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ANTROPOLOGIA CULTURAL AULA 04

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Antropologia cultural
Aula 4: História da antropologia social
Apresentação
Nesta aula, iremos conhecer o histórico da antropologia social, a partir do surgimento das escolas do pensamento
antropológico social.
Objetivos
Identi�car as características, o período de surgimento e os paradigmas das principais escolas do pensamento
antropológico social.
Reconhecer, através de um olhar linear, o avanço histórico dos métodos e os pressupostos epistemológicos da
Antropologia Social.
Identi�car os principais pensadores e suas obras respectivas obras em cada uma das escolas do pensamento
antropológico social.
Literatura "etnográ�ca" sobre a diversidade cultural (séculos XVI-
XIX)
Até o século XIX, o saber antropológico esteve presente nos
relatos de viagens dos cronistas, viajantes, soldados,
missionários e comerciantes que discutiam, em relação aos
povos que conheciam, a maneira como estes viviam a sua
condição humana, como cultivavam os seus hábitos, suas
normas, suas características, como interpretavam os seus
mitos, os seus rituais, a sua linguagem. São, principalmente,
descrições das terras (fauna, �ora, topogra�a) e dos povos
"descobertos" (hábitos e crenças).
Nesse caso, temos os primeiros relatos sobre a alteridade.
 DEBRET, Jean Baptiste. Publicado em Magasin Pittoresque, Paris, 1844. (Fonte:
Marzolino / Shutterstock)
Leitura
Podemos citar como principais representantes e obras de referência desta escola:
Carta do Descobrimento do Brasil, de Pero Vaz Caminha (séc. XVI);
Duas Viagens ao Brasil, de Hans Staden (séc. XVI);
Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil, de Jean Baptiste Debret (séc. XIX).
Evolucionismo social
Marcada pela discussão evolucionista, a antropologia do Século XIX privilegiou o Darwinismo Social, que considerava a
sociedade europeia da época como o apogeu de um processo evolucionário, em que as sociedades aborígines eram
tidas como exemplares "mais primitivas".
 (Fonte: Pictrider / Shutterstock)
Essa visão usava o conceito de "civilização" para classi�car, julgar e, posteriormente, justi�car o domínio sobre outros povos.
Essa maneira de ver o mundo, a partir do conceito civilizacional de superior, ignorando as diferenças em relação aos povos
tidos como inferiores, recebe o nome de etnocentrismo.
Os temas e conceitos trabalhados pelo Evolucionismo Social estão
relacionados à unidade psíquica do homem, à crença de que as sociedades
evoluíram das mais "primitivas" para as mais "civilizadas", à busca das
origens (perspectiva diacrônica) e ao desenvolvimento de estudos de
parentesco, religião e organização social. Essa escola também é marcada
pela substituição do conceito de raça pelo de cultura.
Em outras palavras, é a "visão etnocêntrica", o conceito europeu do homem que se atribui o valor de "civilizado", fazendo crer
que os outros povos estavam "situados fora da história e da cultura". Essa corrente é baseada principalmente na
sistematização do conhecimento acumulado sobre os "povos primitivos" e tem o predomínio do trabalho de gabinete.
Leitura
Podemos citar como principais representantes e obras de referência desta escola:
Princípios de Biologia, de Herbert Spencer (1864);
A cultura primitiva, de E. Tylor (1871);
O ramo de ouro, de James Frazer (1890).
Escola sociológica francesa (século XIX)
A partir da obra de Émile Durkheim, os fenômenos sociais passaram a ser de�nidos como objetos de investigação
socioantropológica. Apenas com a publicação do seu livro "As regras do Método Sociológico", em 1895, que começou-se a
pensar que os fatos sociais seriam muito mais complexos do que se pretendia até então.
No �nal do século XIX, juntamente com Marcel Mauss, Durkheim se debruça nas representações primitivas, estudo que
culminará na obra "Algumas formas primitivas de classi�cação", publicada em 1901. É neste momento que inaugura-se então a
denominada "linhagem francesa" na Antropologia.
A característica marcante dessa escola é a de�nição dos fenômenos sociais como objetos de investigação socioantropológica.
Os principais temas e conceitos com os quais trabalha dizem respeito à ideia das representações coletivas, aos conceitos de
solidariedade orgânica e mecânica, e às formas primitivas de classi�cação (totemismo).
É marcada pela busca do fato social total (biológico + psicológico +
sociológico) e pela sustentação da troca e da reciprocidade como
fundamentos da vida social (dar, receber, retribuir).
Leitura
Podemos citar como principais representantes e obras de referência desta escola:
Regras do método sociológico (1895) e As formas elementares da vida religiosa (1912), de Émile Durkheim;
Algumas formas primitivas de classi�cação (1901), de Émile Durkheim e Marcel Mauss;
Ensaio sobre a dádiva (1923-1924), de Marcel Mauss.
Funcionalismo (século XX – anos 20)
O Funcionalismo também se inspirava na obra de Durkheim e advogava um estreito paralelismo entre as sociedades humanas
e os organismos biológicos (na forma de evolução e conservação), porque, em ambos os casos, a harmonia dependeria da
interdependência funcional das partes.
As funções eram analisadas como
obrigações, nas relações sociais.
A função sustentaria a estrutura
social, permitindo a coesão
fundamental dentro de um sistema
de relações sociais.
 (Fonte: Tonko Oosterink / Shutterstock)
As principais características dessa Escola são o modelo de etnogra�a clássica (Monogra�a), a ênfase no trabalho de campo
(Observação participante) e a prática da sistematização do conhecimento acumulado sobre uma cultura. Os temas e conceitos
que sustentam o Funcionalismo estão baseados na direção do estabelecimento da Cultura como totalidade e no interesse
pelas Instituições e suas funções para a manutenção da totalidade cultural.
Leitura
Podemos citar como principais representantes e obras de referência desta escola:
Argonautas do Pací�co Ocidental (1922), de Bronislaw Malinowski;
Estrutura e função na sociedade primitiva (1952), de Radcliffe Brown;
Bruxaria, oráculos e magia entre os Azande (1937) e Os Nuer (1940), de Evans-Pritchard.
Culturalismo norte-americano (século XX – anos 30)
Também conhecida como particularismo histórico, esta escola estadunidense rejeita, de maneira marcante, o evolucionismo
que dominou a antropologia durante a primeira metade do século XX.
O debate proposto por esta corrente gira em torno da ideia de que cada cultura tem uma história particular e que a difusão
cultural se processa em várias direções. Cria-se o conceito de relativismo cultural enxergando a evolução como fenômeno que
pode decorrer do estado mais simples para o mais complexo.
As principais características da escola estadunidense são o
denominado método comparativo, a busca de leis no
desenvolvimento das culturas e no estudo da relação entre cultura e
personalidade. Sustenta-se pela ênfase na construção e identi�cação
de padrões culturais (patterns of culture) ou estilos de cultura (ethos).
Leitura
Podemos citar como principais representantes e obras de referência desta escola:
Os objetivos da etnologia (1888) e Raça, Língua e Cultura (1940), de Franz Boas;
Sexo e temperamento em três sociedades primitivas“ (1935), de Margaret Mead;
Padrões de cultura (1934) e O Crisântemo e a espada (1946), de Ruth Benedict.
Estruturalismo (século XX – anos 40)
Também denominado como Antropologia estrutural, o Estruturalismo nasce na década de 40, tendo como grande teórico
Claude Lévi-Strauss.
Essa escola centraliza o debate na ideia de que existem regras estruturantes das culturas na mente humana e assume que
estas regras constroem pares de oposição para organizar o sentido.
Para fundamentar o debate teórico, Lévi-Strauss recorre a duas fontes principais: a corrente psicológica criada por Wilhelm
Wundt e o trabalho realizado no campo da linguística, por Ferdinand de Saussure, denominado Estruturalismo. In�uenciaram-
no, ainda, Durkheim, Jakobson (teoria linguística), Kant (idealismo) e Marcel Mauss.
Para a Antropologia estrutural, as culturas de�nem-se como sistemas de
signos partilhadose estruturados por princípios que estabelecem o
funcionamento do intelecto.
Em 1949, Lévi-Strauss publica As estruturas elementares de parentesco, obra em que analisa os aborígines australianos e,
em particular, os seus sistemas de matrimônio e parentesco.
Nessa análise, Lévi-Strauss demonstra que as alianças são mais importantes para a estrutura social que os laços de
sangue. Termos como exogamia, endogamia, aliança, consanguinidade passam a fazer parte das preocupações
etnográ�cas.
 (Fonte: falco / Pixabay)
Suas principais características são a busca das regras estruturantes das culturas presentes na mente humana, a teoria do
parentesco/lógica do mito/classi�cação primitiva e a distinção natureza versus cultura.
Leitura
Podemos citar como principal representante desta escola, Claude Lévi-Strauss e suas obras: As estruturas elementares do
parentesco (1949), Antropologia estrutural“ (1958), Tristes Trópicos (1962) , O cru e o cozido (1964) e O homem nu (1971).
Antropologia interpretativa (século XX – anos 60)
Fundada por Clifford Geertz, também é denominada como antropologia hermenêutica. Uma das metáforas preferidas para
de�nir a antropologia interpretativa é a leitura das sociedades enquanto textos ou como análogas a textos.
A antropologia interpretativa analisa a cultura como hierarquia de signi�cados, pretendendo que a etnogra�a seja uma
"descrição densa", de interpretação escrita, cuja análise torne-se possível por meio de uma inspiração hermenêutica. Para isso,
é crucial a compreensão da leitura que os "nativos" fazem de sua própria cultura.
Leitura
Podemos citar como principal representante desta escola, Clifford Geertz e suas obras: A interpretação das culturas (1973) e
Saber local (1983).
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Antropologia pós-moderna ou crítica (século XX – anos 80)
Na década de 80, o debate teórico na Antropologia ganhou novas dimensões. Muitas criticas às outras escolas surgiram,
questionando o método e as concepções antropológicas.
No geral, esse debate privilegiou algumas ideias: a primeira delas é que a realidade é sempre interpretada, ou seja, vista sob
uma perspectiva subjetiva do autor. Portanto, a antropologia seria uma interpretação de interpretações.
A Antropologia contemporânea privilegia a discussão acerca do discurso antropológico, mediado pelos recursos retóricos
presentes no modelo das etnogra�as; politiza a relação observador-observado na pesquisa antropológica, questionando a
utilização do "poder' do etnógrafo sobre o "nativo". É marcada também pela consistente crítica aos paradigmas teóricos e da
"autoridade etnográ�ca" do antropólogo.
A pergunta essencial é: quem realmente fala em etnogra�a? O nativo? Ou o
nativo visto pelo prisma do etnógrafo?
Leitura
Podemos citar como principais representantes e obras de referência desta escola:
Writing culture: the poetics and politics of ethnography (1986), de James Clifford e Georges Marcus;
Xamanismo, colonialismo e o homem selvagem (1987), de Michel Taussig;
The predicament of culture (1988), de James Clifford.
Atividade
1. Relacione as escolas do pensamento antropológico a seguir à sua respectiva característica.
Evolucionismo social 1 Antropologia interpretativa 2 Escola sociológica francesa 3
Culturalismo norte-americano 4 Escola antropológica interpretativa 5
a) noção de fato social
b) cultura própria do nativo
c) divisão das sociedades em primitivas e civilizadas
d) método comparativo e formação de padrões culturais
e) rituais sagrados e mitos como condições de vida impostas
Referências
DAMATTA, Roberto. Relativizando: uma introdução à antropologia social. 5. ed. Rio de Janeiro: Rocco, 2010.
JOHNSON, Allan G. Dicionário de Sociologia: guia prático da linguagem sociológica. São Paulo: Jorge Zahar, 1997.
Próxima aula
Os antecedentes históricos na formação do conceito de cultura;
Como a cultura prevalece sobre os determinismos biológico e geográ�co na explicação das diferenças de comportamento
e da diversidade cultural entre os homens;
O desenvolvimento do conceito de cultura do ponto de vista antropológico.
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