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PROJETO DEPROJETO DE INTERIORESINTERIORES INSTITUCIONALINSTITUCIONAL UNIDADE 1 - INTRODUÇÃOUNIDADE 1 - INTRODUÇÃO AO PROJETO DE INTERIORESAO PROJETO DE INTERIORES INSTITUCIONALINSTITUCIONAL Autor: Ma. Larissa Ribeiro CunhaAutor: Ma. Larissa Ribeiro Cunha Revisor: Marcones CleberRevisor: Marcones Cleber INICIAR Introdução Caro estudante, Daremos início à disciplina Projeto de Interiores – Institucional. Para tal, os estudos serão divididos em três tópicos: 1 - Introdução ao Projeto Institucional; 2 - Briefing do projeto e 3 - Levantamentos. Iniciaremos o Tópico 1, cuja função será norteá-lo sobre o entendimento da definição de um projeto de interiores institucional, qual a justificativa de aprendizagem, os objetivos a serem alcançados pela disciplina e um breve estudo de caso para familiarização da aplicação em uma edificação real. Com esta introdução, espera-se que o primeiro contato seja agradável e de fácil compreensão, para que assim a assimilação do conteúdo seja satisfatória. Os dois tópicos seguintes se ancoram no desdobramento da solução de projeto, um passo a passo para a construção desde a ideia inicial, processos 1.1 Introdução ao Projeto institucional Neste tópico, o objetivo é nortear o estudante sobre o que é um Projeto de Interiores Institucional. Em outras palavras, aprenderemos quais tipos de edificação são inseridos para esse uso e qual a relação entre a Arquitetura Institucional e o projeto de interiores. 1.1.1 Definição A Arquitetura Institucional é concebida em prol do acolhimento de instituições públicas ou privadas a fim de suprir uma demanda de público com interesse específico: conhecimento, saber, cultura, saúde etc. Como exemplo, podemos citar edificações que abrigam bibliotecas, escolas, universidades, museus, centros culturais, centros de saúde, dentre outros. Do mesmo modo, o Projeto de Interiores Institucional é parte integrante de um projeto de arquitetura. Se, em um projeto de arquitetura, todos os condicionantes de plástica, estética, estrutura, construção e execução são pensados de maneira global, o projeto de interiores, por sua vez, tem o foco voltado para os ambientes internos e/ou externos. Dessa forma, demanda, em sua concepção, um passo a passo do planejamento, elaboração e execução final de tal projeto. Após a definição, justifica-se a necessidade de criação, conceituação e o papel fundamental do Projeto de Interiores Institucional, que deverá ser pensado junto às variáveis projetuais. 1.1.2 Justificativa É importante salientar que, para o bom funcionamento de uma tipologia arquitetônica, o design de interiores, aliado à Arquitetura, possui papel fundamental, que é o de criar espaços atrativos de convivência e permanência, que ofereçam variáveis projetuais: qualidade ambiental, inclusão, ergonomia, conforto, materiais, acessibilidade, bem como somar esforços e reflexões sobre o entendimento de premissas históricas, étnicas, culturais e sociais. Um ótimo projeto de interiores está condicionado às variáveis projetuais, conectadas ao processo criativo do profissional designer e/ou arquiteto/arquiteta. Desenvolver esse criativos, metodologias e soluções. Seja bem-vindo e ótima aprendizagem! Autor: Nome do Autor Revisor: Nome do Revisor NOME DA DISCIPLINA UNIDADE X. NOME DA UNIDADE Autor: Ma. Larissa Ribeiro Cunha Revisor: Marcones Cleber PROJETO DE INTERIORES INSTITUCIONAL UNIDADE 1. INTRODUÇÃO AO PROJETO DE INTERIORES INSTITUCIONAL INTRODUÇÃO 01 1.1 INTRODUÇÃO AO PROJETO INSTITUCIONAL 02 1.2 LEVANTAMENTO DE DADOS PARA O PROJETO 05 1.3 CRIAÇÃO/CONCEPÇÃO 19 SÍNTESE 26 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 27 UNIDADE 1. INTRODUÇÃO AO PROJETO DE INTERIORES INSTITUCIONAL 1 1.1 Introdução ao Projeto institucional Neste tópico, o objetivo é nortear o estudante sobre o que é um Projeto de Interiores Institucional. Em outras palavras, aprenderemos quais tipos de edificação são inseridos para esse uso e qual a relação entre a Arquitetura Institucional e o projeto de interiores. 1.1.1 Definição A Arquitetura Institucional é concebida em prol do acolhimento de instituições públicas ou privadas a fim de suprir uma demanda de público com interesse específico: conhecimento, saber, cultura, saúde etc. Como exemplo, podemos citar edificações que abrigam bibliotecas, escolas, universidades, museus, centros culturais, centros de saúde, dentre outros. Do mesmo modo, o Projeto de Interiores Institucional é parte integrante de um projeto de arquitetura. Se, em um projeto de arquitetura, todos os condicionantes de plástica, estética, estrutura, construção e execução são pensados de maneira global, o projeto de interiores, por sua vez, tem o foco voltado para os ambientes internos e/ou externos. Dessa forma, demanda, em sua concepção, um passo a passo do planejamento, elaboração e execução final de tal projeto. Após a definição, justifica-se a necessidade de criação, conceituação e o papel fundamental do Projeto de Interiores Institucional, que deverá ser pensado junto às variáveis projetuais. 1.1.2 Justificativa É importante salientar que, para o bom funcionamento de uma tipologia arquitetônica, o design de interiores, aliado à Arquitetura, possui papel fundamental, que é o de criar espaços atrativos de convivência e permanência, que ofereçam variáveis projetuais: qualidade ambiental, inclusão, ergonomia, conforto, materiais, acessibilidade, bem como somar esforços e reflexões sobre o entendimento de premissas históricas, étnicas, culturais e sociais. Um ótimo projeto de interiores está condicionado às variáveis projetuais, conectadas ao processo criativo do profissional designer e/ou arquiteto/arquiteta. Desenvolver esse criativos, metodologias e soluções. Seja bem-vindo e ótima aprendizagem! UNIDADE 1. INTRODUÇÃO AO PROJETO DE INTERIORES INSTITUCIONAL 2 potencial de criatividade está intimamente ligado ao estudo constante de tendências, leituras projetuais, vivência em espaços e edificações. Dessa maneira, um bom profissional gabaritado é aquele que está em constante busca de conhecimentos, ampliando, assim, seu repertório individual. 1.1.3 Objetivos É importante que o profissional da área seja capaz de criar, desenvolver e executar projetos de interiores institucionais por meio de um design criativo, universal e tecnológico. Para isso, é fundamental reconhecer a complexidade dos espaços construídos, bem como adquirir os conhecimentos necessários para aplicação no mercado de trabalho. Tendo isso em mente, ao aprender sobre Projeto de Interiores Institucional, você, estudante, estará apto a elaborar e executar projetos de interiores institucionais. Além disso, é importante que o aprendizado seja agregado aos saberes já adquiridos em outras disciplinas, estabelecendo, assim, interdisciplinaridade com outros assuntos. Para isso, veja o estudo de caso a seguir, direcionado ao equipamento urbano biblioteca. Nele, será possível ver um exemplo de um projeto institucional de arquitetura e interiores em um edifício pré-existente, desenvolvido por uma equipe de profissionais que pensou em cada detalhe projetual. 1.1.4 Estudo de caso – bibliotecas Bibliotecas são espaços com usos dinâmicos. Por conta disso, projetá-las demanda criatividade, uma vez que esse tipo de espaço deve apresentar soluções que busquem promover a relação entre seus usuários e o espaço, considerando, simultaneamente, aspectos funcionais, construtivos, plásticos e ambientais. Dessa maneira, para nosso estudo de caso, utilizaremos como exemplo a Biblioteca de São Paulo (2008-2010), localizada na cidade de São Paulo, que passou por um projeto de revitalização elaborado pelo escritório Aflalo & Gasperini Arquitetura e teve seu interior elaborado por Dante Della Manna Arquitetura. Na Figura 1, é possível ver uma foto de sua fachada. UNIDADE 1. INTRODUÇÃO AO PROJETO DE INTERIORES INSTITUCIONAL 3 Figura 1 – Foto em perspectiva da fachada frontal e lateral da Biblioteca de São Paulo. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 10/06/2020. A partir da elaboração, conceituação e desenvolvimentode ideias projetuais que corroboram para a pluralidade dos espaços que compreendem uma biblioteca, o escritório Aflalo & Gasperini Arquitetura descreve a antítese presente na edificação. Percebe-se o viés institucional do projeto diante do uso escolhido: biblioteca. Para nortear todo o Projeto de Interiores Institucional, os arquitetos responsáveis precisaram pensar, após a definição do interesse primeiro do espaço (uso), qual seria o público-alvo a atingir. Traçadas as características dessas possíveis personas, foi desenvolvido um programa de necessidades para sanar as soluções de projeto aliadas às variáveis projetuais. Dessa maneira, é possível traçar um panorama do caminho a ser percorrido para a criação de um projeto de interiores institucional, cujo passo a passo veremos nos próximos tópicos. A antítese é forte e a metáfora se torna óbvia. Onde antes funcionava uma prisão, agora há a liberdade: de conhecimento, das idéias, dos livros. Pois é neste lugar, que poderia carregar para sempre uma soturna memória, que está localizada a Biblioteca de São Paulo (ARCHDAILY, 2012). UNIDADE 1. INTRODUÇÃO AO PROJETO DE INTERIORES INSTITUCIONAL 4 A Figura 2 reflete as escolhas dos arquitetos para o desenvolvimento do Projeto de Interiores Institucional. Repare no espaço interior, suas formas construtivas, acessos, materiais, cores e comunicação visual. Todas essas variáveis projetuais informam sobre as decisões pautadas num design criativo. Figura 2 – Foto de um espaço interior da Biblioteca de São Paulo. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 12/05/2020. Para dar andamento a um projeto, parte fundamental é o levantamento de dados, a fim de que o profissional recolha informações pertinentes para a futura criação, desenvolvimento e execução do projeto. VOCÊ SABIA? Acesse o site da Biblioteca de São Paulo, disponível no link <https://bsp.org.br/a-bsp/>, clique na aba “Sobre” e compreenda as particularidades do projeto após baixar as plantas dos pavimentos térreo e superior. Observe a representação visual do projeto, como as cores influenciam na sua leitura e na organização do leiaute de mobiliário. 1.2 Levantamento de dados para o projeto VOCÊ SABIA? UNIDADE 1. INTRODUÇÃO AO PROJETO DE INTERIORES INSTITUCIONAL 5 <https://bsp.org.br/a-bsp/>, Após o entendimento sobre o que um Projeto de Interiores Institucional representa, quais possíveis edificações e ambientes podem ser trabalhados e a importância de se observar um estudo de caso aplicado, chega-se na etapa de aquisição de dados para o início do pensamento projetual. Dessa forma, fazem parte deste tópico a definição de briefing, público-alvo, programa de necessidades e processo criativo. A seguir, veremos o que é briefing e falaremos sobre sua importância. 1.2.1 Briefing Antes de se começar a elaboração de um projeto, é necessário reunir todos os dados pertinentes para que nenhum passo seja ignorado. Dessa maneira, o briefing é um guia que serve de pontapé inicial para assegurar e instruir tanto o profissional quanto o cliente/público- alvo, desde as primeiras ideias até a execução final de projeto. Ele deve ser elaborado em forma de questionário e o profissional deve ficar atento à sua apresentação, ou seja, é importante que ele esteja bem organizado e diagramado, pois sua aplicação consiste em partes de acesso exclusivo do aplicador e outras destinadas ao cliente/público-alvo. Segundo Kowaltowski e outros autores, “Pela natureza descritiva, o brief, ou programa [de necessidades], é um documento contratual que descreve as propriedades (escopo) que o cliente espera do projeto” (KOWALTOWSKI et al, 2011, p. 105). Além disso, tanto designers quanto arquitetos devem entender que cada cliente possui características únicas, assim como seus desejos e prioridades. Sendo assim, é dever de um bom profissional estar atento às reais necessidades do cliente. Isso pode ser feito por meio do diálogo, da observação e da criação de um questionário de perguntas. Tendo isso em mente, é possível elencar algumas perguntas que podem nortear na elaboração do briefing: Identificação do cliente/público-alvo: Quais são as informações do cliente e/ou público-alvo? » Exemplo: nome, gênero, idade, estado civil, escolaridade, rotina, hobbies, dentre UNIDADE 1. INTRODUÇÃO AO PROJETO DE INTERIORES INSTITUCIONAL 6 outros. Quais são as principais características da personalidade do cliente e/ou público-alvo? Identificação e dados do objeto a ser projetado: Quais são os dados do projeto? » Exemplo: ambientes, justificativa, objetivos, necessidades básicas, expectativas, desejos, possíveis modificações futuras, dentre outros. Qual pode ser o principal diferencial a ser explorado? Quais são as necessidades específicas apontadas pelo cliente e/ou público-alvo? Quais são as principais exigências do cliente e/ou público-alvo? Qual é o orçamento inicial para o projeto? Qual é o estilo que pode ser seguido ou qual estilo não deve ser cogitado? Quais as datas limites para elaboração e execução do projeto? Quais são as expectativas gerais do cliente e/ou público-alvo para o projeto? Um diferencial na montagem do briefing é apresentar ao cliente imagens de ambientes reais, com demonstração de cores, texturas, mobiliários e iluminação em estilos diferenciados. Dessa maneira, será mais fácil eleger itens a serem desenvolvidos no projeto. » Clique nas setas ou arraste para visualizar as imagens UNIDADE 1. INTRODUÇÃO AO PROJETO DE INTERIORES INSTITUCIONAL 7 Estilo Clássico Fonte: Shutterstock. Acesso em: 23/06/2020. UNIDADE 1. INTRODUÇÃO AO PROJETO DE INTERIORES INSTITUCIONAL 8 Estilo Moderno Estilo Minimalista Fonte: Shutterstock. Acesso em: 23/06/2020. Fonte: Adobestock. Acesso em: 23/06/2020. UNIDADE 1. INTRODUÇÃO AO PROJETO DE INTERIORES INSTITUCIONAL 9 Estilo Contemporâneo Estilo Industrial Fonte: Shutterstock. Acesso em: 23/06/2020. Fonte: Adobestock. Acesso em: 23/06/2020. UNIDADE 1. INTRODUÇÃO AO PROJETO DE INTERIORES INSTITUCIONAL 10 Estilo Retrô Estilo Rústico Fonte: Shutterstock. Acesso em: 23/06/2020. Fonte: Adobestock. Acesso em: 23/06/2020. Agora, é hora entender melhor para quem projetamos. Para isso, iniciaremos a exposição sobre o cliente e/ou público-alvo a seguir. 1.2.2 Público-alvo É a partir do estudo do público-alvo que vários condicionantes de projeto serão desenvolvidos. Ele irá nortear, desde a linguagem do design até o posicionamento dos mobiliários pertinentes, bem como a interatividade no local e a permanência. A partir desse estudo, o profissional está habilitado a traçar e desenvolver o conceito do projeto, cuja definição será abordada em tópico futuro. O público-alvo é um recorte demográfico, socioeconômico e comportamental de um grupo de pessoas que o profissional determinará como clientes em potencial do serviço a ser experimentado. Para encontrar um público-alvo de qualidade, é necessário considerar alguns pontos, tais como idade, gênero, formação educacional/profissional, poder aquisitivo, classe Deste modo, é possível perceber que, por meio do briefing, as relações entre o profissional designer/arquiteto e o cliente (público-alvo) podem ser mais bem compreendidas. Além disso, é importante ressaltar que as perguntas do briefing podem variar conforme o projeto, visto que o diálogo proposto com o cliente/público-alvo precisa acontecer de maneira espontânea. E mais uma vez: fique à vontade para diagramar seu briefing, lembrando que as partes interativas com o cliente/público-alvo já podem ser o primeiro indício da sua marca visual e conquistar ainda mais o cliente. VOCÊ QUER LER? Para aprofundamento maior sobre o tópico de briefing, leia o livro Briefing: a gestão do projeto de design, do autor Peter L. Phillips, disponível na biblioteca virtual da Laureate. Lembre-se de enxergar além e projetar os conteúdos abordados para o escopo desta disciplina. UNIDADE 1. INTRODUÇÃO AO PROJETO DE INTERIORES INSTITUCIONAL 11 Estilo Eclético Fonte: Shutterstock. Acesso em: 23/06/2020. Agora, é horaentender melhor para quem projetamos. Para isso, iniciaremos a exposição sobre o cliente e/ou público-alvo a seguir. 1.2.2 Público-alvo É a partir do estudo do público-alvo que vários condicionantes de projeto serão desenvolvidos. Ele irá nortear, desde a linguagem do design até o posicionamento dos mobiliários pertinentes, bem como a interatividade no local e a permanência. A partir desse estudo, o profissional está habilitado a traçar e desenvolver o conceito do projeto, cuja definição será abordada em tópico futuro. O público-alvo é um recorte demográfico, socioeconômico e comportamental de um grupo de pessoas que o profissional determinará como clientes em potencial do serviço a ser experimentado. Para encontrar um público-alvo de qualidade, é necessário considerar alguns pontos, tais como idade, gênero, formação educacional/profissional, poder aquisitivo, classe Deste modo, é possível perceber que, por meio do briefing, as relações entre o profissional designer/arquiteto e o cliente (público-alvo) podem ser mais bem compreendidas. Além disso, é importante ressaltar que as perguntas do briefing podem variar conforme o projeto, visto que o diálogo proposto com o cliente/público-alvo precisa acontecer de maneira espontânea. E mais uma vez: fique à vontade para diagramar seu briefing, lembrando que as partes interativas com o cliente/público-alvo já podem ser o primeiro indício da sua marca visual e conquistar ainda mais o cliente. VOCÊ QUER LER? Para aprofundamento maior sobre o tópico de briefing, leia o livro Briefing: a gestão do projeto de design, do autor Peter L. Phillips, disponível na biblioteca virtual da Laureate. Lembre-se de enxergar além e projetar os conteúdos abordados para o escopo desta disciplina. social, localização, hábitos de consumo, hobbies, interesses etc. Nem sempre o público-alvo será único e específico. No entanto, para um exemplo de projeto de interiores residencial, vamos supor que o público-alvo e o cliente sejam as mesmas pessoas. Sendo assim, o cliente passa a ser chamado de persona. Tendo isso em mente, tomemos como exemplo a seguinte persona: homem, solteiro, possui um cachorro de porte pequeno, adora cozinhar, assistir a filmes e séries. Gosta de cores que apresentam tonalidades azuis e acinzentadas e de objetos com um design mais apurado. Com essas informações, é possível montar um perfil e, a partir desses dados, é possível dar andamento à concepção e às variáveis projetuais. Todavia, quando o assunto projetual a ser tratado é, dentre outros, institucional – que é o propósito desta disciplina – entende-se que o público que irá frequentar estes ambientes não será único e exclusivo. Por isso, será necessário traçar o perfil não apenas de uma, mas de diversas personas. Ao voltarmos para a temática de bibliotecas e, especificamente, nos debruçarmos sobre o nicho de bibliotecas públicas, é possível constatar que há personas frequentadoras dos mais diversos tipos. Dessa forma, é necessário não apenas pensar em ambientes que possam acolher essas diferentes personas e com diferentes objetivos, como também pensar em como elas poderão interagir nos espaços destinados à leitura, pesquisa e convivência. Infográfico 1 – Perfil de personas que podem vir a frequentar bibliotecas. UNIDADE 1. INTRODUÇÃO AO PROJETO DE INTERIORES INSTITUCIONAL 12 social, localização, hábitos de consumo, hobbies, interesses etc. Nem sempre o público-alvo será único e específico. No entanto, para um exemplo de projeto de interiores residencial, vamos supor que o público-alvo e o cliente sejam as mesmas pessoas. Sendo assim, o cliente passa a ser chamado de persona. Tendo isso em mente, tomemos como exemplo a seguinte persona: homem, solteiro, possui um cachorro de porte pequeno, adora cozinhar, assistir a filmes e séries. Gosta de cores que apresentam tonalidades azuis e acinzentadas e de objetos com um design mais apurado. Com essas informações, é possível montar um perfil e, a partir desses dados, é possível dar andamento à concepção e às variáveis projetuais. Todavia, quando o assunto projetual a ser tratado é, dentre outros, institucional – que é o propósito desta disciplina – entende-se que o público que irá frequentar estes ambientes não será único e exclusivo. Por isso, será necessário traçar o perfil não apenas de uma, mas de diversas personas. Ao voltarmos para a temática de bibliotecas e, especificamente, nos debruçarmos sobre o nicho de bibliotecas públicas, é possível constatar que há personas frequentadoras dos mais diversos tipos. Dessa forma, é necessário não apenas pensar em ambientes que possam acolher essas diferentes personas e com diferentes objetivos, como também pensar em como elas poderão interagir nos espaços destinados à leitura, pesquisa e convivência. Infográfico 1 – Perfil de personas que podem vir a frequentar bibliotecas. UNIDADE 1. INTRODUÇÃO AO PROJETO DE INTERIORES INSTITUCIONAL 13 Fonte: Elaborado pela autora, 2020. A partir de que ponto desenvolver o programa de necessidades? O tópico 2.2 tem tudo a ver! Veremos que cada estilo/uso das edificações necessitam de diferentes ambientes. Quais ambientes pode compreender uma biblioteca pública? 1.2.3 Programa de necessidades A partir do momento que a proposta a ser trabalhada é definida, bem como o briefing e o público-alvo, é chegada a hora de traçar o programa de necessidades para dar sequência à concepção projetual. Tal programa deixará claro quais são as exigências básicas da UNIDADE 1. INTRODUÇÃO AO PROJETO DE INTERIORES INSTITUCIONAL 14 edificação a ser concebida, voltada para as pessoas que irão frequentar a edificação/ambientes, assim, Kowaltowski define que: Ainda, o programa de necessidades identifica quais atividades estão envolvidas nos espaços das edificações erguidas ou futuramente projetadas, na procura de sanar todos os aspectos que o projeto deve abranger. A sugestão para a concepção do programa de necessidades se pauta na subdivisão de categorias de usuários para descrever as atividades desenvolvidas no ato de projetar. Dessa maneira, no desenvolvimento de um programa de necessidades para uma biblioteca fictícia, deve-se levar em conta espaços que compreendem o social, o acervo, o administrativo e a área externa. Definidas as subcategorias, é hora de elencar os ambientes, conforme mostra o Quadro 2. Quadro 2 - Ambientes de uma biblioteca, contendo as áreas social, acervo, administração e área externa. SOCIAL Acessos externos: principal e secundário / saídas de emergência Hall de entrada Recepção/atendimento Guarda-volumes Acessos internos e circulação vertical (plataforma elevatória PNE/elevadores e horizontal – escadas e escada de incêndio) As estruturas orientam realização do programa [de necessidades] a partir de um diagnóstico do contexto – as condições para o edifício ser construído – e conclui com diretrizes que o objeto deve observar. O resultado do programa é diferente a cada procedimento e a cada programador. É uma relação de princípios que o projetista deve considerar ou uma descrição minuciosa de espaços, áreas, atividades e mobiliários do edifício (KOWALTOWSKI et al, 2011, p. 106). UNIDADE 1. INTRODUÇÃO AO PROJETO DE INTERIORES INSTITUCIONAL 15 Registro: entrada/saída de materiais da biblioteca Terminais de consulta Sala de xerox/scanner Sala de estudos em grupo Anfiteatro Depósito de materiais novos(as) a serem catalogados/equipamentos de uso pelos bibliotecários/laboratório e oficina de pequenos restauros Sanitários M/F e PNE DML ACERVO Acervo (estantes livros) e estudos individuais/grupos Acervo (estantes livros) e estudos individuais – área silenciosa Acervo braile Sala multimídia/biblioteca digital Sala de TV/DVD Sala de periódicos/mapas Terminais de consulta Arquivo Sanitários M/F e PNE DML ADMINISTRAÇÃO Administração/almoxarifado Sala de reuniões Copa funcionários Áreas técnicas (ar-condicionado/lógica) Sanitários M/F e PNE UNIDADE 1. INTRODUÇÃO AO PROJETO DE INTERIORES INSTITUCIONAL 16 DML ÁREA EXTERNASanitários M/F e PNE Praça de alimentação/convivência com apoio alimentício Paisagismo Fonte: Elaborado pela autora, 2020. Em um projeto de interiores, muitas vezes, por se tratar de trabalhar a concepção dos ambientes internos das edificações, o profissional já terá o programa de necessidades pré- definido pelo arquiteto, bem como a metragem quadrada de cada ambiente. É nessa esta etapa que são especificadas as necessidades especiais de toda a edificação, a fim de que os usuários consigam obter conforto, eficiência e segurança no desempenho de suas atividades. Deste modo, É hora de deixar a imaginação fluir. Como se inspirar? Veremos a importância de cultivar a pesquisa e manter o repertório individual sempre em atualização. 1.2.4 Processo criativo Imaginar. Criar. Conceber ideias. Não há uma receita milagrosa ou metodologia única para que um profissional desperte o que há de melhor em seu processo criativo. Se cada um de nós observarmos como concatenamos ideias e inspirações, iremos relembrar de imagens, cheiros, sons, toques e até do nosso paladar. Os cinco sentidos são uma porta aberta à O programa [de necessidades] trata do levantamento e da organização de uma variedade de informações fundamentais para o desenvolvimento do projeto, e o formato de sua apresentação é decisivo para atingir os seus objetivos. Em todas as suas etapas, o programa dispõe de recursos gráficos, como diagramas e desenhos, que o programador organiza e apresenta ao cliente para que, em comum acordo, cheguem a uma conclusão quanto aos propósitos do projeto (KOWALTOWSKI et al, 2011, p. 107). UNIDADE 1. INTRODUÇÃO AO PROJETO DE INTERIORES INSTITUCIONAL 17 experimentação e ao acúmulo de sensações vividas. Tudo o que vimos, experimentamos e lembramos faz parte do nosso repertório individual. Quanto mais abertos à experimentação e vivência, aos estudos, análises e aprofundamento, maior se torna a nossa bagagem e o nosso conhecimento. Dito isso, Kowaltowski et al afirma que O Quadro 3 exemplifica, de forma gráfica, a definição dos diferentes elementos que corroboram para a criatividade (indivíduo criativo, processo criativo, produto criativo e ambiente criativo) e suas características específicas. Quadro 3 – Abordagens para o estudo da criatividade Fonte: IVÁNYI; HOFFER, 1999 apud KOWALTOWSKI et al, 2011, p. 26. A partir do problema (objeto de concepção projetual), que será definido pelo profissional (arquiteto e/ou designer), será gerada uma solução por meio do processo criativo. Tal solução é o produto criativo demonstrado por esquemas gráficos, esboços, croquis, maquetes, desenhos técnicos etc. O Quadro 3 exemplifica, de forma gráfica, a definição dos diferentes elementos que corroboram para a criatividade (indivíduo criativo, processo criativo, produto criativo e ambiente criativo) e suas características específicas. Elementos Características Indivíduo criativo É o centro do processo criativo e representa a fonte intelectual, o criador. Processo criativo Envolve a definição de um problema e a proposta de uma nova solução. Produto criativo É o resultado direto desse processo, é a solução inovadora aceita como original. Ambiente criativo É o contexto para novas ideias e influencia a criação. UNIDADE 1. INTRODUÇÃO AO PROJETO DE INTERIORES INSTITUCIONAL 18 No âmbito de projetos de interiores institucionais, um caminho para o despertar da criatividade é estudar e visitar projetos similares, fazer anotações dos aspectos construtivos, gráficos, de mobiliários, observar como se dão as práticas de permanência nos locais, fluxos, dentre outros. Em outras palavras, é documentar por meio de fotografias. Comparar projetos. A combinação de todos esses processos culmina na elaboração do resultado criativo que tanto se espera. O pontapé inicial ao processo criativo já foi dado, na elaboração do briefing. Nele, várias combinações já foram pré-estabelecidas. Agora, é hora de interagir com todas as informações adquiridas e seguir em frente com o processo projetual, através das etapas que serão mostradas a seguir. Infográfico 2 – Processo projetual. Fonte: Elaborado pela autora, 2020. 1.3 Criação/concepção Uma das etapas mais interessantes e satisfatórias do ato projetual é a parte de criação e concepção, aliada da criatividade. Neste momento, muitas pesquisas, referenciais teóricos, debates e comparação de dados devem ser efetuados. Assim, vamos entender sobre o painel semântico, a paleta de cores e as definições de conceito e partido em projeto de interiores. 1.3.1 Painel semântico Após passar pelas fases de criação do questionário de briefing, de observar o público-alvo para montagem da persona frequentadora do espaço a ser projetado/construído, seguido da elaboração de um programa de necessidades adequado e, por fim, de juntar todas essas informações para iniciar o processo de criação projetual, é hora de elaborar o painel semântico. UNIDADE 1. INTRODUÇÃO AO PROJETO DE INTERIORES INSTITUCIONAL 19 Figura 3 – Painel semântico de uma sala de estar. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 15/05/2020. E o que é painel semântico? Alguns ainda o chamam de moodboard, painel de humor, mural de ideias e por aí vai. Ele nada mais é do que uma espécie de quadro imagético no qual são inseridos elementos visuais, como imagens, recortes, setas, textos, vetores e ilustrações que representam a essência das ideias de projeto elaboradas pelo designer e/ou arquiteto. Categoricamente, trata-se de um painel de inspiração no qual o profissional imprimirá sua identidade visual. Pode-se dizer que o painel semântico é mais uma das ferramentas aliadas ao processo criativo, pois ao escolher itens como tonalidade de cores, texturas, mobiliários, objetos decorativos e outros, o profissional elabora um mix de combinações que podem culminar nas escolhas futuras para o projeto. A principal finalidade do painel semântico é auxiliar na definição do estilo final do projeto. Dessa maneira, utilize todos os recursos gráficos que achar necessário, inove e adicione movimento ao seu painel (por exemplo, gifs e vídeos!). Capriche na escolha da paleta de cores para manter a identidade. Para se inspirar, pesquise, em aplicativos como o Pinterest e Instagram, modelos de painéis semânticos. Por meio de programas de edição e aplicativos específicos, é possível criar cada vez mais estilos. UNIDADE 1. INTRODUÇÃO AO PROJETO DE INTERIORES INSTITUCIONAL 20 1.3.2 Paleta de cores Segundo Farina, Perez e Bastos (2011): A cor é um elemento integrante e fundamental, tanto na arquitetura como no design, seja este de interiores, industrial, gráfico etc. Suas contraposições, ausências, presenças pontuais são marcantes na identidade visual de projetos. Assim, ela pode deixar em voga um determinado elemento, volume ou detalhe construtivo ou suprimir de maneira visual determinados aspectos do espaço, além de despertar emoções e sensações. É interessante notar como as cores interferem nos sentimentos do ser humano ao permanecer em ambientes: VOCÊ SABIA? Caso não possua, baixe o aplicativo Instagram e adicione a conta @moodarqexpress. Na descrição do perfil há um link para baixar um aplicativo que elabora, de maneira fácil e intuitiva, painéis semânticos. Ele está disponível tanto para Android como IOS. As cores influenciam o ser humano, e seus efeitos, tanto de caráter fisiológico como psicológico, intervêm em nossa vida, criando alegria ou tristeza, exaltação ou depressão, atividade ou passividade, calor ou frio, equilíbrio ou desequilíbrio, ordem ou desordem etc. As cores podem produzir impressões, sensações e reflexos sensoriais de grande importância, porque cada uma delas tem uma vibração determinada em nossos sentidos e pode atuar como estimulante ou perturbador na emoção, na consciência e em nossos impulsos e desejos (FARINA; PEREZ; BASTOS, 2011, p. 2). Por exemplo, se aplicarmos uma tonalidade mais escura no forro, cria-se a sensação de pé-direito mais baixo; caso aplicarmos a cor na parede 1.3.2 Paleta de cores SegundoFarina, Perez e Bastos (2011): A cor é um elemento integrante e fundamental, tanto na arquitetura como no design, seja este de interiores, industrial, gráfico etc. Suas contraposições, ausências, presenças pontuais são marcantes na identidade visual de projetos. Assim, ela pode deixar em voga um determinado elemento, volume ou detalhe construtivo ou suprimir de maneira visual determinados aspectos do espaço, além de despertar emoções e sensações. É interessante notar como as cores interferem nos sentimentos do ser humano ao permanecer em ambientes: VOCÊ SABIA? Caso não possua, baixe o aplicativo Instagram e adicione a conta @moodarqexpress. Na descrição do perfil há um link para baixar um aplicativo que elabora, de maneira fácil e intuitiva, painéis semânticos. Ele está disponível tanto para Android como IOS. As cores influenciam o ser humano, e seus efeitos, tanto de caráter fisiológico como psicológico, intervêm em nossa vida, criando alegria ou tristeza, exaltação ou depressão, atividade ou passividade, calor ou frio, equilíbrio ou desequilíbrio, ordem ou desordem etc. As cores podem produzir impressões, sensações e reflexos sensoriais de grande importância, porque cada uma delas tem uma vibração determinada em nossos sentidos e pode atuar como estimulante ou perturbador na emoção, na consciência e em nossos impulsos e desejos (FARINA; PEREZ; BASTOS, 2011, p. 2). Por exemplo, se aplicarmos uma tonalidade mais escura no forro, cria-se a sensação de pé-direito mais baixo; caso aplicarmos a cor na parede UNIDADE 1. INTRODUÇÃO AO PROJETO DE INTERIORES INSTITUCIONAL 21 VOCÊ SABIA? Em ambientes institucionais, a escolha das cores vai variar de acordo com o uso, a marca da empresa/cliente e o propósito. No primeiro estudo de caso, sobre a Biblioteca de São Paulo, é nítido o quanto o uso das cores nos ambientes internos foi preponderante para o projeto. Ao trabalhar em uma edificação pré-concebida, na qual as estruturas e ambientes estão majoritariamente na cor, utilizar cores diversificadas no design gráfico e no mobiliário fez com que aquela edificação - que outrora foi um presídio - ganhasse vivacidade, com uma nova conotação de liberdade de ideias e de saberes. A paleta de cores, por sua vez, é um conjunto de cores pré-determinadas que são utilizadas em harmonia a fim de passar uma ideia, uma sensação, um sentimento ou uma identidade visual. Ela pode ser usada em diversas situações, como na criação de materiais de design gráfico, no ramo da moda, da arquitetura e decoração, dentre outros. central do espaço, cria-se visualmente a ideia de encurtamento espacial; enquanto isso, se aplicada por todas as paredes, há a percepção de alongamento espacial.Se pintadas apenas as paredes laterais do ambiente, denota-se a ideia de estreitamento; de modo contrário, ao pintar a parede central e teto na mesma tonalidade, cria-se a noção de alargamento. Caso deseje a sensação de encurtamento da altura espacial ou ponto de interesse na altura do olhar do observador, basta pintar todas as superfícies a meia altura, sendo os tons mais escuros nas superfícies superiores (PEREIRA, 2018). UNIDADE 1. INTRODUÇÃO AO PROJETO DE INTERIORES INSTITUCIONAL 22 Figura 4 – Exemplo de um catálogo de cores. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 15/05/2020. Mostruários de cores são criadas em diversos segmentos da arquitetura, moda e construção. Em outras palavras, sempre haverá catálogos que se baseiam em paletas de cores, em tendências da moda, na cor do ano etc. Para definição das cores a serem utilizadas num projeto, a etapa de elaboração do painel semântico é de extrema importância, pois nela já se pode perceber quais combinações mais harmoniosas poderão ser geradas a partir da escolha de texturas e mobiliários conjuntamente. VOCÊ QUER VER? A pesquisa do círculo cromático e suas diversas combinações é muito importante para a escolha de combinações harmônicas. Para saber mais, leia o artigo “Aprenda a usar o círculo cromático e evite erros na escolha das cores”, no site Vivadecora”, no link: < https://www.vivadecora.com.br/pro/curiosidades/circulo-cromatico/>. Assim, relembre quais são as cores primárias, secundárias, terciárias, o que são cores opostas, análogas e complementares. UNIDADE 1. INTRODUÇÃO AO PROJETO DE INTERIORES INSTITUCIONAL 23 <https://www.vivadecora.com.br/pro/curiosidades/circulo-cromatico/> Agora, aprenderemos mais sobre conceito e partido. A partir de quais ideias, pesquisas, parâmetros podemos conceituar um projeto? Vamos lá! 1.3.3 Conceito e partido A palavra conceito nos remete à noção de uma ideia original, uma representação da realidade que pode ser tanto abstrata quanto concreta. Desse modo, o trabalho do designer e/ou do arquiteto, a todo momento, reforça essa ideia conceitual, pautada pela criatividade. Assim, o conceito pode surgir a partir da justaposição de dados pré-concebidos nas etapas vistas anteriormente, como também a partir de analogia a formas, textos, poemas, músicas etc. O partido, como a própria palavra já sugere, a partir de, reforça a ideia do conceito, porém de maneira concreta. Para Carlos Lemos, citado por Biselli (2011), em relação à arquitetura, A mencionada definição é a seguinte: Arquitetura seria, então, toda e qualquer intervenção no meio ambiente criando novos espaços, quase sempre com determinada intenção plástica, para atender a necessidades imediatas ou a expectativas programadas, e caracterizada por aquilo que chamamos de partido. Partido seria uma conseqüência formal derivada de uma série de condicionantes ou de determinantes; seria o resultado físico da intervenção sugerida. Os principais determinantes, ou condicionadores, do partido seriam: a. a técnica construtiva, segundo os recursos locais, tanto humanos, como materiais, que inclui aquela intenção plástica, às vezes, subordinada aos estilos arquitetônicos. b. o clima. c. as condições físicas e topográficas do sítio onde se intervém. d. o programa das necessidades, segundo os usos, costumes populares UNIDADE 1. INTRODUÇÃO AO PROJETO DE INTERIORES INSTITUCIONAL 24 Dessa maneira, podemos extrair referências para o partido arquitetônico a partir do seguintes fatores: Do clima do local: em Gramado, na Rua Coberta, muitos restaurantes decoram seus ambientes e assentos com mantas que remetem a peles de ovelhas. É uma maneira de, a partir do frio, trazer a sensação (conceito) de aconchego para estes lugares. Das condições topográficas: imagine uma casa em uma área montanhosa e que abaixo da montanha há uma imensa área florestal. A escolha em construir essa residência no topo da montanha e escolher revestimentos que tragam um conceito de transparência – como o vidro – é um partido arquitetônico. Trabalhar os ambientes internos voltados para a melhor vista, é um conceito de permeabilidade, visual e transparência. Programa de necessidades: podemos pensar no próprio exemplo dado no início deste capítulo, quando falamos acerca da Biblioteca São Paulo: um antigo complexo penitenciário do Carandiru, com espaços pré-determinados que foram reformulados a fim de se transformar numa biblioteca, a partir do espaço existente: partido. Condições financeiras: um cliente pode pedir ao projetista que elabore um quiosque, porém com materiais recicláveis, devido à condição financeira. Esta escolha de materiais mais acessíveis é um partido. Legislação: trabalhar espaços livres e efêmeros nas cidades, como feiras livres, de artesanato, em determinados dias ou períodos, respeitando a legislação local. É um partido também, a partir do momento que o trabalho está sendo pautado numa regra/escolha. Por exemplo, se formos pensar um ambiente em planta-livre, no qual a ideia inicial é a integração dos espaços através do uso de divisórias e mobiliário, esse ambiente poderia ser uma sala de leitura de uma biblioteca, que contenha módulos individuais espalhados ao longo do espaço. ou conveniências do empreendedor. e. as condições financeiras do empreendedor dentro do quadro econômico dasociedade. f. a legislação regulamentadora e/ou as normas sociais e/ou as regras da funcionalidade” (BISELLI, 2011, s.p) UNIDADE 1. INTRODUÇÃO AO PROJETO DE INTERIORES INSTITUCIONAL 25 A ideia inicial – a integração – é um conceito abstrato. A maneira como o projeto será efetivado, a partir do uso de mobiliários e divisórias, é o partido a ser trabalhado. Então, caso sejam escolhidos mobiliários baixos e soltos, e as divisórias sejam confeccionadas em vidro, teremos transparência (outro conceito abstrato derivado do partido material que é o vidro). As pessoas estarão em seus módulos visualizando todas as outras pessoas ao seu redor. Dessa maneira, o conceito e o partido fizeram total sentido. Em ambientes, ao trabalharmos um conceito relativo a ‘regionalismos’, podemos pensar em ambientar/revestir/decorar os espaços com materiais que remetam a uma determinada região. O ato de escolher estes materiais regionais é um partido: a partir desta escolha. Por exemplo, se escolhermos a região amazônica como recorte para elaborar uma sala regional, seria interessante partir de objetos que lembrem a riqueza amazônica: a fauna, a flora, as tramas dos cestos, o movimento dos cocares, a pintura e artesanato indígena, as festas de bumba meu boi, dentre outros. O trabalho do profissional é criar esse sentido, baseado no seu processo criativo. Neste momento, tudo o que foi visto nos tópicos anteriores torna-se o passo a passo para a etapa de criação e concepção do projeto de interiores institucional, que culminará no desenvolvimento de ambientes completos representados através de um desenho universal. Síntese Chegamos ao fim da unidade 1. Após compreender o que é um Projeto de Interiores Institucional, os estudos foram desdobrados em mais dois tópicos: um relativo ao levantamento de dados e o outro referente à criação e concepção inicial de um projeto. É indispensável frisar o quanto a elaboração do briefing como passo inicial é importante, visto que várias informações pertinentes podem se desdobrar até a etapa de concepção projetual, culminando na elaboração do conceito/partido. Também é necessário trabalhar com meios que facilitem o entendimento do cliente, a propósito dos painéis semânticos. Na próxima unidade, trataremos da parte de representação gráfica, abordagem sobre acabamentos aplicados nos estudos preliminares de projetos. Referências bibliográficas UNIDADE 1. INTRODUÇÃO AO PROJETO DE INTERIORES INSTITUCIONAL 26 ARCHDAILY BRASIL. Biblioteca São Paulo. Disponível em: < https://www.archdaily.com.br/38052/biblioteca-sao-paulo-aflalo-e-gasperini-arquitetos>. Acesso em: 24 abr. 2020. BISELLI, Mario. Teoria e prática do partido arquitetônico. Arquitextos, São Paulo, ano 12, n. 134.00, Vitruvius, jul. 2011 <https://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/12.134/3974 >. FARINA, M.; PEREZ, C.; BASTOS, D. Psicodinâmica das cores em comunicação. São Paulo: Blucher, 2011. KOWALTOWSKI et al. O processo de projeto em arquitetura: da teoria à tecnologia. São Paulo: Oficina de Textos, 2011. PEREIRA, M. O papel da cor na arquitetura. ArchDaily, [s.l.], 2018. Disponível em: < https://www.archdaily.com.br/br/894425/o-papel-da-cor-na-arquitetura>. Acesso em: 15 mai. 2020. PHILLIPS, P.L. Briefing: a gestão de projeto de design. São Paulo: Blucher, 2018. A ideia inicial – a integração – é um conceito abstrato. A maneira como o projeto será efetivado, a partir do uso de mobiliários e divisórias, é o partido a ser trabalhado. Então, caso sejam escolhidos mobiliários baixos e soltos, e as divisórias sejam confeccionadas em vidro, teremos transparência (outro conceito abstrato derivado do partido material que é o vidro). As pessoas estarão em seus módulos visualizando todas as outras pessoas ao seu redor. Dessa maneira, o conceito e o partido fizeram total sentido. Em ambientes, ao trabalharmos um conceito relativo a ‘regionalismos’, podemos pensar em ambientar/revestir/decorar os espaços com materiais que remetam a uma determinada região. O ato de escolher estes materiais regionais é um partido: a partir desta escolha. Por exemplo, se escolhermos a região amazônica como recorte para elaborar uma sala regional, seria interessante partir de objetos que lembrem a riqueza amazônica: a fauna, a flora, as tramas dos cestos, o movimento dos cocares, a pintura e artesanato indígena, as festas de bumba meu boi, dentre outros. O trabalho do profissional é criar esse sentido, baseado no seu processo criativo. Neste momento, tudo o que foi visto nos tópicos anteriores torna-se o passo a passo para a etapa de criação e concepção do projeto de interiores institucional, que culminará no desenvolvimento de ambientes completos representados através de um desenho universal. Síntese Chegamos ao fim da unidade 1. Após compreender o que é um Projeto de Interiores Institucional, os estudos foram desdobrados em mais dois tópicos: um relativo ao levantamento de dados e o outro referente à criação e concepção inicial de um projeto. É indispensável frisar o quanto a elaboração do briefing como passo inicial é importante, visto que várias informações pertinentes podem se desdobrar até a etapa de concepção projetual, culminando na elaboração do conceito/partido. Também é necessário trabalhar com meios que facilitem o entendimento do cliente, a propósito dos painéis semânticos. Na próxima unidade, trataremos da parte de representação gráfica, abordagem sobre acabamentos aplicados nos estudos preliminares de projetos. Referências bibliográficas UNIDADE 1. INTRODUÇÃO AO PROJETO DE INTERIORES INSTITUCIONAL 27
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