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Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 1 Equilíbri� energétic� EQUILÍBRIO ENERGÉTICO: OS SISTEMAS DE CONTROLE S.digestório precisa de um sistema comportamental (regulação da fome e saciedade) -> através do hipotálamo. Controle do metabolismo intermediários - manejo que o metabolismo faz quando às moléculas já alcançaram o meio interno. A análise é dividida em 2 momentos -> na oferta e na falta das moléculas energéticas. Substratos energéticos absorvidos -> realização de trabalho de ordem imediata (pensar, respirar...) só que seriam absorvidos mais que o eficiente -> excedente para a ser estocado. Moléculas energéticas pequenas -> em moléculas grandes que são às formas de armazenamento energético. O período de escassez ou jeum onde não há acesso ao alimento -> organismo dispõe esses substratos energéticos estocados. Catabolismo possibilitando a continuidade do trabalho energético. Anabólico -> oferta de alimento, alimentado onde acaba de fazer refeição, cheia de substratos energéticos e excedente é estocado. Jejum, pós prandial, pós alimentado -> manter disponibilidade de substratos a partir da confecção de moléculas maiores para moléculas menores -> glicogênio em glicose na ação de catabolismo 2 hormônios que agem nessas reações tanto na anabólica como na catabólica são a insulina e o glucagon -> secretados pelo pâncreas que é uma glândula mista que têm secreção do tipo exocrina (lança produto no trato digestório para digestão e alcalinização) como endócrina (lança na corrente sanguínea para alcançar substâncias longes onde têm nas células seus receptores, ilhotas de langerhans). Insulina pela beta pancreática e glucagon pela alfa pancreática. Ambos lidam com o metabolismo energético más têm ações antagônicas -> funções opostas. Papel tônico do pâncreas = secreta às 2 substâncias, mas em determinados momentos, predomina a insulina e outro predomina o glucagon. Relação = insulina/glucagon No anabólico -> essa relação aumenta porque a insulina é um hormônio anabólico que aumenta a síntese protéica, absorção de aminoácidos, sintetizar glicogênio, proteinogênico, lipogênico, aumenta a absorção de glicose e sua conversão em glicogênio, aumenta a oxidação da glicose (efeito paradoxal). Essa oxidação não é o fim, é o meio -> glicose em glicogênio, más também estimula a quebra dá glicose para que os produtos formem outras substâncias. Isso acontece no período prandial, anabólico, de alimentação. Metabolismo e equilíbrio energético - o estado absortivo Insulina/glucagon aumenta - gráfico (insulina x glicose), pouca glicose -> insulina baixa. Quando começa com 100mg de glicose começa o aumento dá secreção de insulina que é quase linear, más posteriormente vira uma curva. Estimula dá secreção de insulina um dos meios é o aumento dá glicemia, da glicose. pico de insulina é quando mantém às concentração de glicose abaixo de 100mg. No período anabólico, o componente do sistema nervoso que entra em vigência é o Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 2 parassimpático no período de descanso e digestão. GLP-1 Como converter aumento de glicemia em aumento dá secreção de insulina -> às células betas pancreaticas . Às membranas celulares são impermeavies a glicose, para ela atravesar -> precisa de permeabilidade e diferença de concentração GLUT-2 e GLUT-4 dependente de insulina é o 4. No pâncreas, na membrana têm o GLUT-2 independente de insulina, a permeabilidade dá glicose. Agora precisa haver a diferença de concentração - quando alimenta -> aumenta a glicemia permitindo a entrada da glicose nas células beta pancreáticas para produzir ATP que vai se ligar a canais sensíveis de ATP (potássio) que vão se fechar -> despolarizar a célula. Abre canais de Ca fazendo com que ele entre e provoque exocitose da insulina. Insulina é um hormônio é peptídico (armazenado no interior de vesículas). Resistência a insulina nas células betas pancreáticas vai ter acesso as insulinas. Insulina é liberada para desenvolver algum papel. Ação dá insulina no fígado (tecido Hepático) que é o principal órgão que dá o manejo, o metabolismo dá glicose, ele armazena a glicose na forma de glicogênio. Durante o período de jejum, ele disponibiliza glicose para a maioria dos tecido. Tecido adiposo que participa de forma mais imbricada do metabolismo das gorduras e o Muscular por conta das proteínas e grande usuário de carboidratos e glicose. -> analisa dá insulina nesses 3 tecidos. Estado absortivo -> acabou de se alimentar -> aumento dos carboidratos na corrente sanguínea que aumenta o fluxo de glicose para às betas que aumenta atp, fecham canais de k e abrem ca liberando insulina que vai na célula hepática que vai determinar seus efeitos. Por ser peptídico, têm receptores de membrana que ativa vias de sinalização intracelular -> efeitos da insulina dentro da célula. Transportador de glicose nas células hepáticas -> é o GLUT2, ele não depende de insulina, hepatócito é permeável à glicose. Glicose entra por estar alta no plasma e a insulina por meio das vias ativa uma série de reações que vai contribuir para a quebra de glicose, vai a fosforilar em outros produtos -> glicose em concentração baixa no interior dos hepatócitos -> a conversão da glicose em G-6-P mediada pela hexocinase mantém a glicose intracelular baixa. Insulina absorção dá glicose. O que garante o fluxo de glicose para dentro dos hepatócitos é a diferença de concentração. Músculo esquelético em repouso ou células adiposa, não temos glut2, temos o GLUT4 no citosol dá células -> a membrana plasmática são impermeáveis à glicose. Às concentrações estão altas (dif de Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 3 concentração), mas é preciso agora garantir a permeabilidade -> receptor de insulina se liga ao receptor e a cascata de transdução de sinal faz com que haja a exocitose do transportador GLUT4 para a membrana permitindo que a glicose entre na célula. Sem a insulina, a entrada seria limitada por conta da concentração. Na célula muscular há mecanismos adicionais como a contração muscular que pode desencadear mecanismos e vias metabólicas que possibilita a absorção de glicose. O que causa a resistência a insulina nas diabetes tipo 2 -> o aumento dos tecidos adiposos (produz hormônios - adipocitosinas) interferem no substrato dos receptores de insulina -> insulina liga e ativa vias metabólicas, mas esses produtos podem ser alterados pelas adipocitoxinas, ou seja, o sobrepeso é um fator para a resistência da insulina. Exercícios físicos moderados que prioriza às vias oxidativas que utiliza a queima da glicose pelo oxigênio para diminuir a resistência a insulina ao diminuir o tecido adiposo e contraindo o músculo permitindo a absorção de glicose aumentando a permeabilidade para poder tirar a glicose do sangue. Resistência a insulina -> alta da glicose. Pessoas com diabetes tipo 2 têm altos níveis de glucagon Efeitos nas gorduras -> lúmen intestinal com dieta rica em gordura dentro das células absortivas (enterocitos) precisa pegar corrente sanguínea. Nosso sangue têm plasma que é a base de água (água e gorduras não se misturam) -> enterócitos formam o complexo lipoproteico -> quilomícrons que são moléculas grandes que não passam pelos poros -> captados pela circulação linfática que vai desaguar na corrente sanguínea, fluindo e chegando nos capilares próximos aos adipócitos e encontram a enzima lpl= lipase lipoproteica -> ácidos graxos são transformados em glicerol -> concentração entram no tecido adiposo e serem recombinadas para formar o triacilglicerol. A enzima lipase hormônio sensível vai quebrar os triacilglicerol. Insulina aumenta a absorção de aminoácidos de gorduras que inibem a lipase hormônios sensível. Os quilomícrons chegam no fígado e são utilizadas para formar outros complexos -> glicoproteínas liberadas e fazer com que outras células tenham acesso à gordura. Aumento da glicose, diminuição de glucagon e aumento dá insulina que no fígado vai estimular a quebra da glicose e formar glicogênese e lipogênese e nos músculos e tecidos adipososvai aumentar o transporte de glicose e consequentemente diminuir a glicose plasmática. No estado de jejum que é garantido depois de 11 ou 12hrs sem comer -> relação insulina/glucagon inverte, ela se torna diminuída -> aumento dá secreção de glucagon quando há pouca glicose. Nas células alfa pancreáticas, nosso transportador de glicose não é GLUT2, para ela entrar, é preciso ter insulina. Se a glicose cai, cai nível de insulina e menor glicose na célula b-pancreativa e menos na célula alfa pancreativa que consequentemente, passa a secretar o glucagon. Resistência a insulina, com glicemia alta -> alto nível de insulina que não é tão efetiva, não funcionando na alfa que para ela o nível de glicose vai estar baixa -> nível de glucagon vai estar também aumentados. caiu glicose, diminui relação insulina/glucagon -> aumento da glicogenólise, gliconeogênese (síntese de glicose por outras substâncias, o principal órgão é o fígado) e cetogênese. O glicogênio do fígado torna-se glicose, os lipídios do tecido adiposo tornam-se ácidos graxos livres e glicerol que entram no sangue, no encéfalo pode usar apenas glicose e cetonas para gerar energia e o glicogênio do músculo pode ser usado para obter energia, os músculos também utilizam ácidos graxos e degradam suas Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 4 proteínas originando aminoácidos que entram no sangue. No nervoso a fonte de energia dos neurônios é a glicose, precisa de alto nível de glicose por meio independente de insulina por estar no estado de jejum ou pós-absortivo. No tecido adiposo, a enzima lipase hormônio sensível que antes era inibida, agora se torna ativa, deixando de ativar a lipase lipoproteica -> ácidos graxos para os músculos para produzir energia liberando aminoácidos, piruvato e lactato que irão para o fígado para produzir gliconeogênese (pela glicose-6-fosfatase em glicose) e o glicerol vai para o fígado para fazer glicogênio. Para garantir uma glicemia mínima para o sistema nervoso. Ácidos graxos que vão para o fígado sofrem beta oxidação onde às longas cadeias de ácidos graxos são transformados em cadeia curtas -> se ligar a acetil-CoA -> ciclo do ácido cítrico ou ciclo de Krebs. Jejum muito prolongado para liquidar às reservas de glicogênio -> não ciclo do ácido cítrico para aceitar os ácidos graxos de cadeia curta -> a beta oxidação é deslocada para gerar corpos cetônicos (glicogênio exaurir, nível de glicose baixo) e eles possibilitam a sobrevida do encéfalo, mas isso não é por muito tempo porque o metabolismo por corpos cetônicos geram acidose. Cetose perde tecido adiposo, fica magro e começa a cheirar vinagre. Glicose plasmática cai -> deixa de secretar insulina -> inibe a entrada de glicose e estimula a quebra do triacilglicerol -> quebrar glicogênio, tecido adiposo, proteína -> produzir lactato, piruvato -> fígado faz o gliconeogênese, quebra glicogênio para produzir glicose e aumentar o nível de glicemia. Quando prolongada -> produzir energia a partir de cetonas para uso pelo encéfalo e tecidos periféricas. A dieta zero carbo e muita ingestão de proteína não minimiza a produção de corpos cetonicos (que vem da utilização de ácidos graxos). Beta oxidação é uma forma de obter ATP a partir de ácidos graxos, más para ser oxidativa, precisa de um pouco de glicose. Como nível de glicose estão baixos -> corpos cetônicos. Ingestão de proteína é importante para a massa muscular e gliconeogênese. Exercício cria pico de glicose para atender às demandas do músculo -> pico de glucagon e libera hormônios hiperglicemiantes como GH, Cortisol e Adrenalina. Objetivo do treino em jejum para quebra de gordura onde a relação insulina/glucagon está baixa -> predomina quebra de tecido adiposo para fígado fazer gliconeogênese para o músculo realizar os metabolismos oxidativos Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 5 Cite os efeitos (mecanismos fisiopatológicos) da diabete tipo 1 sobre as seguintes estruturas orgânicas: - Massa tecidual aumenta os ácidos graxos no plasma, sem liberação de insulina degrada a gordura e proteínas especialmente no fígado fazendo com que haja a perda tecidual. - S. Respiratório Hiperventilação com o aumento da produção de cetoses - S. Urinário Com a produção de cetoses há uma acidose metabólica que gera hiperventilação, acidificação da urina e hipercalemia - Hipotálamo (fome/saciedade e sede) com a pouca utilização de glicose, o encéfalo interpreta como inanição causando polifagia. Há o aumento de glicogenólise, produção de cetona e gliconeogênese aumentando a hiperglicemia excedendo o limiar renal para a glicose (glicosúria) levando à diurese osmótica e poliúria -> desidratação que aumenta a sede e a secreção de Ach -> polidipsia - Respostas cardiovasculares Com a desidratação há a redução do volume de sangue e da pressão do sangue causando insuficiência circulatória também pela falha da compensação pelo centro de controle cardiovascular podendo levar à coma e morte e aumentando o metabolismo anaeróbico o que gera a produção de ácidos láticos gerando a acidose metabólica -> ventilação e acidificação dá urina e hipercalemia Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 6 Equilíbri� metabólic� Sistema digestório propriamente dito e regulação da fome e saciedade -> tubo com duas aberturas, na cavidade oral e esfíncter anal, tubo é fechado e musculatura estriada esquelético que depois muda para musculatura lisa que é a maior parte da sua parede, ele é segmentado, tem ambientes específicos com funções específicas. Cada segmento é separado por esfíncteres que são anéis musculares. Falha do esfíncter esofágico - refluxo. Esfíncter piloro - separa gástrica da renal. Na terminação do reto, na porção mais inferior -> esfíncter anal interno e externo com musculatura estriada. Atividades motoras dessas regiões podem ser controladas voluntariamente. Alimento vai ser colocado na cavidade oral e ao passo que vai circulando, vai sofrendo transformações onde há catabolismo dos alimentos para que eles sejam absorvidos. Glândulas salivares, parótida sublingual, fígado e pâncreas. Meios de obtenção de moedas energéticas. Componente importante para o equilíbrio hidroeletrolítico. Dos 9L que entram, só secreta 0,1L. Maçã no interior do intestino -> meio externo. Para ela provê energia para o organismo -> 4 processos/mecanismos. Alimento cai no trato digestório (digestão, fragmentar alimento) pela motilidade (pelo tecido muscular, propaga alimento, mistura e molha ele) que têm uma parede com membrana com tecido epitelial que assume características distintas de acordo com o segmento. Levar do lúmen para o meio interno (corrente sanguínea) -> absorção. Do meio interno para o externo é secreção. Estrutura microscópica do sistema digestório - parede do trato digestório têm 4 estruturas do lúmen para o meio externo: camada epitelial (contato com alimento), mucosa (3 componentes - tecido epitelial apoiado na lâmina basal e uma fina camada musculada mucosa quando contrai, movimento somente a mucosa). Mucosa se apoia na submucosa que abriga arteríolas e algumas artérias maiores de onde se deriva alguns capilares que vão se relacionar com o tecido epitelial que vão se relacionar com as mucosas. Há neurônios -> plexo submucoso na parede do trato digestório que são arranjado em 2 plexos: submucoso e mioentérico que está na camada muscular. Os dois formam o sistema entérico que é constituído por vários neurônios dividido em 2 meissner (submucoso) e mioentérico. SNAutonomo é dividido em enterica, parassimpática e simpática, é como se o sistema digestório tivesse um sistema nervoso só para ele. Na parede do trato digestório têm também vasos linfáticos. Mucosa -> Submucosa -> muscular externa (interna com camada oblíqua e circular, contrai para fechar e a longitudinal ou externa, quando contrai, diminui o comprimento do trato digestório e é composto por uma camada longitudinal, serosa e plexo mioentérico - motilidade). Plexo submucoso - secreção. Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 7 Lúmen do trato digestórioé meio externo -> porta de entrada de patógenos, invasores. Podemos encontrar vias de defesa. Coleção de linfonodos ao longo do trato -> GALT tecido linfóide associado ao intestino. MOTILIDADE vários tipo de atividade motora. Peristáltico -> empurrar o alimento adiante e movimento. Segmentar -> fecha a luz do trato digestório, mistura e fragmenta o alimento. Esses movimentos surgem pela emoção, sentir cheiro, vê alimento, ingerir alimento….. Células de CAJAL que despolarizam sozinha -> vários pot de ação. O que faz ela ter um processo de despolarização fraco ou forte -> ausência de contração ou atividade intensa. O sistema digestório ou parassimpático ativam células de CAJAL para aumentar, estimular o processo de motilidade. O simpático inibe -> frio na barriga (ausência da atividade motora). *suco gástrico -> ph 2 SECREÇÃO célula parietal controla e secreta HCl e fator intrínseco. A membrana do líquido intersticial é uma basal voltada para o capilar. O luminal ou apical está voltada para o lúmen do estômago. Por meio da entrasse carbônica, hidrolisa H2O. No lúmen, têm a bomba Na e K, forma o HCl que forma o ph no estômago em torno de 1, desnaturação das proteínas e têm células mucosas que faz uma barreira física ao produzir muco e proteger as células do HCl. Dano no muco -> gera lesões. Se inibir bomba Na e K -> aumentar o ph do lúmen, evita refluxo... Plexo que tá envolvido no controle das secreções -> meissner ou submucoso que é estimulado pelo PARA. Ação dele é corroborar algumas glândulas anexas (pâncreas - organização assinar, componente exócrinas que é lançado nos tubos pancreáticos que desemboca no intestino delgado o tecido epitelial que reveste secreta bicarbonato de sódio para tornar básico, neutralizar com o objetivo de proteger a mucosa intestinal e ph favorável as enzimas intestinais (ativação de proenzimas), glândulas salivares e fígado). Ácido clorídrico -> defender contra invasores, e ação de enzimas secretadas pelo trato gástrico. Ativar às proenzimas, imogenios e induzir a secreção de algumas enzimas como a pepsina. Pepsinogênio -> pepsina -> ph bom para essa ação -> protege sistema contra agentes estranhos… Fígado no ponto de vista digestório é produção de bile que é armazenada na vesícula biliar que tira a água da bile e a secreta. Bile é constituída por sais biliares, produtos da degradação das hemácias com bilirrubina com fezes de cor amarronzada e encontramos muito colesterol (em excesso). Em quantidade adequada é desenvolvido para o fígado para espalhar para outros tecidos. O excesso é lançado na bile. Litíase biliar -> obstrução dos canais que impediriam a bile ser excretada ao longo do intestino. Icterícia -> excesso de produtos da hemácia, degradação. Esteatorreia -> eliminação de gordura pela fezes. Trato digestório com Ph local, estiração dá parede -> estimula neurônios sensoriais do SNEnterico -> secretar + ou -, contraindo + ou -. Reflexos intramurais ou de alça curta -> ex: engolir maçã sem mastigar direito -> distensão do trato digestório -> aumento da motilidade. Tudo isso é organizado pela parede do trato digestório. Pizza ao sentir cheiro -> Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 8 aumento de secreção gástrica -> alça longa -> SNC vê e sentir o cheiro ativa -> plexo mioentérico ou submucoso. DIGESTÃO E ABSORÇÃO principal sítio de absorção vai ser o intestino delgado, sua mucosa é constituída de várias depressões que são chamadas de glândulas, há projeções que são chamadas de microvilosidades (variação das células epiteliais) -> aumenta a capacidade absortiva. Vasos quilíferos ou lactíferos -> onde corre os quilomícrons por absorção das gorduras. Têm que ser altamente vascularizada para os absorvidos serem lançados no meio interno para se disponibilizado na corrente sanguíneas para outras células. Amilase salivar e pancreática -> degrada polímeros de glicose até nível de dissacarídeos (maltose, sacarose e lactose). Dissacaridases se encontram nas bordas para entrar em contato com as células absortivas, enterócitos para poder transformar em monossacarídeos para poder entrar, ser absorvido. Porque uma alimentação à base de carboidratos complexos contribui para engordar menos do que uma alimentação à base de dissacarídeos, carboidratos fragmentados, quase prontos? Porque a digestão, absorção é mais lenta e a liberação de insulina também, evitando assim o pico de insulina (que possibilita a absorção pela célula). Degradar alimento, requer energia. Galactose tanto glicose -> SGLT para entrar junto com o Sódio. SGLT, GLUT2 e GLUT5 são independentes de insulina. Proteínas de cadeias longas submetidas as peptidases, quimiotripsinas, desnaturação pelo ácido clorídrico, ph baixo desnatura as proteínas -> são absorvidos em forma de aminoácidos ou tripeptídeos. Lipídios -> enzimas digestivas são secretadas por meio do meio aquoso -> forma uma grande gota de gordura com enzimas que não conseguem degradar com o lado polar -> transforma grande gota em gotículas com sais biliares ao redor que vai começar a ser digerida transformando em micelas que vão para camadas estacionárias entre as vilosidades e consequentemente, consegue absorver. Gorduras absorvidas (triacilgliceróis + colesterol + proteínas -> quilomícrons que é absorvido pela linfa por não conseguir atravessar os capilares e chega à corrente sanguínea pelo ducto). Na porção distal do intestino delgado, absorvemos os sais biliares e vitamina B12 (que para isso acontecer, é preciso do fator intrínseco que é secretado pela célula parietal. Se ela não secretar, ele não vai conseguir absorver a vit B12 -> problemas no SN que compromete a formação dá bainha de mielina.) FASE CEFÁLICA DA DIGESTÃO fase cefálica (pregressa, antes do alimento chegar no estômago. Vemos o alimento, coloca na cavidade oral, começa a deglutir com distensão da parede onde neurônios agem no plexo entérico -> reflexo de alça curta), gástrica e intestinal. Resposta no tronco encefálico, passa pelo nervo trigêmeo, voluntário, movimento da língua que permite que os alimentos se fragmentem. Esfíncter funcional ou orofaringe. Fase oral voluntário e a partir daí sequenciado de forma automática e controlado pelo tronco encefálico. Esfíncter esofágica superior relaxa para permitir que o alimento entre. Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 9 Deglutição - 3 fases: oral, faríngea e esofágica. Alimento no esofago -> peristaltismo primário com eventos altamente coordenados. Se tiver ficado alimento, resto no esofago -> não iniciar onda peristáltica, distende a parede do esofago. A língua empurra o bolo contra o palato mole e a parte posterior da cavidade oral, disparando o reflexo de deglutição. O esfíncter superior relaxa enquanto a epiglote fecha para manter o material deglutido fora das vias aéreas. O alimento move-se para baixo no inferior do esofago, propelido por ondas peristaltocas e auxiliado pela gravidade. FASE GÁSTRICA bolo alimentar chegou no estômago, a mucosa gástrica têm neurônio sensorial, a presença do alimento no estômago é detectado por neurônios sensitivos do SNEnterico para liberar hormônio local para estimular a célula parietal a produzir ácido clorídrico HCl. Ao mesmo tempo, esse HCl já começou a ser secretado por reflexos de alça longa. Vias direta - nervo vago ou gastrina ou Indiretamente - células parietais e abaixo delas células enterocloratinas que pode ser estimulada pelo vago e gastrina e liberar histamina. Células principais secretam pepsinogênio que em contato com o HCl transforma e ativa a pepsina. Ação enzimática sobre as proteínas, desnaturação das proteínas. Mesmo estimula que estimula a secreção dessas substâncias para digestão protéica -> relaxamento do piloro -> esvaziamento gástrico. No tubo digestório, ele têm forma de saco -> armazenar alimentos mais do que pode passar pelo piloro -> esvaziamento gástrico é aos poucos. Alça curta - alimento do estômago estimula células locais para ativar parietal direta e indiretamente. Alça longa - quando cheira, ativa nervo vago, SNC, estimula células parietaise HCl (pelo alimento à distância). PARA relaxar o piloro, esfíncter esofágica pelo processo de deglutição e SNAutonomo. Por isso que o estresse contribui para o refluxo. FASE INTESTINAL bolo alimentar sai do estômago, quimo chega ácido no intestino. É preciso minimizar a acidez e controlar o esvaziamento, pois o intestino têm forma de tubo e o estômago de saco, ou seja, no intestino cabe menos que no estômago -> esvaziar aos poucos. Alimento cai no intestino, a presença do ácido estimula células S's que vai secretar secretina que vai no pâncreas e estimula a secreção de bicarbonato, no estômago inibe a atividade secretora e motilidade gástrica (limita o esvaziamento), ela aumenta o tônus do piloro (fechar). A presença de gordura e proteínas estimula os enterócitos a produzir CCK (colecistoquinina ou colecistocinina) que vai no pâncreas e estimula as enzimas digestórias e no estômago, ele inibe às atividades gástricas. A presença de carboidratos com GLP1 e GIP (são incretinas) que vão no pâncreas e faz com que o endócrino secrete insulina. Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 10 INTESTINO GROSSO estômago fala para o intestino grosso adiantar o lado, pois ainda há conteúdo lá. Ele tem que aumentar a sua motilidade para ser esvaziado. A parede desse intestino têm a mesma estrutura, epitélio formado por células caliciformes, células produtores de muco, absorver água e eletrólitos, sem mais nutrientes, formar fezes, material mais pastoso e endurecido -> lubrificar. Há anéis de musculatura circular que causa segmentos, saquinhos no intestino grosso que contrai diminuindo o lúmen -> absorver com mais eficiência eletrólitos e água. Boa parte do conteúdo hídrico e eletrólitos absorvidos no ⅓. Transporte de massa -> mais lento, leva a propagação de grande quantidade de conteúdo, é como se ele fizesse um esvaziamento -> chega no reto -> distende -> inicia reflexo de defecação (reflexo parassimpático, organizado pela porção sacral, relaxamento do esfíncter externo e interno do ânus levado ao relaxamento e esvazia.). Mais tempo o conteúdo fecal no intestino grosso -> mais seco ele vai se formar. Podendo haver petrificação das fezes -> usar supositórios ricos em substâncias que aumentam a osmolaridade, vai ajudar a distender ao colocar muita água, lubrificar. Ex: prisão de ventre. Para minimizar essa possibilidade -> uso de fibras na alimentação que muitas vezes não são absorvidas, pois não temos enzimas que degradam celulose -> aumentam tonicidade -> traciona a água -> diminui a absorção, mas favorece a diminuição dos efeitos e a prisão de ventre. A entrada de nutrientes é regulada, fome e saciedade -> comportamento motivado que é baseada na disponibilidade que há no meio interno. A região do SNC que participa é o hipotálamo que avalia a disponibilidade de moedas energéticas no organismo. Para isso, ele faz uso de 2 referências: glicosidade, avalia se têm fluxo energético (se está cheio ou vazio) ao comer, parede é distendida -> inervações informam ao SNC que há alimentos no trato digestório. Quando cai gorduras e proteínas, o intestino secreta CCK para liberar enzimas digestórias. Hipotálamo desenvolve resposta de saciedade. Alguns hormônio sinalizam quando não há fluxo no trato digestório, quando está vazio, esse hormônio é chamado de ghrelina que induz a fome. Diminui glicemia, cck, insulina... No jejum a gente aumenta GH por meio da ghrelina (liberação). Essa forma é de curto prazo. A de longo prazo é a adiposidade (se têm alimento ou não e se estoque de gordura estão bons ou estão baixos). Mais tecido adiposo -> + leptina (informa sobre estoque de energia) -> anorexígeno -> saciedade. Leptina não têm haver se você está magro ou gordo, ela têm haver com a memorização dos estoques de gordura. Dieta efetiva -> emagrecer de maneira lenta. Glicosidade -> regulação a curto prazo, ghrelina com ausência de alimento Adiposidade -> regulação a longo prazo -> estoque de gordura quanto maior, mais leptina. Eles fazem com que o hipotálamo gere fome ou saciedade. DM 2, com glicemia alta, sobrepeso, leptina alta, mas continua com fome, resistência no receptor do hipotálamo a essas substâncias. Existem algumas estruturas específicas que precisam de insulina (SN - hipotálamo) para saber se têm glicose alta ou baixa. Glicose sobe e insulina sobe -> hipotálamo absorve mais glicose -> saciedade. Se estiver com resistência, não absorve -> é como se o indivíduo estivesse com hipoglicemia -> fome. É comum no DM 2 o indivíduo ter resistência à Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 11 insulina e à leptina devido ao sobrepeso (produtos secretados pelo excesso de tecido adiposo). O exercício liberado é essencialmente importante por causa disso. - glicose, - leptina -> sensação de fome embora haja muita glicose, insulina, leptina... anorexígeno -> saciedade orexígeno -> fome CCK na vesícula biliar faz com que ela contraia para liberar a bile e também cai na corrente sanguínea e vai para o hipotálamo para estimular a saciedade. Aumento de glicose também chega no hipotálamo para induzir saciedade. Ela aumentada leva a secreção de insulina que ao chegar no hipotálamo induz saciedade. Energia sai por trabalho biológico 50% que aumenta atividade muscular, transporte através de membranas, trabalho químico (síntese para crescimento e subsistência), armazenamento de energia (ligações fosfato e ligações químicas) e 50% na forma de calor, o não regulado é do aumento do metabolismo e o outro termorregulação para aquecer o corpo e não deixar resfriá-lo. Hormônio mais regulado pela termorregulação é através dos hormônios da tireóide t3 e t4. GH Cortisol H.Tireóide Controle da temperatura -> receptores centrais (hipotálamo) que compara a temp do meio ambiente que vai pelas vias espinotalâmicas pelos termorreceptores periféricos. Ativa motor somático para produzir calor, simpático adrenérgico para quebrar gordura e pelo metabolismo gerar calor e vasoconstrição para conservar calor. Isso ocorre na baixa temperatura. Procura alimentos mais calóricos. Temperatura muito alta, há tendência é aumentar calor -> inibe simpático adrenérgico e ativa simpático colinérgico que libera ACh ativando glândulas sudoríparas e faz vasodilatação -> perda de calor. Sobrepeso -> restringir dieta, terapia com fatores sociais e psicológicos, ativa trabalhos energéticos. LIVRO APETITE E SACIEDADE O controle da ingestão alimentar é um processo complexo. O sistema digestório não regula a ingestão energética, dessa forma dependemos dos mecanismos de comportamento alimentar, como fome e saciedade, para informar ao organismo quando e quanto devemos comer. Nosso modelo atual de regulação do comportamento alimentar se baseia em dois centros hipotalâmicos: um centro da fome, que é tonicamente ativo, e um centro da saciedade, que interrompe a ingestão alimentar, inibindo o centro da fome. Os sinais eferentes provenientes desses centros causam Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 12 mudanças no comportamento alimentar e criam as sensações de fome e de plenitude (saciedade). Se os centros de saciedade são destruídos, os animais apresentam aumento drástico do consumo alimentar e se tornam obesos. O controle da ingestão alimentar é um processo complexo. Os centros superiores do sistema nervoso central, incluindo o córtex cerebral e o sistema límbico, fornecem aferências ao hipotálamo. Uma grande variedade de mensageiros químicos exerce funções de sinalização que influenciam a ingestão de alimentos e a saciedade, incluindo neuropeptídeos, hormônios com ação intestinal, secretados pelo intestino, e mensageiros químicos, chamados de adipocinas, se- cretados pelo tecido adiposo. Existem duas teorias clássicas para a regulação da ingestão alimentar: a teoria glicostática e a teoria lipostática. A teoria glicostática diz que o metabolismo da glicose pelos centros hipotalâ- micos regula a ingestão alimentar. Quando a concentração de glicose no sangue diminui, o centro da saciedade é inibido, e o centroda fome torna-se dominante. Quando o metabolismo da glicose aumenta, o centro da saciedade inibe o centro da fome. A teoria lipostática do equilíbrio energético propõe que um sinal dos estoques de gordura do corpo para o encéfalo modula o comportamento alimentar, de modo que o corpo mantém um determinado peso. Se o armazenamento de gordura aumenta, a ingestão diminui. No jejum, a ingestão aumenta. A obesidade é o resultado da ruptura dessa via. O peptídeo grelina é secretado pelo estômago durante períodos de jejum, aumentando a sensação de fome quando infundido em seres humanos. Outros peptídeos, incluindo os hormônios CCK e GLP-1, são liberados pelo intestino durante a refeição e auxiliam a diminuir a fome. Muitos desses peptídeos reguladores de apetite possuem funções diversas, além do controle da ingestão alimentar. A grelina promove a liberação do hormônio do crescimento, por exemplo. Os peptídeos cerebrais, chamados de peptídeos orexígenos, parecem desepenhar um papel na vigília e no sono. EQUILÍBRIO ENERGÉTICO Uma vez que o alimento tenho sido digerido e absorvido, as reações químicas do corpo – conhecidas coletivamente como metabolismo – determinam o que ocorre com os nutrientes contidos nos alimentos. A entrada de energia é igual à sua saída. A entrada de energia nos seres humanos consiste na energia contida nos nutrientes que comemos, digerimos e absorvemos. A saída de energia é a combinação do trabalho realizado e da energia devolvida ao meio externo como calor. Felizmente, não ingerimos glicose geralmente como nosso combustível principal. As proteínas, os carboidratos complexos e as gorduras também fornecem energia. O glicogênio, polímero da glicose, é uma forma mais compacta de energia do que um número igual de moléculas individuais de glicose. O glicogênio também requer menos água para hidratação. Por essa razão, nossas células então convertem glicose em glicogênio para armazenamento. Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 13 METABOLISMO O metabolismo é a soma de todas as reações químicas do corpo. As reações que compõem estas vias (1) extraem energia dos nutrientes, (2) usam a energia para o trabalho e (3) armazenam o excesso de energia de modo que esta possa ser usada posteriormente. As vias metabólicas que são capazes de sintetizar uma grande quantidade de moléculas a partir de muitas unidades menores são chamadas de vias anabólicas. As vias que são capazes de quebrar grandes moléculas em partículas menores são chamadas de vias catabólicas. No corpo humano, dividimos o metabolismo em dois estados. O período que se segue a uma refeição, quando os produtos da digestão estão sendo absorvidos, utilizados e armazenados, é denominado estado alimentado, ou estado absortivo. Esse é um estado anabólico no qual a energia das biomoléculas dos nutrientes é transferida para compostos de alta energia ou armazenada em ligações químicas de outras moléculas. Uma vez que os nutrientes de uma refeição recente não estão mais na corrente sanguínea e disponíveis para uso pelos tecidos, o corpo entra no chamado estado de jejum, ou estado pós-absortivo. À medida que o pool de nutrientes disponíveis no sangue diminui, o corpo os extrai de suas reservas armazenadas. O estado pós-absortivo é catabólico porque as células quebram grandes moléculas em moléculas menores. A energia liberada pela quebra das ligações químicas das moléculas maiores é utilizada para realizar trabalho. A energia ingerida pode ser utilizada ou armazenada Se o pool de glicose do corpo está dentro de uma faixa normal, a maioria dos tecidos usa a glicose como sua fonte de energia. O excesso de glicose é armazenado como glicogênio. A síntese de glicogênio a partir da glicose é um processo conhecido como glicogênese. A capacidade de armazenamento de glicogênio, entretanto, é bastante limitada, o que leva o organismo a estocar quantidades excessivas de glicose na forma de gordura por meio da lipogênese. Se as concentrações plasmáticas de glicose são reduzidas, o organismo converte glicogênio em glicose por meio da glicogenólise. O corpo mantém as concentrações plasmáticas de glicose em níveis bastante precisos, utilizando-se do balanço entre metabolismo oxidativo, glicogênese, glicogenólise e lipogênese. Se a homeostasia falha e a glicose no plasma excede um nível crítico, como ocorre no diabetes melito, o excesso de glicose é excretado na urina. A excreção de glicose ocorre somente quando o limiar renal para a reabsorção de glicose é excedido. No estado de jejum, o hormônio glucagon, um outro hormônio secretado pelo pâncreas endócrino, predomina. O glucagon estimula as enzimas da glicogenólise e, ao mesmo tempo, inibe as enzimas da glicogênese. O resultado líquido é a síntese de glicose a partir do glicogênio. METABOLISMO NO ESTADO ALIMENTADO O estado alimentado após a ingestão de alimentos ou de nutrientes é anabólico: os nutrientes absorvidos são utilizados para síntese de energia e estoque. A glicose é o substrato primário para a síntese de ATP. A glicose absorvida a partir do intestino entra pela via hepática (veia porta), sendo direcionada para o fígado. A glicose que não é utilizada para a produção de energia e para a síntese é armazenada como glicogênio ou gordura. A capacidade do corpo de armazenar glicogênio é limitada, assim a maior parte do excesso de glicose é convertida em triacilgliceróis e armazenada no tecido adiposo. Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 14 O glicogênio é encontrado praticamente em todas as células do organismo, porém os seus maiores e mais represen- tativos estoques estão no fígado e nos músculos esqueléticos. O glicogênio no músculo esquelético fornece uma fonte imediata de energia para a contração muscular. O glicogênio hepático serve de substrato principal para a síntese de glicose no organismo, principalmente em períodos entre as refeições (estados de jejum curto). Os aminoácidos formam as proteínas A maioria dos aminoácidos absorvidos a partir de uma refeição são direcionados para a síntese proteica. Como a glicose, os aminoácidos são levados primeiro para o fígado pelo sistema porta-hepático. O fígado, então, utiliza-os para a síntese de lipoproteínas e proteínas plasmáticas, como albumina, fatores da coagulação e angiotensinogênio. Os aminoácidos não captados pelo fígado são utilizados pelas células para produzir proteínas estruturais ou funcionais, como os elementos do citoesqueleto, as enzimas e os hormônios. Os aminoácidos são também incorporados em moléculas não proteicas, como os hormônios aminas e os neurotransmissores. Se a glicose se torna baixa, os aminoácidos são utilizados para a síntese energética. Contudo, se são ingeridas mais proteínas do que o necessário para a síntese e o gasto de energia, o excesso de aminoácidos é convertido em gordura. Energia do estoque de gordura A maior parte da gordura ingerida é organizada dentro do epitélio intestinal na forma de lipoproteínas e complexos de lipídeos, chamados de quilomícrons. Os quilomícrons deixam o intestino e entram na circulação venosa através sistema linfático. Os quilomícrons são constituídos por colesterol, triacilgliceróis, fosfolipídeos e lipídeos ligados a proteínas, chamados de apoproteínas, ou apolipoproteínas. Uma vez que esses lipídeos começam a circular no sangue, a enzima lipase lipopro- teica (LLP) liga-se ao endotélio capilar dos músculos, e o tecido adiposo converte os triacilgliceróis em ácidos graxos livres e em glicerol. Essas moléculas podem, então, ser utilizadas para a geração de energia pela maioria das células ou reorganizadas em triacilgliceróis para estoque no tecido adiposo. O quilomícron remanescente que permanece na circulação é captado e metabolizado pelo fígado. O colesterol dos remanescentes junta-se ao pool de lipídeosdo fígado. Se o colesterol está em excesso, uma parte pode ser convertida em sais biliares e excretada na bile. O colesterol dos remanescentes é adicionado ao colesterol recém-sintetizado e aos ácidos graxos e empacotado em complexos de lipoproteínas para secreção no sangue. Os complexos de lipoproteínas que entram novamente no sangue contêm uma quantidade variada de triacilgliceróis, fosfolipídeos, colesterol e apoproteínas. Quanto mais proteínas um complexo contém, mais pesado ele Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 15 é, com os complexos de lipoproteínas do plasma variando entre lipoproteína de densida- de muito baixa (VLDL) e lipoproteína de alta densidade (HDL). A combinação de lipídeos com proteínas torna o colesterol mais solúvel no plasma, mas os complexos não são capazes de se difun- dir através da membrana celular. Em vez disso, eles são transpor- tados para o interior das células através de endocitose mediada por receptor. As apoproteínas dos complexos possuem receptores específicos de membrana em diversos tecidos. A maioria das lipoproteínas que circulam no sistema sanguíneo são lipoproteínas de baixa densidade (LDL) Diversas formas inerentes de hipercolesterolemia (elevada concentração de colesterol no plasma sanguíneo) têm sido relacionadas a defeitos nas formas de apoB. Essas apoproteínas anormais po- dem ajudar a explicar o desenvolvimento acelerado de aterosclerose em pessoas com hipercolesterolemia. A segunda lipoproteína mais comum no sistema circulatório é a lipoproteína de alta densidade (HDL). O HDL é muitas vezes chamado de “bom colesterol”, uma vez que o HDL está envolvido no transporte de colesterol para fora do plasma san- guíneo. O C-HDL contém apoproteína A (apoA), a qual facilita a captação de colesterol pelo fígado e por outros tecidos. O excesso na ingestão de glicose e de proteína leva à síntese de triacilgliceróis, uma importante etapa do metabolismo no estado alimentado. Os ácidos graxos são sintetizados a partir de grupamentos acetil-CoA quando a enzima citosólica ácido graxo sintase une os grupos acil de 2-carbono em cadeias de carbono mais longas. Esse processo também requer hidrogênios e elétrons de alta energia do NADPH. A combinação de glicerol com ácidos graxos para formar triacilglicerol ocorre no retículo endoplasmático liso. Os exames que dosam os lipídeos no sangue e avaliam o risco cardiovascular vão desde uma simples amostra de sangue do dedo até exames caros de sangue venoso que quantificam as lipoproteínas de todos os tamanhos, de VLDL até HDL. À medida que mais dados epidemiológicos e de tratamentos são coletados, os especialistas continuam a redefinir os valores desejáveis dos lipídeos. METABOLISMO NO ESTADO DE JEJUM Conversão do glicogênio em glicose A fonte mais fácil de obtenção de glicose da homeostasia da glicose plasmática é pelo estoque de glicogênio do organismo, predominantemente localizado no fígado. O glicogênio hepático é capaz de suprir a demanda por glicose por cerca de 4 a 5 horas. Na glicogenólise, o glicogênio é quebrado em glicose ou em glicose-6-fosfato. A maior parte do glicogênio é convertida à glicose-6-fosfato em uma reação que separa a molécula de glicose do polímero de glicogênio, que ocorre com o auxílio de fosfatos inorgânicos obtidos no citosol. No estado de jejum, o glicogênio do músculo esquelético pode ser metabolizado em glicose, mas não diretamente. As células musculares, como a maioria das outras células, não possuem a enzima que produz glicose a partir da glicose-6-fosfato. Como resultado, a glicose-6-fosfato produzida a partir da glicogenólise no músculo esquelético é metabolizada a piruvato (condições aeróbias) ou a lactato (condições anaeróbias). O piruvato e o lactato são, então, transportados para o fígado, que os usa para produzir glicose via gliconeogênese. As proteínas podem ser utilizadas para sintetizar ATP Durante o estado de jejum, os aminoácidos livres são normalmente utilizados como fonte de obtenção de ATP. Se o estado de jejum se prolonga por um período grande, as proteínas musculares são degradadas a aminoácidos para suprir a demanda energética. O primeiro passo do catabolismo proteico é a digestão de proteínas a polipeptídeos menores por enzimas, chamados de protea- ses (endopeptidases). Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 16 No fígado, os aminoácidos ou o piruvato produzido a partir de aminoácidos entram na via da glicólise. Essa via, então, volta a produzir glicose-6-fosfato e glicose (gliconeogênese). No estado de jejum, o tecido adiposo libera ácidos graxos livres e glicerol na corrente sanguínea. O glicerol será captado pelo fígado, convertendo-se em glicose na via da gliconeogênese. Os ácidos graxos serão captados por diversos tecidos e utilizados para a produção de energia. No fígado, se os ácidos graxos produzirem mais rapidamente grupamentos acetil-CoA do que o ciclo do ácido cítrico pode os metabolizar, o excesso de unidades acil será convertido em corpos cetônicos. Pessoas que fazem essas dietas têm uma rápida perda de peso inicial, mas isso ocorre pela degradação do glicogênio e pela perda de água, não por redução de gordura do corpo. As dietas cetogênicas têm sido utilizadas no tratamento de crianças com epilepsia e que não respondem à terapia com medicamentos. Por razões ainda desconhecidas, a manutenção de um estado de cetose nessas crianças diminui a incidência das convulsões. Apesar disso, as dietas cetogênicas também podem ser perigosas. Os corpos cetônicos, como o ácido acetoacético e o ácido -hidroxibutírico, são poderosos ácidos metabólicos que podem afetar gravemente o equilíbrio do pH corporal, levendo à cetoacidose, uma acidose metabólica. CONTROLE HOMEOSTÁTICO DO METABOLISMO O sistema endócrino é o principal responsável pela regulação metabólica. Apesar disso, o sistema nervoso também participa ativamente desse processo, particularmente nas situações que envolvem a ingestão de alimentos. O pâncreas secreta insulina e glucagon A insulina, por sua vez, promove a maior entrada de glicose às células. Como resultado, a concentração de glicose começa a baixar até os níveis normais de jejum. Isso ocorre a cada refeição feita. A secreção de insulina é reduzida em conjunto com a concen- tração de glicose, e o glucagon lentamente começa a aumentar. Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 17 Atividade parassimpática. A atividade parassimpática para o trato GI e para o pâncreas aumenta durante e após uma refeição. O estímulo parassimpático para as células beta estimula a secreção de insulina. Atividade simpática.A secreção de insulina é inibida pelos neurônios simpáticos. Em momentos de estresse, os estímulos simpáticos dão início a uma cascata de regulações no pâncreas endócrino, fato que também é reforçado pela liberação de catecolaminas da medula da glândula suprar- renal. A adrenalina e a noradrenalina inibem a secreção de insulina e desviam o metabolismo para a gliconeogênese, a fim de fornecer combustível extra para o sistema nervoso e o músculo esquelético. Os tecidos-alvo da insulina são o fígado, o tecido adiposo e o tecido muscular esquelético. A resposta normal da célula-alvo é aumentar o meta- bolismo da glicose. Em alguns tecidos-alvo, a insuli- na também regula os transportadores GLUT. Outros tecidos-alvo, incluindo o encéfalo e o epitélio de transporte do rim, bem como do intestino, são independentes de insulina, ou seja, não necessitam de insulina para a captação e o metabolismo da glicose. O transporte de glicose no fígado (hepatócitos) não é diretamente dependente de insulina, contudo é influen- ciado pela presença ou ausência da mesma. Os hepatócitos possuem transportadores GLUT2, sempre presentes na membrana da célula. No estado de jejum, quando os níveis de insulinaestão baixos, a glicose move-se para fora do fígado, em direção à circulação sanguínea, no intuito de manter a homeostasia da glicose. A insulina ativa enzimas para a utilização de glicose (glicólise) e a síntese de glicogênio (glicogênese). Simultaneamente, a insulina inibe as enzimas de degradação do glicogênio (glicogenólise), síntese de glicose (gliconeogênese) e degradação da gordura (lipólise), no intuito de garantir que o metabolismo vá em direção ao anabolismo. O glucagon é predominante no estado de jejum O glucagon é secretado pelas células alfa-pancreáticas, as quais são geralmente antagonistas à insulina e a seus efeitos metabólicos. A função do glucagon é prevenir a hipoglicemia, de modo que a concentração de glicose é considerada o estímulo primário mais importante para a secreção do hormônio. O fígado é o tecido-alvo primário do glucagon. O glucagon estimula a glicogenólise e a gliconeogênese para aumentar a produção de glicose. O diabetes melito é uma família de doenças A patologia mais comum do sistema pancreático endócrino é uma família de distúrbios metabólicos, conhecida como diabetes melito. O diabetes é caracterizado pela concentração de glicose plasmática anormalmente elevada (hiperglicemia) resultante da secreção inadequada de insulina, da resposta anormal das células-alvo ou de ambas. A hiperglicemia crônica e suas anormalidades metabólicas associadas causam as muitas complicações do diabetes, incluindo lesões nos vasos sanguíneos, nos olhos, nos rins e no sistema nervoso. Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 18 O tipo grave de diabetes descrito por Aretaeus é o diabetes melito tipo 1. Esta é uma condição de deficiência de insulina em consequência da destruição das células beta do pâncreas. O diabetes tipo 1 é mais comumente uma doença autoimune, na qual o corpo falha em reconhecer as células beta como “próprias” e as destrói com anticorpos e leucócitos. A outra maior variante do diabetes melito é o diabetes tipo 2. Este tipo de diabetes é também conhecido como diabetes resistente à insulina, uma vez que, na maioria dos pacientes, os níveis de insulina no sangue são normais ou até mesmo elevados inicialmente. Posteriormente no processo da doença, muitos diabéticos tipo 2 se tornam deficientes de insulina e passam a necessitar de injeções dela. O diabetes tipo 2 é, na verdade, uma família inteira de doenças determinadas por causas variadas. Os diabéticos tipo 1 são propensos à cetoacidose Como consequência, na ausência de insulina, o centro da saciedade é incapaz de captar a glicose do plasma. Esse centro percebe a ausência de glicose intracelular como inanição e permite que o centro da fome aumente a ingestão alimentar. O resultado é a polifagia (excesso de vontade de comer), um clássico sintoma associado ao diabetes melito tipo 1 não tratado. Diurese osmótica e poliúria. Se a hiperglicemia (aumento na concentração de glicose plasmática) do diabetes ultrapassa o limiar renal para a glicose, a reabsorção da glicose no túbulo proximal do rim torna-se saturada. Como resultado, alguns açúcares não são filtrados e absorvidos, sendo, portanto, excretados na urina (glucosúria). Este efeito promove a produção de grandes quantidades de urina (poliúria), a qual, se não controlada, resulta em desidratação. A perda de água pela urina em função da não absorção de solutos é um efeito conhecido como diurese osmótica. A secreção de vasopressina, o que causa a constante sede (polidipsia) e a compensação cardiovascular. Acidose metabólica o metabolismo anaeróbio e a produção de corpos cetônicos. Os diabéticos tipo 2 frequentemente têm os níveis de insulina elevados Uma característica comum no diabetes tipo 2 é a resistência à insulina, demonstrada pela demorada resposta ao ingerir glicose, como observado no teste de tolerância oral à glicose. Alguns diabéticos tipo 2 possuem tanto resistência à ação da insulina quanto secreção de insulina diminuída. Outros possuem secreção de insulina normal a alta, mas responsividade da célula- -alvo diminuída. Além disso, embora os diabéticos tipo 2 sejam hiperglicêmicos, eles frequentemente também apresentam níveis de glucagon elevados. Isso parece contraditório até você compreender que as células alfa do pâncreas, assim como as células musculares e adiposas, requerem insulina para a captação da glicose. Isso significa que, no diabetes, as células alfa não captam a glicose, o que as estimula a secretar glucagon. O glucagon, então, contribui para a hiperglicemia por promover a glicogenólise e a gliconeogênese. No diabetes tipo 2, os sintomas agudos da doença não são tão graves quanto no diabetes tipo 1, uma vez que a insulina é geralmente presente, e as células, apesar de resistentes à ação da insulina, são capazes de realizar parte do metabolismo da glicose. O fígado, por exemplo, não se torna produtor de cetonas. As complicações do diabetes tipo 2 incluem aterosclerose, alterações neurológicas, insuficiência renal e cegueira causada por retinopatia diabética. Cerca de 70% dos diabéticos tipo 2 morrem por doenças cardiovasculares. A atividade de vasodilatação cutânea é mediada através dos neurônios colinér- gicos simpáticos, neurônios especializados em cossecretar acetilcolina e outras moléculas de atividade vasodilatadora. Alguns Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 19 mediadores propostos da atividade de vasodilatação também incluem óxido nítrico, substância P, histamina e prostaglandinas. A sudorese contribui para a perda de calor A perda de calor da superfície é aumentada pela evaporação do suor. A hipertermia maligna, na qual a temperatura do corpo se torna elevada de forma anormal, é uma condição determinada geneticamente. Um defeito nos canais de Ca2 de músculos esqueléticos libera demasiada quantidade de Ca2 para o citoplasma da célula. Enquanto os transportadores celulares trabalham para mover o Ca2 de volta para as mitocôndrias e o retículo sarcoplasmático, o calor liberado da hidrólise do ATP aumenta substancialmente a temperatura do corpo. Alguns investigadores têm sugerido que uma versão leve desse processo desempenha um papel na termogênese sem tremor em mamíferos. RESUMO DO CAPÍTULO O equilíbrio energético no corpo significa que a entrada de energia é igual à sua saída. O mesmo princípio de equilíbrio se aplica ao metabolismo e ao controle de temperatura. A quantidade de nutrientes em cada compartimento do organismo depende da manutenção constante da ingestão e gasto. O hipotálamo contém um centro ativo de alimentação, o qual é inibido pelo centro de saciedade. A concentração de glicose plasmática (teoria glicostática) e o conteúdo de gordura corporal (teoria lipostática) influenciam a ingestão de alimentos. Equilíbrio energético Para manter constante a quantidade de energia no organismo, a energia ingerida deve ser ao menos igual à quantidade de energia perdida. Glicogênio e gordura são as duas formas primárias de armazenamento de energia no corpo humano. Metabolismo Metabolismo é toda reação química que extrai, usa ou armazena energia. As vias anabólicas combinam pequenas moléculas para sintetizar moléculas maiores. As vias catabólicas quebram moléculas grandes em moléculas menores. O metabolismo é dividido em estado alimentado (absortivo) e estado de jejum (pós-absortivo). O estado alimentado é anabólico; o estado de jejum é catabólico. A glicogênese é a síntese de glicogênio. A gordura ingerida entra na circulação como quilomícrons. A lipoproteína lipase remove triacilgliceróis, deixando os quilomícrons remanescentes para serem capturados e metabolizados pelo fígado. A glicogenólise é a quebra do glicogênio. A gliconeogênese é a síntese da glicose a partir de precursores não carboidratos, principalmente aminoácidos. Carolina PithonRocha | Medicina | 3o semestre 20 No estado de jejum, o fígado produz glicose a partir do glicogênio e de aminoácidos. A beta-oxidação de ácidos graxos forma corpos cetônicos. O aumento da glicose plasmática e dos níveis de aminoácidos estimula a secreção de insulina. Os hormônios GI e o estímulo paras- simpático amplificam a sua secreção. Os sinais simpáticos inibem a secreção de insulina. A insulina aumenta o transporte da glicose para o músculo e o tecido adiposo, bem como a utilização e o armazenamento da glicose e da gordura. O glucagon estimula a glicogenólise e a gliconeogênese. O diabetes melito é uma família de distúrbios caracterizados pela secreção ou pela atividade anormal da insulina que causam hiperglicemia. No diabetes tipo 1, as células beta-pancreáticas são destruídas por anticorpos. No diabetes tipo 2, os tecidos-alvo falham em responder normalmente à ação da insulina. O diabetes tipo 1 é caracterizado por catabolismo do músculo e do tecido adiposo, glicosúria, poliúria e cetoacidose metabólica. O diabetes tipo 2 tem menos sintomas agudos. Em ambos os tipos, as complicações incluem aterosclerose, alterações neurológicas e problemas com os olhos e os rins. Regulação da temperatura corporal A homeostasia da temperatura corporal é controlada pelo hipotálamo. LIVRO - S.Digestório ANATOMIA DO SISTEMA DIGESTÓRIO O sistema digestório inicia com a cavidade oral (boca e faringe), que servem de receptáculo para a comida. O alimento ingerido entra no trato gastrintestinal (trato GI), que consiste em esôfago, estômago, intestino delgado e intestino grosso. A porção do trato GI que vai do estômago até o ânus também é chamada de intestino. A digestão, a quebra química e mecânica do alimento, ocorre principalmente no lúmen do intestino. Ao longo do caminho, secreções são adicionadas ao alimento por células secretoras epiteliais e por órgãos glandulares acessórios, que incluem as glândulas salivares, o fígado, a vesícula biliar e o pâncreas. O sistema digestório é um tubo Na cavidade oral, os primeiros estágios da digestão iniciam com a mastigação e a secreção da saliva por três pares de glândulas salivares: glândulas sublinguais abaixo da língua, glândulas sub-mandibulares abaixo da mandíbula (osso maxilar) e glândulas parótidas encontradas perto da articulação da mandíbula. O alimento deglutido passa pelo esôfago, um tubo estreito que atravessa o tórax até o abdome. As paredes do esôfago são constituídas de músculo esquelético no terço superior, mas sofrem transição para músculo liso nos dois terços inferiores. Logo abaixo do diafragma, o esôfago termina no estômago, um órgão em forma de saco que pode conter até dois litros de alimento e líquidos quando totalmente (embora desconfortavelmente) expandido. O estômago tem três seções: o fundo superior, o corpo central e o antro inferior. O estômago continua a digestão que iniciou na boca, misturando o alimento com ácido e enzimas para criar o quimo. A abertura entre o estômago e o intestino delgado, ou piloro (porteiro), é protegida pela válvula pilórica. Esta faixa espessa de músculo liso relaxa para permitir que apenas pequenas quantidades de quimo entrem no intestino delgado simultaneamente. O estômago atua como um intermediário entre o ato comportamental de comer e os eventos fisiológicos da digestão e da absorção no intestino. A digestão termina no intestino delgado, e quase todos os nutrientes digeridos e os fluidos secretados são absrovidos lá, deixando cerca de 1,5 litro de quimo por dia passar para o intes- tino grosso. No colo – a secção proximal do intestino grosso – o quimo aquoso transforma-se em fezes Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 21 semissólidas à medida que a água e os eletrólitos são absorvidos do quimo para o líquido extracelular (LEC). Quando as fezes são propelildas para a seção terminal do intestino grosso, conhecida como reto, a distenção da parede retal desencadeia o reflexo de defecação. As fezes deixam o trato GI pelo ânus, sendo que o esfincter anal externo, constituído de músculo esquelético, está sob controle voluntário. A parede intestinal consiste em quatro camadas: (1) uma mucosa interna virada para o lúmen, (2) uma camada conhecida como submucosa, (3) camadas de músculo liso, conhecidas coletivamente como muscular externa, e (4) uma cobertura de tecido conectivo, denominada serosa. Mucosa A mucosa, o revestimento interno do trato gastrintestinal. FUNÇÕES E PROCESSOS DIGESTÓRIOS A função primária do sistema digestório é levar os nutrientes, a água e os eletrólitos do ambiente externo para o ambiente interno corporal. Para alcançar esse objetivo, o sistema usa qua- tro processos básicos: digestão, absorção, secreção e motilidade. A digestão é a quebra, ou degradação, química e mecânica dos alimentos em unidades menores que podem ser levadas através do epitélio intestinal para dentro do corpo. A absorção é o movimento de substâncias do lúmen do trato GI para o líquido extracelular. A secreção no trato GI possui dois significados. Ela pode significar o movimento de água e íons do LEC para o lúmen do trato digestório (o oposto da absorção), mas pode também significar a liberação de substâncias sintetizadas pelas células epiteliais do GI tanto no lúmen quanto no LEC. A motilidade é o movimento de material no trato GI como resultado da contração muscular. 1. Evitar a autodigestão. 2. Balanço de massa. 3.Defesa. O sistema nervoso entérico pode atuar de modo independente O sistema nervoso entérico (SNE) habilidade de realizar um reflexo independentemente do controle exercido pelo sistema nervoso central (SNC). O sistema nervoso entérico controla a motilidade, a secreção e o crescimento do trato digestório. Anatômica e funcionalmente, o SNE compartilha muitas características com o SNC: 1. Neurônios intrínsecos. Os neurônios intrínsecos dos dois plexos nervosos do trato digestório são aqueles que se situam completamente dentro da parede do trato GI, exatamente como os interneurônios estão contidos inteiramente no SNC. Os neurônios autonômicos que levam sinais do SNC para o sistema digestório são denominados neurônios extrínsecos. 2. Neurotransmissores e neuromoduladores. Os neurônios do SNE liberam mais de 30 neurotransmissores e neuromo- duladores, a maioria dos quais são idênticos a moléculas encontradas no encéfalo. Esses neurotransmissores são algumas vezes chamados de não adrenérgicos, não colinérgicos para os distinguir dos neurotransmissores autonômicos tradicionais, noradrenalina e acetilcolina. Entre os neurotransmissores e neuromoduladores mais conhecidos estão a serotonina, o peptídeo intestinal vasoativo e o óxido nítrico. 3. Células gliais de sustentação. As células gliais de susten- tação dos neurônios dentro do SNE são mais similares à astroglia do encéfalo do que às células de Schwann do sis- tema nervoso periférico. 4. Barreira de difusão. Os capilares que circundam os gân- glios no SNE não são muito permeáveis e criam uma bar- reira de difusão que é similar à barreira hematencefálica dos vasos sanguíneos encefálicos. 5. Centros integradores. Como observado anteriormente, reflexos que se originam no trato GI podem ser integrados e atuar sem que os sinais neurais deixem o SNE. Assim, a rede de neurônios do SNE é o seu próprio centro integra- dor, assim como o encéfalo e a medula espinal. Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 22 Os peptídeos GI também atuam fora do trato GI, e algumas de suas mais importantes ações envolvem o cérebro. Por exemplo, em estudos experimentais, o hormônio GI colecisto- cinina (CCK) melhora a saciedade, dando a sensação de que a fome foi saciada. No entanto, a CCK também é produzida por neurônios e funciona como um neurotransmissor no cérebro, assim é difícil determinar quanto da resposta normalde saciedade é devida à CCK proveniente do intestino. Outro peptídeo GI, a ghrelina, é secretado pelo estômago e age no cérebro para aumentar a ingestão alimentar. Outro membro da família da secretina é o hormônio peptídeo 1 semelhante ao glucagon (GLP-1). O GIP e o GLP-1 agem juntos como sinais antecipatórios para a liberação de insulina. FUNÇÃO INTEGRADA: A FASE CEFÁLICA Os processos digestórios no corpo iniciam antes que a comida entre na boca. Simplesmente cheirar, ver, ou até mesmo pensar sobre o alimento pode fazer a nossa boca salivar ou nosso estômago roncar. Estes reflexos longos que iniciam no cérebro criam uma resposta antecipatória, conhecida como fase cefálica da digestão. O estímulo antecipatório e o estímulo do alimento na cavidade oral ativam neurônios no bulbo. O bulbo, por sua vez, manda sinais eferentes através de neurônios autonômicos para as glândulas salivares, e atráves do nervo vago para o sistema nervoso entérico. Em resposta a esses sinais, o estômago, o intestino e os órgãos glandulares acessórios iniciam a secreção e aumentam a motilidade em antecipação ao alimento que virá. A digestão mecânica e química inicia na boca Quando o alimento inicialmente entra na boca, ele é inundado por uma secreção, a qual chamamos de saliva. A saliva tem quatro funções importantes: 1. Amolecer e lubrificar o alimento.A água e o muco na saliva amolecem e lubrificam o alimento para torná-lo mais fácil de deglutir. Você pode avaliar essa função se alguma vez já tentou engolir uma bolacha seca sem mastigá-la comple- tamente. 2. Digestão do amido. A digestão química inicia com a secreção da amilase salivar. A amilase quebra o amido em maltose depois que a enzima é ativada por Cl na saliva. Se você mastigar uma bolacha sem sal por algum tempo, perceberá a conversão do amido em maltose, a qual é mais doce. 3. Gustação. A saliva dissolve o alimento para que possamos sentir seu gosto (p. 325). 4. Defesa. A função final da saliva é a defesa. A lisozima é uma enzima salivar antibacteriana, e imunoglobulinas salivares incapacitam bactérias e vírus. Além disso, a saliva ajuda a limpar os dentes e manter a língua livre de partícu- las alimentares. A digestão mecânica dos alimentos inicia na cavidade oral com a mastigação. Os lábios, a língua e os dentes contribuem para a mastigação do alimento, criando uma massa amolecida e umedecida (bolo) que pode ser facilmente engolida. A saliva é uma secreção exócrina A saliva é um complexo fluido hiposmótico que contém água, íons, muco e proteínas, como enzimas e imunoglobulinas. Três pares de glândulas salivares produzem tanto quanto 1,5 litro de saliva por dia. As glândulas salivares são glândulas exócrinas, com o epitélio secretor disposto em agrupamentos de células como cachos de uvas, chamados de ácinos. Cada ácino circunda um ducto, e os ductos individuais juntam-se para formar ductos cada vez mais largos (como os caules em um cacho de uvas). O principal ducto secretor de cada glândula esvazia na boca. A deglutição leva o bolo alimentar da boca para o estômago O ato de engolir, ou deglutição, é uma ação reflexa que empurra o bolo de alimento ou de líquido para o esôfago. O estímulo para a deglutição é a pressão criada quando a língua empurra o bolo contra o palato mole e a parte posterior da boca. A pressão do bolo ativa neurônios sensoriais que levam informa- ções pelo nervo glossofaríngeo (nervo craniano IX) para o centro da deglutição no bulbo. Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 23 As eferências do centro da deglutição consistem em neurônios motores somáticos que controlam os múculos esqueléticos da faringe e do esôfago superior, bem como neurônios autonômicos que agem nas porções inferiores do esôfago. Quando o reflexo de deglutição inicia, o palato mole eleva-se para fechar a nasofaringe. A contração muscular move a laringe para cima e para a frente, o que ajuda a fechar a traqueia e abrir o esfincter esofágico superior. Enquanto o bolo se move para baixo no esôfago, a epiglote dobra-se para baixo, completando o fechamento das vias aéreas superiores e prevenindo que alimentos ou líquidos entrem nas vias aéreas. Ao mesmo tempo, a respiração é brevemente inibida. Quando o bolo se aproxima do esôfago, o esfincter esofágico superior relaxa. Ondas de contrações peristálticas, então, empurram o bolo em direção ao estômago, auxiliadas pela gravidade. Entretanto, a gravidade não é indispensável, como você deve saber se já participou da brincadeira de engolir de cabeça para baixo. A extremidade inferior do esôfago situa-se logo abaixo do diafragma e é separada do estômago pelo esfincter esofágico inferior. Esta área não é um esfincter verdadeiro, mas uma região de tensão muscular relativamente alta que atua como uma barreira entre o esôfago e o estômago. Quando os alimentos são deglutidos, a tensão relaxa, permitindo a passagem do bolo alimentar para o estômago. O ácido gástrico tem múltiplas funções: O ácido no lúmen do estômago causa a liberação e a ativação da pepsina, uma enzima que digere proteínas. O ácido desencadeia a liberação de somatostatina pelas células D. O HCl desnatura proteínas por quebrar as ligações dissulfeto e de hidrogênio que mantêm a estrutura terciária da proteína. Cadeias proteicas desenoveladas podem deixar as ligações peptídicas entre os aminoácidos mais acessíveis à digestão pela pepsina. O ácido gástrico ajuda a destruir bactérias e outros microrganismos ingeridos. O ácido inativa a amilase salivar, cessando a digestão de carboidratos que iniciou na boca. FUNÇÃO INTEGRADA: A FASE INTESTINAL Uma vez que o quimo passa ao intestino delgado, a fase intestinal da digestão inicia. O quimo que entra no intestino delgado sofreu relativamente pouca digestão química, então sua entrada no duodeno deve ser controlada para evitar sobrecarga ao intestino delgado. A motilidade no intestino delgado também é controlada. Os conteúdos intestinais são lentamente propelidos para a frente por uma combinação de contrações segmentares e peristálticas. Essas ações misturam o quimo com enzimas, e elas expoem os nutrientes digeridos para o epitélio mucoso para absorção. Os movimentos para a frente do quimo ao longo do intestino devem ser suficientemente lentos para permitir que a digestão e a absorção sejam completadas. A inervação parassimpática e os hormônios GI gastrina e CCK promovem a motilidade intestinal; a inervação simpática inibe-a. A bile produzida no fígado e secretada pela vesícula biliar é uma solução não enzimática que facilita a digestão de gorduras. A secreção de bicarbonato para dentro do intestino delgado neutraliza o quimo extremamente ácido que vem do estô- mago. A maior parte do bicarbonato vem do pâncreas e é liberado em resposta a estímulos neurais e à secretina. O pâncreas é um órgão que contém ambos os tipos de epitélio secretor: endócrino e exócrino. A secreção endócrina é proveniente de agrupamentos de células, chamadas de ilhotas, e inclui os hormônios insulina e glucagon. As secreções exócrinas incluem enzimas digestórias e uma solução aquo- sa de bicarbonato de sódio, NaHCO3. Os sinais para a liberação das enzimas pancreáticas incluem distensão do intestino delgado, presença de alimento no intestino, sinais neurais e hormônio CCK. As enzimas pancreáticas entram no intestino em um fluido aquoso que também contém bicarbonato. Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 24 A maior parte da digestão ocorre no intestino delgado A secreção intestinal, pancreática e hepática de enzimas e de bile é essencial para a função digestória normal. Embora uma quantidade significativa de digestão mecânica ocorra na boca e no estômago, a digestão química do alimento é limitada a uma pequena quantidade de quebra de amido e digestão incompleta de proteínasno estômago. Quando o quimo entra no intestino delgado, a digestão de proteínas cessa quando a pepsina é inativada no pH intestinal alto. As enzimas pancreáticas e da borda em escova, então, finalizam a digestão de peptídeos, carboidratos e gorduras em moléculas menores que podem ser absorvidas. O intestino absorve íons e água A maior parte da absorção de água ocorre no intestino delgado, com um adicional de 0,5 L por dia absorvido no colo. A absorção de nutrientes move o soluto do lúmen do intestino para o LEC, criando um gradiente osmótico que permite que a água siga junto. A absorção de íons no corpo também cria os gradientes osmóticos necessários para o movimento da água. Os enteróci- tos no intestino delgado e os colonócitos, as células epiteliais da superfície luminal do colo, absorvem Na utilizando três pro- teínas de membrana (Fig. 21.19c): canais apicais de Na , como o ENaC, um transportador por simporte Na -Cl e o trocador Na -H (NHE). No intestino delgado, uma fração significa- tiva da absorção de Na também ocorre por meio de captação dependente de Na de solutos orgânicos, como pleo SGLT e por transportadores Na -aminoácidos. Regulação da fase intestinal A regulação da digestão e da absorção intestinal vem primariamente de sinais que controlam a motilidade e a secreção. Sen- sores no intestino desencadeiam reflexos neurais e endócrinos que retroalimentam para regular a taxa de entrega do quimo pelo estômago e antecipam informações para promover a digestão, a motilidade e a utilização de nutrientes. Os sinais de controle para o estômago e o pâncreas são ambos neurais e hormonais: 1. Três hormônios reforçam o sinal de “motilidade reduzida”: secre- tina, colecistocinina (CCK) e peptídeo inibidor gástrico (GIP) 2. A secretina é liberada pela presença de quimo ácido no duodeno. A secretina inibe a produção ácida e diminui a motilidade gástrica. Além disso, a secretina estimula a produção de bicarbonato pancreático para neutralizar o quimo ácido que entrou no intestino. 3. A CCK é secretada na corrente sanguínea se uma refeição contém gorduras. A CCK também diminui a motilidade gástrica e a secreção de ácido. Como a digestão de gordura ocorre mais lentamente que a digestão de proteínas ou de carboidratos, é fundamental que o estômago permita que apenas pequenas quantidades de gordura entrem no intes- tino em um determinado momento. 4. OshormôniosincretinasGIPeopeptídeosimilaraogluca- gon 1 (GLP-1) são liberados se a refeição contém carboi- dratos. Ambos, GIP e GLP-1, atuam por antecipação para promover a liberação da insulina pelo pâncreas endócrino, permitindo que as células se preparem para receber a glicose que está para ser absorvida. Eles também retardam a entrada do quimo no intestino, diminuindo a motilidade gástrica e a secreção ácida. 5. A mistura de ácidos, enzimas e alimentos digeridos no quimo normalmente formam uma solução hiperosmótica. Os osmorreceptores na parede do intestino são sensíveis à osmolaridade do quimo que entra. Quando estimulados pela alta osmolaridade, os receptores inibem o esvaziamento gástrico em um reflexo mediado por alguma subs- tância circulante desconhecida. O intestino grosso concentra os resíduos FUNÇÕES IMUNES DO TRATO GASTRINTESTINAL Como você aprendeu no início deste capítulo, o trato GI é o maior órgão imune do corpo. A sua superfície luminal é continuamente exposta a organismos causadores de doença, e as células imunes do GALT precisam impedir que esses patógenos entrem no corpo através dos delicados tecidos absortivos. A primeira linha de defesa são as enzimas e as imunoglobulinas da saliva e o Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 25 ambiente extremamente ácido do estômago. Se patógenos ou materiais tóxicos são produzidos no intestino delgado, os receptores sensoriais e as células imunes do GALT respondem. Duas respostas comuns são a diarreia, recém-descrita, e o vômito. Durante o vômito, a respiração é inibida. A epiglote e o palato mole fecham a traqueia e a nasofaringe para prevenir que o vômito seja inalado (aspirado). Se o ácido ou as partículas pe- quenas de alimento entram nas vias aéreas, podem lesar o sistema respiratório e causar pneumonia de aspiração. RESUMO DO CAPÍTULO O sistema digestório, como o sistema renal, tem um papel-chave no balanço de massas no corpo. A maioria do material que entra no sistema, pela boca ou por secreção, é absorvida antes de alcançar o final do trato GI. Em distúrbios como a diarreia, na qual a absorção e a secreção estão desequilibradas, a perda de material pelo trato GI pode alterar gravemente a homeostase. A absorção e a secreção no trato GI fornecem inúmeros exemplos de movimento através das membranas, a maioria dos processos segue padrões que você já encontrou no rim e em outros sistemas. Finalmente, a regulação das funções do trato GI ilustra as complexas interações que ocorrem entre os sistemas de controle endócrino e neural e o sistema imune. Anatomia do sistema digestório 1. O alimento entrando no sistema digestório passa através da boca, faringe, esôfago, estômago (fundo, corpo, antro), intestino delgado (duodeno, jejuno, ileo), intestino grosso (colo, reto) e ânus. 2. As glândulas salivares, o estômago, o pâncreas e o fígado adicionam secreções exócrinas contendo enzimas e muco ao lúmen. 3. O quimo é uma solução cremosa que se forma quando o alimento é degradado por digestão mecânica ou química. 4. A parede do trato GI consiste em quatro camadas: mucosa, submucosa, muscular externa e serosa. 8. A serosa é a camada de tecido conectivo externa que é a continuação da membrana peritoneal. Funções e processos digestórios As células musculares lisas do trato GI despolarizam espontaneamente e são eletricamente conectadas por junções comunicantes. O músculo liso intestinal exibe poteniais de ondas lentas espontâneos que se originam em células intersticiais de Cajal. Quando uma onda lenta alcança o limiar, ela dispara potenciais de ação, e o músculo contrai. As contrações peristálticas são ondas progressivas de contração que ocorrem principalmente no esôfago. As contrações segmentares são contrações mistas. Regulação da função gastrintestinal Os reflexos curtos originam-se e são integrados no SNE. Os reflexos longos podem se originar no SNE ou fora dele, mas são integrados no SNC. Em geral, a inervação parassimpática é excitatória, e a inervação simpática é inibidora para a função GI. Os peptídeos GI estimulam ou inibem a motilidade e a secreção. A maioria dos estímulos para a secreção de peptídeos GI vem da ingestão dos alimentos. A fase cefálica A visão, o gosto ou o cheiro do alimento inicia um reflexo GI na fase cefálica da digestão. A digestão mecânica inicia com a mastigação, ou mastigamento. A saliva umedece e lubrifica o alimento. A amilase salivar digere os carboidratos. A saliva é uma secreção exócrina que contém água, íons, muco e proteínas. A secreção salivar está sob controle autonômico. Engolimento, ou deglutição, é um reflexo integrado por um cen- tro medular. A fase gástrica O estômago armazena o bolo alimentar, inicia a digestão de proteínas e gorduras e protege o corpo contra patógenos deglutidos. O estômago secreta muco e bicarbonato pelas células mucosas, pepsinogênio pelas células principais, somatostatina pelas células D, histamina pelas células ECL e Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 26 gastrina pelas células G. As células parietais nas glândulas gástricas secretam ácido clorídrico e fator intrínseco. A função gástrica é integrada com as fases cefálica e intestinal da digestão. A maior parte da absorção dos nutrientes ocorre no intestino delgado. O intestino grosso absorve água e íons. Ácido no intestino, CCK e secretina retardam o esvaziamento gástrico. O material não digerido no colo se move
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