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Resumo P R O D U Ç Ã O : V I T O R D A N T A S P R O D U T O R V E R I F I C A D O D O P A S S E I D I R E T O Antipsicóticos – FARMACOLOGIA ANTIPSICÓTICOS Os fármacos antipsicóticos (também denominados fármacos neurolépticos ou tranquilizantes maiores). O uso de medicação antipsicótica envolve o difícil limite entre o benefício de aliviar os sintomas psicóticos e o risco de uma ampla variedade de efeitos adversos perturbadores. Os antipsicóticos não são curativos e não eliminam o transtorno crônico do pensamento, mas com frequência diminuem a intensidade das alucinações e ilusões, permitindo que a pessoa com esquizofrenia conviva em um ambiente de apoio. ▪ Indicações Clínicas Esquizofrenia Episódios de mania Depressões psicóticas Comportamento de violência impulsiva Distúrbios de comportamento no Parkinson e Alzheimer Obs.: São medicamentos controlados e o paciente para adquirir o fármaco precisa da receita (que fica retida na farmácia). Com essa receita, os medicamentos obtidos podem durar até 60 dias. ESQUIZOFRENIA A esquizofrenia é um tipo de psicose crônica caracterizada por ilusões, alucinações (com frequência, na forma de vozes) e transtornos de fala ou pensamento. EPIDEMIOLOGIA A esquizofrenia afeta 1% da população mundial e é uma das dez doenças que mais incapacitam os indivíduos afetados. Atinge mulheres e homens em taxas similares, no entanto, a doença tem início mais precoce em homens – dos 20 aos 25 anos – e mais tarde em mulheres – dos 25 aos 30 anos, aproximadamente. QUADRO CLÍNICO ▪ Sintomas positivos Delírios Alucinações Alterações do pensamento Comportamento anormal, desorganizado Catatonia ▪ Sintomas negativos Retraimento social Anedonia Pensamentos negativos ETIOLOGIA A esquizofrenia tem forte componente genético e provavelmente reflete alguma anormalidade bioquímica fundamental, possivelmente uma disfunção das vias neuronais dopaminérgicas mesolímbicas ou mesocorticais. FISIOPATOLOGIA A teoria dopaminérgica diz que a patologia é resultando de uma combinação da hiperfunção dopamina e hipofunção dos glutamatos no sistema neural. Além disso, ocorre envolvimento dos receptores serotoninérgicos – 5HT2. Alterações na via mesolímbica a hiperfunção (receptor D2) está associada a sintomas positivos, enquanto os sintomas negativos estão associados a alterações (hipofunção) na via mesocortical (receptor D1). Obs.: Para sintomas positivos são indicados fármacos que redizem a atividade dopaminérgica na via mesolímbica e já para sintomas negativos é interessante aumentar a transmissão dopaminérgica na via mesocortical. FÁRMACOS ANTIPSICÓTICOS Os antipsicóticos são divididos em primeira e segunda gerações. Os de primeira geração são mais antigos e podem ser chamados de tradicionais ou típicos. Já os de segunda geração, são mais recentes, mais utilizados e podem ser chamados de atípicos. – FARMACOLOGIA TÍPICOS, TRADICIONAIS OU DE 1° GERAÇÃO ▪ Representantes Clorpromazina, Tioridazina, Flufenazina Haloperidol, Loxapina. ▪ Mecanismo de ação São inibidores competitivos em vários receptores, mas seus efeitos antipsicóticos refletem o bloqueio competitivo (antagonistas) dos receptores D2 da dopamina. ▪ Efeitos clínicos Eficazes no combate dos sintomas positivos (alucinações e delírios). ▪ Efeitos colaterais extrapiramidais Tremores, rigidez muscular, inquietação psicomotora e parkinsonismo (devido a baixa de dopamina estimulada pelo antagonismo do fármaco). ▪ Dentre os antipsicóticos tradicionais: Clorpromazina – Tratamento no surto Haloperidol – Tratamento de manutenção (profilático) Obs.: Esses fármacos podem ainda ser classificados quanto a sua estrutura molecular – fenotiazinas e butirofenonas. CLORPROMAZINA ▪ Nomes comerciais Amplictil®, Clopsina®, Clorpromaz®, Longactil®. ▪ Apresentações Cpr de 25 e 100 mg; amp de 5 mL com 25 mg; fr de 20 mL (1 gt = 1 mg). ▪ Usos Esquizofrenia, mania com psicose, depressão com psicose, psicoses na infância, agitação em pacientes com retardo mental, náuseas e vômitos, soluços, porfiria aguda intermitente. Obs.: deve ser usado com cuidado em idosos devido ao seu efeito anticolinérgicos. HALOPERIDOL ▪ Apresentações Cpr de 1 ou 5 mg; fr de 20 mL para sol oral com 2 mg/mL. ▪ Nomes comerciais Haldol®, Halo®, Nilperidol® (associado com fentanil), Perladol®, Uni Haloper®. Haloperidol decanoato: Decan Haloper®, Haldol Decanoato®, Halo Decanoato®. → Baixo custo ▪ Usos Esquizofrenia, mania com psicose, problemas de comportamento graves na infância, agitação em pacientes com demência ou outros transtornos mentais orgânicos, transtorno de Tourette, transtorno esquizoafetivo. Obs.: mais indicados para idosos e grávidas, devido aos menores efeitos colaterais. ATÍPICOS OU DE 2° GERAÇÃO ▪ Representantes Clozapina, Aripiprazol, Asenapina, Iloperidona, Lurasidona Olanzapina, Quetiapina. ▪ Mecanismo de ação Antagonismo da dopamina: Todos os antipsicóticos de primeira e a maioria dos de segunda geração bloqueiam os receptores D2 da dopamina no cérebro e na periferia. Atividade bloqueadora do receptor de serotonina: A maioria dos fármacos de segunda geração parece exercer parte da sua ação singular pela inibição de receptores de serotonina, em particular 5-HT2A – esses receptores modulam a liberação de dopamina. ▪ Efeitos clínicos Eficazes no combate dos sintomas positivos e negativos. Obs.: são os fármacos mais utilizados na prática, representando a 1° escolha. CLOZAPINA ▪ Nomes comerciais Leponex® ▪ Apresentações Cpr de 25 e 100 mg. ▪ Usos Esquizofrenia refratária, pacientes intolerantes aos efeitos extrapiramidais provocados por outros antipsicóticos, pacientes psicóticos com tumores prolactino-dependentes, discinesia tardia, amenorreia por aumento de prolactina induzido por antipsicóticos. Obs.: não são indicados para crianças menores que 16 anos e a função hepática deve ser avaliada anteriormente. FUMARATO DE QUETIAPINA ▪ Nome comercial Seroquel® ▪ Apresentações Cpr de 25,100, 200 e 300 mg ▪ Usos Esquizofrenia, episódios maníacos e depressivos associados ao transtorno afetivo bipolar. Obs.: geralmente associado aos ISRS. Deve-se tomar cuidado com a interação dos BZDs. – FARMACOLOGIA USOS CLÍNICOS DOS ANTIPSICÓTICOS ▪ Tratamento da esquizofrenia Os antipsicóticos são considerados os único antipsicóticos farmacológico eficaz contra a esquizofrenia. Primeira geração são mais eficazes em tratar os sintomas positivos da esquizofrenia. Os antipsicóticos atípicos podem ser eficazes em vários pacientes resistentes aos fármacos tradicionais, em especial no combate aos sintomas negativos da esquizofrenia. ▪ Prevenção de náusea e êmese Os antipsicóticos antigos (mais comumente a proclorperazina) são úteis no tratamento da náusea causada por fármacos. Nesse caso pode ser utilizado por exemplo a Clorpromazina. ▪ Outros usos Os antipsicóticos podem ser usados como tranquilizantes para lidar com o comportamento agitado e inconveniente secundário a outros transtornos. EFEITOS ADVERSOS DOS ANTIPSICÓTICOS Efeitos adversos de antipsicóticos ocorrem em praticamente todos os pacientes e são significativos em cerca de 80%. Isso ocorre pois os antipsicóticos bloqueiam os receptores dopaminérgicos e serotoninérgicos, bem como os adrenérgicos, colinérgicos e histamínicos. FONTES Aula do Prof. André Cruz Livro: Farmacologia Ilustrada
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