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1 @sarahmelissaofc Tecido Epitelial Definição: O epitélio neste caso é definido como epitélio de revestimento e caracteriza-se por ser de tipo contínuo, ou seja, forma uma bainha ininterrupta, na qual a quantidade de material extracelular é mínima porém os livros didáticos a determinam como ausente. Este epitélio é responsável pela cobertura das superfícies corpóreas sejam elas, externas ou internas e delimitam as cavidades do corpo. Os epitélios que são constituintes de glândulas e são denominados de epitélios glandulares a ser discorrido posteriormente. Observe que nas imagens esquemáticas não se observam a presença de espaços entre as células o que reforça a característica do epitélio de revestimento ser ininterrupto. Epitélio de revestimento: De acordo com a sua distribuição no organismo, o epitélio pode ser classificado em epiderme; mesotélio e endotélio. A Epiderme é um de três componentes que formam a pele que reveste a superfície corpórea do lado externo O Mesotélio é a camada que reveste as cavidade corpóreas como o tórax, o abdomem e o espaço em torno do coração, ainda nestas regiões recebem nomes mais específicos como Pleura na região torácica, peritônio em abdômen e pericárdio ao redor do coração. Ainda encontramos mesotélio na túnica albugínea de testículos e ovários. O endotélio é o revestimento interno dos vasos sanguíneos, está presente desde os grandes vasos até os menores como os capilares e vênulas. Devemos destacar que o endotélio ainda é responsável pela produção de várias substancias de caráter hormonal, com ação vasoconstritora e vasodilatadora bem como moduladores da homeostasia. Estes assuntos serão apresentados mais adiante no curso. Características; O epitélio é determinado por várias características que assim o definem, deste modo, quanto a: Celularidade pode se dizer que o tecido epitelial apresenta alta celularidade, ou seja, é formado por um numero alto de células. Neste caso compete detalhar-se que apesar da alta celularidade em números, a variação de tipos celulares em cada epitélio especificamente torna-se baixa, assim, o epitélio detém alta celularidade de células idênticas, conforme poderá ser melhor visto quando discutir-se o formato das células que o compõe. Quanto ao material extracelular, conforme dito anteriormente, o epitélio será composto por quantidades mínimas de material extracelular, de modo a permitir-se as funções celulares mas principalmente em manter-se a função tecidual de revestimento e isolamento entre os ambientes em ambos os lados deste epitélio. Quanto a vascularização, o epitélio é um tecido avascular, ou seja, não há vasos sanguíneos em sua composição. Lembre-se que quando mencionamos que a epiderme, que é um tipo de epitélio de revestimento, é um de 3 componentes da pele, mantemos a sua característica avascular, uma vez que outro componente da pele, será responsável por disponibilizar os vasos, e por isso, que as vezes quando cortamos a pele, pode-se observar sangramento ou não. Ainda que o epitélio seja avascular, ele é um tecido vivo, e para manter-se deste modo, a sua nutrição é realizada por diferença de gradiente por exemplo, ou seja, até onde chegam os vasos, estes distribuem oxigênio e nutrientes nesta área e por diferença de gradiente será disponibilizado para as células mais próximas e assim por diante até camadas mais distantes. Um pensamento logico, será de quanto maior a distância desta região vascular mais pobre será a manutenção da viabilidade celular, característica essa que 2 @sarahmelissaofc poderá ser melhor entendida em breve quando discutir-se os tipos epiteliais de revestimento. Como regras tem exceções, o epitélio da orelha é o único que apresenta estrias vasculares em sua composição. De mesmo modo que a vascularização, a inervação está ausente, no tecido epitelial. Ainda que tenhamos a capacidade de sentir alterações físicas ou seja, percepção de estímulos, como calor, frio, dor e pressão pela pele, essa inervação se dá pela presença da inervação em camadas mais inferiores e que se comunicam com as células da camada mais externa. O tecido epitelial apresenta alta taxa mitótica, ou seja, está em constante multiplicação/renovação de modo a manter- se a integridade da camada de modo a cumprir-se a sua função de isolamento. Deve-se ter noção que isolamento, não é sinônimo de falta de interação. Conforme já pudemos discutir acima, a nutrição e a inervação são operacionalizadas devido a estas interações. Estas interações celulares serão melhor entendidas quando discutir-se as especializações da membrana celular principalmente discutidas na disciplina de Biologia Celular. As uniões serão responsáveis por manter as células unidas entre si e com a sua base de apoio. Aos tipos de arranjos morfológicos de uniões conferimos a nomenclatura de especializações de membrana que estarão relacionadas aos domínios celulares – superior, laterais e inferior. Cada tipo de especialização de membrana será capaz de conferir as células, adesividade, passagem de substancias e manutenção da estrutura celular por exemplo.. Ainda relacionado aos complexos juncionais de membrana, encontraremos que o epitélio deve ser sustentando para manter o seu posicionamento, esta particularidade é obtida pela ação da membrana basal que manterá relação com as células pelo seu polo basal. Em microscopia de luz pode-se identificar essa camada abaixo das células epiteliais, contudo há a necessidade de empregar-se técnica de coloração especifica para a mesma, tal como a técnica do Ácido Periódico de Schiff (PAS). Devido a essas características já discorridas, pode-se determinar as funções exercidas pelo epitélio em proteção, secreção e transporte. A proteção exercida pelo epitélio evita que microorganismos residentes no organismo ou microorganismos oportunistas tenham acesso a camadas mais internas como nos casos de abrasões e injúrias. A secreção que ocorre no tecido epitelial está ligada a controles hormonais e enzimáticos, tanto os produzidos pelo próprio epitélio em regiões especificas como os vasos ou mesmo de hormônios produzidos por outras estruturas circundantes ou distantes. Outra secreção associada é a produção e liberação de muco que é exercida por células caliciformes associadas ao epitélio. O Transporte exercido pelo epitélio está ligado a toda a movimentação de produtos da absorção ou excreção como poderemos ver na digestão de alimentos exercido pelo sistema digestório e ou na ação do sistema urinário por exemplo. A movimentação realizada pelo tecido epitelial está associada a permeabilidade celular e aos seus complexos juncionais, deste modo além de substâncias necessárias para 3 @sarahmelissaofc o organismo, este controle da movimentação permite a passagem de agentes do sistema imune, permite a multiplicação de células e manutenção da estrutura epitelial. A sensibilidade do epitélio é o gerenciador da nossa conectividade com o nosso em torno através de nossos sentidos sensoriais, tais como, a detecção do gosto exercido pelas papilas gustativas na língua, a luminosidade identificada pela retina, a sonoridade pelos ouvidos e também dor e temperatura por exemplo. As células são o componente importante que exercerão a adesão célula a célula e assim determinar o arranjo tecidual. Assim, em uma célula podemos identificar superfícies especificas sendo estas a apical, a lateral e a basal. Para cada uma destas superfícies pode-se verificar que a membrana celular é capaz de especializar-se e assim, no domínio celular apical pode- se encontrar as microvilosidades, os cílios e os estereocílios. Para o domínio lateral encontramos as junções compactas, as junções aderentes, os desmossomos e as junções comunicantes. E para o domínio basal veremos a presença de hemidesmossomos Domínio Apical As especializações do domínio apical apresentam uma característica comum que é a de aumentar a superfíciecelular, e características próprias que determinam a especificidade e função de cada uma delas. Outra característica será a movimentação desta estrutura especializada e assim observaremos que elas podem ser imóveis ou móveis. O domínio apical de uma célula pode apresentar especializações como os: Microvilos que aumentam a superfície celular, são imóveis e não ramificam-se e apresentam o mesmo tamanho; Os cílios que são múltiplos e apresentam movimentação, quando são únicos são denominados de flagelos, Estereocílios que também aumentam a superfície celular contudo são imóveis e apresentam ramificações a partir do eixo principal e podem distribuir-se em ordem de tamanho como no caso das células ciliadas no ouvido interno. Nas imagens podem-se visualizar na ordem os três tipos de especialização demonstrados por microscopia de luz e eletrônica de varredura. Domínio Lateral As especializações do domínio lateral de uma célula serão responsáveis por duas características, a primeira em manter as células unidas entre si conferindo-lhes a justaposição e a segunda relacionada a comunicação entre estas células. Sendo assim, ao conjunto de estruturas especializadas da superfície lateral da células denominaremos de complexos juncionais. Deste modo temos,: Junções de Oclusão; Junções de Adesão e Junções comunicantes ou do tipo gap. Junções de Oclusão Quanto as junções de Oclusão temos as Zônulas ocludentes que caracterizam-se por serem impermeáveis e formam um barreira intercelular de difusão. Estas zonas ocludentes são responsáveis pela separação físico-química entre os meios externo e interno. Nas células epiteliais, as junções de oclusão atuam como um zíper. Além de uma adesão forte, as zonulas ocludentes carreiam outras funções, tais como, no intestino, impedem a difusão de moléculas no espaço intercelular entre os enterócitos, forçando a sua passagem pelo enterócito o que leva a um processo mais seletivo. A junção de oclusão mantem a polaridade celular pois forma uma barreira física, que previne a difusão lateral de moléculas de membrana, proteínas e lipídios. É uma barreira física para a difusão lateral de membrana plasmática. As junções de oclusão são formadas por mais de 40 tipos de proteínas. As proteínas transmembranas são as claudinas, a família de proteínas chamadas de ocludinas, e as moléculas de adesão juncional (JAM). As Claudinas são proteínas transmembranas reponsáveis pela adesão célula-a-célula e entre estes pontos de adesão, o espaço celular é de aproximadamente 1 nanometro o que permite a passagem de ions entre as células. Há 20 tipos de claudinas que formam passagens de diferentes tamanhos. As células tem a capacidade de determinar e regular a expressão dos tipos diferentes de claudinas. Dependendo do estado de adesão entre as celulas, essas interações moleculares pode desencadear sinalização que afetam a fisiologia celular. Junções de Adesão As junções de adesão também podem ser denominadas de junções de ancoragem. Este tipo é representado pelas zônulas de adesão e pelas máculas de adesão Em ambos os casos, as especialidades de membrana promovem a estabilidade mecânica das células em justaposição por interagirem com o citoesqueleto de ambas as células mantendo-se deste modo a integridade estrutural do epitélio. A diferença entre as pelas zônulas de adesão e as máculas de adesão está na posição que elas adotam ao longo da superfície lateral celular. Deve-se ter atenção que as zônulas de adesão distribuem-se na parede lateral na região mais próxima do domínio apical celular, formando assim, uma espécie de cinturão. Já as máculas de adesão distribuem-na ao longo das porções medianas e inferiores da superfície lateral e assim são representadas pelos desmossomos pois são pontos de ancoragem ao longo desta parede. As junções de adesão são compostas pelas proteínas da família das E- caderinas, que desenvolvem papel importante na adesão célula a célula e para a organização da barreira epitelial tal como pode ser visto nos intestinos. As junções de adesão controlam a permeabilidade celular por 4 @sarahmelissaofc meio de mecanismos de abertura e de fechamento. Também atua nos controles de proliferação celular, apoptose e desenvolve papel importante na angiogênese embrionária. Junções Comunicantes As junções comunicantes também denominadas de junções gap desempenham o controle da manutenção da homeostase celular promovendo comunicação entre as células do epitélio permitindo distribuição de nutrientes, oxigenação e na transmissão eletroquímica, permitindo-se assim a maior viabilidade celular e o desenvolvimento das funções de produção e secreção. As junções GAP permitem a troca de pequenas moléculas hidrofílicas como a glicose, a glutationa, o glutamato, a adenosina monofosfatase cíclica (cAMP), o ATP, IP3 (inositol trifosfato) e íons de cálcio, sódio e potássio. A permeabilidade das junções GAP dependem do diferentes tipos de conexinas que as compõem. As junções GAP são classificadas em heterotípicas ou homotípicas . Reporta-se como funções das junções GAP, a transmissão dos impulsos de excitação dos músculos cardíacos e músculos lisos e dos neurônios do SNC; a sinalização em tecidos avasculares ou não inervados, o controle do crescimento celular e da transformação oncogênica e regulação dos estágios iniciais do desenvolvimento. Quanto ao domínio basal, encontraremos os hemidesmossomos, que não são considerados do tipo junção celular pois não estão relacionados a ação entre célula-a-célula. Os hemidesmossomos, as adesões focais e as dobras basolaterais desempenham função de conectividade com a região de suporte das células epiteliais que é determinado pela membrana basal. Conforme já mencionada anteriormente nesta aula conceitual e na anterior, o tecido epitelial deve ser sustentado para manter-se em sua posição. Esta sustentação é conferida pela ação da Membrana Basal. A Membrana Basal é uma estrutura que relaciona-se com o domínio basal celular. Esta membrana é visível ao microscópio óptico de luz geralmente sob técnicas de coloração especifica para a sua identificação. A Membrana Basal é formada por 2 componentes. Cada um destes componentes não são visíveis ao microscópio óptico de luz, sendo possível a sua observação apenas utilizando-se o microscópio eletrônico de transmissão. Assim, a Membrana Basal poderá ser composta por Lamina Basal + Lamina Basal ou por Lamina Basal + Lamina Reticular. A lamina basal é sintetizada pelas células epiteliais e é composta por uma lamina lucida e uma lamina densa (estas características referem-se ao maior e menor poder de opacidade em microscopia eletrônica, que ja comentamos, como elétron-densidade e elétron-luminescencia). A lamina basal é formada por fibra colágeno do tipo IV em sua maioria porem encontram-se os tipos VII, XV e XVIII, além de laminadas, entactinas, proteoglicanos e fibronectinas. A lamina reticular é basicamente formada por colágeno tipo III sintetizados pelas células do tecido conjuntivo. Quando observamos a associação entre duas Laminas Basais geralmente observamos a interação entre epitélios que estão próximos porém que orientam-se em sentidos opostos, ou seja, os domínios celulares apicais estão direcionados cada um para um lado. Ao passo que quando observamos a associação entre a Lamina Basal e a Lamina Reticular, temos o epitélio apoiado sobre o tecido conjuntivo, assim a Lamina Basal relaciona-se com a célula enquanto que a Lamina Reticular associa-se as proteínas do tecido conjuntivo. A membrana basal tem a função de fornecer suporte ao tecido epitelial e separá-lo do tecido conjuntivo; também desenvolve papel nos processos de diferenciação celular por meio dos receptores de membrana que sinalizam efeitos em cascata capazes de transcrever fatores devido a participação dos mensageiros secundários, afetando a ativação de genes. Formato celular- Número de camadas O tecido epitelial de revestimentoé classificado pela forma de sua célula; pelo numero de camadas Quando falamos sobre a forma celular, teremos células do tipo pavimentosa, cuboidal, poligonal, colunar e células em domo Quando falamos de número de camadas, o epitélio de revestimento poderá admitir camada única e assim é chamado de simples ou várias camadas sendo denominado de estratificado sendo que há ainda uma terceira hipótese de arranjo denominado de pseudoestratificado. Para entendermos esta classificação, além da característica de camadas, levamos em conta outro aspecto nesta classificação que é a sua relação com a membrana basal já discutida anteriormente e que promove a sustentação do tecido epitelial. Assim, no tecido epitelial simples observamos que as todas as células desta camada estão apoiadas sobre a membrana basal, ao passo que no epitélio estratificado, apenas as células da camada mais baixa está apoiada sobre a membrana basal, ao passo que nas demais camadas, as células apoiam-se uma sobre as outras e não mais entram em contato com a membrana basal. Na próxima aula discutiremos mais intrinsecamente as particularidades de cada tipo de tecido epitelial de revestimento. 5 @sarahmelissaofc O epitélio pavimentoso pode arranjar-se em um única camada e ser denominado de epitélio simples ou em varias camadas e então será determinado como estratificado. As células pavimentosas são células que apresentam domínio lateral menor que o domínio basal, assim conferindo-lhe a aparência de um pavimento ou “tijolo”. Nas células pavimentosas, o núcleo ocupa a região de maior concentração de citoplasma, assim o núcleo será centralizado. Quando observamos o epitélio pavimentoso estratificado, podemos perceber que as células que estão na base do epitélio são mais arredondadas e enquanto vão afastando-se da base tornam-se poligonais e quanto mais próximas da superfície mais pavimentosas vao se tornando. Observe que conforme discutido no vídeo anterior, o domínio basal das células tanto no epitélio pavimentoso simples e na porção basal do epitélio pavimentoso estratificado estarão em contato com a membrana basal. Contudo no epitélio pavimentoso estratificado as células da porção média e da superfície não entram em contato com a membrana basal, estas células ficam apoiadas umas sobre as outras. Outra característica importante do epitélio pavimentoso estratificado é a observação de inúmeras camadas até alcançar-se a superfície, conforme poderá ser observado em imagens d cortes histológicos de pele, bochecha e regiões de maior contato físico. Em regiões que comunicam-se com o meio externo e que sofrem contato físico intenso e com probabilidades abrasivas, ou seja com capacidade de perder-se numero de camadas, o epitélio pavimentoso estratificado desenvolve uma especialização denominada de queratina, assim, teremos que classifica-lo em epitélio pavimentoso estratificado queratinizado e quanto esta queratina estiver ausente será chamado de epitélio pavimentoso estratificado não queratinizado. A medida que as células vao afastando-se da base, maior será a distancia das mesmas para as fontes de nutrição que estão no tecido conjuntivo, uma vez que o epitélio de revestimento é avascular, então as células que afastam-se da base vão morrendo o quão mais próximo da superfície se aproximam. Estas células mortas são denominadas de debris celulares que juntamente com lipídeos formarão a queratina. Cuboidal Simples e Estratificado As células que compõem o tecido cuboidal apresentam equivalência entre os domínios lateral e basal celular conferindo-lhes uma aparência quadrática. O núcleo neste tipo celular também apresenta-se centralizado. As células epiteliais cuboides são responsáveis pela promoção de secreção e absorção. O tecido epitelial cuboide estratificado apresenta uma baixa frequência no corpo em comparação com os outros tipos de tecido epitelial, de modo geral, encontramos o tecido epitelial cuboide formando a parede de ductos de maior calibre de glândulas por exemplo. Observe que no epitélio cuboide estratificado, o numero de camadas de células que se apoiam uma sobre as outras é limitado, geralmente encontramos 2 a 3 camadas de células cuboides. Tal como observado no epitélio estratificado anterior, apenas as células da base de epitélio cuboide estratificado apoiam-se sobre a membrana basal. Colunar Simples e Estratificado As células colunares tem a característica de apresentar o domínio lateral celular maior que o domínio basal. O núcleo desta células estão posicionados na porção basal da célula, assim quando observamos as imagens de cortes histológicos, podemos perceber que os núcleos foram um alinhamento na base. As células colunares em sua maioria apresentam especialização de membrana no domínio apical, assim, podemos encontrar cílios ou microvilosidades nestas células na dependência de a qual órgão estão associados. Células colunares ciliadas são observadas no sistema respiratório, nas tubas uterinas e algumas áreas do útero. Células colunares que apresentam microvilosidades são encontradas no sistema digestório. As células colunares tem função de absorção, secreção de muco, enzimas e outras substancias. O epitélio colunar estratificado tal como o cuboide estratificado é de presença rara no organismo, quando o observamos, a camada basal do epitélio colunar estratificado usualmente tem aparência cuboidal que se apoia na membrana basal e as células colunares apoiam-se sobre esta camada de células cuboidais. Geralmente são observados nos ductos complexos de glândulas e porções da uretra em machos ou no homem. Devido a presença de mais de uma camada celular, podemos observar que no epitelio colunar estratificado o núcleo das células formam alinhamento em alturas diferentes. Especial atenção deve ser dada ao tecido epitelial colunar pseudoestratificado ciliado. Neste tecido todas as células estão em contato com a membrana basal, contudo nem todas as células estendem-se até a superfície. Deste modo, as regiões de acumulo de citoplasma na célula varia, assim sendo, o núcleo irá posicionar-se na região de maior acumulo de citoplasma, assim, os núcleos das células não formam alinhamento, observando-se então núcleos em varias alturas parecendo estratificado. O tecido é encontrado na maior parte do trato respiratório. Epitélio colunar pseudoestratificado não ciliado 6 @sarahmelissaofc pode ser encontrado nos ductos que carreiam espermatozoides e nos ductos de glândulas maiores. Epitélio de Transição O epitélio de transição é um tipo de epitélio que pode lembrar a aparência de um tecido epitelial pavimentoso estratificado, contudo, devemos ter atenção que a principal diferença está nas células que estão na superfície. No epitélio de transição, as células da superfície apresentam morfologia característica, são células que podem apresentar-se em domo – ou seja, com um abaloamento semelhante a um balão de festa e quando o tecido está distendido ou seja esticado, essas mesmas células assumem uma configuração semelhante ao pavimentoso – essa alteração de seu formato é dependente do grau de distenção de órgão. O epitélio de transição é encontrado exclusivamente no sistema urinário – na bexiga, nos ureteres e em porções da uretra. Características Embriologia A especialização do tecido epitelial em produzir e secretar substâncias confere a ele uma característica glandular. O produto desta produção geralmente é aquoso contendo proteínas assim, as glândulas desenvolvem processos de síntese, acúmulo e secreção de seus produtos, incluindo proteínas, peptídeos, lipídeos como algumas moléculas esteróides, carboidratos e proteínas. O processo de secreção é um processo ativo que consome energia celular. As células glandulares obtém o substrato para a produção por meio dos vasos sanguíneos e processam esta material quimicamente até a obtenção do seu produto final. As glândulas geralmente são formadas pela invaginaçãodas células epiteliais para o interior do tecido conjuntivo, podendo de acordo com a sua função manter um ducto desse secreção para o meio externo ou não desenvolver ducto de secreção, liberando então a sua produção para vasos sanguíneos próximos. Seguindo-se a definição de tecido que é determinado pelo acumulo ou conjunto de células que desempenham certa função, observaremos que a grande maioria de glândulas será do tipo multicelular, contudo, a exceção será dada as glândulas unicelulares, ou seja, formada apenas por um única célula que tem especialização em produção e libração de seu conteúdo por exocitose como as células globosas ou caliciformes presentes nos sistemas respiratórios, digestório e urinário. Deste modo uma única célula globosa ou calicifororme é considerada um tecido devido a sua alta especialização. Estas células são produtoras de mucina, que é uma uma glicoproteína complexa que dissolve-se em água e forma o muco responsável por proteção e lubrificação destes tratos. As glândulas que possuem ductos de condução com o meio externo são consideradas glândulas exócrinas. Deve-se ter atenção que as glândulas unicelulares discorridas no slide anterior também serão consideradas exócrinas uma vez que sempre estão associadas ao epitélio de revestimento que tem comunicação com uma cavidade corpórea e portanto com o meio externo. As glândulas exócrinas são produtoras de suor, oleosidade, muco, bile entre outras. As glândulas endócrinas são desprovidas de porção ductal e comunicação com o meio externo, assim, toda a sua produção é liberada para o interior do corpo. A produção destas glândulas será denominado de hormônios que nada mais são do que sinalizadores químicos de controle de funções especificas do corpo e manutenção da homeostasia. 7 @sarahmelissaofc Após a liberação do hormônio para o espaço extracelular, este hormônio é geralmente carreado para os vasos sanguíneos ou linfáticos e poderão executar sua ação a longa distancia – ou seja- ação endócrina. As glândulas endócrinas geralmente não tem uma morfologia idêntica ou padrão. Tipicamente, são tecidos multicelulares que produzem hormônios específicos. As células que liberam o seu produto de modo merócrino são aquelas que liberam o seu conteúdo por exocitose sem a perda de nenhum material citoplasmático e da membrana celular As células apócrinas são aquelas que para a liberação de seu conteúdo há a perda da porção apical da célula. Geralmente o seu produto fica encerrado nessas vesículas e migram até a célula receptora. As celulas holocrinas são aquelas que para a liberação do seu conteúdo há a liberação de toda a célula do epitélio ou o seu rompimento total. Nesse tipo de glândula, a célula geralmente entra em mitose, formando outra célula para permanecer no tecido ou são substituídas por outras celulas do epitélio germinativo da glândula, ou seja uma porção da glândula que é responsável pela produção de novas celulas. Quanto a morfologia da glândula, devemos observar que as glândulas que possuem ductos são denominadas de glândulas exócrinas. Assim, nas glândulas exócrinas devemos observar duas partes distintas, uma parte da glândula será responsável pela produção (epitélio glandular) e o ducto glandular que é uma porção responsável pela condução do produto para o meio externo e geralmente encontramos epitélio de revestimento (colunar ou cubico) nos ductos destas glândulas. Na literatura encontramos descrições como ducto glandular, ducto de condução ou porção ductal da glândula e todas se referem a esta mesma região que transporta a produção da glândula para o meio externo. Esta porção ductal poderá ser classificada em tipo simples (ducto único) ou composto quando há mais de um ducto de condução. A porção glandular pode ter formato tubular, alveolar ou acinar divididos em simples – quando há apenas uma única porção glandular ou ramificado quando há mais de um epitélio glandular. Na dependência do tipo de glândula, podemos observar a associação de tipos diferentes de epitélio glandular, podendo a glândula ser túbulo-acinar ou túbulo-alveolar. Nesta imagem pode se ver mais detalhadamente os tipos de arranjos estruturais das glândulas exócrinas Na parte superior pode-se ver a ilustração de glândulas exócrinas do tipo simples – ou seja com apenas um único ducto excretor e na porção inferior os tipos de glândulas compostas com mais de um ducto excretor. Para maior facilidade de identificação esta porção ductal esta representada em amarelo. A porção de produção da glândula, ou seja a porção glandular está representada nos tipos tubulares e acinar em arranjos simples (únicos) ou ramificados (mais de uma 8 @sarahmelissaofc porção glandular) e enovelada – ou seja, a porção tubular da glândula está torcida sobre si mesma conferindo um aspecto de novelo de lã. Deve-se ter especial atenção as glândulas tubulares simples que podem conter ducto ou não. Na porção inferior da imagem podemos ver o arranjo das glândulas exócrinas compostas, ou seja, que tem mais de um ducto para conduzir o produto ao meio externo e as porções glandulares estão representadas em tubulares e acinares. Glandulas tubulares simples sem ducto podem ser vistas no colon por exemplo enquanto que Glandulas tubulares simples podem ser encontradas nas criptas de Lieberkuhn no estomago e as glândulas tubulares ramificadas podem ser encontradas e nas glândulas de Brunner nos intestinos As tubulares enoveladas sao as glândulas sudoríparas por exemplo As glândulas acinares podem ser serosas, mucosas ou seromucosas quando da associação do seu tipo de produção. Glandulas acinares serosas apresentam células que apresentam núcleo arredondado; REG abundante e grânulos de zimógenos, conferindo uma coloração basofílica (azul). A secreção serosa tem aspecto aquoso e é rico em proteínas. Este tipo celular e produção são encontrados nas glândulas parótidas, submandibulares e pâncreas por exemplo As células que produzem secreção mucosa, apresentam núcleos achatados no pólo basal celular; presença de múltiplas vesículas e citoplasma pálido. A secreção tem aspecto viscoso com presença de glicoproteínas e podemos encontrá-los nas glândulas submandiubulares, de Brunner e nas endocervicais uterinas entre outras As glândulas alveolares podem ser encontradas no tecido mamário e caracterizam-se por um lumen amplo em contraste com as acinares que tem lumen pequeno.
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