aumenta a independência da mãe, embora, às vezes, vacile entre um funcionamento independente e retorno ao apego inicial.
A criança já "caminhou" muito até esse momento (já aprendeu a andar, a discriminar familiares de estranhos, adquiriu os rudimentos da linguagem) e se recebeu cuidados adequados, sente-se seguro frente ao ambiente e precisa então "testar" tudo isso.
Muito de sua interação com o ambiente tem o caráter de uma "oposição" àquilo que lhe é pedido, em várias situações da vida diária. É teimosa, negativista: "não vou", "não quero", "não gosto".
Desenvolvimento afetivo e social
Aparecem de forma intensa alguns impulsos como os de: 
 Aquisição (a criança passa a pegar tudo, a querer tudo, dizendo que é dela);
 Agressão (reage muitas vezes batendo, chutando, fazendo birra às frustrações que o ambiente impõe à ela); 
 Sexual (na situação de banho é frequente encontrar crianças explorando as sensações produzidas pelo toque a seus órgãos sexuais). 
As mães começam a ser mais exigentes com a criança, a exigir maior cooperação, obediência e controle, como é o caso do treino de toalete (processo de eliminação) que acontece em geral nesse momento. É o início da internalização das normas, do que pode e não pode.
O brincar
A criança nesta fase tem objetos favoritos (brinquedos, cobertor e outros).
Brinca de forma solitária, não dividindo os brinquedos (tudo é "meu") e sua brincadeira é livre e sem regras.
Importante lembrar que seu tempo de atenção muito curto (por isso devem ocorrer mudanças frequentes de brincadeira). 
Gosta bastante de brincar de esconde-esconde.
Qual a tarefa do ambiente junto à criança de até 3 anos?
A tarefa do ambiente nesse período é o de dar limites aos comportamentos da criança, isto é, começar a estabelecer para a criança o que pode e o que não pode, o certo e o errado.
Normas para a criança
Importante nesse sentido que:
as normas sejam claras, bem determinadas e exigidas na maioria das vezes: isto faz com que a criança aprenda mais rápido e se sinta segura frente às consequências de seu comportamento.
a aprendizagem das normas e do controle não signifique a aquisição do medo e da vergonha.
Importante esclarecer que, nesse momento inicial do aprendizado das normas, que as normas sociais são obedecidas geralmente apenas quando o agente socializador está presente. 
Há necessidade de um controle externo, ou seja, a mãe precisa estar presente na situação dizendo à criança para "não fazer sujeira", "não subir na mesa"! E é, por sua vez, pelo receio de perder o "amor" da mãe que a criança obedece à ela.
Dos 3 aos 5 anos
Desenvolvimento físico
Nesta fase corre, salta, pula, anda de triciclo (3 anos). Também anda de bicicleta, anda na ponta dos pés, joga bola, aprende a nadar (4 anos).
Usa tesouras, botões, massa de modelar e utensílios como colher e garfo.
Ocorre uma alteração nas proporções do corpo, a criança passa a reconhecer as diferentes partes do corpo e se interessa por roupas de adulto.
Demonstra curiosidade pelos órgãos sexuais, pelo nascimento dos bebês e pelas diferenças sexuais.
Desenvolvimento cognitivo
Piaget - Período pré-operatório (continuação)
Usando palavras, a criança pode imaginar e falar sobre objetos não presentes, acontecimentos e sentimentos.
O pensamento é, entretanto, egocêntrico: a criança é incapaz de adotar o ponto de vista do outro e esforça-se pouco para adaptar a comunicação às necessidades de quem ouve.
O pensamento é também limitado pela inabilidade em levar em conta dois aspectos da observação ou dois objetos simultaneamente (não conservação. Por exemplo, na situação: a criança olha para duas bolinhas de massa de modelar do mesmo tamanho, uma delas é então manipulada e se torna mais fina, a criança responde então que uma é maior que a outra porque mais comprida).
Tenta desenhar uma pessoa (3 anos) e depois, coisas que já viu (5 anos).
Fase na teoria Freudiana - Fálica
Desenvolvimento afetivo e social
Ocorre uma grande "ampliação da socialização": a criança é exposta a influências sociais mais amplas, visitando a casa de amigos e muitas vezes frequentando a escola.
Além dos contatos sociais da criança crescerem rapidamente nessa fase, há diferenças em relação ao sexo da criança:
 As meninas gastam grande parte do tempo em interações sociais, a afiliação é uma tendência maior delas.
 Os meninos estão mais frequentemente engajados em alguma atividade física.
Continua a dependência dos pais, mas inicia-se o esforço pela autonomia: criança quer tomar banho sozinha, ajuda um pouco nas tarefas da casa, envolvimento maior com a escola maternal/creche.
A criança inicia tarefas, propõe atividades, se antecipa ao ambiente.
O brincar
A criança nesta fase brinca ativamente com a fantasia e faz uso intenso da imaginação.
Entretanto, o brincar tem características diferentes: já não precisa tanto da manipulação do concreto e recorre muito ao "faz-de-conta".
Também começa a brincar com jogos competitivos.
Os adultos como modelos
Nesta fase, a criança se identifica com os adultos frente aos quais se ligou emocionalmente e com os quais convive. 
Ela imita esses modelos, ensaia "papéis" em termos do comportamento, dos valores, das atitudes e da forma de reagir.
Quais as tarefas do ambiente junto à criança de 3 a 5 anos?
As tarefas do ambiente nesse período são no sentido de permitir, dentro dos limites por ele considerados como adequados, que a criança teste a sua iniciativa, sejam dadas condições para que ela verifique o efeito de suas ações e possa aprender que se lançar em frente pode ser algo agradável e ter bons resultados, dentro do equilíbrio liberdade x limites.
É fundamental a adequação dos pais como modelos a serem imitados e seguidos: se estes são indiferentes ou hostis, criam modelos pobres para que a criança se identifique, o afeto é a base tanto para a aquisição de normas quanto da identificação.
A influência dos pais sobre os filhos é profunda, justamente porque ela se dá através dessa aprendizagem por imitação mais do que por um ensino direto.
A tarefa do ambiente nesse período é também, portanto, a reflexão individual e a autoanálise dos adultos como pessoas frente às quais a criança se identifica e toma como modelos.
Dos 5 aos 12 anos
Desenvolvimento físico
Ocorre a erupção dos dentes permanentes.
Também se tem a elaboração da coordenação motora fina. As crianças têm maior consciência das mãos como instrumentos de trabalho.
Começam a identificar-se com o pai do mesmo sexo (5 anos).
Há um incremento das proezas atléticas.
Ocorre o início da puberdade ao final do período (para as meninas).
Desenvolvimento da linguagem
Nesta fase tem-se um vocabulário enriquecido e sofisticado gramaticalmente.
Ocorre o início da leitura (5 anos) e a criança tem muito prazer em jogos de palavras e habilidades verbais.
Fala tão bem quanto escreve (12 anos).
Desenvolvimento cognitivo
Piaget - Período operacional concreto
Este é um estágio caracterizado pela aquisição de lógica elementar (relações de causa-efeito)sobre eventos concretos, presentes e experenciados.
Os princípios de reversibilidade e conservação de volume, peso, número e extensão são adquiridos.
Há compreensão sobre a relação entre a parte e o todo, capacidade de seriação e classificação (por exemplo: frente à pergunta: há mais bolas vermelhas ou brinquedos nesta caixa, a criança é capaz de dizer a resposta correta do conjunto, ou seja, há mais brinquedos).
O raciocínio é do tipo empírico-dedutivo: "o que é".
Fase na teoria Freudiana - Latência
Desenvolvimento afetivo e social
Surge um novo socializador: a escola.
Consequentemente tem-se também a separação da mãe e de casa por um período de tempo maior.
Os professores, os colegas e os amigos se tornam influências sociais importantes.
Entretanto, as amizades são transitórias e os interesses mudam rapidamente.
A criança vai deixando de lado a fantasia e o brinquedo, passando a empreender tarefas reais na direção de competências acadêmicas e sociais.
Teste do processo de desenvolvimento anterior
 Esta é uma fase de teste do processo de desenvolvimento anterior e nesse sentido:
 É preciso que a afeição tenha gerado segurança para que ela se sinta tranquila para conviver com outros adultos e ambientes.
 É preciso que os limites impostos ao seu comportamento tenham levado a uma capacidade grande de se adaptar e seguir normas (as da escola são muitas).
 É preciso que a liberdade tenha permitido a iniciativa e a expectativa de que testar e enfrentar novas situações é muito bom- é preciso acima de tudo que a criança tenha desenvolvido e adquirido uma autoimagem positiva.
 Crescimento das relações com os colegas do mesmo sexo e do oposto
O brincar
- As crianças nessa fase participam de jogos em equipe na escola e em casa, com regulamentos. 
- A competição nos jogos pode ter resultados associados à autoestima.
Quais as tarefas do ambiente?
As tarefas do ambiente nesse período são:
Em relação à família: 
Continua a ser o primeiro socializador, dela depende a escolha da escola.
Cabe a família apoiar a criança, valorizar o seu trabalho na escola, o seu ganho de competências e habilidades. 
Tem que enfrentar também o início do afastamento da criança da dominância familiar, a cada instante o filho traz um "pode?" novo e diferente, cabendo aos pais discutir, rever, ceder ou impor normas.
Em relação à escola: 
Responder às necessidades da criança de se sentir capaz, empreendedora, competente;
Informar e formar, assumir o desenvolvimento da criança como um todo, não ser apenas um mero transmissor e cobrador de informações ou, pior ainda, um lugar onde a criança gasta parte do seu tempo, aliviando as responsabilidades da família. 
Cabe à escola o manter ou transformar a visão que a criança tem de si mesma, de suas capacidades, de seu valor: os professores são adultos significantes e modelos a serem imitados, bem como os companheiros serão os transmissores de novos padrões de comportamento e atitudes.
Dos 12 aos 18 anos
Desenvolvimento físico
Este é um novo período de rápidas mudanças físicas, sexuais, sociais e intelectuais.
Entrada na puberdade (desenvolvimento das características sexuais secundárias): menarca, desenvolvimento dos seios, pelos axilares e púbicos, expansão do tórax, mudança de voz, desenvolvimento muscular. Geralmente mais cedo (em geral 2 anos) nas meninas.
Tem-se um crescimento acelerado da estatura que atinge o máximo do tamanho adulto ao final deste período.
A masturbação é quase uma prática universal entre os meninos e menos comum entre as meninas.
Ocorrem apegos intensos a pessoas do mesmo sexo.
É o auge do desenvolvimento atlético e acadêmico. Entretanto, têm-se sérios problemas de saúde na adolescência como obesidade ou anorexia, tabagismo, drogas, alcoolismo, gravidez indesejável, acidentes de carro são os principais problemas deste período.
Em Freud – Fase Genital
Desenvolvimento da linguagem
Ocorre a aquisição de construções gramaticais complexas.
E, especialmente, observa-se o uso de gírias próprias do grupo de amigos.
O adolescente tem grande prazer com livros, revistas, jornais, escrita e diários. Atualmente, via internet!
Desenvolvimento cognitivo
Piaget - Período operatório formal
Neste momento tem-se o domínio da habilidade em aplicar regras lógicas e raciocinar frente problemas abstratos e hipóteses.
Há a habilidade para compreender o conceito de probabilidade.
O adolescente é capaz de julgar muitas variáveis ao mesmo tempo e "pensar sobre o pensar".
A preocupação com os próprios pensamentos nesta fase leva o adolescente a assumir que qualquer um vê as coisas da mesma maneira (egocentrismo adolescente).
Raciocínio do tipo hipotético-dedutivo: "o que poderia ser".
Desenvolvimento afetivo e social
O papel das amizades é fundamental sendo fonte de segurança e de status social. São mais íntimas e deixam de ser os amigos escolhidos pelos pais para serem pessoas desconhecidas do ambiente familiar (muitas vezes gerando preocupações à família).
A conformidade (agir de acordo) com o grupo torna-se muito importante e é fundamental ser aceito dentro dele.
Ocorre a consolidação da autoimagem e o estabelecimento de uma identidade pessoal: noção de quem é, para onde está indo e quais são as possibilidades de chegar lá.
Também é o momento da reavaliação das normais sociais e valores, período de intenso idealismo e descoberta de valores abstratos como liberdade, beleza, privacidade, democracia, etc.
Não podemos nos esquecer da ambivalência do adolescente: deseja a liberdade, mas não gosta de assumir a responsabilidade a ela inerente!
O adolescente formula conceitos de amor e procura por intimidade. Tem suas primeiras experiências sexuais e ocorre o estabelecimento da orientação sexual.
Quais as tarefas do ambiente junto ao adolescente?
Prover condições para que as necessidades do adolescente (ser aceito, ser reconhecido como pessoa, ter sucesso em suas atividades, ser querido e ser compreendido) sejam satisfeitas.
De modo objetivo os pais devem prover:
relacionamento afetuoso.
modelo adequado dentro do papel sexual.
diminuição da autoridade sem cair numa permissividade prematura- 
comunicação franca: conversar, despender tempo, discutir as realizações do adolescente, suas metas, restrições, valores.
lembrar da própria adolescência: lembrar que os rebeldes de ontem se tornam os preocupados de hoje.
ter senso de humor, muitos dos comportamentos dos adolescentes são caricaturas ou uma oposição frente à forma como o adulto age.
Bibliografia Consultada
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Texto: Patrícia Lacerda Bellodi - Doutora em Psicologia Clínica pela USP

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