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Neuroanatomia III - Grandes Vias Aferentes e Descendentes

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Vias Aferentes - Grandes Vias Aferentes (Machado cap.29) 
As grandes vias aferentes podem ser consideradas como cadeias neuronais unindo os receptores ao 
córtex , sendo que em cada uma das vias aferentes, deverão ser estudados os seguintes elementos: o 
receptor, o trajeto periférico, o trajeto central e a área de projeção cortical. Um princípio geral de 
processamento da informação é que ela ocorre de maneira hierárquica, sendo as informações transmitidas 
através de uma sucessão de regiões inicialmente subcorticais e depois corticais. 
- receptor: é sempre uma terminação nervosa sensível ao estímulo que caracteriza a via, existindo 
receptores especializados para cada uma das modalidades de sensibilidade. 
- trajeto periférico: compreende um nervo espinhal ou craniano e um gânglio sensitivo anexo a estes nervos. 
- trajeto central: em seu trajeto pelo sistema nervoso central, as fibras que constituem as vias aferentes se 
agrupam em feixes (tratos, fascículos, lemniscos), de acordo com suas funções. 
- área de projeção cortical: está no córtex cerebral, uma via consciente que nos permite distinguir os 
diversos tipos de sensibilidade, ou no córtex cerebelar, uma via inconsciente que não determina qualquer 
manifestação sensorial e é utilizada para realização de sua função primordial de integração motora . 
 
Vias Ascendentes do Funículo Anterior 
No funículo anterior localiza-se o trato espinotalâmico anterior, formado por neurônios cordonais de 
projeção, situados na coluna posterior . Estes axônios cruzam o plano mediano e fletem-se cranialmente 
para formar o trato espinotalâmico anterior, cujas fibras nervosas terminam no tálamo e levam impulsos de 
pressão e tato leve (tato protopático) . 
 
Vias Ascendentes do Funículo Posterior 
No funículo posterior existem dois fascículos, o grácil (membros inferiores) e cuneiforme (membros 
superiores) . Estes fascículos são formados pelos ramos ascendentes longos das fibras da raiz dorsal, que 
sobem no funículo para terminar no bulbo, ou seja, estas fibras nada mais são que os prolongamentos 
centrais dos neurônios sensitivos nos gânglios espinhais. 
- O fascículo grácil conduz impulsos provenientes dos membros inferiores e da metade inferior do tronco e 
pode ser identificado em toda a extensão da medula. 
- O fascículo cuneiforme (evidente apenas a partir da medula torácica alta) conduz impulsos originados nos 
membros superiores e na metade superior do tronco. 
 
Do ponto de vista funcional, não há diferença entre os fascículos grácil e cuneiforme, sendo assim, o 
funículo posterior da medula é funcionalmente homogêneo, conduzindo impulsos nervosos relacionados 
com o tato epicrítico (dois pontos), a propriocepção consciente (reconhecimento de forma/tamanho) 
e a sensibilidade vibratória. Os receptores de tato são os corpúsculos de Ruffini e de Meissner , os 
responsáveis pela propriocepção consciente são os fusos neuromusculares e órgãos neurotendinosos e os 
receptores para a sensibilidade vibratória são os corpúsculos de Vater Paccini . 
 
Vias Ascendentes do Funículo Lateral 
● Trato Espinotalâmico Lateral 
O trato espinotalâmico lateral constitui a principal via através da qual os impulsos de temperatura e dor 
chegam ao cérebro (via espinotalâmica). Neurônios cordonais de projeção, situados na coluna posterior, 
emitem axônios que cruzam o plano mediano na comissura branca, ganham o funículo lateral, onde se 
fletem cranialmente para constituir o trato espinotalâmico lateral, cujas fibras terminam no tálamo. 
★ Junto desse trato, seguem as fibras espinorreticulares , que também conduzem impulsos dolorosos. 
Essas fibras constituem a via espino-retículo-talâmica ao fazerem sinapse na chamada formação 
reticular do tronco encefálico (onde se originam as fibras retículotalâmicas). No entanto, essa via 
conduz impulsos relacionados com dores do tipo crônico e difuso ( dor em queimação ), enquanto a via 
espinotalâmica se relaciona com as dores agudas e bem localizadas da superfície corporal. 
 
● Trato Espinocerebelar Posterior 
Neurônios cordonais de projeção, situados no núcleo torácico da coluna posterior, emitem axônios que 
ganham o funículo lateral do mesmo lado, fletindo-se cranialmente para formar o trato espinocerebral 
posterior. As fibras deste trato penetram no cerebelo pelo pedúnculo cerebelar inferior , levando impulsos 
de propriocepção inconsciente originados em fusos neuromusculares e órgãos neurotendinosos. 
 
● Trato Espinocerebelar Anterior 
Neurônios cordonais de projeção, situados na coluna posterior e na substância cinzenta intermédia, emitem 
axônios que ganham o funículo lateral do mesmo lado ou do lado oposto, fletindo-se cranialmente para 
formar o trato espinocerebelar anterior. As fibras deste trato penetram no cerebelo, principalmente pelo 
pedúnculo cerebelar superior e informam o cerebelo sobre quando os impulsos motores chegam à 
medula e qual sua intensidade, auxiliando no controle da motricidade somática. Além disso, admite-se que 
essa via seja duplamente cruzada , ou seja, as fibras cruzadas na medula voltam a se cruzar ao entrar no 
cerebelo, de tal modo que o impulso nervoso termina no hemisfério cerebelar situado do mesmo lado em 
que se originou . 
 
 
 
Vias Descendentes 
Atualmente é mais utilizada a divisão morfofuncional da classificação das vias descendentes motoras em 
dois sistemas: lateral (corticoespinhal e o rubroespinhal) e medial (trato corticoespinhal anterior, 
tetoespinhal, vestibuloespinhal e os reticuloespinhais pontino e bulbar). 
 
Os motoneurônios laterais inervam principalmente a musculatura apendicular distal , ou seja, dos braços, 
pernas, mãos e pés, sendo por essa razão relacionados ao comando dos movimentos finos das 
extremidades. Já os motoneurônios mediais , por outro lado, inerva principalmente a musculatura axial do 
tronco e a musculatura apendicular proximal (antebraço e ombros), sendo encarregada do comando dos 
movimentos axiais do corpo, ou seja, aqueles mais relacionados à postura e ao equilíbrio corporal. 
● motoneurônios laterais → funículo lateral → feixe corticoespinhal e feixe rubroespinhal 
● motoneurônios mediais → funículo ventromedial → feixes corticoespinhal medial, vestibuloespinhais, 
reticuloespinhaise tectoespinhal 
 
 
 
 
 
Sistema Lateral 
● Corticoespinhal Lateral (unem o córtex cerebral aos neurônios motores da medula) 
Originam-se no córtex motor e, no nível da decussação das pirâmides no bulbo, os tratos corticoespinhais 
se cruzam , visando a realização de movimentos voluntários (o córtex de um hemisfério cerebral comanda 
os neurônios motores situados na medula do lado oposto). O trato corticoespinhal lateral localiza-se no 
funículo lateral da medula até a região sacral e, como suas fibras vão pouco a pouco terminando na 
substância cinzenta, quanto mais baixo, menor o número delas. 
 
● Rubroespinhal (juntamente com o trato corticoespinhal lateral, controla a motricidade voluntária 
dos músculos) 
Originam-se no núcleo rubro do mesencéfalo . Ao contrário do que se admitia até há alguns anos, as 
lesões do trato corticoespinhal lateral não causam quadros de hemiplegia (paralisia unilateral) como se 
acreditava, e os déficits motores que resultam dessas lesões são relativamente pequenos, uma vez que o 
trato rubroespinhal também age na musculatura dos membros , tendo ambos os tratos uma ação 
compensatória. Neste sentido, ele se assemelha ao trato corticoespinhal lateral, visto que também controla a 
motricidade da parte distal dos membros (músculos intrínsecos e extrínsecos da mão e do pé). 
 
Sistema Medial 
Todos esses tratos terminam na medula em 
neurônios internunciais, através dos quais eles se 
ligam aos neurônios motores, situados na parte 
medial da coluna anterior e, deste modo, controlam 
a musculatura axial, ou seja, do tronco e pescoço, 
assim como a musculatura proximal dos membros. 
 
● Corticoespinhal Anterior 
Originam-se no córtex cerebral . No nível da 
medula, cruzam o plano mediano para se conectar 
com neurônios motores do lado oposto, na coluna 
anterior. 
 
● Trato Vestibuloespinhal 
Originam-se nos núcleos vestibulares do IV 
ventrículo . Subdivide-se em lateral e medial, tendo 
como função básica a manutenção do equilíbrio e 
postura. 
 
● Trato Reticuloespinhal (musculatura 
extensora dos membros inferiores) 
Originam-se na formação reticular , seja do bulbo 
ou da ponte. Subdivide-se em reticuloespinhal 
pontino, responsável pela contração da 
musculatura extensora dos membros inferiores, e 
reticuloespinhal bulbar, que possui efeito contrário, ou seja, atua no relaxamento da musculatura extensora 
dos membros inferiores. 
 
● Trato Tetoespinhal 
Originam-se no teto do mesencéfalo (colículo superior) e têm funções mais limitadas, relacionadas a 
reflexos em que a movimentação decorre de estímulos visuais .

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