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Marina Ribeiro Portugal MARINA RIBEIRO PORTUGAL AULA 6: CARDIOTOCOGRAFIA 1 1. Monitorização da FC fetal A monitorização cardíaca fetal durante o trabalho de parto tem como objetivo principal a detecção precoce do sofrimento fetal Existem dois tipos → Anteparto e intraparto 2. Indicações do cardiotocografia Gemelidade Gestação prolongada Rotura prematura de membranas Restrição de crescimento fetal Oligodrâmnio ou polidrâmnio Prematuridade Mal passado obstétrico Anomalias fetais Síndromes hipertensivas Diabetes e DMG Cardiopatias Pneumopatias (ex. asma) Colagenases Hematopatias Nefropatias Trombofilias 3. Métodos biofísicos Medida do líquido Medida do doppler Falando um pouco de mais cardiotocografia (CTG) anteparto ❖ Atentar-se a postura, pois a paciente não pode ficar em decúbito dorsal a zero graus; deve colocar na angulação de 30-45 graus e levemente lateralizada para evitar a compressão da veia cava ❖ Dois transdutores → Um colocado no fundo uterino (tocografia) e outro no dorso fetal (cardio) ❖ Duração de, em média, vinte minutos para cada bebê Marina Ribeiro Portugal MARINA RIBEIRO PORTUGAL AULA 6: CARDIOTOCOGRAFIA 2 Desde 1960, é um método de detecção de hipóxia fetal *O resultado sai em um papel milimetrado, em que cada quadrado grande corresponde a 1cm. O desenho vai sendo feito correndo 1cm/minuto. O útero possui um tônus de 20mmHg, por isso que linha passa em cima do 20. Banco de dados CTU-UHB → Website Physionet Chudáˇcek et al. BMC Pregnancy and Childbirth 2014, 14:16 Page 9 of 12 http://www.biomedcentral.com/14711-2393/14/16 Banco de dados CTU-UHB *Tempo no eixo X, batimento no eixo Y A contração nunca será zero, pois o útero tem tônus Batimento Contração Marina Ribeiro Portugal MARINA RIBEIRO PORTUGAL AULA 6: CARDIOTOCOGRAFIA 3 4. Interpretação dos parâmetros da FCF avaliados pela cardiotocografia FCF basal ❖ Bradicardia menor ou igual 110bpm ❖ Normal 110-60bpm ❖ Taquicardia maior ou igual 160 Variabilidade da FCF basal ❖ Ausente → Amplitude indetectável ❖ Mínima → Amplitude de 0-5bpm ❖ Moderada → Amplitude de 6-25bpm ❖ Acentuada → Amplitude maior que 25bpm Acelerações → Associada a atuação do SN parassimpático e simpático, bem como o amadurecimento dele ❖ Antes da 32 semana sem aumento abrupto da FCF com ápice maior ou igual a 10bpm e duração maior ou igual a 10 segundos ❖ Após a 32 semana sem aumento abrupto da FCF com ápice maior ou igual a 15bmp e duração maior ou igual a 15 segundos Desaceleração tardia ❖ Queda gradual e simétrica da FCF com retorno à linha de base; associada à contração uterina ❖ Presença de decalagem com o nadir da desaceleração ocorrendo após o ápice da contração ❖ Na maioria dos casos, o início, nadir e retorno da desaceleração ocorrem após o começo, ápice e final da contração, respectivamente Desaceleração precoce ❖ Queda gradual e simétrica do FCR com retorno à linha de base; associada a contração uterina ❖ O nadir da desaceleração ocorre no mesmo momento em que o ápice da contração ❖ Na maioria dos casos, o início, nadir e retorno da desaceleração coincidem com o começo, ápice e final da contração, respectivamente Desaceleração variável ❖ Queda abrupta da FCF com nadir maior ou igual a 15bpm, duração maior ou igual a 15 segundos e menor que 10 minutos ❖ Quando associada a contração uterina, seu início, profundidade e duração comumente variam com as sucessivas contrações Desaceleração prolongada ❖ Queda da FCF com nadir maior ou igual a 15bpm, duração maior ou igual a 2 minutos e menor que 10 minutos Padrão sinusoidal ❖ Padrão ondulante, liso, com ondas em forma de sino ❖ Frequência de 3-5 ciclos/minuto ❖ Duração maior ou igual a 20 minutos 5. Monitorização fetal eletrônica contínua - MFEC Introduzida em 1960 Procedimento obstétrico mais comum Pode ser por métodos diretos ou indiretos Monitorização eletrônica interna (direta) Monitorização fetal externa (indireta) Marina Ribeiro Portugal MARINA RIBEIRO PORTUGAL AULA 6: CARDIOTOCOGRAFIA 4 ❖ 110-160bpm ❖ Taquicardia → Maior que 160bpm ❖ Bradicardia → Menor que 110bpm ❖ No dia a dia faz mais a indireta Linha de base Linha de base Marina Ribeiro Portugal MARINA RIBEIRO PORTUGAL AULA 6: CARDIOTOCOGRAFIA 5 6. Monitorização fetal externa (indireta) Variabilidade → Quantificada como a amplitude do ápice ao nadir em batimentos cardíacos fetais; determinada pela interação do sistema autônomo simpático ❖ Ausente → Indetectável ❖ Mínima → Menor que 5bpm * Quase uma assistolia com pequenas desacelerações ❖ Moderada → De 6-25bmp ❖ Acentuada → Maior que 25bpm * Padrão sinusoidal é muito comum em anemias Marina Ribeiro Portugal MARINA RIBEIRO PORTUGAL AULA 6: CARDIOTOCOGRAFIA 6 Aceleração → Aumento súbito detectável no batimento cardíaco fetal (bpm) ❖ >32 semanas → 15bpm por 15 segundos-2minutos ❖ <32 semanas → 10bpm por 15 segundos-2 minutos ❖ A aceleração prolongada é quando a sua duração é igual ou superior a dois minutos e inferior a dez minutos; quando superior a dez minutos é mudança de linha de base Marina Ribeiro Portugal MARINA RIBEIRO PORTUGAL AULA 6: CARDIOTOCOGRAFIA 7 Desacelerações ❖ Precoce → Resposta ao sistema vasovagal; resposta fisiológica do corpo ❖ Tardia ❖ Variáveis → Desaceleração variável (ex. compressão do cordão) ❖ Prolongadas → Pode ser por compressão de cordão Marina Ribeiro Portugal MARINA RIBEIRO PORTUGAL AULA 6: CARDIOTOCOGRAFIA 8 Índice cardiotocométrico modificado Padrão sinusoidal Marina Ribeiro Portugal MARINA RIBEIRO PORTUGAL AULA 6: CARDIOTOCOGRAFIA 9 7. Categorias Categoria ASLO Marina Ribeiro Portugal MARINA RIBEIRO PORTUGAL AULA 6: CARDIOTOCOGRAFIA 10 Categoria 1 → Presença dos critérios abaixo ❖ FCF basal 110-160bpm ❖ Variabilidade moderada ❖ Desaceleração tardia ou variável ausente ❖ Desaceleração precoce ausente ou presente ❖ Aceleração ausente ou presente Categoria 2 ❖ Linha de base → Bradicardia com boa variabilidade ou taquicardia ❖ Variabilidade da linha de base → Mínima, ausente sem desacelerações repetitivas, variabilidade acentuada. ❖ Acelerações → Ausência de acelerações induzidas após estimulação fetal. ❖ De aceleração → Desacelerações variáveis recorrentes acompanhadas de variabilidade de linha de base mínima ou moderada, desaceleração prolongada (2 e <10 min), desacelerações tardias recorrentes com variabilidade moderada da linha de base, desacelerações variáveis com outras características como retorno lento a linha de base, overshoots* ou ombros Categoria 3 ❖ Ausência de variabilidade da linha de base e qualquer um dos seguintes (semelhante a assistolia ➢ Desacelerações tardias recorrentes (não é uma só, tem que ser + 50% do traçado) ➢ Desacelerações variáveis recorrentes (não é uma só, tem que ser + 50% do traçado) ➢ Bradicardia Marina Ribeiro Portugal MARINA RIBEIRO PORTUGAL AULA 6: CARDIOTOCOGRAFIA 11 Ou ❖ Padrão sinusoidal 8. Conduta Categoria 1 ❖ Preditiva de estado ácido-básico fetal normal ❖ Nenhuma ação específica é necessária Categoria 2 ❖ Não é preditiva de estado ácido básico fetal anormal ❖ Exige reavaliação e supervisão contínua ❖ Pode requerer exames complementares ou medidas de reanimação intrauterinas. Categoria 3 ❖ Associada à estado ácido básico fetal anormal ❖ Exige avaliação rápida ❖ Exige medidas de reanimação intrauterinas imediatas. Referências bibliográficas Aula de Dra. Licemary Lessa (08/09/2021) Protocolos assistenciais FMUSP 5ª Ed, 2016 Furley, P. R. (2012). Cardiotocografia Prática-Anteparto e Intraparto.Editora Rubio.
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