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Ciências Morfofuncionais dos Sistemas Digestório, Endócrino e Renal Prof. Maísa Fonseca Questões dos Seminários feitas pelos grupos GRUPO 01 - MECANISMOS DA FEBRE E FÁRMACOS ANTITÉRMICOS Mecanismos da Febre A febre é um sinal clínico que consiste na elevação da temperatura acima dos valores normais por meio do ajuste térmico hipotalâmico que tenta preservar a integridade do organismo que geralmente ocorre após uma infecção ou inflamação, o corpo em condições normais mantém a temperatura em valores de 36,5º e 37,5º independente das alterações do meio interno e do ambiente em que o rodeiam através de manutenção, produção e perda de calor. Tendo em vista que a temperatura elevada é de 39,8º a causa mais frequente da febre é infecção bacteriana ou virótica grave, como exemplo pneumonia, tuberculose ou sarampo. A causa menos frequente da febre é a destruição dos tecidos do corpo por algum outro agente, um exemplo disso é após um ataque cardíaco grave, ao ser exposto à destruição de seus tecidos pelos raios x ou pela radiação nuclear, podendo ter febre nos dias seguintes. Quando a temperatura corporal diminui abaixo da temperatura normal, o termostato hipotalâmico reduz a perda de calor regulada pelo fluxo sanguíneo na pele que por sua vez controla a intensidade com que o calor é transferido da parte central, profunda e superficial do corpo, além disso, pela sudorese que controla a intensidade da evaporação da pele. Há um aumento da produção de calor por criação de calafrios (pele permanece fria e ocorrem tremores, quando a temperatura está em aumento), estimulação simpática em todo o corpo aumentando o metabolismo celular, controle da secreção do hormônio tireoidiano que aumenta a intensidade do metabolismo em todas as células do corpo, esse equilíbrio é importante para temperatura corporal. Durante as horas que se a temperatura elevada, todos os mecanismos produtores de calor, cujo efeito é o de aumentar a temperatura corporal entra em atividade, incluindo vasoconstrição cutânea, metabolismo aumentado por norepinefrina e epinefrina e tremores muscular. Quando a temperatura corporal se eleva até 42ºC, 43ºC fica praticamente impossível para os mecanismos de regulação de a temperatura fazer com que retorne aos valores normais, a intensidade do metabolismo celular fica tão aumentada como efeito da própria temperatura que muitas vezes o mecanismo da temperatura são incapazes de controlar essa intensidade de produção de calor. Ao atingir 43ºC de temperatura, a intensidade do metabolismo celular fica tão acentuada que as células começam a se consumir literalmente, começa a “pegar fogo”, quando atinge 44ºC e 45ºC quase sempre a pessoa morre devido ao próprio calor. O efeito mais lesivo da temperatura corporal muito elevada ocorre nas células neuronais do cérebro, algumas vezes provocando lesão permanente embora a pessoa sobreviva. A febre é importante pois aumenta a eficácia da resposta imune e replicação de microrganismo por mecanismos do corpo e se constitui um valioso sinalizador em relação ao diagnóstico e evolução do enfermo. Experimentos têm demonstrado que a febre ajuda o corpo a resistir aos efeitos devastadores de muitas doenças infecciosas. Pois agentes viróticos não vivem bem em temperatura elevada. Fisiopatologia A Febre geralmente ocorre em resposta a substâncias pirogênicas que secretada pelas células em resposta inflamatória, infecções, neoplasias, hemorragias, doenças metabólicas agudas, traumatismos, distúrbios autoimunes, fármacos, drogas, obstrução vascular, distúrbios endócrinos e stress psicológico. Os pirógenos agem no hipotálamo (o termostato do corpo) reconfigurando-o para uma temperatura mais alta e evoca mecanismo de aumento da temperatura do corpo acima de níveis normais. A febre acontece com a produção de pirógenos endógenos (ou citocinas), entre os quais destacamos a interleucina-1 (IL-1), a interleucina-6 (IL-6). Estas substâncias são produzidas por grande variedade de células do organismo, especialmente aquelas capazes de realizar a fagocitose como os macrófagos, Estes pirógenos endógenos não podem ser confundidos com pirógenos bacterianos (exógenos), sendo distinguidos por produzir febre após período de latência, causar leucopenia, e a injeção repetida do mesmo conduzir ao estado de refratariedade. Para que os pirógenos endógenos sejam liberados pelas suas células de reprodução é necessário que haja indução pelos endotoxinas de microrganismos, vírus, bactérias, hormônios (esteroides, progesterona, etiocolanolona), pólen, vacinas, proteínas ou produtos de sua desintegração, etc. Os pirógenos endógenos, por meio da interação com elementos sensoriais no órgão vascular da lâmina terminal e outras regiões em torno do cérebro, promovem a síntese de prostaglandinas E2 pela estimulação da cicloxigenase. As prostaglandinas E2 difundem se e atravessam a barreira hemato-encefálica até a área pré-óptica do hipotálamo, gerando a liberação de citocinas nos sítios terminais e distais dos neurônios responsáveis pelos componentes autonômicos, endócrinos e condutores da resposta febril. A indução da variação do ponto prefixado hipotalâmico da temperatura está mediada pela prostaglandina E2. Ao gerar ascensão do ponto prefixado hipotálamo, estimula-se a produção de calor pelo centro promotor de calor, por meio de seus mecanismos (calafrios, aumento do metabolismo celular e vasoconstrição). A vasoconstrição é importante na termorregulação e no processo que conduz o regulamento da febre. O aumento no valor prefixado do hipotálamo desenvolverá mecanismos onde o resultado é a perda de calor, principalmente por vasodilatação e sudorese, que tendem a abaixar a temperatura até a faixa considerada normal. A este fenômeno dá-se o nome de crises e ocorre por diferentes razões fisiológicas, tais como, o controle e ou o desaparecimento do agente causador da febre, o uso de antipiréticos, etc. O mecanismo controlador da temperatura reduz a produção de calor e aumenta a perda de calor. Fármacos Antitérmicos Com a presença da febre, uma enzima existente no nosso corpo é produzida em maior quantidade e isso faz com que o funcionamento do hipotálamo seja interferido. Sendo assim, os antitérmicos agem impedindo que a enzima seja produzida e o funcionamento do hipotálamo não seja interferida. Em relação aos fármacos antitérmicos: 1) Não deve ser instituído de maneira aleatória; 2) Usar apenas em casos que a febre causa desconforto; 3) Crianças com idades entre seis meses e cinco anos apresenta susceptibilidade a convulsões, preconiza-se utilizar os antitérmicos já com a temperatura em ascensão. Aspirina: O mais antigo antitérmico e a droga mais utilizada em todo o mundo também têm ação anti-inflamatória e analgésica. A aspirina é rapidamente absorvida no trato gastrointestinal e após a absorção ela é absorvida em ácido salicílico, que é seu principal metabólito ativo. Seu mecanismo de ação baseia-se na inibição irreversível da enzima ciclooxigenase, envolvida na síntese das prostaglandinas. Reações adversas principais: úlceras gástricas, hemorragias digestivas e perfuração, quadros de anafilaxia, asma e rinite. Dipirona: Se trata de uma potente ação antitérmica muito utilizada. Além da inibição da ciclooxigenase (COX-1 e COX-2), há também a inibição da síntese de prostaglandinas preferencialmente no sistema nervoso central. Reações adversas: Os efeitos colaterais mais frequentes são alergia como coceira, ardor, vermelhidão, urticária, inchaço e no aparecimento dos sintomas, o tratamento deve ser descontinuado imediatamente e não deve ser retomado. Ibuprofeno: Anti-inflamatório não hormonal que possui também possui ação antitérmica e analgésica. O ibuprofeno é um agente anti-inflamatório não esteroide (não derivados de hormônios) que inibe a produção de prostaglandinas (substânciasque estimulam a inflamação) o que gera atividade anti-inflamatória (reduz a inflamação), analgésica (redução, até supressão, da dor) e antipirética (redução, até supressão, da febre). Reações Adversas: úlceras gástricas, hemorragia digestiva e perfuração são as principais. Paracetamol: Droga mais utilizada em todo o mundo. Este medicamento é indicado, em adultos, para a redução da febre e o alívio temporário de dores leves a moderadas, tais como: dores associadas a resfriados comuns, dor de cabeça, dor no corpo, dor de dente, dor nas costas, dores musculares, dores leves. O Paracetamol provavelmente produz a antipirese atuando ao nível central sobre o centro hipotalâmico regulador da temperatura para produzir uma vasodilatação periférica que dá lugar a um aumento do fluxo de sangue na pele, de sudorese e da perda de calor. A ação ao nível central provavelmente está relacionada com a inibição da síntese de prostaglandinas no hipotálamo. Reações adversas: considerado o antitérmico mais seguro com poucos eventos adversos GRUPO 02 – FEBRE E PROCESSOS INFLAMATÓRIOS: CORRELAÇÕES COM TRAUMAS BUCOMAXILARES FEBRE A febre ou pirexia, é um sintoma médico descrito como um aumento na temperatura corporal para níveis acima de 37 graus Celsius). Sendo um mecanismo adaptativo. A febre é uma reação orgânica contra determinada doença e pode ser interpretada como um sinal. No entanto, quando a temperatura supera o estado febril, tem-se a febre, um mecanismo adaptativo próprio dos seres vivos. Portanto, a febre é uma reação do próprio corpo contra patógenos; As crianças são as mais afetadas por febre, pois, para seu organismo, todos os vírus e bactérias são desconhecidos. 178 U4 - Temperatura corporal, estudo da dor e da sensibilidade Assim, quando os microrganismos invadem o corpo humano, esse logo produz como produto uma substância conhecida como prostaglandina. A estabilidade das funções do organismo, que, por sua vez, é validada por mecanismos fisiológicos e comportamentais, chama-se homeostase. A manutenção da homeostase do organismo é importante para garantir o equilíbrio orgânico e fisiológico, mantendo as funções vitais do organismo. MECANISMOS A febre geralmente ocorre em resposta a substância piro gênicas (o mais conhecido é a interleucina1), que são secretados pelas células como resposta inflamatória. Essas substâncias piro gênicas agem no hipotálamo (o termostato do corpo), configurando-o para uma temperatura mais alta, e ao fazê-lo, evoca os mecanismos de aumento de temperatura do corpo, fazendo-o aumentar a temperatura a níveis acima do normal. O corpo tem várias técnicas para aumentar a temperatura: temores que envolvem movimentos físicos e que produzem calor, vasoconstrição, ou seja, a diminuição do fluxo sanguíneo da pele, reduzindo a quantidade de calor perdido pelo corpo. A temperatura do corpo é mantida nestes níveis até que os efeitos dos pirógenos cessem. A febre pode ser classificada como de baixa intensidade (38 a 39ºC), moderada (39 a 40º) ou alta (mais de 40ºC), dependendo de quanto a temperatura corpórea subiu. A febre pode ser benéfica, e é parte da resposta do corpo para uma doença; no entanto, se a febre for acima de 42ºC, então pode causar danos significativos aos neurônios, com risco de convulsões. Essa situação é chamada de hipertermia maligna. A temperatura normalmente flutua ao longo do dia, e o mesmo se aplica à febre. Se esse padrão característico estiver ausente, a temperatura aumentada do corpo pode ser por causa de insolação, uma disfunção mais séria. A insolação é causada pelo excesso de sol e desidratação. TRATAMENTO As drogas que reduzem a febre são chamadas de antipiréticos. Os antipiréticos mais comuns são o paracetamol e dipirona. REGULAÇÃO A regulação da temperatura é realizada pela região do hipotálamo. A febre é causada por vários fatores − infecção, sequelas de lesão tecidual, inflamação, rejeição de corpo estranho, processo que apresenta malignidade −, mas não é considerada uma doença; ela apresenta um sintoma com função de defesa orgânica, pois situações que podem sinalizar um problema mais grave devem receber atenção. Para manter a temperatura corporal humana em 36 °C, diferentes mecanismos são utilizados. O sangue é um importante condutor de calor; dessa forma, quando o corpo esquenta muito, promove a dilatação dos vasos periféricos, facilitando a irradiação do calor pela superfície do corpo. Quando o corpo sente muito frio, ocorre o inverso, a vasoconstrição dos vasos, o que naturalmente diminui a perda de calor. Para que aconteça a perda de calor, tem-se a sudorese. Na pele, existem milhares de glândulas envolvidas na produção de calor, as quais eliminam suor quando o corpo esquenta muito. A liberação da água favorece a diminuição da temperatura corporal. PROCESSO INFLAMATÓRIO O processo inflamatório apresenta dor, febre, mialgia (dor muscular), prostração, quietude, cefaleia e mal-estar, caracterizado por ser um mecanismo de defesa inicialmente local, com possibilidade de repercussão e alteração sistêmica significativa. A inflamação avança com a liberação de mediadores inflamatórios que levam à formação de edema inflamatório e ativam centros reguladores do hipotálamo relacionados ao controle da temperatura corporal. Na inflamação aguda, veia e capilares funcionam em sua plenitude, ou seja, em sua capacidade máxima, aumentando a vascularização. Normalmente, isso não acontece porque parte desses vasos permanece não funcional em períodos intercalados de tempo. O calor na área inflamada vem em razão de uma circulação ativa em vasos locais associados à vasodilatação e ao aumento da permeabilidade vascular, trazendo mais sangue dos tecidos mais profundos. TRAUMAS E FRATURAS As fraturas mandibulares correspondem ao segundo tipo mais comum dentre as fraturas do esqueleto facial. Os traumas faciais, tais como lesão de tecido mole, trauma dental e as fraturas dos ossos da face são as lesões mais comumente tratadas pelo cirurgião buco-maxilo-facial. Os traumas faciais mais frequentes decorrentes de acidente de trânsito são as lesões de tecido mole e as fraturas faciais que englobam a mandíbula e o osso zigomático com severidade maior quando comparado aos traumas causados por outra etiologia principalmente em vítimas do gênero masculino e na faixa etária de 18 a 30 anos. Entende-se como traumas as lesões existentes, qualquer tipo de violência, seja física, química, biológica ou psicológica que ofenda a integridade corporal de outrem, configura-se como lesão corporal, crime autônomo previsto no artigo 129 do cód. Penal (ALMEIDA JR., 1965). Podendo também ser por causa acidental de qualquer espécie. Abordagem inicial do traumatismo Primeiro deve-se identificar corretamente o quadro do paciente, se há risco imediato de morte, decorrente da obstrução das vias aéreas ou hemorragia exsanguinante (hemorragia externa grave). Se não forem lesões graves, ou seja sem obstruções ou sangramentos, deve-se iniciar tratamento após completa estabilização do paciente. Significância no diagnostico e tratamento: salvar vidas, restaurar a função, prevenir sequelas e deformidades, dar conforto ao paciente e reavaliações frequentes. Pois o risco de morte pode ser de difícil identificação durante as fases precoces do processo de avaliação, pois também existe a possibilidade de haver alteração do nível de consciência, frequentemente associado ao traumatismo craniano, dificultando o exame clínico. Atualmente, com o incremento da violência nos grandes centros urbanos, houve também um aumento de fraturas decorrentes de armas de fogo. CASO CLÍNICO Relato clínico: Paciente de 16 anos, leucoderma (manchas brancas), gênero masculino, compareceu ao serviço após ter sido vítima de fratura mandibular do lado direito por arma de fogo. Foi realizada remoção dos restos ósseosnecrosados, extenso desbridamento local (retirada de tecido desvitalizado ou de corpo estranho de uma ferida), lavagem com soro fisiológico 0,9% e sutura da região com o fio reabsorvível do tipo Vicryl 3.0 (Brasuture), permanecendo o paciente ainda com intubação orotraqueal, em virtude do edema, com suspeita de fratura de laringe. No pós-operatório de sete dias, com a regressão do edema, realizou-se reavaliação das vias aéreas do paciente, sendo então realizada traqueostomia do mesmo, com o intuito de manter-se uma via aérea pérvia (aberta), bem como a realização de bloqueio maxilomandibular com auxílio de uma barra de Erich associada a fio de aço. Essa opção de tratamento inicial deu-se em virtude da cominuição óssea somada à possibilidade de infecção pós-operatória, em função das elevadas taxas de infecção relacionadas com fraturas por arma de fogo. Foi realizada antibioticoterapia com Amoxicilina 500 mg com Clavulanato de Potássio 125 mg, 8/8 horas via parenteral (endovenoso) por sete dias, tendo sido, após esse período, trocada por uso via oral (suspensão), para uso domiciliar por 15 dias. Nos controles pós-operatórios seguintes, não foram observados sinais de infecção. Após 30 dias do trauma o paciente foi submetido à anestesia geral para que fosse possível realizar a redução cruenta e a fixação da fratura. O acesso à fratura foi submandibular, para posterior fixação com auxílio de uma placa de reconstrução de 2,4 mm com 16 furos. Em um controle pós-operatório de sete meses, foram restabelecidos o contorno e a simetria na região direita mandibular, bem como uma oclusão ideal e estável. Ao exame de imagem, havia sugestão de uma boa adaptação da fixação interna rígida, demostrando que o tratamento foi satisfatório. TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA PRÉ-OPERATÓRIA. O tratamento emergencial para os pacientes vítimas de PAF (projéteis de armas de fogo) consiste na ressuscitação e na manutenção das vias aéreas, atentando-se para sangramentos e edema local. Nas feridas decorrentes de PAF na região de cabeça e pescoço, a cavidade temporária criada pelo projétil pode relacionar-se com enfisema e edema local, que podem resultar em comprometimento das vias aéreas em minutos ou horas após o trauma, fato esse que justifica a realização de entubação endotraqueal. O tratamento para as fraturas por arma de fogo na mandíbula tem como objetivo primordial a restauração da função e da estética, podendo ser dividido em duas categorias: 1- a forma convencional, em que múltiplas etapas de tratamento são realizadas, e 2- tratamento imediato em um único estágio. A seleção da técnica cirúrgica adequada é tão importante quanto o momento de intervenção, pois a seleção incorreta ou a aplicação indevida da técnica cirúrgica também podem levar ao insucesso, como infecção, assimetria facial e subsequentes operações de revisão. Neste caso, foi proposta a abordagem em estágios, em que foi realizado bloqueio maxilomandibular para estabilização dos fragmentos, por quatro semanas, seguido de intervenção cirúrgica para fixação interna rígida por meio do sistema do tipo load bearing (2,4 mm); note-se que foi mantida antibioticoterapia em ambas as etapas do tratamento. Os projéteis não se apresentam estéreis, mas sim como objetos contaminados, pois tais projéteis podem atravessar as vestes do paciente, bem como podem entrar em contato com a cavidade oral do paciente, em alguns casos que acometem a região maxilofacial. Em virtude disso, espera-se um aumento da morbidade pós-operatória e de complicações, fatos que justificam a utilização de antibioticoterapia no período pós-operatório. Cada medicamento precisa ter detalhamento de informações na prescrição, tais como a indicação de dosagem correta, assim como o intervalo de dose, qual a via de administração e seus cuidados adequados ao paciente internado, pois seu fornecimento é um caso especial de prescrição que deve ser feito com muita atenção pela equipe de atendimento. A responsabilidade de verificar a disponibilidade dos medicamentos no hospital, correção da prescrição e de sua execução, fica na incumbência de três profissionais, o Farmacêutico, o enfermeiro e o cirurgião buco-maxilo-facial. Grandes autores como Aguiar et al, Prado e Salim e Freitas, citam analgésicos, antiinflamatórios não esteroidais, anti-inflamatórios esteroidais, costicosteroides, antibióticos, protetores gástricos, antieméticos entre outros, como medicamentos que podem ser prescritos pelo cirurgião buco-maxilo-facial de acordo com as exigências do paciente. Muitos pacientes possuem comorbidades, ou seja, a existência de duas ou mais doenças em simultâneo na mesma pessoa, como cardiopatias, hipertensão arterial sistêmica dentre outras, e fazem uso constante de alguns medicamentos para seu tratamento. A sua prescrição deve ser continuada, a menos que o clínico assistente do paciente interrompa sua administração. Para pacientes que não estejam se alimentando normalmente, Prado e Salim, defendem que a soroterapia, conjunto de fluidos administrados ao paciente, é uma opção adequada, para que ele mantenha uma boa volemia e equilíbrio hidroeletrolíticos, necessários. Nas primeiras 12 horas, alterações nos sinais vitais do paciente, estado respiratório e circulatório e nas funções neurológicas, são esperadas. Dessa forma, durante toda a permanência do paciente no hospital, o cirurgião buco-maxilo-facial deverá acompanhar a evolução clínica diária do paciente, realizando o exame físico, acompanhando sua progressão clínica, até que ele se encontre em condições de obter alta hospitalar. GRUPO 03 – FISIOLOGIA DA DOR: Como a aspirina e outros analgésicos eliminam a dor? 1 – O TRATAMENTO DA DOR Envolve a utilização de analgésicos opioides, analgésicos comuns, AINH’s (anti-inflamatórios não hormonais) e analgésicos adjuvantes. Tradicionalmente, estes fármacos são administrados por via sistêmica ou no neuroeixo. Entretanto, quando aplicados por estas vias, estão associados a efeitos colaterais importantes, os quais podem inviabilizar o seu uso. Farmacologicamente, sabe-se que os analgésicos têm por mecanismo de ação principal a atuação em sítios específicos localizados no sistema nervoso central e na periferia. Esta observação levou à realização de trabalhos que propunham a administração tópica de fármacos como AINH’s, anestésicos locais, capsaicina, antidepressivos tricíclicos, cetamina, clonidina, opioides e canabinoides. A aplicação tópica destes fármacos possibilita elevadas concentrações nos sítios efetores periféricos em contraposição a baixos níveis séricos dos mesmos. Desta forma, torna-se pouco provável a ocorrência de efeitos colaterais indesejáveis. 1.1 – DOR: A dor é algo que sentimos no cérebro. Ocorre quando a lesão tecidual ativa as terminações nervosas livres (receptores da dor ou nociceptores) dos nervos periféricos. Resulta da estimulação das terminações nervosas periféricas por substância químicas produzidas localmente, como as prostaglandinas, ou por agentes exógenos, sejam químicos ou físicos, que na maioria das vezes também produzem localmente substâncias nociceptivas. 1.2 – CLASSIFICAÇÃO DA DOR: a- FISIOLÓGICA- Sinal Protetor. b- INFLAMATÓRIA- Artrite reumatoide. c- NEUROPÁTICA- É mantida mesmo após a retirada do estímulo (Amputação). d- DISFUNCIONAL- Função anormal do sistema nervoso. 2 – TIPOS DE ANALGÉSICOS: 2.1 – ANALGÉSICOS OPIÓIDES Terminologia: Opióide refere-se aos compostos relacionados ao Ópio (termo grego para suco), como a morfina, codeína e tebaina além dos derivados semissintéticos. Aliviam a dor moderada a forte, por meio da inibição da liberação da substância nos nervos centrais e periféricos. Inibe ainda, a produção de prostaglandinas nos tecidos periféricos. 2.2 – CLASSIFICAÇÃO DOS OPIÁCEOS 2.2.1 – NATURAIS - Morfina- Codeína - Tebaina 2.2.2 – SEMI-SINTÉTICO - Heroína - Oximorfina - Hidromorfina 2.2.3 – SINTÉTICA - Meperidina - Metadona - Propoxifeno 2.2.4 – MORFINA Derivado do ópio que existe na natureza, usada para aliviar dor aguda ou crônica intensa. É administrada pelas vias oral ou parenteral. Usada em casos de dor aguda e relacionada com o câncer e nos últimos anos na dor crônica e de outras eriologias. Em relação a morfina é necessári0 saber diferenciar ainda tolerância que se desencadeia e a marcada dependência física e psíquica que provoca. Pode causar frequente de intoxicação aguda, principalmente quando há superdosagem “overdose”. Pacientes idosos ou com insuficiência hepática ou renal devem ter cautela na sua administração. 2.2.5 – CODEÍNA Analgésico de ação central, menos potente, mas com muito menor capacidade de depressão do SNC. Raramente provoca dependência; É usado ainda como antitussígeno ou como antidiarreico; Como antitússico pode ser perigoso, já que não conduz à expulsão das secreções que se vão acumulando na árvore respiratória; Deve ser usado apenas nas tosses irritativas. Exemplo: Tylex, Belacodid. 2.2.6 – DOLANTINA Analgésico de ação central, narcótico, menos potente que a morfina. Provoca dependência e ao contrário da codeína não é antitussígeno. 2.2.7 – TRAMOL É um analgésico oral, sintético, de ação central para alívio da dor moderada e intensa; Usado em casos de dor nas costas, fibromialgia, osteoartrite e dor neuropática; Tem baixo potencial de produzir tolerância e abuso, podendo ser usado a longo prazo. Pode ser encontrado puro ou associado ao paracetamol. Efeitos adversos: Sonolência, Náusea, Constipação, prurido. 2.3 – ANTAGONISTAS OPIÓIDES 2.3.1 – NALTREXONA, NALOXONA Revertem ou bloqueiam a analgesia, a depressão respiratória e outros efeitos fisiológicos dos agonistas opióides. Uso clínico: Aliviar a depressão do SNC e respiratória dos opióides. Tratamento da dependência de opióides e do álcool. Como analgésicos centrais existem ainda outros fármacos potentes que não deprimem significadamente a respiração nem provocam dependência; Podem causar náuseas e vômitos, perturbação da vigília e das capacidades intelectuais, havendo, havendo, no entanto, franca variação interindividual. 2.4 – ANALGÉSICO PERIFÉRICO 2.4.1 – DIPIRONA OU METAMIZOL Outro analgésico antipirético, não anti-inflamatório, pouco agressivo para a mucosa gastrointestinal, mas que pode provocar agranulocitose. 2.4.2 – PARACETAMOL O mais utilizado como analgésicos antipiréticos, não anti-inflamatórios; É destruído de efeito agressivo sobre a mucosa- quase inócuo em doses terapêuticas; Todavia, quando ingerida em dose elevada (acima de 10g) pode causar necrose hepática. 3 – ASPIRINA 3.1 – CLASSIFICAÇÃO: Pertence à classe de substâncias do ácido salicílico (salicilatos), originalmente obtidas de fontes vegetais. Possui valor firmemente estabelecido como analgésicos, agente antipirético, anti- inflamatório e anticoagulantes. 3.2 – MECANISMO DE AÇÃO: A ASPIRINA é útil contra dor e inflamação porque impede que as células produzam prostaglandinas. A aspirina se liga à COX-2 e impede que ela faça seu trabalho. Ao tomar o remédio, não resolvemos o problema que causa a dor, mas ela "diminui o volume" dos sinais de dor que passam pelos nervos para chegar ao cérebro. Alguns tipos de prostaglandinas fazem com que partículas minúsculas no sangue (conhecidas como plaquetas) se aglomerem para formar um coágulo sanguíneo. Ao inibir a produção de prostaglandinas, a aspirina reduz a produção de coágulos. Embora isso possa ser ruim, por exemplo no caso de sangramento nasal, coágulos sanguíneos podem ser prejudiciais também, por exemplo, ao causarem infartos pelo bloqueio de vasos sanguíneos que levam oxigênio e energia ao coração. Por isso, muitos adultos agora tomam aspirina para prevenir infartos, e isso também ajuda àqueles que já tiveram um ataque cardíaco a permanecerem vivos. 3.3 – ONDE SÃO PRODUZIDAS E O QUE É PROSTAGLANDINAS São produzidas por quase todas as células, geralmente em locais de dano tecidual ou infecção, pois estão envolvidos em lidar com lesões e doenças. 3.4 – FUNÇÃO Elas controlam os processos, tais como a inflamação, o fluxo de sangue, a formação de coágulos de sangue e a indução do trabalho de parto. 3.5 – ABSORÇÃO, DESTINO E EXCREÇÃO Quando se administra aspirina por via oral, ela é rapidamente absorvida pelo estômago e intestino delgado. A aspirina é um ácido fraco, com PKa de aproximadamente 3,5, que favorece a sua absorção no estômago. Entretanto, a maior parte da absorção ocorre no intestino delgado, em virtude da sua área de superfície muito maior. As etapas que limitam a velocidade da absorção da aspirina são a desintegração e dissolução do comprimido. O ácido acetilsalicílico possui meia-vida de 15 minutos, é rapidamente metabolizado por esterases gástricas e plasmáticas a íon salicilato. E a meia-vida de eliminação é de 2 a 3 horas após uma única dose analgésica. O fígado constitui o principal local de biotransformação, sendo a conjugação a via primária. 3.6 – EFEITOS FARMACOLÓGICOS 3.6.1 – EFEITOS ANTIPIRÉTICOS As propriedades antipiréticas da aspirina são bem verdadeiras. A antipirese é mais bem exposta em pacientes febris, visto que as pessoas normais não exibem nenhuma modificação acentuada da temperatura corporal, quando são administradas doses terapêuticas de aspirina. Evidências experimentais mostram que a redução da febre pode ser causada, em parte, por uma vasodilatação superficial mediada perifericamente ou por um reajuste do centro de controle térmico no hipotálamo mediado centralmente. O mecanismo subjacente da antipirese parece estar referente com a inibição da síntese de elementos parecidos às prostaglandinas no cérebro. As prostaglandinas, em particular a PGE2, são potentes pirógenos. Foram reveladas acúmulo elevadas de PGE2 no líquido cefalorraquidiano de animais e pacientes febris com infecções bacterianas e virais. Em bora a aspirina não tenha nenhuma competência de evitar a febre provocada por prostaglandinas injetadas intracerebralmente, ela é muito eficaz na prevenção da síntese de novas prostaglandinas do SNC, desencadeada pelo aparecimento de pirógeno endógeno (interleucina-1), formado em resposta a doenças febris. 3.6.2 – EFEITOS ANTI-INFLAMATÓRIOS É difícil separar os efeitos analgésicos e anti-inflamatórios da aspirina, visto que a grande maioria das condições álgicas possui um componente inflamatório. Há pouca dúvida de que a cascata de reações que levam à formação de prostaglandinas esteja integralmente envolvida na resposta inflamatória e que a eficácia da aspirina no tratamento da inflamação esteja estreitamente relacionada com a sua inibição da síntese de prostaglandinas. Entregando, diversas observações sugerem que os efeitos analgésicos e anti-inflamatórios dos analgésicos de ação periférica podem ocorrer através de diferentes mecanismos. Em primeiro lugar, o momento de início de dos efeitos analgésicos e anti-inflamatórios é diferente. Em geral, ocorre analgesia clinicamente significativa dentro de uma hora após a administração fármaco, enquanto os efeitos inflamatórios, algumas vez, levam, vários dias ou uma semana para atingir níveis máximos, visto que os processos inflamatórios crônicos que podem estar ocorrendo não são rapidamente revertidos pela inibição da síntese das prostaglandinas. Além disso, o efeito analgésico máximo nos seres humanos é observado com doses menores do que os efeitos antirreumáticos e outros efeitos anti-inflamatórios. 3.6.3 – EFEITOS ANTICOAGULANTES A aspirina aumenta significadamente o tempo de sangramento, ao inibir a agregação plaquetária. Uma dose pequena de apenas um comprimento 325mg de aspirina pode duplicar o tempo de sangramento normal durante vários dias. Essa inibição prolongada da agregação plaquetária correlaciona-se com a capacidade da aspirina de acetilar irreversivelmente a ciclooxigenase. As plaquetas carecem da capacidade de regenerar tal enzima, sendo necessária a síntese de novas plaquetas, para que haja recuperação. O salicilato de sódio, que carece do componente acetato e que é incapaz de acetilar outras moléculas, é muito menos ativo no prolongamento do tempo de sangramento. Quando o metabolismo normal das prostaglandinas plaquetárias é inibido, os intermediários das prostaglandinas e tromboxano A2 apresentam-se reduzidos, e predomina a prostaciclina produzida na parede vascular, impedindo a agregação plaquetária e causando vasodilatação. 3.7 – USOS TERAPÊUTICOS NA ODONTOLOGIA A aspirina é um analgésico eficaz para quase todo tipo de dor no dente aguda. Estudos controladas e duplo-cegos do alívio da dor após extração dos terceiros molares demonstram que a aspirina na dose de 650mg é significadamente mais eficaz do que a codeína, numa dose de 60mg, para o alívio da dor pós-operatória. 3.8 – FEITOS ADVERSOS Se o AAS diminui a incidência de tromboses, por que não usá-lo em todo mundo? Por causa dos seus efeitos colaterais. Assim como qualquer anti-inflamatório, o AAS apresenta como efeito colateral uma maior incidência de gastrites, úlceras gástricas e duodenais, e consequentemente, hemorragia digestiva. Quanto maior é a dose do AAS, maior é o risco de lesão gástrica: Todavia, mesmo doses baixas, como 80 mg, apresentam risco. O AAS se liga às plaquetas de modo irreversível. Isto significa que aquelas plaquetas que sofreram ação da aspirina, não conseguirão nunca mais participar da coagulação. Portanto, o efeito antiagregante do AAS dura o tempo de vida das plaquetas que é de 5 a 10 dias, ou seja, o AAS tomado hoje fará efeito durante pelo menos 5 a 7 dias. Esta informação é importante para cirurgias, extração dentária ou qualquer outro evento potencialmente hemorrágico, quando uma perfeita coagulação é necessária para a segurança do procedimento. A inibição da função das plaquetas também é responsável pela contraindicação do AAS na dengue ou qualquer outra doença que curse com plaquetas baixas como a púrpura trombocitopênica idiopática. Imaginem o estrago que pode acontecer quando um paciente que já tem poucas plaquetas e apresenta-se sob risco de sangramentos toma uma droga que atrapalha a função destas. O AAS também não deve ser tomado em doenças como catapora (varicela) e gripe, principalmente por crianças e adolescentes, devido ao risco do aparecimento da síndrome de Reye, uma doença grave que cursa com edema cerebral e insuficiência hepática fulminante. A aspirina, assim como qualquer outro anti-inflamatório, deve ser evitada em pacientes com insuficiência renal crônica. Quanto maior for a dose, maior o será o risco de piora da função renal (leia: REMÉDIOS QUE PODEM FAZER MAL AOS RINS). O seu uso só deve ser admitido quando os benefícios compensam os riscos, como, por exemplo, AAS em doses baixas em doentes com alto risco cardiovascular. O uso crônico de aspirina também está associado a um maior risco de presbiacusia, conhecida como surdez do idoso. 3.9 – CONTRA-INDICAÇÕES E PRECAUÇÕES Para pessoas com: Úlcera- Sangramento interno, possível hemorragia; Asma- Crise asmática semelhante a uma reação alérgica; Diabetes- As dose elevadas podem causar hiperglicemia ou hipoglicemia; Gota- as doses baixas aumentam o urato plasmático, as altas doses diminuem o urato plasmático; Influenza- Síndrome de Reye em crianças; Estado de hipocoagulação- sangramento excessivo. GRUPO 04 - FISIOPATOLOGIA DA DOR: Por que algumas pessoas são incapazes de sentir dor? o caso da síndrome de riley-day e da insensibilidade congênita a dor. Não enviou. GRUPO 05 - ÓRGÃOS DO SENTIDO: VISÃO: Como o Daltônico vê? e O curioso caso do tetracromatismo. Fisiologia e Células da Visão. Não enviou. GRUPO 06 - ÓRGÃOS DO SENTIDO: AUDIÇÃO: Por que viajar de navio causa enjoo? Fisiologia do Ouvido Interno. 2. Fisiologia do Ouvido Interno: O ouvido humano é um órgão extremamente sensível que nos capacita a perceber e interpretar ondas sonoras de amplas freqüências. A percepção e interpretação do som diante a sua captação é uma seqüência de transformações de energia iniciando pela sonora, passando pela mecânica, hidráulica e finalizando com a energia elétrica dos impulsos nervosos que chegam ao cérebro. A energia sonora é captada pelo pavilhão auditivo – orelha – que penetra pelo canal auditivo – meato auditivo externo – que termina em uma delicada membrana – o tímpano. 2.1. Tímpano: O tímpano é formado por um tecido semitransparente, elástico, que transforma as vibrações sonoras em vibrações mecânicas que são comunicadas aos ossículos – martelo, bigorna e estribo. 2.2. Ossículos: Os ossículos funcionam como alavancas, aumentando a força das vibrações mecânicas e reduzindo sua amplitude. É por meio dos ossículos que o ouvido tem a capacidade de "ouvir mais" ou "ouvir menos". Tal controle é efetuado através de músculos pequenos que posicionam os ossículos a fim de transferirem toda ou apenas parte da energia mecânica recebida do tímpano. O último ossículo, o estribo, pressiona a janela oval da cóclea. As vibrações mecânicas se transformam em ondas de pressão hidráulica que se propagam no fluído que a preenche. As ondas no fluído são detectadas pelas células ciliadas que captam e enviam ao cérebro sinais nervosos – elétricos – que são interpretados como som. Os sinais nervosos levados pelo nervo auditivo ao cérebro já contém as informações das freqüências que compõem o som que está sendo recebido pelo ouvido. Essa análise se processa na membrana basilar da cóclea sobre a qual estão dispostas a milhares de células ciliadas. 2.3. Sistema Vestibular: É onde encontra-se o autêntico órgão do equilíbrio – uma série de estruturas dotadas de células sensoriais especializadas que, em conjunto, detectam constantemente a posição da cabeça em estado de repouso e os movimentos que realiza nestas células sensoriais. Distinguem-se dois pólos: o superficial – provido de cílios, espécie de pêlos muito reduzidos, cobertos por uma massa gelatinosa imersa no líquido que ocupa todo o aparelho vestibular (endolinfa). No outro pólo, correspondente a base, surge um fino prolongamento que passa a constituir uma fibra do nervo vestibular – o qual, juntamente com o nervo coclear, forma o nervo estato-acústico, que leva informações sobre o equilíbrio e a audição ao encéfalo. Para compreender a atividade do aparelho vestibular, convém diferenciar a função dos dois setores que o formam – por um lado, a função dos dois sacos membranosos denominados utrículo e sáculo – por outro, a dos canais semicirculares. Nestas duas estruturas, espécies de bolsas membranosas cheias de líquido endolinfático, encontram-se grandes malulas otoliticas que contém células sensoriais especificas, uma disposta no plano horizontal, situado no utrículo, e a outra no plano vertical, localizada no sáculo. Estas células sensoriais, cujos prolongamentos formam as fibras do nervo vestibular, possuem na sua face superficial cílios muito reduzidos, pequenas pestanas imersas numa massa gelatinosa, que contém minúsculos cristais de carbonato de cálcio. O peso destes grânulos curva os cílios das células sensoriais e, dependendo do grau de distorção gera os estímulos nervosos que através dos nervos vestibular e auditivo, informam ao encéfalo sobre a disposição da cabeça no espaço, mesmo com os olhos fechados. Além disso, quando se produz um movimento e torcem os cílios das células sensoriais na direção contrária gerando assim informações lineares da cabeça. Os três canais semicirculares nascem e desembocam no utrículo,tem forma de arco e cada um estar disposto num dos três planos do espaço. Cada canal situa-se num extremo de uma pequena dilatação, denominada ampola, onde existe uma crista ampular que contém células sensoriais. Os pequenos cílios superficiais dessas células estão englobados numa massa gelatinosa que forma uma cúpula e que com os movimentos da cabeça se desloca para endolinfa, o canal ocupa todas estas estruturas, dessa forma ao efetuar um movimento angular ou de rotação da cabeça, as células sensoriais geram estímulos nervosos. Dependendo do grau de torção dos cílios e enviar informações ao encéfalo, visto que cada canal semicircular está situando num plano do espaço, com a informação que recebe de todos eles o cérebro e capaz de distinguir o sentido e a intensidade que dos movimentos rotativos, que quer das acelerações angulares em qualquer plano de espaço. 3. Por que viajar de navio causa enjôo? O balanço das ondas conturba o labirinto, o qual é chamado o sistema de cavidades no interior do ouvido que cuida do nosso equilíbrio. Ele é uma das inúmeras funções do sistema autônomo – responsável pelos movimentos involuntários do corpo – que atuam quando corremos, andamos ou precisamos nos equilibrar sobre superfícies irregulares. Ao tratar da situação estabelecida em que um indivíduo sente enjôos diante aos movimentos de embarcações – navios, barcas – ou até mesmo carros e outros meios de deslocamento, faz com que o labirinto varie sua posição de forma seguida e desordenada. Essa variação causa um desequilíbrio que leva o sistema autônomo a interferir diretamente no sistema digestivo. Sendo assim, a digestão diminui, fazendo o estômago ficar pesado e se distender com a comida. Isso causa o enjôo, que tenta esvaziar o conteúdo estomacal para obter alívio. Tal circunstância pode ser gerada também pela doença chamada de cinetose – ou mal do movimento. 3.1. Cinetose: A cinetose acontece quando o corpo, o ouvido e os olhos enviam sinais conflitantes ao cérebro. Sua principal característica é a sensação de enjôo ou náusea quando o corpo se movimenta de forma atípica, o que causa perturbação ao sistema vestibular, maior responsável pelo equilíbrio. 3.1.1. Causas: É causada por uma perturbação no reconhecimento do movimento feito pelo sistema vestibular – corpo parado e ambiente em movimento – gerando conflito de informações e perturbação do equilíbrio corpotal. O mal-estar pode surgir em qualquer atividade que exija movimento, não apenas na utilização de veículo como também quando se anda a pé ou se faz exercício físico. Pode também ser desencadeado por filmes e programas de televisão que tenham muitas cores brilhantes, movimentos e alterações de foco. Jogos eletrônicos em 3D devido a movimentação rápida e brilho da tela, também são fatores que desencadeiam crises de cinetose. 3.1.2. Sintomas: São os principais sintomas: náuseas, vômitos, palidez, desconforto abdominal vago. Outros sintomas que podem aparecer: hiperventilação, salivação e sonolência. Aerofagia, tontura, cefaléia, fadiga, fraqueza e falta de concentração também podem ocorrer. 3.1.3. Tratamento: O tratamento da causa, seja ela vestibular, neurológica, seja psiquiátrica, deve ser feito com orientação médica e é fundamental. Exercícios repetitivos de reabilitação vestibular que promovem um mecanismo de habituação, realizados por diferentes períodos que variam caso a caso, costumam ser eficazes e podem ser realizados com o uso de estímulos de realidade virtual ou não. Diversos medicamentos – antieméticos, gastrocinéticos e supressores vestibulares – podem ser usados para prevenir ou anular os sintomas. A atenuação e a resolução da cinetose podem ser temporárias, exigindo tratamentos periódicos ou permanentes. GRUPO 07 - ÓRGÃOS DO SENTIDO: PALADAR: Envelhecimento e disgeusia. O QUE É O PALADAR E A LÍNGUA ? Paladar é o sentido do corpo humano que permite reconhecer os sabores, além de sentir a textura dos alimentos ingeridos. O principal órgão desse sentido é a língua que é capaz de realizar a diferenciação entre os gostos doce, salgado, amargo, azedo e umami (saboroso), sendo revestida por um epitélio estratificado queratinizado, logo abaixo possuindo uma lâmina própria bastante vascularizada, om um tecido conjuntivo denso e um tecido muscular estriado esquelético. BOTÕES GUSTATIVOS: Os botões gustativos são responsáveis por proporcionar a gustação, são estruturas formadas por células de suporte chamadas de células de sustentação, e pelas células sensoriais que ajudam a distinguir o sentido do paladar. Eles estão localizados na língua, palato, epiglote, faringe e na porção superior do esôfago. Cada botão tem uma terminação nervosa arborizada que termina nas células ensoriais que são responsáveis pela diferenciação de sensações, como doce, salgado, azedo, ácido e amargo. Cada botão sente determinada sensação no paladar mas acredita-se que cada região da língua varie a sua sensibilidade nos sabores. FISIOLOGIA GUSTATIVA: A fisiologia do sistema gustativo tem início com a mastigação do alimento na cavidade oral, onde a saliva participa no mecanismo de percepção do sabor: solubiliza a partícula do alimento a fim de facilitar o contato de suas moléculas com os receptores presentes na língua, que irão produzir informações químicas, com isso facilita na mastigação e paladar dos alimentos. E a Gustação (Paladar) também é responsável por captar, perceber e interpretar a sensação do sabor dos alimentos ingeridos pelo indivíduo, considerando alguns estímulos (doce, salgado, azedo e amargo). Exemplo disso é algumas pessoas com resfriado ou alergia onde acaba perdendo o olfato dos alimentos ingeridos, Com o olfato comprometido por alguma dessa patologia (estimulo), os receptores olfativos não conseguem captar as moléculas odoríferas das partículas do alimento que são transportadas pelo ar para a cavidade nasal. RECEPTORES GUSTATIVOS: Receptores gustativos são neuroepitélios ligadas ao paladar, fusiformes providas de uni curto prolongamento piloso em sua extremidade apical, e que estão em íntimo contato com fibras nervosas sensitivas de determinados nervos cranianos. ATUAÇÃO DO OLFATO JUNTO COM O PALADAR: O olfato tem função muito importante na hora de diferenciar os sabores dos alimentos. Quando comemos algum alimento sentimos o paladar e o cheiro em conjunto, e as características da determinada comida são enviadas para o cérebro. As sensações de paladar e olfato surgem pela comunicação de moléculas, dos receptores da olfação e gustação. Como os estímulos se disseminam para o sistema límbico, determinados cheiros e gostos podem proporcionar intensas respostas emocionais ou influenciar memórias. Apesar de não serem totalmente conhecidas, esses sistemas são de extrema importância para uma boa qualidade de vida, pois, a perda de um deles ou de ambas pode representar um risco à saúde do ser humano. Se o sistema olfatório tiver algum dano pode afetar a percepção do sabor já que estes sistemas estão em constante ligação. O QUE O ENVELHECIMENTO CAUSA NO PALADAR: Com o passar do tempo o nosso corpo vai aos poucos perdendo a percepção e a distinção das informações sensoriais, onde acontece o envelhecimento das estruturas gustativas e diminui os botões gustativos da papila, que o responsável por fazer as pessoas sentirem o gosto dos alimentos. Essa decaída na percepção do paladar é também chamada de disgeusia. DISGEUSIA: Essa disfunção é caracterizada pela diminuição ou distorção do paladar perdendo a capacidade de reconhecer gostos das bebidas ou alimentos. Muitas vezes a disgeusia é causada pelo efeito colateral devido ao tratamento de câncer por serem usados medicamentos e tratamentos como radioterapia e quimioterapia, pode ser causada também pela falta de zinco em decorrência do uso de alguns medicamento.A maioria das pessoa que possuem disgeusia não só tem perda da função do paladar, mas também afeta o olfato já que o gosto também é associado ao cheiro. A pessoa detecta a doença quando percebe a perda do paladar ou quando sente um gosto metalizado ao ingerir alimento. Isso causa um efeito negativo na pessoa pela questão de que ela se sente desmotivada a comer por não sentir direito o gosto da comida. GRUPO 08 - ÓRGÃOS DO SENTIDO: OLFATO: Relações entre a via olfativa e o paladar: integração de sentidos. PALADAR O paladar ou também conhecido como órgão gustativo é um dos componentes do sistema sensitivo, que permite aos seres humanos, reconhecer os gostos das substâncias colocadas na língua. O receptor sensorial do paladar é a papila gustativa. Formada por células epiteliais localizadas em torno de um poro central na membranamucosa basal da língua. Na superfície de cada uma das células gustativas observam-se prolongamentos finos como pelos, seguindo em direção da cavidade bucal; são chamados microvilosidades. Essas estruturas fornecem a superfície receptora para o paladar. Observa-se entre as células gustativas de uma papila uma rede com duasou três fibras nervosas gustativas, as quais são estimuladas pelas próprias células gustativas. Para que se possa sentir o gosto de uma substância, ela deve primeiramente ser dissolvida no líquido bucal e difundida através do poro gustativo em torno das microvilosidades. Com isso, substâncias altamente solúveis e difusíveis, como sais ou outros compostos que têm moléculas pequenas, geralmente fornecem graus gustativos mais altos do que substâncias pouco solúveis difusíveis, como proteínas e outras que possuam moléculas maiores. PATOLOGIA DO PALADAR Existem várias doenças que podem atingir e afetar o paladar, as perturbações do paladar podem ter relação com problemas do olfato ou podem ter causas externas e genéticas. Umas das doenças que mais afeta é a disgeusia, que significa distorção ou diminuição do paladar, os problemas vão de paladar distorcido a uma completa perda de paladar cujo o sintoma mais comum é a sensação de paladar alterado ou sentido de gosto metalizado podendo ocorrer em casos mais graves a completa perda do sentido do gosto. Essa sensação do gosto diminui normalmente depois dos 60 anos, sendo mais rápida e frequente a alteração do salgado e doce entre outros fatores que podem propiciar a disgeusia. Outra doença que mais afeta é a, perda das funções gustativas da língua, mais específico, incapacidade de detectar doçura, azedume, amargor, salinidade e umami, o principal sintoma da ageusia é a incapacidade de distinguir entre os vários sabores, que são acidez, salgadinho, amargor e doçura. As causas para ser encontrada essa doença são a partir de danos nos tecidos dos nervos que sustentam a sua língua, especialmente se o dano é para o nervo glossofaríngeo, que é o nervo que passa o gosto para o terço posterior de sua língua ou o nervo lingual que é o nervo que passa o gosto pelo frente dois terços da sua língua. Alguns desses distúrbios nervosos podem incluir paralisia de Bell e esclerose múltipla. OLFATO O sistema olfativo é um dos cinco sentidos do corpo, tem como função percepção de cheiros, entrada e saída de oxigênio e gás carbônico para os pulmões, está ligado aos sistemas gustativos e pulmonar. Além de ser a porta de entrada e saída dos pulmões, possui formas de defesa de moléculas maléficas tanto para os pulmões, como percepção de odores para o sistema nervoso,produz muco com princípios para impedir que essas moléculas cheguem para os pulmões, já os pelos dentro da cavidade nasal servem como filtração do ar. Sua percepção de odores é feita por células nervosas olfativas, possuem os dendritos mais arredondas e se localizam superior da cavidade nasal onde possuem epitélio mais finos, com isso as células olfatórias mantém uma íntima relação com bulbo olfatório, mandando curtos axônios que terminam nos glomérulos, onde o muco no início do epitélio região dissolve moléculas, restando apenas os impulsos nervosos, afim de estimular as células nervosas para que produzam as sinapses que carregam até o bulbo olfativo, onde leva esses estímulos para o telencefalo, logo em seguida para o córtex cerebral onde vai ocorrer o processamento e armazenamento do odor. O sistema olfativo está ligado ao gustativos, onde a percepção de cheiros, estimulam processos como salivação e produção de células gástricas. PATOLOGIA OLFATO Os distúrbios do sentido olfato são uma queixa frequente, estas modificações ocorrem principalmente na população entre 65 e 80 anos, dificilmente constituem uma ameaça para a vida de uma pessoa, por isso é possível que não recebam uma atenção médica adequada, agravando o quadro do paciente. Ocasionalmente, a deterioração do olfato deve-se a uma doença grave, como um tumor. O sentido do olfato pode ser afetado devido a alterações no nariz, nos nervos que vão do nariz ao cérebro ou no próprio cérebro. Por exemplo, quando as passagens nasais estão obstruídas devido a um resfriado comum, a capacidade de percepção dos odores pode estar reduzida pela impossibilidade de os odores chegarem aos receptores do olfato (células nervosas especializadas que se encontram na membrana mucosa que reveste o nariz). Tendo em conta que a capacidade olfativa afeta o paladar, algumas pessoas não conseguem sentir cheiros nem sabores durante vários dias, depois de um surto de gripe. Raramente, a perda do olfato ou do paladar pode ser permanente . RELAÇÃO ENTRE O OLFATO E PALADAR A relação entre o olfato e o paladar se deve a um senso químico ativando transmissões nervosas em diferentes locais em destaque as localizadas nas membranas mucosas nasais, orofaringe. o olfato e o paladar estão principalmente ligados as papilas gustativas da mucosa da orofaringe que são responsáveis pela percepção do paladar e o nervo olfativo capta os odores e todas as duas sensações são transmitidas ao cérebro para reconhecer os sabores ou também podem ser identificados pela percepção do olfato como por exemplo : sabores azedos , doce , salgado ou amargo e os mais complexos precisa de ambos os sentidos .
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