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Educação,Sexualidade e Gênero
Aula 10: Conscientizando para os perigos da internet
Apresentação
Nesta aula, abordaremos a temática envolvendo a internet e os perigos que a cercam. Re�etiremos sobre o papel da
família e da escola no combate aos discursos de ódio e ao preconceito, que se escondem por trás de uma suposta
liberdade de expressão. Compreenderemos a diferença entre exploração e abuso sexual de crianças e adolescentes.
Conheceremos algumas leis que buscam garantir a proteção contra a violência na internet.
Objetivos
Discutir a questão da violência de gênero, destacando a necessidade de conscientização para os perigos da internet;
Descrever o problema da exposição no mundo virtual;
Estabelecer o que signi�ca cyberbullying e a lei 12.737/2012, que altera o Código Penal, tipi�cando os crimes
cibernéticos no Brasil.
Violência de gênero e os perigos da internet
A violência de gênero pode ser entendida como uma relação marcada pela desigualdade de poder, baseada em uma lógica
machista, que afeta mulheres e outros indivíduos que são percebidos como fora dos padrões normativos do que é ser homem.
Esse tipo de violência é, antes de tudo, uma questão de valores culturais
hierárquicos de gênero produzidos socialmente, banalizados, muitas vezes,
através de piadas, de letras de música, da internet e da mídia em geral.
 Fonte: Unsplash | Por: @tchickmcclure.
Os debates a respeito da violência de gênero tiveram origem
na década de 1980. O ponto de partida foram os estudos
feministas que pretendiam dar maior visibilidade à violência
sofrida pelas mulheres e combatê-la.
Também desde os anos 1980, a violência contra
homossexuais passou a ser um tema central para o
ativismo. Denúncias de agressões e discriminações
motivadas pela orientação sexual ou sexualidade tornaram-
se um marco de grande importância para a trajetória do
movimento homossexual brasileiro. Hoje, paralelamente ao
conceito de homofobia, o termo transfobia busca ampliar o
olhar da sociedade sobre a violência, envolvendo gênero e
diversidade sexual.
Tudo leva a crer que tanta visibilidade e discussões provocaram uma diminuição dos casos de violência de gênero, mas não é
bem isso que acontece. A internet tem sido palco para grotescas violações da intimidade sexual e mesmo de violência, que
consideram que não basta apenas praticar o ato de violência, é preciso divulgar na mídia, compartilhando com expectadores
anônimos a punição ao mais fraco e ao diferente na sociedade brasileira.
É comum que a intolerância se multiplique e seja aplaudida
ou incentivada por programas de entretenimento em que
repórteres, apresentadores e até líderes religiosos incitam,
pelo rádio, internet e televisão, diversas formas de
preconceitos e discriminações, utilizando indevidamente as
religiões e a interpretação de supostos mandamentos
divinos.
 Fonte: Unsplash | Por: @mrs80z.
A liberdade de utilização do ciberespaço e a sensação de poder experimentados neste palco sem limites atrai usuários que,
protegidos por um suposto anonimato, expressam posicionamentos estimulados por grupos conservadores e radicais.
Atenção
Discutir esses temas dentro e fora das escolas das escolas é importante para evitar que este fenômeno se torne cada vez mais
presente, fazendo novas vítimas, apesar das leis existentes e da luta de movimentos sociais.
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
O problema da exposição no mundo virtual
É cada vez mais difícil encontrar alguém que não possua um per�l no Facebook, Instagram ou Twitter. São vários os motivos
que levam o sujeito a se expor nas redes sociais. No entanto, o excesso de exposição pode ser visto como um dos sintomas de
uma sociedade cada vez mais conectada. Basta um clique para estarmos interligados a diferentes espaços e culturas. A
di�culdade está em separar o joio do trigo, a exposição positiva da exposição negativa que ultrapassa os limites do bom senso.
O perigo aumenta quando há crianças e adolescentes envolvidos nessa exposição. Tanto positiva quanto negativamente, o uso
excessivo das redes sociais tem sido associado a re�exos diretos e indiretos no comportamento das crianças ou mesmo em
seu desenvolvimento.
 Fonte: Unsplash | Por: @punttim
É importante que a família esteja atenta e faça a mediação do uso da internet através do diálogo, orientação ou discussão
crítica com a criança sobre o conteúdo que está sendo utilizado.
Vídeo Webaula
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Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990
A Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, dispõe sobre a proteção integral à criança e ao adolescente, a�rmando que é dever da
família, da comunidade, da sociedade e do poder público assegurar os direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à
educação, ao esporte, ao lazer, à pro�ssionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e
comunitária.
Destaca, ainda, que nenhuma criança ou adolescente deverá ser objeto de qualquer forma de negligência, discriminação,
exploração, violência, crueldade e opressão, sendo dever de todos zelar pela dignidade da criança e do adolescente,
defendendo-os de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor.
A Lei nº 11.829 altera a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente, para aprimorar o combate à
produção, à venda e à distribuição de pornogra�a infantil, bem como criminalizar a aquisição e a posse de tal material e outras
condutas relacionadas à pedo�lia na internet.
Lei nº 11.829, de 25 de novembro de 2008
As alterações realizadas no ECA implicam penalizar com quatro a oito anos de reclusão e multa quem produzir, reproduzir,
dirigir, fotografar, �lmar ou registrar, por qualquer meio, cena de sexo explícito ou pornográ�ca, envolvendo criança ou
adolescente.
Também está sujeito à mesma pena quem agencia, facilita, recruta, coage, ou, de qualquer modo, intermedeia a participação de
criança ou adolescente neste tipo de cenas, ou ainda quem com contracena.
É abuso sexual:
Fotografar ou �lmar crianças e adolescentes nus, em posturas eróticas.
Realizar telefonemas de conteúdo obscenos para crianças ou adolescentes.
Tocar ou acariciar os órgãos genitais de uma criança.
Ter relação sexual oral, anal ou genital com uma criança.
 Atendimento psicológico | Fonte: BlurryMe / Shutterstock
A Lei prevê, no artigo 241, que quem vender ou expor à venda fotogra�a, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo
explícito ou pornográ�ca com criança ou adolescente também será punido com reclusão, de quatro a oito anos, além de multa.
O mesmo artigo especi�ca que oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar ou divulgar por qualquer meio,
inclusive por meio de sistema de informática ou telemático, fotogra�a, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo
explícito ou pornográ�ca envolvendo criança ou adolescente receberá pena de reclusão, de três a seis anos, e multa.
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Para quem adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotogra�a,
vídeo ou outra forma de registro que contenha cena de sexo explícito ou
pornográ�ca com criança ou adolescente a pena é de um a quatro anos e
multa.
Também está sujeito à reclusão de 1 a 3 anos e multa quem simular a participação de criança ou adolescente em cena de sexo
explícito ou pornográ�ca por meio de adulteração, montagem ou modi�cação de fotogra�a, vídeo ou qualquer outra forma de
representação visual; e/ou aliciar, assediar, instigar ou constranger, por qualquer meio de comunicação, criança, com o �m de
com ela praticar ato libidinoso.
Saiba mais
Para saber como o código penal classi�ca o ato libidinoso, visite o portal do MEC.
O artigo241 Lei nº 11.829, de 25 de novembro de 2008, de�ne que é crime de pornogra�a ou sexo explícito qualquer situação
que envolva criança ou adolescente em atividades sexuais explícitas, reais ou simuladas, ou exibição dos órgãos genitais de
uma criança ou adolescente para �ns primordialmente sexuais.
Você sabe a diferença entre exploração sexual e abuso sexual?
Exploração sexual
Acontece quando crianças são induzidas a
manter relações sexuais com adultos ou
adolescentes mais velhos, quando são
usadas para a produção de material
pornográ�co ou levadas para outras
cidades, estados e países com �ns
sexuais.
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Abuso sexual
É um ato praticado por um adulto, que usa
uma criança ou adolescente para
satisfazer seu desejo sexual. De um modo
geral, o (a) abusador (a) utiliza violência
física, ameaças ou, em alguns casos, se
utiliza de presentes ou dinheiro para
convencer crianças ou adolescentes a
participarem dessa prática.
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Lei dos crimes cibernéticos (lei 12.737/2012)
Infelizmente, os crimes cibernéticos atingem uma gama muito grande de vítimas independentemente da idade. Como
a�rmamos anteriormente, na maioria das vezes, as vítimas são mulheres, crianças e adolescentes.
A Lei 12.737/2012, sancionada em 30 de novembro de 2012 pela ex-presidente Dilma Rousseff, promoveu alterações no
Código Penal Brasileiro, tipi�cando os chamados delitos ou crimes informáticos. Conhecida como Lei Carolina Dieckmann, esta
lei tipi�ca atos como invadir computadores (hacking), roubar senhas, violar dados de usuários e divulgar informações privadas
(fotos, mensagens etc.).
 Fonte: Pixabay | Por: B_A.
A atriz, em maio de 2012, teve 36 fotos em situação íntima e conversas copiadas de seu computador pessoal, que acabaram
divulgadas na Internet sem autorização. Apesar de ganhar espaço na mídia com o caso da atriz, o texto já era reivindicado pelo
sistema �nanceiro diante do grande volume de golpes e roubos de senhas pela internet.
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Saiba mais
Você sabe o que é pornogra�a de vingança?
É um tipo de violência que envolve divulgação/exposição não autorizada, geralmente pela internet, de conteúdos íntimos
contendo nudez ou sexo de mulheres, na maioria das vezes, com intuito difamatório. Quer saber mais sobre o assunto, leia os
artigos:
Ih, vazou!: pensando gênero, sexualidade, violência e internet nos debates sobre pornogra�a de vingança;
Protegendo a intimidade: a tutela reparatória nos casos de pornogra�a da vingança no ciberespaço.
Discursos de ódio no ciberespaço
Antes de mais nada, é importante compreender o que chamamos de discurso de ódio. Essa expressão é derivada da tradução
da expressão inglesa hate speech, que, por sua vez, tem origem na expressão hate crime, que indica crimes motivados pelo fato
da vítima pertencer a um certo grupo social, por exemplo, gays/lésbicas.
O fato é que não há impedimento legal para o ato de odiar nem para as manifestações exteriores de ódio na maioria dos casos,
sendo precisamente uma das categorias de expressão que mais requerem a proteção da liberdade de expressão. No entanto,
este sentimento de natureza privada não pode resultar em ações concretas de dano para os demais.
O espaço da internet pode ser delimitado pela esfera privada de amigos ou parceiros virtuais, portanto, privado, mas também
de caráter público. As pessoas se respaldam na liberdade de expressão para expor suas ideias e opiniões, transformando a
internet em uma rede que tanto é catalizadora de liberdade e criação quanto espaço de violência, agressões e ódio, com efeitos
materiais efetivos na vida e nos direitos das pessoas.
 Fonte: Pixabay | Por: cocoparisienne.
São milhares de pessoas comunicando ódio e violência, de diferentes formas, através das redes sociais, interagindo entre si e
gerando, em muitos casos, uma indignação social considerável.
Video
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Antes de encerrar seus estudos, assista ao vídeo Liberdade de expressão e ódio na internet – vale tudo?
Atividade
1. A exploração sexual acontece quando crianças são induzidas a manter relações sexuais com adultos ou adolescentes mais
velhos, quando são usadas para a produção de material pornográ�co ou levadas para outras cidades, estados ou países com �ns
sexuais. O ato praticado por um adulto, independentemente do sexo, que usa uma criança ou adolescente para satisfazer seu
desejo sexual recebe o nome de:
a) Abuso sexual
b) Revolução sexual
c) Intimidação sexual
d) Satisfação sexual
e) Desejo sexual
2. Como é denominado o tipo de violência que envolve divulgação/exposição não autorizada, geralmente pela internet, de
conteúdos íntimos contendo nudez e/ou sexo, na maioria das vezes de mulheres, com intuito difamatório?
a) Pornografia infantil
b) Intimidação de vingança
c) Pornografia de vingança
d) Violência doméstica
e) Exposição midiática
3. Com a chegada e o crescimento acelerado da tecnologia, surgiu uma nova forma de intimidação, que ultrapassou o aspecto
físico presencial, uma forma dissimulada de bullying, em que as agressões são virtuais. Este tipo de violência recebe o nome de:
a) Megabullying
b) Cyberbullying
c) Notebullying
d) Telebullying
e) Interbullying
Notas
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Referências
BRASIL. Lei nº 12.965, de 23 abril de 2014. Disponível em: //www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-
2014/2014/lei/l12965.htm. Acesso em: 18 set. 2019.
CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede. 8. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2005.
MARTINS, Guilherme. Direito Privado e Internet. 1. ed. Rio de Janeiro: Atlas.
RONDINA, João Marcelo et al. Cyberbullying: o complexo bullying da Era Digital.
Rev. Saúde Digital Tecnologia e Educação. Fortaleza, CE, v. 1, n. 1, p. 20-41, jan./jul. 2016. Disponível em:
//www.periodicos.ufc.br/resdite/article/view/4682. Acesso em: 18 set. 2019.
SAFFIOTI, H. Gênero, patriarcado, violência. São Paulo: Fundação Perseu Abramo; 2004.
Explore mais
Sugestão de �lmes sobre as questões abordadas nesta aula:
Bullying virtual (Cyberbully): Uma adolescente ganha um computador de presente de aniversário e logo cria um per�l em
uma rede social. Tudo começa a dar errado a partir do momento em que seu irmão invade a sua conta e posta uma
mensagem difamatória sobre ela.
22 de julho - O longa-metragem retrata os atentados ocorridos, na Noruega, em 22 de julho de 2011, quando um jovem
cristão de extrema-direita cometeu dois atentados no país, ocasionando 77 mortes. A produção demonstra as graves
consequências que discursos de ódio, preconceitos e a intolerância à diversidade de pensamentos, racial e de modo de
vida podem gerar.
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