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Sistema Nervoso – Visão Yasmin Azevedo Neves Anatomia do olho e estruturas acessórias O olho é um órgão sensorial que funciona como uma câmera. Ele foca a luz sobre uma superfície sensível à luz (retina) utilizando uma lente e uma abertura (pupila), cujo tamanho pode ser ajustado para modificar a quantidade de luz que entra. A visão é o processo pelo qual a luz refletida pelos objetos em nosso meio externo é traduzida em uma imagem mental. Esse processo pode ser dividido em três etapas: 1. A luz entra no olho e a lente (cristalino) a focaliza na retina. 2. Os fotorreceptores da retina transduzem a energia luminosa em um sinal elétrico. 3. As vias neurais da retina para o cérebro processam os sinais elétricos em imagens visuais. - Globo Ocular: Existe uma divisão: Túnica Externa (fibrosa): Composta pela córnea, limbo e esclera. Túnica Média (úvea): composta pela íris, corpo ciliar e coroide. Túnica interna: composta pela retina. * Conjuntiva é uma membrana mucosa transparente que recobre todo o globo ocular e é dividida em: conjuntiva bulbar e conjuntiva palpebral. CÓRNEA: É como se fosse uma tampa, com a função de proteção do globo ocular. Ela é transparente para que um indivíduo consiga enxergar normalmente, é avascular por esse motivo; entretanto a córnea é a estrutura mais inervada do organismo. Ela tem várias camadas e um exemplo importante é a camada endotélio que tem função de retirar o excesso da água permitindo uma córnea transparente e sem edema. É ricamente inervada pelo nervo trigêmeo (ramo oftálmico). LIMBO: Está entre a córnea e a esclera, local importante para a cicatrização pois é onde se localizam as células tronco, nutre a córnea. ESCLERA: Fica embaixo da conjuntiva sendo uma estrutura mais opaca, é a parte branca do olho. O olho é protegido por uma cavidade óssea, a órbita, formada pelos ossos cranianos da face. As estruturas acessórias associadas ao olho incluem seis músculos extrínsecos, que são músculos esqueléticos que se fixam à superfície externa do bulbo do olho (globo ocular) e controlam os movimentos oculares. Os nervos cranianos III, IV e VI inervam esses músculos. As pálpebras superiores e inferiores se encontram na superfície anterior do olho, e o aparelho lacrimal, um sistema de glândulas e ductos, mantém um fluxo contínuo de lágrimas que lavam a superfície exposta, de modo que ela permaneça úmida e livre de partículas. A secreção lacrimal é estimulada por neurônios parassimpáticos do nervo craniano VII. ÍRIS: É a pigmentação da íris que dar a cor do olho. Ela se encontra na túnica média, na porção anterior. Ela possui um orifício central chamada de pupila que é o local por onde entram os raios luminosos. A íris possui dois músculos importantes (os esfíncteres que é controlado pelo Sistema Nervoso Parassimpático, ele fecha a pupila que é chamado de miose e o dilatador que é inervado pelo Sistema Nervoso Simpático e aí a pupila dilata ficando grande). CRISTALINO: Se localiza atrás da íris, é a lente biconvexa do olho. Não possui vasos e nem nervos, sendo suspenso por ligamentos chamados de zônulas. A função do cristalino é de acomodação em distâncias longes ou próximas onde o músculo ciliar contrai e as zônulas relaxam, o cristalino aumenta o seu diâmetro e assim, aumenta a capacidade de foco. PROCESSOS CILIARES: Produzem o humor aquoso que vai da câmara posterior para a câmara anterior onde é drenado. Tem a função de nutrir o cristalino e a córnea. COROIDE: Túnica média que tem como função nutrir parte da retina. 80% do olho é composto por um gel claro e avascular chamado de humor vítreo que é composto por água, colágeno e ácido hialurônico. Possui duas membranas chamadas de hialoide que são importantes pontos de fixação do humor vítreo. A função desse gel, é manter a forma do olho. RETINA: Parte mais interna do olho, é o local onde ocorre a transdução de chegar o impulso luminoso e a retina o transforma em impulso nervoso até o cérebro. Possui 10 camadas. Existe na retina a mácula que é o local onde fica a visão nítida. A retina possui dois fotorreceptores os cones que são responsáveis pela visão detalhada e de cores, e os bastonetes que são responsáveis pela visão noturna e orientação visual. NERVO ÓTICO: Composto pelas fibras ganglionares. PUPILA: É uma abertura através da qual a luz pode entrar para o interior do olho. O tamanho da pupila varia com a contração e o relaxamento de músculos lisos da pupila. A pupila aparece como o ponto negro do interior do círculo de pigmento colorido, denominado íris. Os pigmentos e outros componentes da íris determinam a cor do olho. - O olho é uma esfera oca dividida em dois compartimentos (câmaras) separados por uma lente. A lente (cristalino), suspensa por ligamentos, denominados zônulas ciliares, é um disco transparente que focaliza a luz. A câmara anterior na frente da lente é preenchida com o humor aquoso, um líquido com baixa concentração de proteínas, similar ao plasma, que é secretado pelo epitélio ciliar que sustenta a lente. Atrás da lente, está uma câmara muito maior, a câmara postrema (câmara vítrea), preenchida principalmente pelo humor vítreo, uma matriz clara gelatinosa que ajuda a manter a forma do bulbo do olho. A parede externa do bulbo do olho, a esclera, é constituída de tecido conectivo. A luz entra na superfície anterior do olho através da córnea, um disco de tecido transparente que é a continuação da esclera. Após a luz passar pela abertura da pupila, ela chega à lente, que possui duas superfícies curvadas (convexas). Juntas, a córnea e a lente desviam a direção dos raios de luz que entram, para que eles sejam focalizados na retina, o revestimento do olho sensível à luz que possui os fotorreceptores. Quando olhamos através da pupila com um oftalmoscópio, vemos a retina com pequenas artérias e veias entrecruzadas, que se irradiam a partir de um ponto, o disco óptico. O disco óptico é o local onde os neurônios da via visual formam o nervo óptico (nervo craniano II) e, então, saem do olho. Lateral ao disco óptico está um pequeno ponto mais escurecido, a fóvea. A fóvea e o tecido a sua volta, a mácula lútea, são as regiões da retina com a visão mais acurada. Os nervos ópticos vão dos olhos para o quiasma óptico, no encéfalo, onde algumas fibras cruzam para o lado oposto. Após fazer sinapse no corpo geniculado lateral (núcleo geniculado lateral) do tálamo, os neurônios da visão finalizam seu trajeto no córtex visual do lobo occipital. As vias colaterais vão do tálamo para o mesencéfalo, onde fazem sinapse com neurônios eferentes do nervo craniano III, os quais controlam o diâmetro pupilar. A luz entra no olho através da pupila: Na primeira etapa da via visual, a luz proveniente do meio externo entra no olho.Contudo, antes de chegar à retina, a luz sofre desvio de duas maneiras. Primeiro, a quantidade de luz que chega aos fotorreceptores é modulada por modificações no diâmetro da pupila. Segundo, a luz é focalizada por meio de alterações na forma da lente. O olho humano funciona em uma faixa de intensidade de luz de até 100 mil vezes. A maior parte desta capacidade vem da sensibilidade dos fotorreceptores, mas a pupila auxilia, regulando a quantidade de luz que chega à retina. Na luz brilhante do sol, as pupilas reduzem seu diâmetro para cerca de 1,5 mm, devido a estímulo parassimpático, que contrai o músculo esfíncter (circular) da pupila. No escuro, a abertura da pupila dilata até 8 mm, aumentando cerca de 28 vezes o diâmetro pupilar. A dilatação ocorre quando os músculos dilatadores da pupila (radiais), perpendiculares aos músculos circulares, contraem-se sob o comando de neurônios simpáticos. Testar os reflexos pupilares é parte de um exame neurológico padrão. A luz que chega à retina de um olho ativa o reflexo. Os sinais são levados através do nervo óptico para o tálamo e, então, para o mesencéfalo, onde neurônios eferentes contraem as pupilas de ambos os olhos. Essa resposta é denominada reflexo consensual e é mediada por fibras parassimpáticas do nervo craniano III. Além da regulação da quantidade de luz que chega à retina, as pupilas contribuem para o que é conhecido como profundidade de campo. Um exemplo simples é uma fotografia. Imagine uma foto de um filhote de cão sentado em primeiro plano no meio de um campo de flores silvestres. Se somente o filhote e as flores imediatamente em torno dele estão no foco, a foto apresentará uma profundidade de campo pequena. Se o filhote e as flores silvestres e todo o espaço até o horizonte estiverem em foco, a foto apresentará uma profundidade de campo total. A profundidade do campo total é criada pela constrição da pupila (ou o diafragma de uma máquina fotográfica), de modo que somente um estreito feixe de luz entra no olho. Desse modo, uma maior profundidade da imagem é focalizada na retina. A lente foca a luz na retina: O campo da física que descreve o comportamento e as propriedades da luz é chamado de óptica. Quando os raios de luz passam do ar para um meio com densidade diferente, como o vidro ou a água, eles sofrem encurvamento, ou seja, refratam. A luz que entra no olho é refratada duas vezes: primeiro quando passa pela córnea e, novamente, ao passar através da lente. Cerca de dois terços da refração total (curvatura) ocorrem na córnea, e o terço restante, na lente. Aqui, será considerada somente a refração que acontece quando a luz passa pela lente, pois a lente é capaz de mudar a sua forma para focalizar a luz. Quando a luz passa de um meio para outro, o ângulo de refração (o quanto o raio de luz será encurvado) é influenciado por dois fatores: (1) a diferença na densidade dos dois meios (2) o ângulo no qual o raio de luz encontra a superfície do meio em que ele está passando. Para a luz passando através da lente do olho, assumiremos que a lente tem a mesma densidade do ar, de modo que este fator será desconsiderado. O ângulo no qual a luz encontra a superfície da lente depende da curvatura da superfície da lente e da direção do feixe de luz. A fototransdução ocorre na retina: Na segunda etapa da via visual, os fotorreceptores da retina convertem a energia luminosa em sinais elétricos. A energia luminosa é parte do espectro eletromagnético, o qual vai desde ondas com comprimentos de onda muito curtos e de alta energia, como os raios X e os raios gama, até micro-ondas e ondas de rádio de frequências menores e baixa energia. No entanto, nosso encéfalo pode perceber apenas uma pequena porção deste amplo espectro de energia. Para os seres humanos, a luz visível é limitada à energia eletromagnética de ondas que têm uma frequência de 4,0 a 7,5 x 1014 ciclos por segundo (hertz, Hz) e comprimento de onda de 400 a 750 nanômetros (nm). A energia eletromagnética é mensurada em unidades chamadas de fótons. Nossos olhos podem ver a luz visível sem ajuda, mas não respondem à luz ultravioleta e à infravermelha, cujos comprimentos de onda delimitam as extremidades do nosso espectro de luz visível. Por outro lado, os olhos de alguns outros animais podem ver esses comprimentos de onda. Por exemplo, as abelhas usam “pistas” ultravioletas para guiá-las até o pólen e o néctar das flores. A fototransdução é o processo pelo qual os animais convertem a energia luminosa em sinais elétricos. Nos seres humanos, a fototransdução ocorre quando a luz incide na retina, o órgão sensorial do olho. A retina se desenvolve a partir do mesmo tecido embrionário que o encéfalo, e (como no córtex cerebral) os neurônios da retina estão organizados em camadas. Há cinco tipos de neurônios nas camadas da retina: fotorreceptores, células bipolares, células ganglionares, células amácrinas e células horizontais. Atrás da porção fotossensível da retina humana há uma camada escura de epitélio pigmentado (estrato pigmentoso). Sua função é absorver qualquer raio de luz que não chegue aos fotorreceptores, evitando que essa luz seja refletida no interior do olho e provoque distorção na imagem. A cor escura das células epiteliais é devida aos grânulos do pigmento melanina. Os fotorreceptores são os neurônios que convertem a energia luminosa em sinais elétricos. Há dois tipos principais de fotorreceptores, cones e bastonetes, bem como um fotorreceptor descoberto recentemente, que é uma célula ganglionar modificada. Você poderia esperar que os fotorreceptores estivessem na superfície da retina voltada para a câmara vítrea, onde a luz chegará primeiro, contudo, as camadas da retina na verdade estão em ordem inversa. Os fotorreceptores estão na última camada, com suas extremidades fotossensíveis em contato com o epitélio pigmentado. A maior parte da luz que entra no olho deve passar através das várias camadas relativamente transparentes de neurônios antes de chegarem aos fotorreceptores. A informação sensorial sobre a luz passa dos fotorreceptores para os neurônios bipolares, e, então, para a camada de células ganglionares. Os axônios das células ganglionares formam o nervo óptico, o qual deixa o olho no disco do nervo óptico. Como o disco do nervo óptico não tem fotorreceptores, as imagens projetadas nessa região não podem ser vistas, gerando o que é conhecido como ponto cego do olho. Os fotorreceptores transduzem a luz em sinais elétricos: Existem dois tipos principais de fotorreceptores no olho: bastonetes e cones. Os bastonetes funcionam na presença de pouca luz e são responsáveis pela visão noturna, em que os objetos são vistos em preto e branco, em vez de em cores. Os bastonetes são mais numerosos que os cones, em uma proporção de 20:1, exceto na fóvea central, onde se encontra apenas cones. Os cones são os responsáveis pela visão de alta acuidade e pela visão colorida durante o dia, quando a quantidade de luz é alta. Acuidade significa “apurada” e deriva do latim, acuere, que significa “aguçar”. A fóvea, que é a região de maior acuidade visual, possui alta densidade de cones. Os dois tipos de fotorreceptores possuem amesma estrutura básica: (1) um segmento externo, cuja extremidade está em contato com o epitélio pigmentado da retina. (2) um segmento interno, onde se encontra o núcleo da célula e as organelas responsáveis pela formação de ATP e pela síntese proteica. (3) um segmento basal, com um terminal sináptico que libera glutamato para as células bipolares. No segmento externo, a membrana celular tem dobras profundas, as quais formam camadas semelhantes a discos. Nos bastonetes, próximo à extremidade dos segmentos externos, essas camadas estão realmente separadas da membrana celular e formam discos de membrana livres. Nos cones, os discos permanecem fixos. Os pigmentos visuais sensíveis à luz estão nas membranas celulares dos discos dos segmentos externos dos fotorreceptores. Esses pigmentos visuais são transdutores que convertem a energia luminosa em uma mudança no potencial de membrana. Os bastonetes possuem um tipo de pigmento visual, a rodopsina. Os cones possuem três diferentes pigmentos, os quais são intimamente relacionados à rodopsina. Os pigmentos visuais dos cones são excitados por diferentes comprimentos de onda da luz, o que nos permite a visão colorida. A luz branca é uma combinação de cores, como você pode observar quando separa a luz branca passando-a através de um prisma. O olho contém cones para as luzes vermelha, verde e azul. Cada tipo de cone é estimulado por uma faixa de comprimentos de onda, porém, é mais sensível a um comprimento de onda específico. O vermelho, o verde e o azul são as três cores primárias que formam as cores da luz visível, assim como o vermelho, o azul e o amarelo são as três cores primárias que formam as diferentes cores das tintas. O Olho Como Câmera: O olho, é opticamente equivalente à câmera fotográfica comum. Tem sistema de lentes, sistema de abertura variável (a pupila) e a retina que corresponde ao filme. O sistema de lentes do olho é composto por quatro interfaces refrativas: (1) a interface entre o ar e a superfície anterior da córnea; (2) a interface entre a superfície posterior da córnea e o humor aquoso; (3) a interface entre o humor aquoso e a superfície anterior do cristalino; (4) a interface entre a superfície posterior do cristalino e o humor vítreo. A cor de qualquer objeto que você esteja olhando depende do comprimento de onda da luz refletida pelo objeto. As folhas verdes refletem a luz verde, e bananas refletem a luz amarela. Os objetos brancos refletem a maior parte dos comprimentos de onda. Os objetos pretos absorvem a maior parte dos comprimentos de onda, razão pela qual esquentam mais quando expostos à luz do sol, ao passo que objetos brancos permanecem frios. Nosso cérebro reconhece a cor de um objeto interpretando a combinação de sinais provenientes dos três diferentes tipos de cones. Os detalhes da visão colorida ainda não estão completamente compreendidos, e existem algumas controvérsias sobre como a cor é processada no córtex cerebral. O daltonismo é uma condição na qual uma pessoa herda um defeito em um ou mais dos três tipos de cones e tem dificuldade em distinguir determinadas cores. Provavelmente a forma mais bem conhecida de daltonismo seja a vermelho-verde, na qual a pessoa tem dificuldade de distinguir o vermelho do verde. Histologia da visão – cones e bastonetes TÚNICA FIBROSA DO OLHO (Revestimento externo): O revestimento fibroso externo do olho consiste na esclera posterior opaca e na córnea anterior transparente. Juntas, formam uma cápsula protetora semielástica que envolve o olho que, quando se torna túrgida devido à pressão intraocular, determina a geometria óptica do olho e garante que sua forma não se distorça quando se move. A esclera também promove a inserção dos músculos extrínsecos do bulbo do olho e sua superfície externa lisa gira facilmente sobre os tecidos adjacentes da órbita quando esses músculos contraem. A opacidade da esclera ajuda a garantir que apenas a luz que entra no olho através da pupila atinja a retina. A córnea, por outro lado, não só admite a luz como também seu filme lacrimal de revestimento é a principal superfície refrativa do olho. ESCLERA: A esclera é responsável por aproximadamente 93% do revestimento externo do olho. Anteriormente, é contínua com a córnea na junção corneoscleral (limbo). A superfície externa da esclera é coberta por uma lâmina episcleral delicada de tecido vascular fibrovascular, que contém vasos sanguíneos esparsos e está em contato com a superfície interna da bainha do bulbo do olho. Anteriormente, a superfície externa da esclera é coberta pela túnica conjuntiva que se reflete sobre ela a partir das superfícies profundas das pálpebras. A superfície interna da esclera adjacente à corioide é inserida nela por uma camada fibrosa delicada, a lâmina supracorioide, que contém numerosos fibroblastos e melanócitos. Anteriormente, a região interna da esclera é inserida no corpo ciliar pela lâmina supraciliar. Posteriormente, a esclera é perfurada pelo nervo óptico. CÓRNEA: A córnea avascular é a parte anterior transparente do revestimento externo. Convexa anteriormente, projeta a partir da esclera como uma elevação em forma de cúpula. Microscopicamente, a córnea é constituída por cinco camadas, a saber: epitélio da córnea, lâmina limitante anterior, substância própria, lâmina limitante posterior e endotélio, dispostas anteroposteriormente. JUNÇÃO CORNEOSCLERAL (LIMBO DA CÓRNEA): O limbo da córnea marca a zona de transição entre a córnea e a esclera. Aqui, o epitélio da córnea funde-se com o epitélio da túnica conjuntiva, que se espessa (até 12 células). A lâmina limitante anterior termina e o colágeno estromal da córnea perde sua regularidade. Como a córnea não contém nem sangue nem vasos linfáticos, os capilares da túnica conjuntiva e da episclera terminam em alças próximas do limbo da córnea. Internamente, a lâmina limitante posterior dispersa nas fibras do retículo trabecular e o endotélio da córnea é contínuo com a aquela que cobre as trabéculas. A córnea não possui células-tronco epiteliais e a reposição das células depende da migração centrípeta das células da periferia da córnea, que são as descendentes das células-tronco mitóticas do limbo da córnea. CORIOIDE: A corioide é uma camada fina, altamente vascularizada, pigmentada, que reveste quase cinco sextos do olho posteriormente. É perfurada pelo nervo óptico, onde é firmemente aderente à esclera. Em outros locais sua superfície externa é apenas vagamente ligada à esclera pela lâmina supracorioide (lâmina fosca). Internamente, é inserida no epitélio pigmentar da retina, e no disco do nervo óptico é contínua com os tecidos pia-aracnóideos ao redor do nervo óptico. Quatro camadas podem ser identificadas em corte transversal: lâmina supracorioide, lâmina vascular, lâmina corióideocapilar e lâmina basilar da corioide. Funcionalidade dos pares de nervos cranianos associados à visão – II, III, IV, VI Existem 12 nervos cranianos que são estruturas pares e fazem parte do SNP. Eles passam através de fissuras nacavidade craniana. São constituídos de fibras motoras e sensitivas ou ambas juntas. Nervo Óptico II 2: O nervo óptico é totalmente sensitivo: ele contém axônios que conduzem os impulsos nervosos relacionados com a visão. Na retina, os bastonetes e os cones iniciam os sinais visuais, transmitindo os para as células bipolares, que enviam estes sinais para células ganglionares. Os axônios de todas as células ganglionares da retina de cada olho se unem para formar o nervo óptico, que passa pelo forame óptico. Cerca de 10 mm atrás do bulbo do olho, os dois nervos ópticos se cruzam e formam o quiasma óptico. No quiasma, os axônios da metade medial de cada olho cruzam para o lado oposto; Os axônios da metade lateral permanecem no mesmo lado. Posteriormente ao quiasma, estes axônios reagrupados formam os tratos ópticos. Lá eles fazem sinapse com neurônios cujos axônios se estendem até a área visual primária no lobo occipital. Uns poucos axônios passam pelo núcleo geniculado lateral e se projetam para os colículos superiores do mesencéfalo e para núcleos motores do tronco encefálico, onde fazem sinapse com neurônios motores que controlam os músculos extrínsecos e intrínsecos do bulbo do olho. Nervo Oculomotor III 3: O nervo oculomotor tem seu núcleo motor localizado na parte anterior do mesencéfalo. Este nervo se projeta anteriormente e se divide em ramos superior e inferior, ambos os quais passam pela fissura orbital superior em direção à órbita. Os axônios do ramo superior inervam os músculos reto superior (músculo extrínseco do bulbo do olho) e o levantador da pálpebra superior. Os axônios do ramo inferior suprem os músculos reto medial, reto inferior e oblíquo inferior – todos músculos extrínsecos do bulbo do olho. Estes neurônios motores somáticos controlam os movimentos do bulbo do olho e da pálpebra superior. O ramo inferior do nervo oculomotor também supre axônios motores parassimpáticos dos músculos intrínsecos do bulbo do olho, formados por músculos lisos. Dentre eles estão os músculos ciliares do bulbo do olho os músculos circulares (músculo esfíncter da pupila) da íris. Os impulsos parassimpáticos se propagam de um núcleo mesencefálico (núcleo oculomotor acessório) para o gânglio ciliar, um centro de transmissão sináptica para os dois neurônios motores da parte parassimpática da divisão autônoma do sistema nervoso. A partir do gânglio ciliar, alguns axônios motores parassimpáticos se projetam para o músculo ciliar, responsável pelo ajuste da lente para a visão de objetos próximos do observador (acomodação). Outros axônios motores parassimpáticos estimulam os músculos circulares da íris a se contrair quando uma luz intensa estimula o olho, causando diminuição do tamanho da pupila (constrição). Fornece inervação motora para os músculos extraoculares como o levantador da pálpebra. As fibras transmitem informação do cérebro para a periferia e é por isso que é classificado como um nervo eferente. Se origina no mesencéfalo e deixa a superfície anterior do mesencéfalo e sai da cavidade craniana para a fissura orbital superior para entrar na órbita. As fibras desse nervo, terminam nos músculos extraoculares. Nervo Troclear IV 4: O nervo troclear é o menor dos doze nervos cranianos e o único que emerge da face posterior do tronco encefálico. Os neurônios motores somáticos se originam de um núcleo mesencefálico (núcleo troclear), e os axônios deste núcleo cruzam para o lado oposto quando deixam o encéfalo por sua face posterior. A seguir, o nervo circunda a ponte e sai pela fissura orbital superior em direção à órbita. Estes axônios motores somáticos inervam o músculo oblíquo superior, outro músculo extrínseco do bulbo do olho que controla sua movimentação Inervação motora somente para o músculo oblíquo superior que é um músculo extraocular do olho. Se origina do mesencéfalo, e saí da superfície posterior do tronco encefálico depois passa anteriormente para entrar na órbita via fissura orbital superior terminando no músculo oblíquo superior. Nervo Abducente VI 6: Neurônios do nervo abducente se originam em um núcleo pontino (núcleo abducente). Os axônios motores somáticos se projetam deste núcleo em direção ao músculo reto lateral, um músculo extrínseco do bulbo do olho, pela fissura orbital superior. O nervo abducente tem esse nome porque é responsável pela abdução (rotação lateral) do bulbo do olho. Se envolve com os músculos extraoculares do olho, especificamente fornece inervação motora para o músculo reto lateral. Se origina da ponte, e sai da cavidade craniana para entrar na órbita através da fissura orbital superior, e as fibras terminam no músculo reto lateral. Via óptica e reflexo pupilar O sistema visual detecta e interpreta estímulos luminosos, que são ondas eletromagnéticas. O olho pode distinguir duas qualidades da luz: o brilho e o comprimento de onda. Para os humanos, os comprimentos de luz entre 400 e 750 nanômetros são denominados luz visível. - Vias Ópticas: As vias ópticas da retina ao SNC, os axônios das células ganglionares da retina formam os nervos ópticos, e os tratos ópticos fazem sinapse no núcleo geniculado lateral do tálamo e ascendem até o córtex visual pelo trato geniculocalcarino. Reflexo Pupilar: Existe o reflexo fotomotor direto e consensual. A via aferente é feita pelo nervo óptico que transmite as informações luminosas até o centro integrador no mesencéfalo e a partir dele vai partir a via eferente do nervo oculomotor que contem fibras parassimpáticas que parte do núcleo Edinger-Westphal. Ao iluminar o olho, tem-se um reflexo direto ocorrendo e ao mesmo tempo, no olho não iluminado, o reflexo consensual. A luz captada pela retina, é transmitida pelo nervo óptico e parte da informação luminosa cruza no quiasma óptico indo para o lado oposto, e a outra parte caminha pelo trato óptico do mesmo lado e as suas fibras se desviam em direção ao mesencéfalo até o núcleo mesencefálico (núcleo pré-tectal). A informação luminosa estimula esse núcleo que manda fibras até um aglomerado nuclear chamado de núcleo Edinger-Westphal. Esse cruzamento de fibras é denominado de comissura posterior. O corpo celular estimulado, vai transmitir essa informação via axônios que são pré-ganglionares parassimpáticos; e se incorporam no nervo oculomotor seguindo em direção até o gânglio ciliar, e a partir disso é formado o nervo ciliar curto que chegará até o músculo constritor da pupila promovendo a miose. Como a informação cruzou no quiasma óptico, chegando até o lado direito, o olho não iluminado também vai responder com a ativação do nervo oculomotor, estímulo para o gânglio ciliar originará a miose do lado oposto provando o reflexo consensual. – Reflexo Direto: ocorre quando um feixe luminoso encima de um olho e ele responde contraindo a pupila denominado miose. – Reflexo Consensual: o olho não iluminado realizar o movimento de contração pupilar. Note que os campos visuais temporais se projetam para a retina nasal e que os campos nasais se projetam para a retina temporal. As fibras nervosas de cada hemirretina nasal se cruzam no quiasma óptico e ascendem contralateralmente. As fibras nervosas de cada hemirretina temporal não se cruzam e ascendem ipsilateralmente. Assim, as fibras da hemirretina nasal esquerda e as fibras da hemirretina temporal direita formam o trato óptico direito, fazendo sinapses com núcleo geniculado lateral direito. Por outro lado, as fibras da hemirretinanasal direita e as fibras da hemirretina temporal esquerda formam o trato óptico esquerdo, fazendo sinapses com o núcleo geniculado lateral esquerdo. As fibras do núcleo geniculado lateral formam o trato geniculocalcarino, que ascende até o córtex visual (área 17 do lobo occipital). As fibras do núcleo geniculado lateral direito formam o trato geniculocalcarino direito; as fibras do núcleo geniculado lateral esquerdo formam o trato geniculocalcarino esquerdo.
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