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Profa. Tatyane Perna UNIDADE I Corporeidade e Motricidade Humana O corpo como objeto de estudo em diversas áreas do movimento. Aspectos biológicos, psicológicos e sociais. O corpo deve ser estudado e entendido em sua totalidade de aspectos. O corpo reflete uma cultura! A interação com essa cultura se dá pelo movimento. Como se deu a transformação do corpo durante os anos? Como é o entendimento do corpo atualmente? Introdução O corpo durante a história era utilizado de diversas formas, dentro de determinado contexto social. Movimentos de atividades diárias como correr, saltar, pular... Movimentos corporais expressivos, que são formas não verbais de comunicação – exemplo: gestos, posturas e expressões faciais. A ética corporal sobre a aparência do próprio corpo – exemplo: pudor e ideal de beleza. O controle de estrutura dos impulsos e das necessidades. Em cada sociedade, o corpo é visto, concebido e tratado de diversas formas, dependendo de diversos fatores. A corporeidade na história da humanidade Na Grécia Antiga – primeiros filósofos. Os primeiros filósofos tinham uma visão integral do corpo – um ser único, indivisível e visível. O corpo para o povo grego era formado pela soma (corpo) que era a matéria, pela psique (alma/mente) e pneuma (sopro) que daria vida à matéria, e elas se completavam. Corpo e mente são concebidos de modo harmônico. A corporeidade na história da humanidade Platão desenvolveu uma visão fundamentada em uma divisão do mundo: real e ideal. A corporeidade na história da humanidade Fonte: Livro-texto (adaptado). RealIdeal O mundo das ideias Para Platão, o conhecimento verdadeiro é dividido O mundo inteligível Eterno e imutável Onde reside a verdade Perfeito Mundo da razão = causa de tudo o que existe Verdade absoluta O mundo sensível Percebido pelos sentidos Universo material Cópias físicas do inteligível Prevalecem as aparências = enganosas Reflete a opinião Platão separa o ser humano em duas partes – corpo e alma. Sendo que a alma comanda o corpo. A partir desse pensamento, é construída a ideia de que o homem é constituído de três tipos de almas: Alma superior: ligada à racionalidade, localizada na cabeça → leva a um caráter racional. Alma inferior: ligada aos bens materiais e à luxúria, localizada na região abaixo do abdome → leva a um caráter concupiscível. Alma irascível: ligada às emoções e às paixões, localizada no peito do ser humano → leva a um caráter irascível. A corporeidade na história da humanidade O corpo, para o filósofo Aristóteles: Não considera corpo e alma como dois seres distintos – helimorfismo (não separação do corpo/alma). Considera que a alma é a vida do corpo – o corpo era a extensão da alma – extensão física. A alma era responsável pelas faculdades de nutrição, reprodução e anímica. Sendo que tanto a alma como o corpo se completavam. É inconcebível a separação de corpo e alma – como se pode ter o pensamento sem o corpo? Importante um corpo ativo. A corporeidade na história da humanidade Na Idade Média (séculos V ao XV) – o corpo sofre um processo de descorporalização → crescente importância da racionalização. Corpo como instrumento de trabalho, sustento e comunicação da sociedade – sistemas de castas (feudal). Descorporalização → questões religiosas – a Igreja tinha forte influência nos sistemas social, comercial e político. Santo Agostinho: definiu o corpo como cárcere da alma, e que o corpo físico é uma punição para a alma. Pessimismo com relação às sensações que o corpo provoca. A alma deve manter a vigilância sobre o corpo e os sentidos para que eles não impeçam de conhecer a verdade divina, colocando o corpo no caminho divino. A corporeidade na história da humanidade Já no Renascimento, após a Idade Média – diversos avanços tecnológicos, como a valorização do trabalho e, principalmente, do intelecto, capacidade de criação e transformação do mundo! Esquema mecanicista – o homem como um animal racional. A corporeidade na história da humanidade Fonte: http://cache1.asset- cache.net/gc/519190164 -man-followed-by-ideas- gettyimages.jpg?v=1&c= IWSAsset&k=2&d=OAp0 Tb4KR597iKW9NN%2fu nF5E36jvoAieZlD564Byv HQ%3d&b=MA== Descartes estabelece a divisão entre o sujeito objeto (corpo) e espírito da matéria (mente). Tendo uma visão separatista e redutora – pensamento semelhante ao de Platão, porém com uma concepção cartesiana. O corpo é a extensão da alma e a alma não depende dele! A mente controla o corpo. Descartes não considerava as sensações obtidas pelo corpo, em que o corpo somente obedecia a comandos e vontades da mente. Mente = pensamento → única forma de adquirir conhecimento. Nessa época, o corpo passa a ser objeto de estudo → perde- se a proibição da Igreja → avanço nos estudos. A corporeidade na história da humanidade Na Grécia Antiga não existia a dicotomia entre corpo e alma, o ser humano era considerado único e indivisível. Platão dá início à oposição entre corpo e alma (mente) e para isso fundamenta-se em uma divisão de mundo. Sobre este assunto, é incorreto afirmar que: a) A alma comandava todas as ações do corpo, ela era o princípio do movimento. b) A inteligência (alma) é a única esfera onde se deve investir para ter conhecimento total do mundo em que se vive. c) Esse dualismo tem a concepção de que corpo e alma possuem realidades diferentes e não estão relacionados, são independentes um do outro. d) Esse dualismo foi desenvolvido tendo a concepção de que corpo e alma possuem realidades diferentes, porém estão relacionados. e) O corpo, considerado uma porção de matéria, habitava o Mundo Sensível; a alma, que possuía a capacidade de pensar, habitava o Mundo Inteligível. Interatividade Na Grécia Antiga não existia a dicotomia entre corpo e alma, o ser humano era considerado único e indivisível. Platão dá início à oposição entre corpo e alma (mente) e para isso fundamenta-se em uma divisão de mundo. Sobre este assunto, é incorreto afirmar que: a) A alma comandava todas as ações do corpo, ela era o princípio do movimento. b) A inteligência (alma) é a única esfera onde se deve investir para ter conhecimento total do mundo em que se vive. c) Esse dualismo tem a concepção de que corpo e alma possuem realidades diferentes e não estão relacionados, são independentes um do outro. d) Esse dualismo foi desenvolvido tendo a concepção de que corpo e alma possuem realidades diferentes, porém estão relacionados. e) O corpo, considerado uma porção de matéria, habitava o Mundo Sensível; a alma, que possuía a capacidade de pensar, habitava o Mundo Inteligível. Resposta O corpo passa a ser encarado como um objeto científico. Porém, surge Friedrich Nietzsche, contrapondo as concepções de dicotomia de Descartes. Início da concepção de corpo vivo – o corpo dentro de um contexto social. Experiências de um homem vivo, e não um mero objeto. A mente não sobrepõe mais o corpo, interage com ele por meio dos sentidos e das emoções. Necessidade de conhecer a linguagem que o corpo transmite. “Pelo corpo que se conhece a alma e não o inverso!” A corporeidade na história da humanidade Karl Marx também tinha o mesmo pensamento de Nietzsche – que o corpo faz parte do meio e interage com ele. Essa relação é desenvolvida pelos movimentos, os quais geram o trabalho → trabalho com objetivo de alteração do meio. Porém, como os ideais capitalistas eram muito fortes em relação à produção em massa e linhas de montagens, Marx faz a crítica de que o ser humano perde a relação da matéria produzida com o corpo que a produz. Em que o corpo que era responsável pela criação e pela construção, passa a ser somente uma mercadoria de mão de obra, principalmente após a Revolução Industrial. A corporeidade na história da humanidade A visão dualista proposta por Platãoe Descartes permanece até hoje → valorização do pensar em detrimento do corpo/movimento. Porém, Nietzsche e Marx são precursores dos pensadores contemporâneos, com a visão de um corpo único e representativo. Porém, o pensamento contemporâneo apresenta uma visão mais complexa, tendo como base o ser humano e a sua relação com o mundo. Os principais pensadores sobre o corpo são: Maurice Merleau-Ponty, Michel Foucault. A corporeidade contemporânea O corpo é a ligação entre o indivíduo e a história, e esse corpo sofrerá as decisões teóricas e práticas do conhecimento. Exclusão da ideia de separação de Descartes. A corporeidade contemporânea – Merleau Ponty Fonte: http://www.estudopratico.com.br/filosofia-de-merleau-ponty/ Ele trata as sensações do corpo como algo fundamental para a percepção do mundo e essa sensação se dá pelo movimento, o qual gera interação com o mundo. Tem como objetivo compreender o homem de uma forma integral → o homem é o ser-no-mundo. A experiência que o corpo gera a respeito da interação com o mundo e com outros corpos. O movimento irá gerar a intencionalidade. Permite o corpo sentir e perceber o mundo, os objetos e outros corpos. Essa interação irá gerar sonhos, imaginação e desejos. A corporeidade contemporânea – Merleau Ponty Essa ideia é chamada de subjetividade, de Merleau Ponty. A subjetividade irá gerar a noção de liberdade. O mundo existe independentemente do homem, porém, aquele não está totalmente constituído e construído, dependendo das ações individuais e coletivas. A liberdade é resultante da interação entre o interior e o exterior do ser humano (estruturas psicológicas e históricas). Também são considerados o contexto histórico, as relações sociais e a afetividade, sendo isso uma experiência corporal e não intelectual → conquistado pelo movimento e pela percepção. A corporeidade contemporânea – Merleau Ponty Para Ponty, o ser humano desaprendeu a viver com seu corpo. O corpo do ser humano deve olhar, observar e sentir. Isso irá gerar uma experiência, em que o corpo reconhece o espaço como expressivo e simbólico. Desenvolvendo, assim, o potencial criativo do ser humano. O corpo se torna sensível ao mundo, manifestando, assim, a sua corporeidade. Motricidade = intencionalidade do corpo pelo movimento. Superação da separação sujeito-objeto. A corporeidade contemporânea – Merleau Ponty Estudos das relações entre o poder, o saber e o corpo. Para Foucault, o corpo irá refletir uma cultura em que ele está inserido, tendo três conceitos: O sujeito produtivo. O modo como o sujeito se constitui ao longo da vida, por questões internas e externas. A forma na qual o ser humano se torna sujeito. A corporeidade contemporânea – Michel Foucault Fonte: http://www.universoracionali sta.org/michel-foucault-2/ O corpo sofre efeitos do poder → a forma como o poder se manifesta sobre esse corpo. O poder interfere na corporeidade do sujeito → refletindo-se em seus hábitos, sentimentos, emoções e ações. Refletindo também na realidade concreta do indivíduo → o seu corpo, o corpo social, e adentrando a sua vida cotidiana. O poder não está relacionado ao poder governamental, mas sim a todas as esferas do indivíduo. A corporeidade contemporânea – Michel Foucault Estabelecendo, assim, diversas esferas de poder. A forma desse poder ser utilizado é por meio da disciplina. A disciplina é instaurada por uma série de intervenções e controles regulatórios → Sendo isso uma biopolítica. Biopolítica: controle da massa e não individual. A corporeidade contemporânea – Michel Foucault Fonte: http://cache3.asset- cache.net/gc/182929067-yellow-card- gettyimages.jpg?v=1&c=IWSAsset&k=2& d=KwzJ8MD4r6kAKp52YSYNW32x3nYO gw%2fqeT07uSzoUaI%3d&b=MjU= Práticas disciplinadoras atuais: Imposições de gestos, atividades, uso, repartição espacial. Cálculo de tempo. Prisões, hospitais e escolas. A corporeidade contemporânea – Michel Foucault Fonte: cdn.morguefile.com/image Data/public/files/h/HB28/0 5/l/1431023733ug0e2.jpg Um corpo disciplinado o mantém introjetado → sem consciência de questionamento pelo indivíduo. Levando para um autocontrole, não necessitando de controle externo, produzindo um corpo dócil. Desenvolvendo um controle da energia de trabalho, que se baseia em quatro elementos: 1. A distribuição de corpos em funções determinadas. 2. Controle da atividade individual. 3. Organização da formação pela internalização e pela aprendizagem de funções. 4. Composição das forças pela articulação funcional das forças corporais em aparelhos eficientes. A corporeidade contemporânea – Michel Foucault Sendo assim, a disciplina é observada no nosso corpo de três formas: Vigilância hierárquica – hierarquia – observação e fiscalização da produção. Sanções normalizadoras – sistema de recompensas e punição com objetivo de corrigir e minimizar desvios. Exames – relacionados às duas anteriores – para a construção do saber e constituição do sujeito. O corpo se tornando um objeto de submissão. Formando corpos para o exercício de tarefas específicas e, assim, aumentando a força dos corpos, em questões econômicas de utilidade. O corpo é um confronto bélico! Sem liberdade! A corporeidade contemporânea – Michel Foucault “O corpo era o cárcere ou a prisão da alma, o qual levava a alma, que era pura e perfeita, ao pecado e, consequentemente, à morte, sendo um dos preceitos da Igreja, como forma de controle e doutrinamento na Idade Média.” O trecho acima nos remete à concepção de corpo de qual filósofo? a) Santo Agostinho. b) Karl Marx. c) Platão. d) Foucault. e) Merleau-Ponty. Interatividade “O corpo era o cárcere ou a prisão da alma, o qual levava a alma, que era pura e perfeita, ao pecado e, consequentemente, à morte, sendo um dos preceitos da Igreja, como forma de controle e doutrinamento na Idade Média.” O trecho acima nos remete à concepção de corpo de qual filósofo? a) Santo Agostinho. b) Karl Marx. c) Platão. d) Foucault. e) Merleau-Ponty. Resposta A motricidade surge como sinal da corporeidade, que está no mundo para algum objetivo. O movimento está relacionado a um entendimento e interação com o mundo e o sujeito. Respeitando a complexidade do ser humano. “A motricidade representa a vocação da abertura do homem aos outros e ao mundo, funcionando, em certo sentido, como provocação que liberta da solidão, para inseri-lo no plano da convivência” (TOJAL, 2011). A motricidade humana Com isso, existe uma linha complexa entre os componentes internos – exemplo: sistema nervoso – e componentes externos – exemplo: cultura. Os componentes externos são captados a partir das experiências de interação com o meio externo, representando uma intencionalidade. Com isso, a motricidade revela a intencionalidade operante do homem em se movimentar com sentido e conteúdo. Com objetivo de sempre se superar, e não ser apenas uma máquina reprodutora de movimentos preestabelecidos. A motricidade humana Motricidade → busca pela superação de algo que seja interessante para o sujeito, que é particular de cada indivíduo, tendo como foco o seu máximo. A área que estuda o movimento deve se preocupar com o sujeito que produz o movimento e não somente com as estruturas que o produzem – músculos, articulações e ossos. A partir do corpo → a motricidade representa um significado para o corpo, pois esse significado representa uma intencionalidade. A motricidade humana A motricidade representa um significado para o próprio corpo, pois apresenta um sentido, refletindo e manifestando a intenção do próprio corpo, aumentando o entendimento da percepção, que é a ligação entre o corpo e o mundo. Motricidade é muito mais do que somente o organismo. O homem é integral em movimento; sendo, assim, a expressão da corporeidade embelos movimentos corporais, com intencionalidade, em consonância com mundo, se relacionando com as coisas e inserindo o homem em processo construtivo. A motricidade humana Pela motricidade, o homem tem suas primeiras experiências de exploração do mundo pelo movimento. Constituindo, assim, um processo de humanização, pois a aprendizagem de cada indivíduo ocorre em sua relação com o meio social. A motricidade humana Fonte: https://cdn.morguefile.c om/imageData/public/fil es/j/Jogonesoft/01/l/145 3969233bx5mq.jpg A motricidade humana é um fenômeno complexo. A motricidade não nasce pronta, não apresenta uma ordem cronológica nem acontece em estágio. A motricidade é um constructo social, dependendo de uma interação. Com isso, são apresentadas infinitas possibilidades de construção de uma motricidade do indivíduo. A motricidade humana O corpo em movimento sempre foi um dos encantos das áreas que estudam o movimento humano, seja em um ambiente escolar, em um jogo recreativo ou em um contexto de alto rendimento. Será que esse encanto se dá pela compreensão completa do movimento? Se a compreensão for realizada de uma maneira segregada... Em muitos casos, as áreas do movimento acabam tendo uma visão reducionista do movimento, excluindo a complexidade das interações entre as diversas esferas do ser humano. A motricidade humana A motricidade humana Fonte: https://www.adventureclu b.com.br/blog/dicas-de- viagem/gestos-com-as- maos-e-seus- significados-em- diferentes-culturas/ Fonte: https://m.megacurioso.com.br/papo- de-bar/75400-conheca-a-origem- de-5-gestos-populares.htm Fonte: https://canaltech.com.br/redes- sociais/instagram-vai-banir-fotos- com-o-gesto-de-ok-entenda- 152163/ Fonte: https://br.depositphotos.com/1 21203312/stock-illustration- hand-in-rock-n-roll.html Tratando-se da corporeidade e sua relação com as áreas que estudam o movimento humano, assinale a alternativa incorreta. a) A corporeidade se apresenta como uma proposta de superar a visão mecanicista ou a dicotomia fragmentadora de uma unidade do ser humano. b) Na visão da corporeidade como superação da visão mecanicista, o movimento passa a ser a intencionalidade de um corpo. c) A Educação Física está relacionada à corporeidade e ao movimento do ser humano, ou seja, à intencionalidade do homem, tendo como abrangências as diversas formas de atividades físicas. d) A fim de trabalhar a corporeidade, é fundamental que os especialistas não percam de vista a totalidade do ser humano. e) A ideia de corpo-máquina, ou corpo-objeto, foi desenvolvida por Descartes, dando origem e base teórica aos estudos de corporeidade, que estudam as questões motoras do corpo. Interatividade Tratando-se da corporeidade e sua relação com as áreas que estudam o movimento humano, assinale a alternativa incorreta. a) A corporeidade se apresenta como uma proposta de superar a visão mecanicista ou a dicotomia fragmentadora de uma unidade do ser humano. b) Na visão da corporeidade como superação da visão mecanicista, o movimento passa a ser a intencionalidade de um corpo. c) A Educação Física está relacionada à corporeidade e ao movimento do ser humano, ou seja, à intencionalidade do homem, tendo como abrangências as diversas formas de atividades físicas. d) A fim de trabalhar a corporeidade, é fundamental que os especialistas não percam de vista a totalidade do ser humano. e) A ideia de corpo-máquina, ou corpo-objeto, foi desenvolvida por Descartes, dando origem e base teórica aos estudos de corporeidade, que estudam as questões motoras do corpo. Resposta Qual o objetivo ou alvo de estudos das áreas que estudam o movimento? Um corpo dividido e segregado – Anatomia, Fisiologia, Psicologia – uma visão dualista. Essa separação é ruim para a compreensão do ser humano? Depende... “[...] É fundamental que os especialistas não percam de vista a totalidade do ser humano [...], as diferentes áreas do saber são apenas perspectivas, parcialização do homem, embora cooperem para o conhecimento, não desvelem seu ser total, mascarando sua essência” (GONÇALVES, 2012). A corporeidade e o movimento humano É necessário que o corpo seja tratado como sujeito e não objeto → INTENCIONALIDADE. Corporeidade – uma proposta de superar a visão mecanicista ou a dicotomia fragmentadora do ser humano. Acabamos trazendo para a nossa atuação a ideia de um corpo que desenvolve um trabalho por meio de movimento, de uma forma mecanizada → corpo-máquina e corpo-objeto. A corporeidade e o movimento humano A ideia de corpo-máquina/objeto foi trazida por Descartes – mente controla o corpo, sem qualquer reflexão ou intenção. Na sociedade moderna são observados conceitos estéticos empregados, em que são colocados padrões e referenciais corporais para serem seguidos. A manipulação em busca de uma beleza padronizada. O corpo-objeto participa de um mundo de trocas, em que seus interesses são determinados por um sistema social, transformando o corpo em uma mercadoria. A corporeidade e o movimento humano Com isso, práticas que são realizadas em qualquer tipo de aula que envolva o movimento acabam por utilizar o conceito de corpo-máquina e corpo-objeto: Correr em volta da quadra. Fazer alongamento sem saber o motivo. Realização de movimentos repetitivos até a exaustão. Quando se chega ao limite, faz-se a utilização de anabolizantes para chegar ao padrão “desejado” ou imposto. A corporeidade e o movimento humano Corpo-máquina = corpo dócil, passivo perante o mundo real, conformista, que acaba adotando tudo o que a sociedade lhe impõe. Assim, traz-se a ideia de um corpo que consome, um corpo-mercadoria. Corpo que pode ser trocado, modificado de acordo com os modismos culturais vigentes. Consumo exagerado e desenfreado > capitalismo. Isso afeta a corporeidade dos indivíduos. A corporeidade e o movimento humano Isso afeta a corporeidade dos indivíduos, mas como? As questões sociais determinam as normas de relacionamento com o corpo, práticas de beleza, manipulação e mutilação, apresentando um significado superficial e simbólico. Diversas alterações nos padrões de beleza durante o século XX, principalmente na busca por um corpo magro e com formas definidas. Somente esse padrão é bem aceito pela sociedade. Acarretando problemas no conceito da autoimagem. A corporeidade e o movimento humano A autoimagem é construída a partir de três componentes: Perceptivo – aparência física. Subjetivo – satisfação da aparência. Comportamental – situação de fuga, desconforto. A autoimagem é reforçada pela sociedade mediante aprovação e modelação, tentando reproduzir ou imitar um padrão determinado. A corporeidade e o movimento humano A busca incessante pelo padrão aceito pode levar a uma visão deturpada da autoimagem, levando a transtornos alimentares: Bulimia, Anorexia nervosa. Esses tipos de transtornos têm as mulheres como principais vítimas. A corporeidade e o movimento humano Fonte: http://cache1.asset- cache.net/gc/47110 5594-anorexia- gettyimages.jpg?v=1 &c=IWSAsset&k=2& d=%2bi0TKuZOViIY muCQXwo6lzRi1j% 2fEpX4Sw7Ajj55glts %3d&b=NTI Fonte: http://cache4.asset- cache.net/gc/5126235 23-male-anorexia- gettyimages.jpg?v=1& c=IWSAsset&k=2&d=1 gc6FjpkWorOFC421% 2bOJZPqcMm9duoTb kED0sggMa%2fM%3d &b=QjRF Outros transtornos de autoimagem: Disformia muscular. Transtorno que pode levar ao desenvolvimento da vigorexia. Atingindo, principalmente, jovens homens. O que leva a desenvolver os transtornos de imagem? Imposição da mídia, da sociedade e do meio esportivo. Considerar um padrão ideal e que sem ele não obterá a felicidade. O corpo como prisioneiro de um sistema de poder. A corporeidade e o movimento humano A corporeidade considera um ser biológico e também um ser social → relação como contexto social. O profissional deve ser capaz de compreender o homem em sua totalidade e, assim, produzir uma intervenção condizente com a realidade desse homem. Para conseguir aplicar essa concepção: O profissional deve buscar um corpo possível em uma prática sistematizada. Deixar de lado o corpo idealizado – abandonando os modismos sazonais da área fitness. A corporeidade e o movimento humano O profissional não pode desprezar as experiências do sujeito, o sistema social e a cultura em que ele está inserido. Procurar contribuir para o desenvolvimento desse corpo real e existente, que irá se movimentar em busca de uma superação. Saber trabalhar o sujeito racional, criativo, dependente do conhecimento de si, dos outros e do mundo. Se o profissional entender isso, ele agregará diversos valores que darão suporte à sua atuação. A corporeidade e o movimento humano A corporeidade exigirá um trabalho amplo do profissional. Atuará com uma grande variedade de sujeitos. Ir contra as mensagens vinculadas por diversos meios de comunicação. A compreensão de uma corporeidade integral faz com que o profissional tenha consciência dos rumos que a área apresenta. Valorizar o sentido de humanidade e o sujeito-autor de uma história e de uma cultura. A corporeidade e o movimento humano O conceito de autoimagem ou imagem corporal envolve três componentes. São eles: a) Perceptivo, satisfação e comportamental. b) Comportamental, psicológico e biológico. c) Subjetivo, comportamental e biológico. d) Perceptivo, comportamental e subjetivo. e) Social, subjetivo e objetivo. Interatividade O conceito de autoimagem ou imagem corporal envolve três componentes. São eles: a) Perceptivo, satisfação e comportamental. b) Comportamental, psicológico e biológico. c) Subjetivo, comportamental e biológico. d) Perceptivo, comportamental e subjetivo. e) Social, subjetivo e objetivo. Resposta ATÉ A PRÓXIMA! Profa. Tatyane Perna UNIDADE II Corporeidade e Motricidade Humana Já parou para pensar nas perguntas: “O que você considera ter qualidade de vida?” “Você está em busca de qualidade de vida?” Porém, quais são os aspectos envolvidos na expressão “qualidade de vida”? Diversos significados e conceitos. Conhecimentos, experiências e valores individuais e coletivos. Como isso afeta a corporeidade e a motricidade humana? Introdução Qualidade de vida = abordagem multidisciplinar. O termo foi usado pela primeira vez nos anos 1960, pelo presidente dos EUA, Lyndon Johnson: “Os objetivos não podem ser medidos através de balanços de bancos. Eles só podem ser medidos através da qualidade de vida que proporcionam às pessoas.” Apropriação popular da expressão. Forma de simplificar a melhora para um padrão elevado de bem-estar na vida, principalmente econômico. Qualidade de vida e saúde Qualidade de vida é um pressuposto totalmente humano e se relaciona ao grau de satisfação nos contextos familiares, sociais, amorosos, estéticos e nos diversos ambientes em que se está inserido. Refere-se à capacidade dos indivíduos de refletirem uma síntese da cultura de todos os diversos elementos que a sociedade determina como padrão de um conforto e bem-estar. Qualidade de vida e saúde A OMS (WHOQOL group, 1995) definiu que: “Qualidade de vida é a percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto da cultura e sistemas de valores e em relação aos seus objetivos, padrões e preocupações.” Inclui 6 domínios: 1. Saúde física. 2. Estado psicológico. 3. Níveis de dependência. 4. Relacionamentos sociais. 5. Características ambientais. 6. Padrões espirituais. Qualidade de vida e saúde A qualidade de vida pode ser medida também pela distância entre as expectativas individuais e a realidade vivida. Quanto menor essa distância, melhor será a qualidade de vida. Essa distância é determinada por 3 referenciais: 1. Histórico: ligado ao tempo econômico, social e tecnológico. 2. Cultural: valores e necessidades dos povos, revelando seus costumes e tradições. 3. Classes sociais: apresenta grande desigualdades entre as classes. Os padrões de referência são das classes superiores e da ascensão para elas. Qualidade de vida e saúde Muitos fatores interferem na qualidade de um indivíduo, sendo que esses fatores se relacionam. Qualidade de vida e saúde Qualidade de vida Relações sociais Saúde Trabalho Satisfação pessoal Estabilidade financeira Ambiente de qualidade Envolvimento emocional Não existe uma concordância por um conceito único, devido à diversidade de domínios que compõe a qualidade de vida. Apesar de não ter um conceito único, a qualidade de vida se relaciona à percepção de como as pessoas vivem, sentem e compreendem seu cotidiano, envolvendo questões como: Educação, saúde, transporte, moradia e participações em decisões que lhe dizem respeito. Capacidade para alcançar as funcionalidades: Alimentar-se adequadamente e ter saúde, autorrespeito e integração social. Qualidade de vida e saúde OMS (1995): “Qualidade de vida é a percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto da cultura e sistemas de valores e em relação aos seus objetivos, padrões e preocupações.” Qualidade de vida e saúde Percepção objetiva Percepção subjetiva Qualidade de vida Esfera de percepção objetiva: Elementos passíveis de serem quantificados e são concretos. Podem sofrer alterações rápidas pelo ser humano. Necessidades que garantem a sobrevivência do indivíduo ou da sociedade. Alimentação, moradia, acesso à saúde, emprego. A partir dessa esfera são traçados índices de referência sobre as características sociais e econômicas da população. Criação de políticas e ações para a melhoria da qualidade de vida da população. Qualidade de vida e saúde – percepção objetiva Bens de consumo essenciais à sobrevivência do ser humano. Três características: 1. Aquisição de bens materiais. 2. Avanços educacionais. 3. Condições de saúde. Esses indicadores levam em consideração as características gerais da população, porém desconsideram os aspectos culturais. Exemplo: Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Qualidade de vida e saúde – percepção objetiva Esfera de percepção subjetiva: Elementos subjetivos, de difícil medição ou mensuração. Compreende variáveis históricas, sociais e culturais. Interpretação individual sobre as condições de bens materiais e de serviços do indivíduo. Fatores emocionais. Expectativas e possibilidades de um grupo social ou indivíduo quanto a realizações e percepção da vida. Inclusive prazer, felicidade e tristeza. É necessário uma caracterização sociocultural prévia do ambiente em que o grupo ou o sujeito vive. Qualidade de vida e saúde – percepção subjetiva Trabalha com ações individuais diante da vida do próprio sujeito. Ligada a três questões fundamentais: 1. O bem-estar dentro das experiências individuais. 2. A presença de aspectos positivos na vida do indivíduo, de uma forma geral. 3. Percepção positiva se sobrepondo à negativa. Cada sociedade, por meio de sua cultura, irá determinar quais são os padrões de vida, direcionando expectativas e níveis de satisfação. Medição complexa. Qualidade de vida e saúde – percepção subjetiva As esferas de percepções não podem ser mensuradas de forma separadas, pois se complementam. Pelo fato de ocorrer essa complementação, é difícil designar “determinado fator para cada esfera”. O ambiente irá influenciar a qualidade de vida → contexto social. A posição que o sujeito ocupa na sociedade irá determinar seus hábitos e comportamentos. Condições socioeconômicas. Percepções têm a influência da sociedade como um todo. Ter uma boa qualidade de vida irá depender das oportunidades do sujeito. Qualidade de vida e saúde – relação entre as esferas A expressão “qualidade de vida” passou a serusada cotidianamente e se apresenta, de uma maneira global, como uma satisfação geral com a vida. Essa qualidade abrange muitos fatores – de percepção objetiva e subjetiva. São fatores de percepção subjetiva: a) Renda, transporte, satisfação pessoal, alimentação. b) Acesso à água potável, satisfação pessoal, felicidade. c) Experiências, expectativas, satisfação pessoal. d) Experiências, educação, renda. e) Saúde, renda, educação. Interatividade A expressão “qualidade de vida” passou a ser usada cotidianamente e se apresenta, de uma maneira global, como uma satisfação geral com a vida. Essa qualidade abrange muitos fatores – de percepção objetiva e subjetiva. São fatores de percepção subjetiva: a) Renda, transporte, satisfação pessoal, alimentação. b) Acesso à água potável, satisfação pessoal, felicidade. c) Experiências, expectativas, satisfação pessoal. d) Experiências, educação, renda. e) Saúde, renda, educação. Resposta A qualidade de vida vem recebendo uma crescente atenção, principalmente das áreas de Ciências Biológicas e Humanas. Porém, como dito anteriormente, a sua mensuração é complexa, pois abrange muito fatores (objetivos e subjetivos). Os estudos em qualidade de vida podem ser abordados com as seguintes temáticas: 1. Econômica – indicadores sociais (renda, transportes etc.). 2. Biomédica – oferecer melhoria na vida dos enfermos. 3. Psicológica – reações subjetivas do indivíduo (felicidade etc.). 4. Geral – abordagem multidisciplinar (mais complexa). Instrumentos para a medição da qualidade de vida A qualidade de vida é retratada a partir das necessidades básicas e criadas pelo desenvolvimento econômico e social de determinada cultura. Sendo assim, os parâmetros estão relacionados às ideias de SER, PERTENCER e TRANSFORMAR. Instrumentos para a medição da qualidade de vida Qualidade de vida Transformar Pertencer Ser Fonte: Livro texto da disciplina. Página 64 A relação entre o sujeito e a sociedade se dá a partir de 3 parâmetros: 1. Desenvolvimento econômico, social e tecnológico da sociedade. 2. Valores, necessidades e tradições. 3. Separações sociais – ideias de qualidade de vida se relacionam às camadas superiores ou à passagem para elas. Principais instrumentos para a medição da qualidade de vida: Índice de Desenvolvimento Humano – IDH. Questionário WHOQOL-100/bref. Instrumentos para a medição da qualidade de vida IDH Um dos instrumentos mais tradicionais e usados para a avaliação em grandes populações (países). Visão global de um país, utilizando parâmetros como saúde, distribuição de renda e educação. Não consegue captar as questões subjetivas do indivíduo ou população (felicidade, tristeza, participação na sociedade etc.). “O conceito de desenvolvimento humano também faz parte do pressuposto de que para aferir o avanço na qualidade de vida de uma população é preciso ir além do viés puramente econômico e considerar outras características [...]” (PNUD, 2016). Instrumentos para a medição da qualidade de vida IDH Como dito anteriormente, ele é formado por três pilares: 1. Saúde – uma vida longa e saudável > medida pela expectativa de vida. 2. Educação – acesso ao conhecimento. Média de educação dos adultos que é avaliada pela média de anos estudados durante a vida, após os 25 anos. Expectativa de anos de escolaridade para crianças na idade de iniciar a vida escolar. 3. Renda – padrão de vida > avaliada pela renda nacional bruta per capita, que é expressa em poder de paridade de compra. Instrumentos para a medição da qualidade de vida IDH A classificação para se determinar se um local apresenta um alto ou baixo desenvolvimento humano varia de 0 a 1. Quanto mais próximo do 1, maior o desenvolvimento humano. 0 a 0,550: desenvolvimento humano baixo. 0,550 a 0,699: desenvolvimento humano médio. 0,700 a 0,799: desenvolvimento humano alto. 0,800 a 1: desenvolvimento humano elevado. Instrumentos para a medição da qualidade de vida WHOQOL – 100 Década de 1990 – criação de muitos instrumentos para mensurar a qualidade de vida, porém replicá-los em diferentes culturas era complexo. O grupo de estudos em qualidade de vida (WHOQOL), da OMS, desenvolveu o WHOQOL – 100. Contendo 100 itens, divididos em 6 domínios e 24 facetas. O instrumento utiliza uma escala de respostas do tipo Likert. Três aspectos fundamentais: 1. Subjetividade. 2. Multidimensionalidade. 3. Presença de dimensões positivas e negativas. Instrumentos para a medição da qualidade de vida Domínio I – físico 1. Dor e desconforto. 2. Energia e fadiga. 3. Sono e repouso. Domínio II – psicológico 4. Sentimento positivo. 5. Pensar, aprender, memória e concentração. 6. Autoestima. 7. Imagem e aparência corporal. 8. Sentimentos negativos. Instrumentos para a medição da qualidade de vida Domínio III – nível de dependência 9. Mobilidade. 10. Atividade da vida cotidiana. 11. Dependência de medicamentos ou tratamento. 12. Capacidade. Domínio IV – relações sociais 13. Relações pessoais. 14. Apoio social. 15. Atividade sexual. Instrumentos para a medição da qualidade de vida Domínio V – ambiental 16. Segurança física e proteção. 17. Ambiente no lar. 18. Recursos financeiros. 19. Cuidados de saúde e sociais: disponibilidade e qualidade. 20. Oportunidade de adquirir novas informações e habilidades. 21. Participação e oportunidades de recreação e lazer. 22. Ambiente físico. 23. Transportes. Domínio VI – aspectos espirituais/religião/crenças pessoais 24. Espiritualidade/religião/crenças pessoais. Instrumentos para a medição da qualidade de vida Para a construção e a testagem desses instrumentos foram utilizados 15 diferentes centros urbanos, em 5 continentes distintos. Tentativa de amenizar ou diminuir as diferenças criadas pelos aspectos culturais. Tentando traduzir uma realidade única. Escala de intensidade (nada -1 a exatamente -5). Escala de frequência (nada -1 a sempre -5). Escala de avaliação (muito satisfeito/ruim -1 a muito satisfeito/boa -5). Instrumentos para a medição da qualidade de vida Devido ao fato de ser longo, apresentando 100 questões, foi criada uma versão reduzida, o WHOQOL-bref. Composto por 26 questões, sendo 2 aspectos gerais e 24 específicos das facetas do instrumento original. Composto por 4 domínios: físico, psicológico, relações sociais e meio ambiente. Esse instrumento preserva a abrangência da qualidade de vida e é uma alternativa para a aplicação quando se tem restrições de tempo. Instrumentos para a medição da qualidade de vida Domínio I – físico 1. Dor e desconforto. 2. Energia e fadiga. 3. Sono e repouso. 9. Mobilidade. 10. Atividade da vida cotidiana. 11. Dependência de medicamentos e/ou de tratamentos. 12. Capacidade de trabalho. Instrumentos para a medição da qualidade de vida Domínio II – psicológico 4. Sentimento positivo. 5. Pensar, aprender, memória e concentração. 6. Autoestima. 7. Imagem e aparência corporal. 8. Sentimentos negativos. 24. Espiritualidade/religião/crenças pessoais. Domínio III – relações sociais 13. Relações pessoais. 14. Apoio social. 15. Atividade sexual. Instrumentos para a medição da qualidade de vida Domínio IV – meio ambiente 16. Segurança física e proteção. 17. Ambiente no lar. 18. Recursos financeiros. 19. Cuidados de saúde e sociais: disponibilidade e qualidade. 20. Oportunidade de adquirir novas informações e habilidade. Instrumentos para a medição da qualidade de vida Durante os anos 1990, ocorreu um crescimento de instrumentos, objetivando mensurar a qualidade de vida e seus componentes. O WHOQOL group, um grupo de estudos e pesquisa em qualidade de vida da Organização Mundial da Saúde, em um trabalho colaborativo multicêntrico, desenvolveu o WHOQOL-100, um instrumento de qualidade de vida composto por 100 itens. Posteriormente, foi criado o WHOQOL-bref, compostopor 26 questões. Sobre estes instrumentos, assinale a alternativa incorreta: a) Com a versão abreviada, é preservada a abrangência da qualidade de vida, além de ser uma alternativa de grande utilidade para as situações em que a aplicação da versão original se torna difícil em virtude da restrição de tempo. b) O instrumento utiliza uma escala de respostas do tipo Likert. Interatividade c) A construção desse instrumento ocorreu em quatro estágios, que vão desde a tentativa da construção de um conceito ou um consenso para a qualidade de vida por experts da área, passando pela confecção de um instrumento piloto, até a testagem em campo. d) O WHOQOL-100 é um instrumento de qualidade de vida composto por 100 itens, divididos em 4 domínios e 24 facetas. e) A ideia de utilizar uma diversidade cultural na construção desse instrumento mundial é, a partir dessas realidades diferentes, tentar, ao máximo, reduzir as interferências culturais. Interatividade Durante os anos 1990, ocorreu um crescimento de instrumentos, objetivando mensurar a qualidade de vida e seus componentes. O WHOQOL group, um grupo de estudos e pesquisa em qualidade de vida da Organização Mundial da Saúde, em um trabalho colaborativo multicêntrico, desenvolveu o WHOQOL-100, um instrumento de qualidade de vida composto por 100 itens. Posteriormente, foi criado o WHOQOL-bref, composto por 26 questões. Sobre estes instrumentos, assinale a alternativa incorreta: d) O WHOQOL-100 é um instrumento de qualidade de vida composto por 100 itens, divididos em 4 domínios e 24 facetas. Resposta Qual é a relação existente entre a qualidade de vida e a corporeidade? Corporeidade na sociedade ocidental: Dicotomia entre corpo e mente – cartesianismo de Descartes. Dinâmica entre o sujeito e o mundo – Foucault e Merleau-Ponty. Qualidade de vida apresenta um caráter abrangente, multidisciplinar, não podendo ser refletido com somente dados estatísticos. Qualidade de vida e corporeidade Tanto a qualidade de vida como a corporeidade têm como objetivo a transformação do sujeito, por meio do corpo que está inserido em uma cultura. Corporeidade e qualidade de vida não são concepções abstratas. Cada indivíduo constrói essas concepções em todos os momentos de sua existência. Trazendo o conceito de corpo ativo – um corpo que percebe e concebe o mundo e outros corpos na tentativa de reaprender a viver em sociedade. Qualidade de vida e corporeidade A esfera de percepção subjetiva está estreitamente ligada às experiências do corpo no mundo em que ele vive. Para que essas experiências sejam transformadoras, é necessária uma educação, não somente a intelectual, mas também de sua sensibilidade e imaginação. A qualidade de vida é um processo que deve ser incorporado pelo sujeito, por meio de sua corporeidade que tenta entender o homem em seu sentido mais amplo, relacionando-o com a história e a cultura. Qualidade de vida e corporeidade Na sociedade atual, a noção de qualidade de vida está atrelada a: Bens e sonhos de consumo: Estéticos. Materiais. Isso acaba por afastar o sentido de ligação entre a qualidade de vida e a corporeidade. A incorporação da qualidade de vida requer uma mudança no estilo de vida, tendo uma vida sem sofrimento, com felicidade e sem dor, convívio social harmônico, sem conflitos e com igualdade de oportunidades. Qualidade de vida e corporeidade Essa qualidade incorporada traz o conceito de corpo ativo. Corporeidade vivida – um entendimento do sujeito a respeito do mundo, dos outros e de si mesmo. Pretensão de ver o que os seres que integram o mundo tentam lhe mostrar. Busca uma qualidade de vida e tenta compreender a realidade. Necessita de uma reflexão para incorporar suas características, aprender sobre diversas perspectivas e, assim, promover um desenvolvimento de suas habilidades. Qualidade de vida e corporeidade Para que aconteça esse desenvolvimento, é necessário construir uma educação. O ambiente e o estilo de vida influenciam a vida. A vida deve estar centrada em uma seguridade para a manutenção da saúde. Trazendo protagonismo social. Processo de aprendizagem pelo corpo. Qualidade de vida e corporeidade Corporeidade Qualidade de vida Transcendência Não existe um caminho ou uma receita. Desafio de reflexão – conhecimento multidimensional. Trabalho de maneira ativa. O conhecimento adquirido deve apresentar um contexto global, multidimensional e complexo. Formas verdadeiras de desenvolvimento humano. Compreender o ser humano. Qualidade de vida e corporeidade Uma corporeidade plena irá refletir na qualidade de vida e vice-versa. Transformar a intencionalidade em ações de cidadania com o intuito de transformar uma sociedade democrática. Necessário viver e conviver com a diversidade de espécies dentro do próprio mundo. Proteção ambiental. Prática de atividades físicas – prevenção e tratamento de doenças, melhorias nos estados físicos e emocionais do indivíduo. Qualidade de vida e corporeidade A corporeidade e as áreas do movimento se relacionam à medida que: a) Haja intencionalidade do movimento humano. b) Viram produtos da sociedade capitalista. c) São relacionadas com a educação física escolar. d) Fazem parte da formação profissional. e) Se referem ao indivíduo como reprodutor da cultura vigente. Interatividade A corporeidade e as áreas do movimento se relacionam à medida que: a) Haja intencionalidade do movimento humano. b) Viram produtos da sociedade capitalista. c) São relacionadas com a educação física escolar. d) Fazem parte da formação profissional. e) Se referem ao indivíduo como reprodutor da cultura vigente. Resposta A Educação Física/Fisioterapia e a qualidade de vida sempre tiveram e sempre terão uma relação bem estreita. Nos últimos anos, aumentou o interesse pela adesão ou aderência pela prática de atividades físicas regulares. A cultura que o sujeito está inserido irá determinar como será a relação entre a atividade física e a qualidade de vida. Atividade física = saúde. Saúde – resultante social da construção coletiva dos padrões de confortos e tolerância que determinada sociedade estabelece. Qualidade de vida Saúde e doença não estão relacionadas somente a um único aspecto. Acesso a bens relacionados aos serviços de saúde pode ser dividido em duas abordagens: Prevenção em saúde: encorajamento da associação direta e predominante da relação entre os hábitos do sujeito e a sua condição de saúde. Promoção da saúde: união de interesses em promover a saúde em diversas esferas da sociedade. Saúde apresenta um sentido amplo e não somente o estado de não estar doente. Qualidade de vida Na sociedade atual, para a atividade física, é atribuída uma colocação privilegiada, com o objetivo de conquistar uma situação de melhor saúde. Atividade física está relacionada ao movimento humano, realizado pelo próprio corpo e seus componentes, gerando um gasto energético. É colocado que a atividade física está conectada à saúde, gerando, assim, um modelo de saúde e boa forma. Porém, não é bem assim... Qualidade de vida A atividade física apresenta um composto de variáveis e opções existentes. Influencia o bem-estar do indivíduo. Continuidade ou manutenção da saúde. É necessário ter algumas premissas de que a prática dessa atividade está de acordo com as características e as expectativas do indivíduo. Estilos de atividade física com objetivos diferentes com o passar dos anos. Qualidade de vida A adesão à atividade física sistematizada não pode ser por modismo ou por imposição de algum sistema. O uso da tecnologia como aliada. Como fazer isso? Necessária uma reflexão de como isso interfere na qualidade de vida e na saúde. A aptidão física é uma variável à prática da atividade física: Pode ser melhorada, aperfeiçoandoa performance. Auxiliar na prevenção de doenças e na maior disposição. Qualidade de vida Na atividade física, com objetivos de saúde, deve-se considerar as seguintes características: Do sujeito. Aptidão física. Sentido da prática. Objetivo da prática. Papel importante do profissional: Desenvolvimento da autonomia do sujeito. Tem que ser crítico aos modismos. Moral e ético. Qualidade de vida O esporte é uma das atividades dentre as muitas disponíveis. O esporte tem função para a vida do homem em sociedade. O esporte é uma manifestação cultural, que passou por diversas épocas, refletindo as características da sociedade. Influências mercadológicas e da mídia. O esporte apresenta diversas facetas. Qualidade de vida A prática de esporte propõe um relacionamento interpessoal que transfere significado importante para a sociedade contemporânea. O esporte possui as seguintes dimensões: I. Papel histórico, sua racionalização e a ligação com os capitais simbólicos, artísticos e de poder. II. Dimensões científicas. III. Ligação com a industrialização e a profissionalização. IV. Mídias, políticas públicas, preconceitos e violência. V. Transmissão de valores integrados às ações culturais de um grupo social. Qualidade de vida Manifestações do esporte no Brasil (1998): Esporte-educacional. Esporte-participação. Esporte-rendimento. Esporte-formação. O esporte e a saúde ainda têm um longo caminho para ser percorrido, para se conseguir estabelecer uma relação entre ambos. Doping, lesões, segregação política (valores). Fair play, esporte paralímpico, valores positivos. Qualidade de vida Sobre o termo “qualidade de vida”, é incorreto afirmar: a) O termo qualidade de vida tem sido utilizado desde os anos 60, principalmente como força política. b) O universo relacionado à qualidade de vida se manifesta em diferentes áreas, ou seja, apresenta uma abordagem multidisciplinar. c) Qualidade de vida é um pressuposto totalmente humano e está relacionado ao grau de satisfação que é encontrado nos contextos da vida familiar, social, amorosa, a própria estética e o ambiente em que se está inserido. d) Qualidade de vida deve ser mensurada a partir de dados estatísticos, pois são esses dados, somente, que nos dão com toda certeza os resultados da qualidade de vida de um determinado grupo. e) A compreensão sobre a qualidade de vida remete a inúmeras variáveis do conhecimento humano, biológico, médico, social, econômico, político, entre outros, e assim uma inter-relação deles. Interatividade Sobre o termo “qualidade de vida”, é incorreto afirmar: a) O termo qualidade de vida tem sido utilizado desde os anos 60, principalmente como força política. b) O universo relacionado à qualidade de vida se manifesta em diferentes áreas, ou seja, apresenta uma abordagem multidisciplinar. c) Qualidade de vida é um pressuposto totalmente humano e está relacionado ao grau de satisfação que é encontrado nos contextos da vida familiar, social, amorosa, a própria estética e o ambiente em que se está inserido. d) Qualidade de vida deve ser mensurada a partir de dados estatísticos, pois são esses dados, somente, que nos dão com toda certeza os resultados da qualidade de vida de um determinado grupo. e) A compreensão sobre a qualidade de vida remete a inúmeras variáveis do conhecimento humano, biológico, médico, social, econômico, político, entre outros, e assim uma inter-relação deles. Resposta PNUD. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. Relatório anual, 2016. WHOQOL group, The. The World Health Organization quality of life assessment (WHOQOL): position paper from the World Health Organization. Soc. Sci. Med. 1995; 41: p. 1403-1410. Referências bibliográficas ATÉ A PRÓXIMA! Slides de Aula – Unidade I Slides de Aula – Unidade II
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