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Ação de consignação em pagamento

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PROCESSO CIVIL V
AV2
Profª Liane
2012/1
Procedimentos Especiais – Especialidade em face da Pretensão. Razões. Procedimento para a consignação em pagamento. Consignação Extrajudicial e Judicial.
I - AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO (art. 890 e ss) 
- Proposta pelo DEVEDOR (= autor da ação de consignação), que quer pagar, mas está encontrando um obstáculo ao pagamento. 
 Ex: Credor recusa-se a receber o pagamento pois ele e o devedor não conseguem entrar em um consenso quanto ao valor que é efetivamente devido
- Objetivo da ação: a declaração da eficácia liberatória do depósito realizado. 
- Ação para consignação de ALUGUERES >> Procedimento previsto na Lei de Locações (art. 67, Lei 8245/91). peculiaridades:
Possibilidade de cumulação da pretensão de despejo com a de cobrança de aluguéis. 
Possibilidade de RECONVENÇÃO com PEDIDO DE DESPEJO no pleito consignatório. 
Prazos diferentes
- Modalidades 
a) EXTRAJUDICIAL: Só serve para consignar DINHEIRO
b) JUDICIAL: Consigna-se QUANTIA ou DINHEIRO 
Art. 890. Nos casos previstos em lei, poderá o DEVEDOR ou TERCEIRO requerer, com efeito de pagamento, a consignação da quantia ou da coisa devida.
 Posso consignar: 
QUANTIA DEVIDA (obrigação de pagar)
COISA DEVIDA (obrigação de entregar)
1. CONSIGNAÇÃO EXTRAJUDICIAL
 
Art. 890 § 1o Tratando-se de obrigação em DINHEIRO, poderá o devedor ou terceiro optar pelo depósito da quantia devida, em estabelecimento bancário, oficial onde houver, situado no lugar do pagamento, em conta com correção monetária, cientificando-se o credor por carta com aviso de recepção, assinado o prazo de 10 (dez) dias para a manifestação de recusa. 
 Onde não houver BANCO OFICIAL (hoje, é o Bradesco), deposita-se em QUALQUER BANCO
 O Banco envia uma carta ao credor comunicando que há um valor depositado em seu nome >> A RECUSA DO CREDOR EM RECEBER O VALOR DEVE SER EXPRESSO (não é necessário que seja motivado)
 Se fosse pela via judicial, o Juiz é que indicaria o Banco
 A consignação extrajudicial é uma opção
 “LUGAR DO PAGAMENTO”: É regra de competência
§ 2o Decorrido o prazo referido no parágrafo anterior, sem a manifestação de recusa, reputar-se-á o devedor liberado da obrigação, ficando à disposição do credor a quantia depositada.
§ 3o Ocorrendo a RECUSA, manifestada por escrito ao estabelecimento bancário, o devedor ou terceiro poderá propor, dentro de 30 (trinta) dias, a ação de consignação, instruindo a inicial com a (1) prova do depósito e da (2) RECUSA. 
 O devedor fez uma tentativa de consignação extrajudicial >> Não logrando êxito, mantém o dinheiro nesse estabelecimento bancário e elabora a PI, instruindo-a com as cópias do depósito e da recusa
 Prazo de 30 dias: porque o dinheiro não pode ficar indefinidamente no Banco. Se for uma prestação mensal, o valor deixará de ser suficiente.
 Na PI, deve-se requerer ao Juiz que:
1) Indique uma conta para depósito
2) Promova a citação do réu
§ 4o Não proposta a ação no prazo do parágrafo anterior, ficará sem efeito o depósito, podendo levantá-lo o depositante. 
 Decorrido o prazo de 30 dias sem que o devedor tenha intentado a competente ação de consignação, o depósito ficará sem efeito e o devedor deverá levantar a quantia
 A perda do prazo de 30 dias não impede a propositura da ação de consignação. Apenas acarreta perda de tempo para o Autor pois, como o depósito ficará sem efeito, ele deverá, primeiro, levantar a quantia depositada e, em seguida, efetuar novo depósito
2. CONSIGNAÇÃO JUDICIAL
Art. 891. Requerer-se-á a consignação no lugar do pagamento, cessando para o devedor, tanto que se efetue o depósito, os JUROS e os RISCOS, salvo se for julgada improcedente.
 Vantagens da consignação para o devedor >> Evita os riscos e os efeitos do INADIMPLEMENTO: incidência dos juros, nome não será negativado
Parágrafo único. Quando a COISA DEVIDA for corpo que deva ser entregue no lugar em que está, poderá o devedor requerer a consignação no foro em que ela se encontra.
 A coisa devida pode ser uma coisa de DIFÍCIL TRANSPORTE. Ex: Fabricante de barco pretende a consignação de um barco para o credor
Art. 892. Tratando-se de prestações periódicas, uma vez consignada a primeira, pode o devedor continuar a consignar, no mesmo processo e sem mais formalidades, as que se forem vencendo, desde que os depósitos sejam efetuados até 5 (cinco) dias, contados da data do vencimento.
 Desnecessidade de propor ação de consignação para cada prestação. Enquanto a lide não é solucionada, o devedor vai promovendo o depósito na mesma conta à medida que forem vencendo
3. PETIÇÃO INICIAL
Art. 893. O autor, na petição inicial, requererá: 
I - o depósito da quantia ou da coisa devida, a ser efetivado no prazo de 5 (cinco) dias contados do deferimento, ressalvada a hipótese do § 3o do art. 890 Objet
II - a citação do réu para (1) levantar o depósito ou (2) oferecer resposta 
 (1) Reconhecimento da procedência do pedido >> Extinção do processo >> Expedição de guia para o credor levantar a quantia depositada
 (2) Oferecimento de RESPOSTA >> Pula para o art. 896
Art. 894. Se o objeto da prestação for coisa indeterminada e a escolha couber ao credor, será este citado para exercer o direito dentro de 5 (cinco) dias, se outro prazo não constar de lei ou do contrato, ou para aceitar que o devedor o faça, devendo o juiz, ao despachar a petição inicial, fixar lugar, dia e hora em que se fará a entrega, sob pena de depósito.
 Obrigação de DAR COISA INDETERMINADA, onde o direito de escolha cabe ao credor >> Em 5 dias (salvo disposição em contrário), o credor deverá (1) exercer seu direito de escolha ou (2) aceitar que o devedor o faça >> Ao despachar a PI, o juiz já determina local e data em que se fará a ENTREGA.
Art. 895. Se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o pagamento, o autor requererá o DEPÓSITO e a CITAÇÃO dos que o disputam para provarem o seu direito.
 Só é possível pela VIA JUDICIAL pois, pela via extrajudicial, deve-se indicar exatamente quem é o credor
 O procedimento a ser observado para esta hipótese continua no art. 898
4. CONTESTAÇÃO
Art. 896. Na CONTESTAÇÃO, o réu poderá alegar que: 
I - não houve recusa ou mora em receber a quantia ou coisa devida
II - Foi JUSTA a RECUSA
III - O depósito não se efetuou no prazo ou no lugar do pagamento
IV - O depósito não é integral.
 C/C art. 899
 Não basta dizer que o depósito é integral, o réu deve indicar o valor que entende correto >> É o que diz o § único (“no caso do inciso IV, a alegação será admissível se o réu indicar o montante que entende devido”). 
5. REVELIA
Art. 897. Não oferecida a contestação, e ocorrentes os efeitos da REVELIA, o juiz (1) julgará procedente o pedido, (2) declarará extinta a obrigação e (3) condenará o réu nas custas e honorários advocatícios. 
Parágrafo único. Proceder-se-á do mesmo modo se o credor receber e der quitação.
* Veja que o art. 897 não diz o PRAZO DE RESPOSTA DO RÉU. Assim, aplica-se subsidiariamente o prazo do CPC: 15 dias
6. PROCEDIMENTO NO CASO DE HAVER DÚVIDA SOBRE A LEGITIMIDADE PASSIVA
Art. 898. Quando a consignação se fundar em dúvida sobre quem deva legitimamente receber: 
Não comparecendo nenhum pretendente, converter-se-á o depósito em arrecadação de bens de ausentes (o devedor nunca mais poderá levantar o valor, porém, ficará liberado de sua obrigação)
Comparecendo apenas um: o juiz decidirá de plano
Comparecendo mais de um: O juiz declarará efetuado o depósito e extinta a obrigação, continuando o processo a correr unicamente entre os credores; caso em que se observará o procedimento ordinário!!!
 Quando 2 pessoas estão discutindo um CRÉDITO o procedimento passará a correr pelo ordinário. Daí, poderá ser designada audiência, determinada produção de provas, etc, tudo para saber quem é o titular do direito de crédito.
 Cuidado porque, dependendo do valor do crédito, o PROCEDIMENTO ORDINÁRIO poderá ser o COMUM e o SUMÁRIO
7. INSUFICIÊNCIA DO DEPÓSITO
Art. 899. Quando na contestação o réu alegar que o depósito não é integral, é lícito ao autor completá-lo,dentro em 10 dias, salvo se corresponder a prestação, cujo inadimplemento acarrete a rescisão do contrato.
 A ressalva feita ao final do dispositivo visa evitar uma utilização indevida do procedimento pelo devedor, a fim de ganhar mais tempo 
 Ex: Devedor está devendo 100.000,00 mas depositou 100,00 >> Nesse caso, pagar 100,00 é o mesmo que não pagar porque o inadimplemento persiste. “Cujo inadimplemento acarrete a rescisão do contrato” significa que, se não fosse no âmbito judicial, esse pagamento a menor geraria o inadimplemento do contrato >> Não se pode permitir que ao devedor seja permitido pagar valor tão irrisório (comparando ao total devido) no âmbito judicial, se essa permissão não lhe seria dada se não estivessem no processo judicial. 
 Na ação de consignação de ALUGUERES, o prazo para complementação do depósito feito a menor é de 5 dias (art. 67, inciso VII, Lei 8245/91). Na consignação genérica do CPC, o prazo é de 10 (art. 899)
§ 1o Alegada a insuficiência do depósito, poderá o réu levantar, desde logo, a quantia ou a coisa depositada, com a conseqüente liberação parcial do autor, prosseguindo o processo quanto à parcela controvertida. 
 Nada impede que o réu levante, desde já, o valor depositado (pois sobre esse valor não existe controvérsia) e o processo continue para discutir se a diferença é devida ou não
§ 2o A sentença que concluir pela insuficiência do depósito determinará, sempre que possível, o montante devido, e, neste caso, valerá como título executivo, facultado ao credor promover-lhe a execução nos mesmos autos.
Art. 900. Aplica-se o procedimento estabelecido neste Capítulo, no que couber, ao resgate do aforamento.

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