Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
FACULDADE UNYLEYA PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE ALIMENTOS TECNOLOGIA NO PROCESSAMENTO DE CARNES E DERIVADOS AMANDA PIRES SESSIN ADITIVOS E INGREDIENTES EMPREGADOS EM PRODUTOS CÁRNEOS PORTO ALEGRE – RS 2021 FACULDADE UNYLEYA PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE ALIMENTOS TECNOLOGIA NO PROCESSAMENTO DE CARNES E DERIVADOS AMANDA PIRES SESSIN ADITIVOS E INGREDIENTES EMPREGADOS EM PRODUTOS CÁRNEOS Pesquisa realizada como parte integrante do conjunto de tarefas avaliativas da disciplina de Tecnologia no Processamento de Carnes e Derivados do curso de Pós-graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos da Faculdade Unyleya. Prof.ª tutor: Diana Lima dos Reis PORTO ALEGRE – RS 2021 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 4 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................... 5 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 9 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................. 10 1. INTRODUÇÃO A busca por alimentos industrializados e de fácil preparo é cada vez mais notório em função da aceleração do ritmo urbano, mas ao mesmo tempo o consumidor busca também por alimentos saudáveis a fim de evitar possíveis problemas à saúde que estes alimentos podem ocasionar (REINCKE, 2019). Com o benefício do avanço da indústria química e alimentícia passou-se a utilizar um grande número de aditivos nos alimentos para melhorar as condições de armazenagem e oferecer alimentos seguros, e assim atender às expectativas do mercado consumidor (REZENDE; NASCIMENTO; PIOCHON, 2008). Do ponto de vista tecnológico, os aditivos alimentares desempenham um papel importante no desenvolvimento de alimentos. Entretanto, o uso de aditivos é um tema que desperta a preocupação dos consumidores (HONORATO et al, 2013). A Portaria nº 540 de 27 de outubro de 1997 define que ingrediente é qualquer substância, incluídos os aditivos alimentares, empregada na fabricação ou preparação de um alimento e que permanece no produto final, ainda que de forma modificada. E, aditivo alimentar é qualquer ingrediente adicionado intencionalmente aos alimentos, sem propósito de nutrir, com o objetivo de modificar as características físicas, químicas, biológicas ou sensoriais, durante a fabricação, processamento, preparação, tratamento, embalagem, acondicionamento, armazenagem, transporte ou manipulação de um alimento. Ao agregar-se poderá resultar em que o próprio aditivo ou seus derivados se convertam em um componente de tal alimento. Esta definição não inclui os contaminantes ou substâncias nutritivas que sejam incorporadas ao alimento para manter ou melhorar suas propriedades nutricionais (BRASIL, 1997). Diante do exposto, o objetivo desse trabalho é abordar o tema de aditivos e ingredientes alimentares empregados em produtos cárneos. 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA A origem do processamento de carnes é remota e, provavelmente, surgiu a partir do momento que a humanidade aprendeu a trabalhar com o sal como agente de preservação. Os embutidos, particularmente, estão entre as formas mais antigas de processamento de carnes, preservados por um conjunto de métodos, dentre os quais, a secagem, salga, defumação, condimentação e, às vezes, o cozimento (SCHWERT, 2009). Atualmente, com o avanço da indústria química, a indústria de alimentos tem sido beneficiada pelo surgimento de novas substâncias que podem ser adicionadas aos alimentos com o objetivo de conservar, melhorar a cor, o aroma, a textura, o sabor, bem como seu valor nutritivo (VASCONCELOS & MELO, 2016). É evidente a importância dos aditivos sob o ponto de vista tecnológico na produção de alimentos. O emprego de aditivos justifica-se por razões tecnológicas, sanitárias, nutricionais ou sensoriais, sempre que sejam utilizados aditivos autorizados em concentrações tais que sua ingestão diária não supere os valores de ingesta diária aceitável (IDA) recomendados e atenda às exigências de pureza estabelecidas pela FAO/OMS, ou pelo Food Chemical Codex (BRASI, 1997). Por sua vez, os aditivos alimentares devem ser mantidos em observação e reavaliados quando necessário, caso se modifiquem as condições de uso (VASCONCELOS & MELO, 2016). Permite-se a utilização dos aditivos quando sua utilização for benéfica aos aspectos sensoriais e não trouxer riscos para o consumidor; visando a conservação e economia na produção do embutido (BORGES, 2007). A Portaria n° 540 de 27 de outubro de 1997 define 23 aditivos alimentares, que são: agente de massa, antiespumante, antiumectante, antioxidante, corante, conservador, edulcorante, espessante, geleificantes, estabilizante, aromatizante, umectante, regulador de acidez, acidulantes, emulsionante/emulsificante, melhorador de farinha, realçador de sabor, fermento químico, glaceante, agente de firmeza, sequestrante, estabilizante de cor e espumante. E suas funções: Agente de massa: substância que proporciona o aumento de volume e/ou da massa dos alimentos, sem contribuir significantemente para o valor energético do alimento. Antiespumante: substância que previne ou reduz a formação de espuma. Antiumectante: substância capaz de reduzir as características higroscópicas dos alimentos e diminuir a tendência de adesão, umas às outras, das partículas individuais. Antioxidante: substância que retarda o aparecimento de alteração oxidativas nos alimentos. O interesse pela descoberta de antioxidantes novos e seguros de fontes naturais tem aumentado, principalmente para prevenir o dano oxidativo às células vivas. O uso de antioxidantes sintéticos tem diminuído devido à suspeita de atividade como promotores de carcinogênese (HONORATO, 2013). Corante: substância que confere, intensifica ou restaura a cor de um alimento. A manutenção da cor natural do alimento constitui-se em um fator fundamental para a aceitação do produto, em face da primeira avaliação do consumidor. Antes do paladar, os alimentos coloridos seduzem as pessoas pela visão. (HONORATO, 2013). Duas classes bem distintas de corantes estão disponíveis para uso em alimentos, os sintéticos e os naturais. Apesar dos corantes sintéticos apresentarem menores custos de produção e maior estabilidade, o número de aditivos sintéticos permitidos nos países desenvolvidos está diminuindo a cada ano, sendo substituídos por pigmentos naturais (CONSTANT; STRINGHETA; SANDI, 2002). Conservador: substância que impede ou retarda a alteração dos alimentos provocada por microrganismos ou enzimas. Atualmente, os conservadores vêm sendo cada vez mais utilizadas pela indústria alimentícia, uma vez que é crescente a demanda por alimentos quimicamente estáveis e seguros, de maior durabilidade (TONETTO et al., 2008). Edulcorante: substância diferente dos açúcares que confere sabor doce ao alimento. Os edulcorantes compreendem um grupo de substâncias, utilizadas em substituição à sacarose, que compartilham a propriedade de interagir com receptores gustativos e produzir uma sensação que percebemos e denominamos de doce (HONORATO, 2013). Pessoas que precisam substituir a sacarose por adoçantes não calóricos procuram por produtos que sejam dotados de características e de sabor próximos aos da sacarose (ARAUJO; BARRAL; ARAUJO, 2008). Espessante: substância que aumenta a viscosidade de um alimento. São componentes hidrossolúveis e hidrofílicos,usados para dispersar, estabilizar e evitar a sedimentação de substâncias em suspensão (ALVES, 2009). Geleificantes: substância que confere textura através da formação de um gel. Estabilizante: substância que torna possível a manutenção de uma dispersão uniforme de duas ou mais substâncias imiscíveis em um alimento. Os estabilizantes evitam que com o tempo os ingredientes se separem em diferentes fases, onde atuam promovendo uma interação homogênea de ingredientes como à água e o óleo que, por exemplo, normalmente se separariam (VALSECHI, 2001). Aromatizante: substância ou mistura de substâncias com propriedades aromáticas e/ou sápidas, capazes de conferir ou reforçar o aroma e/ou sabor dos alimentos. Essa classe de aditivos é identificada pela letra F. podem ser classificados como: natural, sintético idêntico ao natural, sintético artificial, de reação ou transformação, de fumaça (FERREIRA, 2006). Umectante: substância que protege os alimentos da perda de umidade em ambiente de baixa umidade relativa ou que facilita a dissolução de uma substância seca em meio aquoso. Neste sentido, o lactato de sódio tem sido utilizado para controlar e inibir o crescimento de certos microrganismos durante a estocagem (HONORATO, 2013). Além disso, confere gosto salgado suave em comparação ao cloreto de sódio, valoriza o sabor da carne e suas propriedades umectantes, aumenta o rendimento do cozimento e contribui para a capacidade de retenção de água, resultando em um aumento da vida útil do produto (FRANCESCHINI et al., 2006) Regulador de acidez: substância que altera ou controla a acidez ou alcalinidade dos alimentos. Acidulante: substância que aumenta a acidez ou confere um sabor ácido aos alimentos. Dos acidulantes os ácidos cítrico, fosfórico e láctico são os mais utilizados em alimentos (HONORATO, 2013). Emulsionante/emulsificante: substância que torna possível a formação ou manutenção de uma mistura uniforme de duas ou mais fases imiscíveis no alimento. Melhorador de farinha: substância que, agregada à farinha, melhora sua qualidade tecnológica para os fins a que se destina. Realçador de sabor: substância que ressalta ou realça o sabor/aroma de um alimento. Fermento químico: substância ou mistura de substâncias que liberam gás e, dessa maneira, aumentam o volume da massa. Glaceante: substância que, quando aplicada na superfície externa de um alimento, confere uma aparência brilhante ou um revestimento protetor. Agente de firmeza: substância que torna ou mantém os tecidos de frutas ou hortaliças firmes ou crocantes, ou interage com agentes geleificantes para produzir ou fortalecer um gel. Sequestrante: substância que forma complexos químicos com íons metálicos. Estabilizante de cor: substância que estabiliza, mantém ou intensifica a cor de um alimento. Espumante: substância que possibilita a formação ou a manutenção de uma dispersão uniforme de uma fase gasosa em um alimento líquido ou sólido. Sem os aditivos, a variedade de alimentos disponíveis e seu tempo de vida em manter-se em condições de consumo, seria muito reduzida. O uso de aditivos é um tema controverso, com alegações de que eles podem desencadear alergias e que são tóxicos. Contudo, todos os aditivos permitidos são considerados seguros e são controlados por Lei pelo Ministério da Saúde, através da Agência Nacional de Vigilância Sanitária. 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS Um dos maiores produtores de carnes do mundo, o Brasil, acompanha a tendência mundial de revolução no segmento de aditivos alimentares. Existem diversos tipos de aditivos para prevenir que o alimento não se estrague. As indústrias de carnes utilizam muitos ingredientes e aditivos com funções tecnológicas específicas. Pela legislação, não se pode colocar nos alimentos qualquer coisa que possa prejudicar a saúde do consumidor e que, qualquer aditivo tem de ser aprovado pelo Ministério da Saúde antes de ser utilizado no alimento. É indiscutível hoje a necessidade da utilização de aditivos alimentares considerando o contexto da Ciência e Tecnologia das indústrias alimentícias e seu uso são justificados em diversas situações. 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL. Ministério da Saúde (Brasil). Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Legislação. Portaria nº 540, de 27 de outubro de 1997. Aprova o Regulamento Técnico: Aditivos Alimentares – definições, classificações e emprego. Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/svs1/1997/prt0540_27_10_1997.html>. Acesso em: 05 set. 2021. BORGES, Belimar Cleyde da Silva. Produção do salame e principais defeitos (uma revisão). 2007. Disponível em: <https://bdm.unb.br/handle/10483/177>. Acesso em: 05 set. 2021. CONSTANT, PATRÍCIA BELTRÃO LESSA; STRINGHETA, Paulo Cesar; SANDI, Delcio. Corantes alimentícios. Boletim do Centro de Pesquisa de Processamento de Alimentos, v. 20, n. 2, 2002. Disponível em: <https://revistas.ufpr.br/alimentos/article/viewFile/1248/1048>. Acesso em: 06 set. 2021. DE ARAÚJO, Danilo Barral; BARRAL, Thereza; DE ARAÚJO, Roberto Paulo Correia. Análise das características de produtos contendo aspartame comercializados em Salvador, Bahia, Brasil. Pesquisa Brasileira em Odontopediatria e Clínica Integrada, v. 8, n. 2, p. 223-228, 2008. Disponível em: <https://www.redalyc.org/pdf/637/63711746015.pdf>. Acesso em: 06 set. 2021. DOS SANTOS, G. M.; SOUSA, P. V. DE L.; OLIVEIRA, J. M. DE S.; SALDANHA, N. M. V. P.; BARROS, N. V. DOS A. Verificação de aditivos em alimentos industrializados destinados ao público infantil. RBONE - Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento, v. 13, n. 83, p. 1016-1022, 17 out. 2020. Disponível em: <http://www.rbone.com.br/index.php/rbone/article/view/1090>. Acesso em: 05 set. 2021 FERREIRA, Magali Ramos. Leitura de rótulo de produto alimentício na escola. 2006. Disponível em: <http://repositorio.unitau.br:8080/jspui/handle/20.500.11874/1307>. Acesso em: 06 set. 2021 https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/svs1/1997/prt0540_27_10_1997.html https://bdm.unb.br/handle/10483/177 https://revistas.ufpr.br/alimentos/article/viewFile/1248/1048 https://www.redalyc.org/pdf/637/63711746015.pdf http://www.rbone.com.br/index.php/rbone/article/view/1090 http://repositorio.unitau.br:8080/jspui/handle/20.500.11874/1307 FRANCHESCHINI, R. et al. Caracterização sensorial de salsicha ovina. Alimentos e Nutrição Araraquara, v. 17, n. 2, p. 127-135, 2008. Disponível em: <https://www.researchgate.net/publication/49599794_Caracterizacao_sensorial_de_salsi cha_ovina>. Acesso em: 06 set. 2021. HONORATO, Thatyan Campos et al. Aditivos alimentares: aplicações e toxicologia. Revista Verde de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável, v. 8, n. 5, p. 1, 2013. Disponível em: <https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=7404578>. Acesso em: 05 set. 2021. VASCONCELOS, Margarida Angélica da Silva; MELO, Filho Artur Bibiano de. Conservação de alimentos. 2016. Disponível em: <http://redeetec.mec.gov.br/images/stories/pdf/eixo_prod_alim/tec_alim/181012_con_al im.pdf>. Acesso em: 05 set. 2021. REINCKE, Josiane Aparecida. Aplicação de mix de ingredientes não alérgenos na elaboração de salsichas. 2019. Trabalho de Conclusão de Curso. Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Disponível em: <http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/13289>. Acesso em: 05 set. 2021. REZENDE, S.; NASCIMENTO, D.; PIOCHON, E. Educação alimentar: aditivos alimentares encontrados nos sucos consumidos pelos acadêmicos do curso de ciências biológicas de Jataí - GO. In: Anais dos Congressos de Pedagogia. Jataí; 2008. SCHWERT, R. Uso dafumaça líquida tipo calabresa cozida e defumada. 2009. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação de Engenharia de Alimentos, da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões – URI, Campus de Erechim. Erechim. Rio Grande do Sul. 2009. Disponível em: <http://uricer.edu.br/cursos/arq_trabalhos_usuario/2198.pdf>. Acesso em: 05 set. 2021. TONETTO, Amanda et al. O uso de aditivos de cor e sabor em produtos alimentícios. São Paulo: Faculdade de ciências farmacêuticas, 2008. Disponível em: <http://www.luzimarteixeira.com.br/wp-content/uploads/2010/04/aditivos-de-cor-e- sabor-nos-alimentos.pdf>. 06 set. 2021. https://www.researchgate.net/publication/49599794_Caracterizacao_sensorial_de_salsicha_ovina https://www.researchgate.net/publication/49599794_Caracterizacao_sensorial_de_salsicha_ovina https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=7404578 http://redeetec.mec.gov.br/images/stories/pdf/eixo_prod_alim/tec_alim/181012_con_alim.pdf http://redeetec.mec.gov.br/images/stories/pdf/eixo_prod_alim/tec_alim/181012_con_alim.pdf http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/13289 http://uricer.edu.br/cursos/arq_trabalhos_usuario/2198.pdf http://www.luzimarteixeira.com.br/wp-content/uploads/2010/04/aditivos-de-cor-e-sabor-nos-alimentos.pdf http://www.luzimarteixeira.com.br/wp-content/uploads/2010/04/aditivos-de-cor-e-sabor-nos-alimentos.pdf VALSECHI, O.A. Aditivos. Tecnologia de produtos agrícolas de origem animal. Universidade Federal de São Carlos, São Paulo, 2001. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Compartilhar