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Civil VI_Aceitação e renúncia

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CIVIL VI 
Transmissão da herança. Benefício de inventário. Cessão de direitos hereditários. Vocação hereditária. Aceitação e renúncia: generalidades, restrições à renúncia, efeitos da renúncia quanto aos credores e demais herdeiros.
III - ACEITAÇÃO
1. CONCEITO
- É o ato pelo qual o herdeiro manifesta sua vontade de receber a herança
2. NATUREZA JURÍDICA
- É um ATO UNILATERAL PURO E SIMPLES
 Puro: Porque basta a mera manifestação de vontade
 Simples: Porque não admite condição ou encargo (art. 1.808). Ex: Só aceito a herança se meu irmão largar o emprego.
- Art. 1808 § 1°: “O herdeiro, a quem se testarem legados, pode aceitá-los, renunciando a herança; ou, aceitando-a, repudiá-los”.
 Assim, quem for herdeiro e legatário, pode optar entre a herança e o legado. Poderá:
- Suceder a 2 títulos o universal e singular
- Aceitar totalmente a herança, renunciando ao legado, ou
- Aceitar totalmente o legado, aceitando a herança
* O que não pode é aceitar parcialmente a herança
3. BENEFÍCIO DE INVENTÁRIO
- Benefício de inventário é um PRIVILÉGIO concedido pela lei ao herdeiro e que consiste em admiti-lo à herança do de cujus SEM OBRIGÁ-LOS AOS ENCARGOS ALÉM DAS FORÇAS DA MESMA HERANÇA.   
- INVENTÁRIO = apuração do ativo e do passivo
- Pela lei brasileira, de acordo com o art. 1.997, CC: “A herança responde pelo pagamento das dívidas do falecido; mas, feita a partilha, só respondem os herdeiros, cada qual em proporção da parte que na herança lhe coube. 
 Ou seja: O herdeiro só responde até as forças da herança
 O ônus de provar que o passivo supera o ativo é do HERDEIRO, salvo se do inventário resultar tal circunstância (art. 1792)
Art. 1.792: O herdeiro não responde por encargos superiores às forças da herança; incumbe-lhe, porém, a prova do excesso, salvo se houver inventário que a escuse, demonstrando o valor dos bens herdados.
- Ninguém responde por dívidas do autor da herança Por isso se diz que a aceitação é sempre a BENEFÍCIO DE INVENTÁRIO ex vi legis
- Os herdeiros só aceitam a herança se houver o REAL BENEFÍCIO. Ex: Se as dívidas do de cujus superam o patrimônio, não há benefício e não há razão para se abrir o inventário. Então, se meu pai falece deixando uma dívida de 200.000,00 e 100.000,00 na c/c, não vou abrir o inventário (vou pagar custas e não ter benefício algum). O credor é que deverá requerer a abertura do inventário. 
- A abertura do inventário é obrigatória mas se o herdeiro não tiver benefício algum, não irá requerer sua abertura. Qualquer pessoa pode requerer a abertura do inventário, até o juiz pode determinar abertura de inventário (ex: Comarca de Vara única e família não abre), há prazo para abrir (art. 989, CPC).
* Obs: 
1) O credor do herdeiro só pode ficar no aguardo. Só poderá requerer a penhora quando o herdeiro receber o seu quinhão.
2) A meação do cônjuge é dele, nenhum credor pode pegar. A dívida vai sobre a herança, não sobre a meação.
3) Meu patrimônio é de 100.000,00. Deixo uma casa cujo valor é de 60.000,00 para meu legatário. O juiz deverá determinar a REDUÇÃO DA LIBERALIDADE pois há herdeiros necessários. Filhos e legatário ficarão como CONDÔMINOS. Quem tiver maior percentual terá direito de preferência para a compra. 
4. ESPÉCIES
a) EXPRESSA (art. 1805, 1ª parte)
- Resultante de uma DECLARAÇÃO ESCRITA: O herdeiro explicitamente externa o propósito de adir a herança
- Caio Mário: Não vale como aceitação a mera declaração verbal, ainda que perante testemunhas
b) TÁCITA (art. 1805, 2ª parte)
- “Praticar atos de herdeiro”: decorre da PRÁTICA DE ATOS COMPATÍVEIS COM A CONDIÇÃO DE HERDEIRO. Ex.: A administração, alienação ou oneração de bens que integram a herança.
- Art. 1805 §1°: “Não exprimem aceitação de herança os atos oficiosos, como o funeral do finado, os meramente conservatórios, ou os de administração e guarda provisória.”
c) PRESUMIDA (art. 1807, in fine)
- Ocorre quando O HERDEIRO É INTIMADO a aceitar ou não a herança E NÃO SE MANIFESTA, PRESUMINDO-SE COM O SEU SILÊNCIO, A ACEITAÇÃO.
 Ou seja: No caso de algum interessado requerer ao juiz, depois de passados 20 dias da abertura da sucessão, que assine ao herdeiro prazo razoável não maior de 30 dias para, dentro nele, pronunciar-se: decorrido o prazo, o silêncio haver-se-á, como aceitação.
 Vê-se, assim, que o instituto REVELIA não se aplica ao direito material fundamental (família, sucessões). Então, mesmo que o herdeiro não se habilite no processo (mesmo que inerte), a presunção é a de que ele aceitou a herança (o contrário do que ocorre no Processo Civil). No decorrer do inventário, o juiz separa o quinhão desse herdeiro e esse quinhão fica à sua espera ad eternum. Não há nenhum tipo de decadência (e, portanto, não há prescrição).
- Ex: Pai (viúvo) falece e deixa 1 terreno (50.000,00) e 2 aptos (500.000,00) para os 3 filhos Um dos irmãos queda-se inerte e não se habilita no processo Os outros 2 irmãos, em conluio, super-avaliam o terreno para 500.000,00 e manipulam a distribuição dos bens para que o 3º irmão fique com o terreno Aplicação do art. 1.009 (“Entregue o laudo de avaliação, o juiz mandará que sobre ele se manifestem as partes no prazo de 10 dias, que correrá em cartório”) Se o 3° irmão reaparecer, ele nada poderá contestar por terá havido PERDA DO PRAZO PROCESSUAL PARA CONTESTAR A AVALIAÇÃO E A DIVISÃO DO PATRIMÔNIO
 Se o irmão que quedou-se inerte tivesse um credor, este credor só poderia ficar no aguardo, só poderia requerer a penhora quando o herdeiro recebesse o seu quinhão.
5. QUEM PODE ACEITAR
a) O próprio herdeiro
b) Os sucessores do herdeiro que falece após a abertura da sucessão e antes de declarar se aceita a herança
- No caso de falecimento do herdeiro antes da aceitação, passa o direito de aceitação aos seus sucessores, exceto no caso de condição suspensiva:
Art. 1.809. Falecendo o herdeiro antes de declarar se aceita a herança, o poder de aceitar passa-lhe aos herdeiros, a menos que se trate de vocação adstrita a uma condição suspensiva, ainda não verificada.
c) Os credores prejudicados
- Podem aceitar em nome do herdeiro, com AUTORIZAÇÃO DO JUIZ, em caso de renúncia
6. RETRATAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE.
IV - RENÚNCIA
1. CONCEITO
- É um ATO SOLENE pelo qual o herdeiro é chamado a SUCEDER, contudo, REPUDIA esse direito.
 Ato solene = SEMPRE EXPRESSO
 Tem que ser pura e simples, não admite modalidades
- Uma vez realizada, retroage à abertura da sucessão, no sentido de que o renunciante é tratado COMO SE NUNCA FOSSE A ELA CHAMADO.
2. FORMA DA RENÚNCIA
- Forma prescrita em lei. Só se aperfeiçoa por ESCRITURA PÚBLICA ou POR TERMO NOS AUTOS (art. 1806)
3. LIBERDADE DE RENUNCIAR
- Funda-se na liberdade para praticar todos os atos da vida civil. Contudo, não se pode se valer dessa liberdade para fraudar credores.
- Requisitos:
a) Pessoa CAPAZ
b) Pessoa CAPAZ e CASADA
- No caso da pessoa capaz ser casada, com exceção do regime da separação total de bens (art. 1647, I), é necessária a OUTORGA UXÓRIA, posto que importa em disposição de um bem, considerado IMÓVEL.
4. LIMITES DA RENÚNCIA (FRAUDE A CREDORES)
- Quando prejudicar os credores, estes poderão ACEITAR A HERANÇA COM AUTORIZAÇÃO JUDICIAL (art. 1813). 
a) FRAUDE À EXECUÇÃO: Quando já há, em curso, processo de execução. Entende-se que, mesmo na fase de conhecimento, a alienação de bens já caracteriza fraude à execução.
b) FRAUDE A CREDORES: Quando uma pessoa já tem um crédito contra outra, porém ainda não exerceu esse direito (não intentou ação de execução ou de cobrança).
				A (viúvo) falece e deixa patrimônio de 90.000,00
						(cada herdeiro receberá 1/3 da herança)
			B	C D
		Débito no BB
		De 20.000,00
X renuncia à herança para fraudar credores Não pode. Fundamento: art. 1813
Art. 1813, CC: Quando o herdeiro prejudicar os seus credores, renunciando à herança, poderão eles, com autorização do juiz, aceitá-la em nome do renunciante.
 
 O credor aceita em nome do renunciante os 20.000,00. O que sobrar (10.000,00) volta para o monte e é subdividido entre os demais herdeiros (art. 1813§2°)
§ 2o Pagas as dívidas do renunciante, prevalece a renúncia quanto ao remanescente, que será devolvido aos demais herdeiros.
	 	
 O BB tem 30 dias para se habilitar (30 dias seguintes ao conhecimento do fato)
§ 1o A habilitação dos credores se fará no prazo de 30 dias seguintes ao conhecimento do fato.
> Caio Mário: Não há mister demonstrar a má-fé do renunciante, nem o conluio deste com os demais herdeiros, bastando a demonstração de que já eram credores anteriormente ao repúdio da herança.
* Obs.:
1) A herança, quando é aberta, é um BEM IMÓVEL. Isso até a partilha. A partir da partilha, cada bem volta com a sua natureza (bem móvel ou imóvel).
Se houver bem IMÓVEL no monte, será necessário o FORMAL DE PARTILHA para que seja possível a sua transferência. Se só houver bens MÓVEIS, não será necessário o formal de partilha mas, sim, o ALVARÁ.
- FORMAL DE PARTILHA = Instrumento através do qual se transfere um bem IMÓVEL (art. 80, II, CC)
2) A habilitação no processo só sai publicada no Diário Oficial no caso de herança jacente.
5. EFEITOS DA RENÚNCIA
a) EFEITO PRINCIPAL: Afastar o renunciante da sucessão. Retroage ao momento da abertura da sucessão, de modo que o herdeiro renunciante é considerado COMO SE NUNCA TIVESSE SIDO HERDEIRO.
b) EFEITOS SUCESSÓRIOS:
b.1) DIREITO DE REPRESENTAÇÃO
- O direito de representação ocorre quando a pessoa é chamada à sucessão substituindo um ascendente pré-morto.
- É exceção à regra geral de que, na mesma classe, os parentes mais próximos preferem aos mais afastados.
Art. 1.851: “Dá-se o direito de representação, quando a lei chama certos parentes do falecido a suceder em todos os direitos, em que ele sucederia, se vivo fosse.” 
 Os representantes, não importa em que número sejam, vão herdar o quinhão que caberia ao representado.
- No entanto, como o renunciante é considerado não ter sido jamais herdeiro, SEUS DESCENDENTES NÃO HERDAM POR REPRESENTAÇÃO, na sucessão em que o seu ascendente renunciou (art. 1811, 1ª parte).
 Note-se que a situação dos herdeiros do renunciante é + desfavorável do que seria se este apenas houvesse morrido antes da abertura da sucessão, pois, neste caso, seus descendentes sucederiam na qualidade de representantes do ascendente pré-morto. Entretanto, seus descendentes poderão vir a herdar por direito próprio e por cabeça SE:
1) o renunciante for o único de sua classe, ou 
2) todos os da mesma classe renunciarem (art. 1811, 2ª parte).
- Art. 1811: Ninguém pode suceder, representando herdeiro renunciante. Se, porém, ele for o único legítimo da sua classe, ou se todos os outros da mesma classe renunciarem a herança, poderão os filhos vir à sucessão, por direito próprio, e por cabeça.
 Porque a cota do renunciante acresce à dos outros herdeiros da mesma classe
- Ex.: Falece o avô X com 2 filhos Y e Z, sendo que cada um destes possui 1 filho. Y morre antes de seu avô. Na sucessão do avô X, o filho de Y virá representando o seu pai Y. Se Y estivesse vivo quando da morte de seu avô e renunciasse à herança, o seu filho poderia vir representando-o? NÃO, pois NINGUÉM PODE SUCEDER, REPRESENTANDO HERDEIRO RENUNCIANTE.
 No mesmo caso, se Y e Z tivessem se transformado em franciscanos e renunciassem às respectivas heranças, seus filhos poderiam herdar?
 SIM, pois os filhos podem suceder por direito próprio e por cabeça, de acordo com o art. 1811, CC, uma vez que não existiriam mais filhos do falecido, mas somente netos.
b.2) DIREITO DE ACRESCER
- Na sucessão legítima, A PARTE DO RENUNCIANTE ACRESCE AO DO OUTRO HERDEIRO DA MESMA CLASSE. SE NÃO HOUVER DA MESMA CLASSE, PASSA PARA O DA SUBSEQÜENTE. 
 No exemplo anterior, se, na sucessão do avô X, Y renunciar à sua herança, acresce à de Z. Se todos renunciarem (Y e Z, e seus respectivos filhos), passa-se para a classe subseqüente, herdando a esposa de X (art. 1810). 
- Na sucessão testamentária, a renúncia torna caduca a disposição que o beneficia, a menos que o testador tenha indicado um substituto (art. 1947, CC) ou haja direito de acrescer entre os herdeiros (art. 1943).
6. ESPÉCIES
6.1. ABDICATIVA
- O herdeiro meramente renuncia
				X viúvo, sem união estável, sem testamento 
(ou seja, sem sucessão legítima) 
		 Y	Z T
		 1/3 1/3 1/3
		 
		 renuncia	
a) EFEITOS SUCESSÓRIOS
- Realizada a renúncia, A PARTE DO REPUDIANTE PASSA AUTOMATICAMENTE PARA O MONTE, sendo, então:
1) SUBDIVIDIDA ENTRE OS DEMAIS HERDEIROS DA MESMA CLASSE ou
2) DEVOLVIDA AOS HERDEIROS DA CLASSE SUBSEQÜENTE, caso o renunciante seja o único da sua classe (art. 1810)
b) EFEITOS TRIBUTÁRIOS
						 - Doação (4%)	
		 		 I) Gratuita - Cessão de cota hereditária 	
Transmissão	 a) Inter vivos 		 (paga quem recebe)
de bens			 II) Onerosa: Compra e Venda (2%)	
		 b) Causa mortis: Sempre será GRATUITA. Não se paga para 
			 receber herança (só paga custas)	???
 
Sempre que a TRANSMISSÃO for:
ONEROSA: A competência será do MUNICÍPIO. Sempre! (ITBI)
GRATUITA: A competência será do ESTADO. Sempre! (ITCMD)
Assim, no exemplo dado, Z e T pagarão imposto de 4% sobre 1/3 cada + 4% sobre 1/6 do que foi renunciado por Y
 .....
Não incide o imposto causa mortis em caso de renúncia pura e simples de herança ou legado (RENÚNCIA ABDICATIVA), que se formaliza por escritura pública ou termo nos autos (CC, art. 1.581). Por ser de cunho abdicativo, a renúncia não gera transmissão do bem ao herdeiro renunciante, razão de escapar ao correspondente tributo. Mas O IMPOSTO NATURALMENTE INCIDIRÁ NA TRANSMISSÃO OPERADA EM FAVOR DO HERDEIRO QUE SE HABILITAR EM LUGAR DO RENUNCIANTE.
A situação difere da chamada RENÚNCIA IMPRÓPRIA, TRANSLATIVA, feita em favor de terceira pessoa, que na verdade significa uma cessão de direitos, fazendo incidir não só o imposto causa mortis pela transmissão da herança ao renunciante-cedente, como também o imposto inter vivos, pela transmissão da herança ao beneficiário indicado. 
(Fonte: Escola Paulista da Magistratura)
.....
- Sobre o valor dos bens deixados por herança há cobrança de imposto de transmissão causa mortis e doações (ITCMD), que pertence ao Estado da Federação que esteja o imóvel. Em São Paulo a alíquota é de 4% e se acaso não for pago em 180 dias após a abertura do inventário terá incidência de multa e correção monetária.
 Somente após o pagamento dos tributos e eventuais dívidas será feita a transferência do bem para o herdeiro. 
.....
	RENÚNCIA ABDICATIVA 
	RENÚNCIA TRANSLATIVA
	 O herdeiro ‘abre mão’ de seu quinhão hereditário
 Uma manifestação de vontade;
 Não incide ITCMD para o herdeiro renunciante mas o imposto naturalmente incidirá na transmissão operada em favor do herdeiro que se habilitar em lugar do renunciante.
 Não incide ITBI pela não ocorrência do respectivo fato gerador
	 O herdeiro destina o seu quinhão em favor de outrem;
 Ocorre a aceitação e a alienação (duas manifestações de vontade);
 Implica no pagamento de 2 impostos, a saber: intervivos e transmissão causa mortis. Isso porque, se verificada a aceitação e, em seguida, a doação, existirá na verdade 2 atos jurídicos, e não uma única transferência de bens (ou melhor, direitos hereditários). Portanto:
 Incide o ICMD pela transmissão da herança ao renunciante-cedente
 Incide o ITBI pela transmissão da herança ao beneficiário indicado. 
.....
- Em se tratando de renúncia abdicativa, ou seja, cessão gratuita, pura e simples, O ÚNICO IMPOSTO A SER PAGO PELO BENEFICIÁRIO PELA TRANSMISSÃO DA PROPRIEDADE É O CAUSA MORTIS, não havendo, portanto, a incidência do imposto inter vivos. 
- O v. acórdão abaixo reproduzido tratou de interpretar os arts. 1.805, §2º e 1.810 do CC que regulam a aceitação e renúncia da herança, colacionando, sobre a matéria, a doutrina de Maria Helena Diniz e Silvio Rodrigues, além de precedentes do Egrégio Superior Tribunal de Justiça e de outros Tribunais Pátrios.
Acórdão: Agravo de Instrumento n. 2005.029608-4, de Balneário Camboriú.Relator: Des. Fernando Carioni. 
Data da decisão: 08.07.2006. 
Publicação: DJSC Eletrônico n. 6, edição de 10.07.2006, p. 64. 
EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO - ABERTURA DE INVENTÁRIO PELO RITO DE ARROLAMENTO - RENÚNCIA ABDICATIVA CARACTERIZADA - COTAS HEREDITÁRIAS EM FAVOR DO MONTE PARTILHÁVEL - PROSSEGUIMENTO DA SUCESSÃO LEGÍTIMA - NÃO INCIDÊNCIA DO IMPOSTO INTER VIVOS - RECURSO PROVIDO 
Fica caracterizada a renúncia propriamente dita quando demonstrado nos autos que os herdeiros necessários da inventariada renunciaram suas cotas hereditárias em favor do monte partilhável, e não em benefício de pessoa certa e determinada. 
Em se tratando de renúncia abdicativa, ou seja, cessão gratuita, pura e simples, o único imposto a ser pago pelo beneficiário pela transmissão da propriedade é o causa mortis, não havendo, portanto, a incidência do imposto inter vivos. 
Vistos, relatados e discutidos estes autos de Agravo de Instrumento n. 2005.029608-4, da comarca de Balneário Camboriú (1ª Vara), em que é agravante Antônio Heinzen: 
ACORDAM, em Terceira Câmara de Direito Civil, por votação unânime, dar provimento ao recurso. 
Custas na forma da lei 
RELATÓRIO 
Trata-se de agravo de instrumento interposto por Antônio Heinzen contra decisão do Juiz de Direito da 2ª Vara Cível da comarca de Balneário Camboriú que, na abertura de inventário pelo rito de arrolamento n. 005.04.006830-1, considerou a renúncia pleiteada como sendo cessão de direitos e determinou o recolhimento do imposto inter vivos (fl. 8). 
Sustenta o agravante/inventariante que os herdeiros necessários da inventariada, Márcia Heinzen e Ricardo Antônio Heinzen, declararam expressamente a não aceitação pelas suas cotas hereditárias, no prazo previsto no art. 983 do Código de Processo Civil. 
Alega o recorrente que, diante da renúncia expressa dos herdeiros necessários, as cotas hereditárias deveriam ser aproveitadas na ordem de vocação hereditária, devendo ser homologado o plano de partilha com a conseqüente adjudicação do bem em seu favor, já que o arrolamento deu-se em decorrência do falecimento de sua esposa. Acrescenta que é o herdeiro legal da inventariada, uma vez que inexistem os ascendentes. 
Aduz que não há possibilidade para a exigência do imposto inter vivos por parte do Magistrado a quo, consoante exegese do art. 1.034 do CPC. Para tanto, assevera que "eventuais diferenças relativas a lançamento, pagamento ou quitação de tributos acaso incidentes sobre os bens do espólio deverão ser objeto de lançamento administrativo" (fl. 6). 
Não houve pedido de efeito suspensivo (fl. 32). 
Decorrido o prazo, a parte agravada deixou de apresentar contraminuta (fl. 35). 
VOTO 
O conteúdo da postulação há de ser apreciado ante a presença dos pressupostos de admissibilidade recursal. 
A questão versa primordialmente em saber se a renúncia procedida na abertura de inventário pelo rito do arrolamento deu-se na forma abdicativa (cessão gratuita) ou translativa (cessão de direitos), e, por conseguinte, se há ou não a obrigatoriedade do recolhimento do imposto inter-vivos.
Entendeu o Magistrado a quo ao prolatar o seu decisum: 
A renúncia pleiteada nos autos, nada mais é que uma cessão de direitos disfarçada; pois é a favor de uma pessoa. 
Intime-se a parte autora, a juntar nos autos, comprovante de recolhimento de tributo necessário (inter-vivos) (fl. 8). 
Todavia, constata-se da análise dos autos, mais especificamente do plano de partilha de fls. 14 e 15, itens 5.2 e 5.3, que os herdeiros necessários da inventariada, Márcia Heinzen e Ricardo Antônio Heinzen, renunciaram suas cotas hereditárias em favor do monte partilhável, e não em benefício de pessoa certa e determinada. 
Dessa maneira, caracteriza-se a ocorrência da renúncia pura e simples, ou abdicativa, por parte dos herdeiros necessários, que recusaram suas cotas na herança indistintamente a todos os co-herdeiros, nos moldes do art. 1.805, § 2º, do Código Civil. 
Assim, na sucessão legítima, ante a renúncia de parte da herança pelos herdeiros da mesma classe e, sendo eles os únicos desta, devolve-se aos da subseqüente, que, in casu, terá como beneficiário o Sr. Antônio Heinzen, marido da inventariada, segundo regra do art. 1.810 do CC/02.
Acerca da distinção entre a renúncia abdicativa e translativa, ensina a doutrinadora Maria Helena Diniz: 
A cessão gratuita, pura e simples, da herança a todos os demais co-herdeiros ou em benefício do nome equivale à renúncia. 
Se o cedente ceder seu quinhão em favor de certa pessoa, devidamente individualizada, estará aceitando a herança; doando-a logo em seguida àquela pessoa, não se configura renúncia. Nesta última hipótese tem-se a renúncia translativa, que, na realidade, é aceitação, por conter uma dupla declaração de vontade: a de aceitar a herança e a de alienar à pessoa designada sua cota hereditária. 
SÓ É AUTÊNTICA RENÚNCIA ABDICATIVA, ou seja, cessão gratuita, pura e simples, feita indistintamente a todos os co-herdeiros (CC, art. 1.805, § 2º). 
- Se a renúncia for ABDICATIVA, ou melhor, pura e simples, o único imposto a ser pago pelo beneficiário é o CAUSA MORTIS, ao passo que 
- Se for TRANSLATIVA, por ser uma doação que se segue à aceitação da herança, incidirá na tributação INTER VIVOS (RT, 264:391) e CAUSA MORTIS (RT, 293:533, 320:257, 329:650) (in Curso de Direito Civil Brasileiro, Direito das Sucessões, v. 6, 17ª ed., 2003, p. 70 e 71). 
Da mesma forma, leciona Silvio Rodrigues em sua obra: 
Renúncia da Herança - É o ato solene pela qual uma pessoa, chamada à sucessão de outra, declara que a não aceita. 
Para que se caracterize com tal, é preciso ser pura e simples, sem condição nem termo, pois, se a renúncia é modal, se nela se encontram cláusulas criando ônus, ou se o renunciante declara que deseja beneficiar um herdeiro mais do que os outros, não se pode falar em renúncia. O que houve foi a aceitação, com subseqüente transmissão. 
Tal aspecto da questão é relevante, em virtude dos tributos devidos pela transmissão da propriedade. Se o filho renuncia à herança do pai, a lei o considera com se nunca tivesse sido herdeiro. Seus filhos, netos do falecido, e nessa qualidade, são chamados à sucessão; herdam diretamente do avô, devendo ser pago um imposto de transmissão. 
Se, todavia, o filho declara que renuncia à herança paterna em favor de seus filhos, de modo que um receba o dobro do outro, estamos diante da chamada renúncia translativa, ou renúncia imprópria, que, na verdade, não é renúncia, mas cessão de direitos; presume-se que o filho aceitou a herança e que a transmitiu, por ato entre vivos, a seus filhos. Há imposto sobre duas transmissões: uma causa mortis, do defunto a seu filho; outra, deste aos donatários (in Direito Civil: direito das sucessões, v. 7, 26ª ed., 2003, p. 58). 
A respeito, encontramos na jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça: 
TRIBUTÁRIO - DIREITO À HERANÇA - RENÚNCIA - IMPOSTO DE TRANSMISSÃO - C. CIVIL (ARTS. 1.582 E 1.589). - SE TODOS OS FILHOS DO AUTOR DA HERANÇA RENUNCIAM A SEUS RESPECTIVOS QUINHÕES, BENEFICIANDO A VIÚVA, QUE ERA A HERDEIRA SUBSEQÜENTE, E INCORRETO DIZER QUE A RENÚNCIA FOI ANTECEDIDA POR ACEITAÇÃO TÁCITA DA HERANÇA. 
- NÃO INCIDÊNCIA DO IMPOSTO DE TRANSMISSÃO (REsp 20183/RJ, Min. Humberto Gomes de Barros, Primeira Turma, j. em 1-12-1993). 
HERANÇA. RENÚNCIA TRANSLATIVA. INOCORRÊNCIA FACE A AUSÊNCIA DE MENÇÃO AO DESTINATÁRIO DA HERANÇA RENUNCIADA. 
PARA HAVER A RENÚNCIA "IN FAVOREM", É MISTER QUE HAJA ACEITAÇÃO TÁCITA DA HERANÇA PELOS HERDEIROS QUE, EM ATO SUBSEQÜENTE, TRANSFEREM OS DIREITOS HEREDITÁRIOS A BENEFICIÁRIO CERTO, CONFIGURANDO VERDADEIRA DOAÇÃO. RECURSO NÃO CONHECIDO (REsp n. 33698/MG, Min. Cláudio Santos, Terceira Turma, DJ de 16-5-1994). 
Com relação aos tributos devidos pela transmissão da propriedade, tem-se que, no caso de renúncia abdicativa, ou seja, cessão gratuita, pura e simples, o único imposto a ser pago pelo beneficiário é o causa mortis, não havendo, portanto, a incidência do imposto inter vivos. 
A respeito, encontramos nos Tribunais Pátrios: 
PROCESSUAL CIVIL. INVENTÁRIO.RENÚNCIA ABDICATIVA. INCIDÊNCIA DOS IMPOSTOS DE TRANSMISSÃO CAUSA MORTIS E INTER VIVOS. IMPROVIMENTO. 1. Se a documentação constante dos autos atesta que o ato praticado pelos herdeiros consistiu em renúncia abdicativa, em favor do monte, havendo assim uma única transferência de bens, não haverá, in casu, a incidência de dois impostos. 
2. Reexame a que se nega provimento. Decisão unânime (TJPE, AC n. 69591-0, Olinda, Segunda Câmara Cível, rel. Des. Antônio de Pádua Carneiro Camarotti Filho, j. em 3-9-2002). 
DIREITOS HEREDITÁRIOS. RENÚNCIA PURA E SIMPLES. INCIDÊNCIA DO IMPOSTO DE TRANSMISSÃO CAUSA MORTIS. OCORRÊNCIA DO FATO GERADOR DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA. DECISÃO ACERTADA. AGRAVO DE INSTRUMENTO DESPROVIDO. Tratando-se de renúncia pura e simples da herança e não de renúncia translativa, não é devido o imposto inter vivos, incidindo somente o causa mortis. (TJPR, AI. 0075522-2, Ac. 16620, Curitiba, Quarta Câmara Cível, rel. Des. Octávio Valeixo, DJPR 20-3-2000). 
INVENTÁRIO. RENÚNCIA ABDICATIVA. Inexigibilidade do imposto sobre transmissão inter vivos por se tratar de ato não oneroso. Inteligência do artigo 156, II da Constituição Federal. Recurso não provido. (TJSP, AI 57.953-4, Presidente Prudente, Quinta Câmara de Direito Privado, rel. Des. Boris Padron Kauffmann, j. em 6-11-1997). 
IMPOSTO. INTER VIVOS. INVENTÁRIO NO QUAL HERDEIROS APRESENTARAM RENÚNCIA PURA E SIMPLES DE SEUS DIREITOS À HERANÇA. Alegação de ter ocorrido doação simulada. Inadmissibilidade. Incidência do tributo somente na hipótese de "renúncia translativa" ou in favorem. Recurso não provido. (TJSP, AC 169.255-1, Campinas, rel. Des. Antônio Manssur, j. em. 3-6-1992). 
AGRAVO DE INSTRUMENTO. INVENTÁRIO. RENÚNCIA DOS QUINHÕES HEREDITÁRIOS, IMPOSTO DE TRANSMISSÃO INTER VIVOS NÃO INCIDÊNCIA. Os herdeiros renunciaram a herança pura e simplesmente, não ocorrendo cessão de direitos hereditários - Não praticaram, também, qualquer ato que demonstrasse a intenção de aceitação - Os quinhões permanecem no monte e não foram transmitidos, sendo por isso, indevido o pagamento do imposto de transmissão inter vivos - despacho correto - Recurso improvido. (TJPR, AI. n. 0012308-2, Ac. 7808, Curitiba, Segunda Câmara Cível, rel. Des. Oswaldo Espíndola, DJPR de 23-4-1991). 
Ante o exposto, outra alternativa não há senão a de reformar a decisão objurgada, a fim de permitir a homologação da partilha apresentada na ação de inventário de fls. 12 a 16. 
DECISÃO 
Nos termos do voto do Relator, dá-se provimento ao recurso. 
Fernando Carioni 
PRESIDENTE E RELATOR
6.2) TRANSLATIVA
- Não previsto no CC (construção doutrinária)
- Ocorre quando um herdeiro renuncia à sua cota hereditária em favor de outro herdeiro. Ex: X renuncia em favor de T. Por ficção, tem-se que Y não renunciou a nada. Na verdade, é uma CESSÃO porque ACEITOU a herança e depois transferiu (só posso transferir algo que é meu).
a) EFEITOS SUCESSÓRIOS
- Aceitou a herança e transferiu para outro
b) EFEITOS TRIBUTÁRIOS
- Tributos:
- 4% sobre o 1/3 de Y (causa mortis: X Y)
- 4% sobre o 1/3 que T recebeu de Y (inter vivos: Y T)
6.3. QUESTÃO DO ART. 1.805 §2° CC. CESSÃO ONEROSA OU GRATUITA.
- Dispõe o art. 1805§ 2°:
§ 2o Não importa igualmente aceitação a cessão gratuita, pura e simples, da herança, aos demais co-herdeiros.
6.3.1. RELEVÂNCIA
- Questão relativa ao imposto de transmissão causa mortis e do imposto de doação sobre quaisquer bens e direitos e do imposto de transmissão inter vivos sobre bens imóveis ou direitos reais sobre bens imóveis.
6.3.2. COMPETÊNCIA
- Imposto de transmissão causa mortis e por doação: Competência do ESTADO (art. 155, I)
- Imposto de transmissão inter vivos a qualquer título, por ato oneroso, de (a) bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de (b) direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição: competência do MUNICÍPIO
I) Se a transmissão for por ato INTER VIVOS, ONEROSA e relativa a IMÓVEIS ou direitos reais sobre imóveis: competência do MUNICÍPIO
II) Se a transmissão for CAUSA MORTIS de imóveis e a título ONEROSO ou GRATUITO: a competência é do ESTADO
- Se for DENTRO DO INVENTÁRIO, pelos herdeiros, ver se (1) é de imóvel e se (2) é oneroso ou gratuito Se for oneroso é Município, se for gratuito é do Estado
- Lei Estadual 1.427/89: Instituiu o imposto sobre transmissão causa mortis e por doação, de quaisquer bens ou direitos
 O art. 2° trata da hipótese contemplada no art. 1805 §2°: 
Art. 2º Não se considera existir transferência de direito na renúncia à herança ou legado, desde que se efetive dentro das seguintes circunstâncias concorrentes: 
1. seja feita sem ressalva, em benefício do monte; 
2. não tenha o renunciante praticado qualquer ato que demonstre a intenção de aceitar a herança ou legado. 
Parágrafo único - É tributável, a título de doação, a renúncia manifestada por herdeiro ou legatário em favor de pessoa determinada ou determinável ( continua ... )
	Voltando ao disposto no art. 1.805 §2°, CC, SE A CESSÃO PURA E SIMPLES NÃO IMPORTA EM ACEITAÇÃO, NÃO HÁ A TRANSMISSÃO DA HERANÇA e, portanto, não ocorre o FG do imposto de transmissão causa mortis e por doação (que é competência do Estado – art. 155, I, CF). Chama-se este ato de RENÚNCIA ABDICATIVA, que costuma se expressar nos inventários com a seguinte expressão “Renuncio a minha herança em favor do monte”. 
A Fazenda Estadual, entretanto, considera como FG do imposto causa mortis e por doação SE A CESSÃO OU RENÚNCIA FOR FEITA EM FAVOR DE DETERMINADO HERDEIRO OU DE HERDEIRO DETERMINÁVEL, existindo outros no inventário, chamando-se RENÚNCIA TRANSLATIVA. Nesta última hipótese, A RENÚNCIA TRANSLATIVA É CONSIDERADA CAUSA DO IMPOSTO POR DOAÇÃO.
Ex: Existem 3 herdeiros Maria, José e João no inventário. Maria renuncia pura e simplesmente a sua herança em favor de José. Qual o tipo de renúncia? O ato de Maria constitui FG de algum imposto? Quem pode cobrar este imposto? 
Na realidade, trata-se de CESSÃO DE DIREITO HEREDITÁRIOS (também conhecida como RENÚNCIA TRANSLATIVA). O ato de Maria constitui FG de importo por doação, com fulcro no § único do art. 2°, Lei 1.427/89. A competência para cobrar o referido imposto é do Estado.
	Portanto:
CESSÃO PURA E SIMPLES NÃO HÁ A TRANSMISSÃO DA HERANÇA NÃO OCORRE o FG do ITCMD (competência do Estado – art. 155, I, CF) RENÚNCIA ABDICATIVA
CESSÃO OU RENÚNCIA FEITA EM FAVOR DE DETERMINADO HERDEIRO OU DE HERDEIRO DETERMINÁVEL Ocorre a RENÚNCIA TRANSLATIVA, que é FG do ITCMD.
As diferenças entre ITBI e ITCMD
Sempre que é transferida a propriedade de um imóvel é necessário o pagamento de um imposto. Se for TRANSMITIDO A ALGUÉM POR HERANÇA OU DOAÇÃO, incide o chamado ITCMD (Imposto de Transmissâo Causa Mortis e Doação) na transferência do bem para o herdeiro ou donatário. Já se for TRANSFERÊNCIA POR COMPRA E VENDA, o imposto devido é o ITBI (imposto sobre transmissão inter vivos de bens imóveis e Direitos a ele relativos.
O ITCMD é devido ao Estado de onde se situa o bem, e o ITBI ao município da localização do bem. Ambos são calculados sobre o valor venal do imóvel. O contribuinte do ITBI é qualquer uma das partes e do ITCMD é o herdeiro ou legatário, no caso da herança, e o doador ou donatário, no caso da doação. 
Fonte Legal: Fonte: CTN, arts. 35 a 42 
7. RETRATAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE.
- Art. 1812: Não existe retratação de aceitação ou renúncia
- Em tese, a renúncia é irretratável e definitiva. 
 Uma vez formalizada, GERA A FICÇÃO DE NÃO TER O RENUNCIANTE JAMAIS SIDO HERDEIRO. A irrevogabilidade da renúncia não afasta, no entanto, a possibilidade de sua anulação por ERRO, DOLO OU COAÇÃO. 
 Segundo Silvio Rodrigues, trata-se de uma imperfeição técnica do legislador pois não é propriamente uma retratação, mas de sua anulação por vício do consentimento. O prof° não concorda com esta posição, pois comprovado nos autos a ocorrência do dolo, erro ou coação, é DISPENSÁVEL A PROPOSITURA DE AÇÃO DE ANULAÇÃO, que seria necessária nas referidas hipóteses.
V - CESSÃO DE DIREITOS HEREDITÁRIOS
- Forma 
-Preferência: Art. 1794
- Prazo
1. CESSÃO DE DIREITOS HEREDITÁRIOS (arts. 1793 a 1795)
- Quando o herdeiro CEDE sua cota hereditária para 3° ou para outro herdeiro
				X viúvo, sem união estável, sem testamento 
		 Y	Z T
		 1/3 1/3 1/3
		 
 	 Cede para 3° (cessionário)	
- Forma: Por ESCRITURA PÚBLICA (art. 1793) 
 Ainda que só existam bens móveis no espólio, a herança é considerada BEM IMÓVEL para efeitos legais (CC, art. 80, II). Por isso é que se exige forma especial e solene para a cessão
 Se não for feita por escritura pública É nula de pleno direito (art. 166, IV, CC)
 Se o herdeiro for casado é necessária a ANUÊNCIA DO OUTRO CÔNJUGE, exceto se o regime de bens for o da SEPARAÇÃO ABSOLUTA (art. 1647 caput e inciso I, CC). Sem autorização, o ato praticado será anulável (art. 1649)
 
2. DIREITO DE PREFERÊNCIA
- O herdeiro deve oferecer sua cota primeiramente para os d+ herdeiros. Se não respeita esse direito de preferência, os demais herdeiros podem exercer esse direito perante o juiz.
- Art. 1794 Há direito de preferência entre os CO-HERDEIROS 
 A preferência, é claro, só pode ser exercida nas CESSÕES ONEROSAS. Não há direito do co-herdeiro se a transferência da quota hereditária é feita gratuitamente
 O co-herdeiro, a quem não se deu conhecimento da cessão, para que tivesse podido exercer o direito de preferência, poderá, DEPOSITANDO O PREÇO em juízo nas mesmas condições, HAVER PARA SI a QUOTA CEDIDA A ESTRANHO, se o requerer até 180 DIAS após a transmissão (art. 1795 caput).
* Obs.:
1) O art. 1795 fala em “transmissão”, dando a entender que é a partir da FEITURA DA ESCRITURA DE CESSÃO que corre o prazo de 180 dias mas não. Doutrina e jurisprudência entendem que esse prazo corre a partir do DIA EM QUE OS HERDEIROS TOMARAM CIÊNCIA DA TRANSMISSÃO (e não do dia em que foi feita a transmissão). 
 Como os d+ herdeiros tomarão ciência da transmissão?
 O herdeiro cedente poderá comunicar aos d+ ou todos tomarão ciência a partir do momento em que o cessionário se habilitar no processo de inventário para receber a sua cota.
2) A ESCRITURA DE CESSÃO (feita no Cartório de Notas e depois levada para o processo de inventário) serve apenas para o 3° poder se habilitar no processo de inventário, isto é, é mero instrumento para o cessionário se habilitar para receber em nome do herdeiro cedente (é caso de SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL). A TRANSFERÊNCIA DA PROPRIEDADE DO BEM só ocorrerá quando no REGISTRO DO FORMAL DE PARTILHA.
3) Art. 988, IV, CPC: O Cessionário do herdeiro ou legatário tem legitimidade para comunicar o óbito e abrir o inventário
VI - CAPACIDADE SUCESSÓRIA
1. CAPACIDADE SUCESSÓRIA
- É a APTIDÃO da pessoa para receber os bens deixados pelo finado (Caio Mário)
- Regra: TODOS têm capacidade sucessória para RECEBER, desde que vivos e concebidos (caso do nascituro – art. 1789). Pode ser beneficiada por testamento a prole de pessoas designadas e existentes ao abrir-se a sucessão (art. 1999, I, CC – Prole eventual)
- Exceções: A pessoa não pode receber herança por estar dentro das exclusões
2. EXCLUSÕES
									- Causas
		- Sucessão Legítima: Indignidade (art. 1814)	- Prazo
									- Efeitos
Exclusões	- Sucessão		- Art. 1801
 		 Testamentária					 - Causas
					- Deserdação (art. 1961) - Prazo
									 - Efeitos
2.1. EXCLUSÃO POR INDIGNIDADE (SUCESSÃO LEGÍTIMA) 
- Há pessoas que, embora na ordem de sucessão legítima do art. 1829, não poderão receber: são os INDIGNOS
- INDIGNIDADE é a privação do direito, cominada por lei, a quem cometeu certos atos ofensivos à pessoa ou ao interesse do hereditando
- Causas de exclusão do indigno: Art. 1814
Tais causas podem ser resumidas em atentados contra a vida (I), a honra (II) e a liberdade do "de cujus" (III), e levam o autor a ser considerado indigno para com o titular da herança.
No caso de indignidade por homicídio ou tentativa de homicídio, o Código não exige a condenação. Se absolvido por falta de provas, pode no caso de declaratória de indignidade ocorrer essa prova e assim ser declarado (não herdará).
- Ex: Se matou a mãe, será excluído só da sucessão da mãe. Quando o pai morrer, futuramente, será excluído da sucessão do pai
Art. 1.815. A exclusão do herdeiro ou legatário, em qualquer desses casos de indignidade, será declarada por sentença.
Parágrafo único. O direito de demandar a exclusão do herdeiro ou legatário extingue-se em quatro anos, contados da abertura da sucessão.
- Procedimento para obter a exclusão: Ato de ingratidão + Sentença final em ação declaratória de indignidade (art. 1815) = exclusão do indigno
- Ex: X atentou contra a vida do pai mas esse não morreu, veio a falecer depois, por causas naturais Os demais herdeiros (únicos com legitimidade, 3° não pode) deverão propor AÇÃO DECLARATÓRIA DE INDIGNIDADE
 A sentença de exclusão RETROAGE À DATA DA ABERTURA DA SUCESSÃO, para fins de considerar o excluído como não tendo sido jamais herdeiro.
 O processo declaratório de indignidade NÃO suspende o inventário (tem andamento normal). Só no final, na fase de elaboração de partilha é que se vê se há algum herdeiro excluído. 1/3 fica reservado na dependência da decisão da ação declaratória de indignidade.
 Ex.: X era indigno e morreu. Se Y e Z quiserem, podem, mesmo assim, propor ação declaratória de indignidade em face do espólio de X. Os bens que receberia vão para os seus descendentes.
 Ex: X falece antes de seu pai e os filhos de X atentam contra a vida do avô. Os filhos de X podem ser excluídos da sucessão.
- Transitada em julgado a sentença que excluiu o herdeiro, A SUA COTA NA HERANÇA SERÁ DEVIDA A SEUS HERDEIROS, COMO SE MORTO FOSSE (art. 1816). 
- PRAZO para demandar a exclusão do herdeiro: de 4 anos contados da abertura da sucessão (art. 1815 § único)
 Abertura da sucessão = DATA DA MORTE (já caiu em concurso, dando a entender que esse prazo iniciaria da abertura do inventário)
 Pessoa falece em 10/01/2004 O prazo começa a correr a partir de 10/01/2004 e perdura por 4 anos
- Legitimidade para propor ação declaratória de indignidade: Aplicam-se as regras processuais referente à legitimidade processual em geral (art. 3°, CPC), isto é, qq um que tenha interesse e legitimidade, valendo notar que o juiz indeferirá a petição inicial quando a parte for manifestamente ilegítima ou faltar interesse processual ao autor (art. 295, II e III, CPC). (Sílvio Rodrigues)
- Os ATOS PRATICADOS pelo indigno em face de terceiros de boa-fé são válidos, porém podem os herdeiros demandá-lo em perdas e danos. (art. 1817)
- EFEITOS: Como é uma pena e a pena não pode ultrapassar a pessoa do acusado, os seus efeitos são pessoais, logo, OS DESCENDENTES DO HERDEIRO EXCLUÍDO SUCEDE COMO SE ELE FOSSE PRÉ-MORTO (art. 1816 caput, CC)
- Reabilitação do indigno: Art. 1818. Aquele que incorreu em atos que determinem a exclusão da herança será admitido a suceder, se o ofendido o tiver expressamente reabilitado em testamento, ou em outro ato autêntico.
 Caso em que a vítima PERDOA O AUTOR DA INGRATIDÃO, assim evitando que os outros herdeiros o excluam da sucessão, após a abertura desta. O perdão é ATO SOLENE, pois a lei só lhe dá eficácia se efetuado mediante ato autêntico ou de testamento, e a reabilitação tem de ser expressa.
 Ex: X atentou contra a vida do pai. O pai perdoa-o. Pode fazer um documento ou um testamento com essa DECLARAÇÃO DE PERDÃO, a fim de evitar que ele seja excluído da sucessão no caso de ação declaratória de indignidade.
 Pode ocorrer, todavia, de não haver reabilitação expressa, e ser o indigno contemplado em testamento do ofendido, quando o testador, ao testar, já conhecia a causa da indignidade. O indigno sucederá no limite da disposição testamentária (art. 1818, § único).
EFEITOS DA INDIGNIDADE 
- Assim nos ensina Maria Helena Diniz:
Os descendentes do excluído o sucedem, por representação, como se o indigno já fosse falecido na data da abertura da sucessão (art. 1.816, do C.Civil). Os bens que o indigno deixa de herdar são devolvidos às pessoasque o herdariam, como se ele morto fosse, devido ao caráter personalíssimo da pena, que não deve ultrapassar a pessoa do delinqüente, ante a injustiça de se estender a outrem as conseqüências de um fato a que se mostrou alheio. Observe-se, no entanto, que a substituição do excluído da sucessão ocorre tão-somente na linha reta descendente (art. 1.816, do C.Civil); não podendo, em conseqüência, ser sucedido pelos ascendentes ou colaterais.
Retroação "ex tunc" dos efeitos da sentença declaratória da indignidade, pois, embora se reconheça a aquisição da herança pelo indigno, a legislação faz os efeitos da decisão judicial retroagirem à data da abertura da sucessão, considerando o indigno como pré-morto ao "de cujus". Assim, se o herdeiro indigno durante o período entre a data da abertura da sucessão e o reconhecimento da indignidade, tirou proveito dos frutos e rendimentos do acervo, deverá restituí-lo ao monte, uma vez que está no caso equiparado ao possuidor de má fé. Apesar disso, terá ele direito ao ressarcimento dos gastos que teve com a conservação dos bens até então em sua posse, pois a ninguém é lícito locupletar-se à custa alheia. Todavia, no seu efeito retroativo, a sentença não poderá causar prejuízos aos direitos de terceiros de boa fé, daí respeitarem-se os atos de disposição à título oneroso ou de administração praticados pelo indigno antes da sentença; mas aos co-herdeiros subsiste, quando prejudicados, o direito a demandar-lhe perdas e danos (art. 1.817, do C.Civil);
O excluído da sucessão não terá direito ao usufruto e à administração dos bens que a seus filhos menores couberem na herança, ou à sucessão eventual desses bens (parágrafo único, do art. 1.816, do C.Civil), uma vez que quanto ao produto da herança que foi considerado excluído, é equiparado ao morto civil e, em assim sendo, não poderia receber tais direitos. Desta forma, se um de seus filhos que o substituiu vier a falecer, sem descendentes, não poderá o excluído receber o que for deixado à título de herança.
Devemos também observar que o indigno não está proibido de representar o ofendido na sucessão de outro parente, já que a pena deve ser considerada restritivamente.
2.2. SUCESSÃO TESTAMENTÁRIA 
2.2.1. EXCLUSÃO POR DESERDAÇÃO 
- É o ato através do qual alguém, apontando como causa uma das razões permitidas em lei, afasta de sua sucessão, e por meio de testamento, um herdeiro necessário (Sílvio Rodrigues)
 Só posso excluir da sucessão os meus HERDEIROS NECESSÁRIOS através de um ato de última vontade (essa é uma das finalidades do TESTAMENTO)
 Ex: Meu filho atentou contra a minha vida. Posso excluí-lo da sucessão através da deserção. Nesse caso não será sucessão legítima mas testamentária.
 Como disposto no art. 1850, para excluir da sucessão os herdeiros legítimos não necessários, isto é, os COLATERAIS, basta ao testador dispor de seu patrimônio sem os contemplar, independentemente de qq justificativa ou declaração de causa. Contudo, para afastar os herdeiros necessários, tem de lançar mão da deserdação, com todos os requisitos que envolve.
2.2.1.1. EXCLUSÃO POR INDIGNIDADE X EXCLUSÃO POR DESERDAÇÃO:
1) - Exclusão por indignidade: Afasta da sucessão HERDEIROS LEGÍTIMOS ou TESTAMENTÁRIOS, NECESSÁRIOS OU NÃO. 
 Ex: Pode ser excluído da sucessão por indignidade tanto o herdeiro legítimo que negou alimentos ao de cujus, quanto o legatário que atentou contra a vida daquele.
 - Deserdação: Serve apenas para afastar HERDEIRO NECESSÁRIO que se revelou INGRATO, privando-o até mesmo de sua legítima.
2) - Indignidade: Tem força geradora na LEI
 - Deserdação: Repousa na vontade do de cujus 
- Deserdação: Só se pode basear em fatos ocorridos antes da morte do de cujus, pois este os deve articular em seu testamento
- Indignidade: Pode fundar-se em atos posteriores ou simultâneos à morte do hereditando, como na hipóteses de causá-la o homicídio de que este é vítima, e o herdeiro, o autor.
2.2.2.2. CONDIÇÕES DE EFICÁCIA DA DESERDAÇÃO
- O direito à herança é um direito constitucional, por isso, devem ser cumpridos 3 REQUISITOS para deserdar alguém:
(1) A deserdação só pode ser ordenada POR TESTAMENTO (deve-se exteriorizar a vontade) – (art. 1964)
(2) Causa expressa em lei: É preciso JUSTIFICAR O MOTIVO pelo qual se exclui da sucessão (arts. 1814, 1862 e 2863)
 TODAS AS CAUSAS DE EXCLUSÃO POR INDIGNIDADE (art. 1814) SÃO, TAMBÉM, DE DESERDAÇÃO MAS NEM TODAS AS CAUSAS DE DESERDAÇÃO (arts. 1814, 1962, 1963) SERVEM PARA CARACTERIZAR A INDIGNIDADE.
 Art. 1814: SÃO CASOS QUE AUTORIZAM A DESERDAÇÃO – TANTO PARA ASCENDENTES QUANTO DESCENDENTES
 Art. 1.962. Além das causas mencionadas no art. 1.814, autorizam a DESERDAÇÃO DOS DESCENDENTES POR SEUS ASCENDENTES:
I - ofensa física;
II - injúria grave;
III - relações ilícitas com a madrasta ou com o padrasto;
IV - desamparo do ascendente em alienação mental ou grave enfermidade.
 Se for interdito, ninguém poderá declarar deserdação em seu nome. Testamento é ato personalíssimo (é o ato jurídico + solene que existe). Assim, ainda que o descendente desampare seu ascendente interdito, nada poderá ser feito.
* Obs.: As causas do art. 1.814 possuem um caráter de pena civil que recai sobre o herdeiro que cometa tais atos contra a vida, a honra ou a liberdade do de cujus. E as causas do art. 1.962 são fundamentadas em pena civil, semelhante As do art. 1.814, ou na própria moral social.
 Art. 1.963. Além das causas enumeradas no art. 1.814, autorizam a DESERDAÇÃO DOS ASCENDENTES PELOS DESCENDENTES:
I - ofensa física;
II - injúria grave;
III - relações ilícitas com a mulher ou companheira do filho ou a do neto, ou com o marido ou companheiro da filha ou o da neta;
IV - desamparo do filho ou neto com deficiência mental ou grave enfermidade.
(3) Ao herdeiro instituído ou àquele a quem aproveite a deserdação incumbe PROVAR ATRAVÉS DE AÇÃO PRÓPRIA A VERACIDADE DA CAUSA ALEGADA PELO TESTADOR (art. 1965, CC). Não se provando a causa, é nula a instituição da deserdação e nula a disposição que prejudique a legítima do herdeiro necessário Isto é, os demais herdeiros deverão provar aquilo que o testador citou na cédula testamentária (art. 1965). Essa prova é feita em juízo e através de AÇÃO ORDINÁRIA.
 Art. 1.965. Ao herdeiro instituído, ou àquele a quem aproveite a deserdação, incumbe provar a veracidade da causa alegada pelo testador.
 “A quem aproveite a deserdação”: Se X for deserdado em testamento, SUA COTA VOLTARÁ PARA O MONTE (não vai para os seus filhos, como ocorria a indignidade) e será subdividida entre os demais herdeiros.
 Prazo para provar a causa de deserdação: 4 anos da data da abertura da sucessão (art. 1965 § único)
 Art. 1.965 § único. O direito de provar a causa da deserdação extingue-se no prazo de quatro anos, a contar da DATA DA ABERTURA DO TESTAMENTO.
 Cuidado: É data da abertura do testamento. Não é data do falecimento, é a data em que se intentou ação de abertura e cumprimento de testamento. 
 “Abertura do testamento” = Quando o testamenteiro ou um dos herdeiros apresenta o testamento em juízo ao juiz (em um ato chamado de cumprimento de abertura de testamento) para o seu devido cumprimento
 Testamenteiro = Aquele indicado pelo testador na cédula testamentária para cumprir sua última vontade
 Testamento: Sempre por escritura pública
 Na ação de abertura e cumprimento de testamento o juiz observa se os requisitos foram cumpridos e ordena o seu cumprimento. É uma ação que corre paralelamente ao inventário mas, como o inventário depende do testamento, quase todos os juízes mandam apensar. Se o testamento for considerado:
- Legítimo: A sucessão será testamentária
- Ilegítimo: A sucessão será legítima
* Obs: 
1) Onde entra o cônjuge? Posso deserdar?
	A princípio, o cônjuge não é herdeiro, é concorrente. Será herdeiro dependendo do regime de bens. Separados de fato até 2 anos e não separados judicialmente ainda é considerado cônjuge. Se há + de 2 anos, não herda, ainda que não separados judicialmente.
2) Art. 1723 fala do prazo para se comprovar a união estável.No entanto, na prática não há prazo e cada caso é um caso. O que se observa é se todos os pressupostos estão presentes.
 Ex: X está separado de fato há 1 ano e 6 meses e vive em união estável. Se X morrer hoje, o cônjuge herda pois a própria lei estabelece o prazo de 2 anos. No inventário estarão juntas a viúva e a meeira.

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