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Alcenos e Alcinos I Química orgânica I Alcenos e alcinos - introdução Os alcenos são hidrocarbonetos cujas moléculas contêm ligação dupla carbono-carbono • Também são chamados de olefinas Os alcinos são hidrocarbonetos cujas moléculas contêm ligação tripla carbono-carbono • Também são chamados de acetilenos 2 O sistema (E)-(Z) Qual o nome do seguinte composto? • Não se pode decidir se o composto é cis ou trans Um sistema que funciona em todos os casos é baseado nas prioridades dos grupos na convenção Cahn-Ingold- Prelog • O sistema é chamado sistema (E)-(Z) e aplica-se aos diasteroisômeros do alceno de todos os tipos • No sistema (E)-(Z) examinamos os dois grupos ligados a um átomo de carbono da ligação dupla e decidimos qual tem a maior prioridade 3 O sistema (E)-(Z) • No sistema (E)-(Z), se os dois grupos de maior prioridade, em cada carbono, estiverem do mesmo lado, atribui-se a letra (Z) • Se os dois grupos de maior prioridade estiverem em lados opostos atribui-se a letra (E) 4 O sistema (E)-(Z) • Outros exemplos: 5 Estabilidades relativas dos alcenos Os isômeros cis e trans dos alcenos não têm a mesma estabilidade • A tensão provocada pelos dois grupos alquila volumosos do mesmo lado da ligação dupla torna os isômeros cis menos estáveis do que os isômeros trans O efeito pode ser medido quantitativamente comparando-se os dados termodinâmicos de • experimentos relacionadas Calor de reação envolvendo alcenos com estruturas A adição de hidrogênio a um alceno (hidrogenação) é uma reação exotérmica; a variação de entalpia envolvida é chamada de calor de reação (ou calor de hidrogenação) • Quanto menor a energia liberada, mais estável é o alceno 6 Estabilidades relativas dos alcenos Diagrama de energia para a hidrogenação (em platina) de três isômeros do buteno 7 Estabilidades relativas dos alcenos Estabilidades relativas totais dos alcenos Os estudos de numerosos alcenos revelam um padrão de estabilidade que está relacionado ao número de grupos alquila ligados aos átomos de carbono • Quanto maior o número de grupos alquila (mais substituído alceno o alceno), maior é a estabilidade desse 8 Cicloalcenos Os anéis de cicloalcenos contendo cinco ou menos átomos de carbono existem apenas na forma cis • A introdução de uma ligação dupla trans nos anéis pequenos produziria uma tensão maior do que as ligações dos átomos do anel poderiam acomodar Alguns cicloalcenos maiores podem, teoricamente, apresentar isômeros trans, como o caso do trans- cicloepteno e trans-cicloocteno 9 Sintese de alcenos via eliminação As reações de eliminação são os meios mais importantes para sintetizar alcenos • As duas principais são desidroalogenação de haletos de alquila e desidratação de álcoois 10 Desidroalogenação As melhores condições a serem utilizadas quando se quer sintetizar um alceno através da desidroalogenação são aquelas que promovem um mecanismo E2 (bases fortes, aumento de temperatura) H E2 + +B:HC CB: C C X X • Um haleto de alquila secundário ou terciário deve ser utilizado Quando uma síntese deve se iniciar com um haleto primário, então uma base volumosa deve ser utilizada Bases fortes e não-polarizáveis tais como alcóxidos devem ser utilizadas em alta concentração • • 11 Desidroalogenação A regra de Zaitsev: A formação do alceno mais substituído é favorecida com uma base pequena A desidroalogenação de produto alcenos pode levar a apenas um 12 Desidroalogenação A desidroalogenação de muitos haletos podem levar a mais de um produto • Por exemplo: metilbutano a desidroalogenação do 2-bromo-2- Ha̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶ Hb 13 ̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶̶ Desidroalogenação • Se utilizarmos uma base pequena (íon etóxido ou hidróxido), o produto principal da reação será o alceno mais estável (regra de Zaitsev) A razão para esse comportamento está relacionada com caráter da ligação dupla que se desenvolve no estado de transição para cada reação o 14 Desidroalogenação 15 Desidroalogenação A formação do alceno menos substituído utilizando uma base volumosa A utilização de desidroalogenações com uma base volumosa como o terc-butóxido em álcool terc-butílico favorece a formação do alceno menos substituído • Quando uma eliminação produz o alceno menos substituído, dizemos que ela segue a regra de Hofmann 16 Desidroalogenação Estereoquímica das reações E2 Evidência experimental indica que os cinco átomos envolvidos no estado de transição de uma reação E2 (incluindo a base) devem estar no mesmo plano • A exigência de coplanaridade da unidade H–C–C–L surge da necessidade de uma superposição apropriada dos orbitais no desenvolvimento da ligação do alceno que está sendo formado Dois arranjos são possíveis: conformação anti coplanar (preferido) e o estado de transição sin coplanar (em moléculas rígidas incapazes de assumir o arranjo anti) • 18 Desidroalogenação • Parte da evidência pelo arranjo anti coplanar dos grupos ser preferencial surge dos experimentos realizados com moléculas cíclicas Dois grupos orientados axialmente em carbonos adjacentes em uma conformação de cadeira do cicloexano são anti coplanares Se um dele é hidrogênio e o outro o grupo abandonador, as exigências geométricas são atingidas • • 19 Desidroalogenação Exemplo: CH3CH2 EtO CH3CH2+ Br CH3 CH3 20 Apenas H é anti coplanar ao Br Desidroalogenação Como exemplos, vamos considerar os comportamentos diferentes em cicloexanos reações E2 dos dois compostos de 21 Desidroalogenação Eliminação E2 onde existem dois hidrogênios axiais (a)EtO a HEtO Hb CH(CH3)1 HH3C 4 3 2 H H Cl (b) 22 Ambos hidrogênios Ha and Hb são anti ao cloro e o alceno mais estável é formado preferencialmente 2 Desidroalogenação Eliminação E2 onde apenas um hidrogênio axial é de um confôrmero menos estável 23 Desidratação de álcoois O aquecimento de muitos álcoois com um ácido forte faz com que eles percam uma e formem um alceno molécula de água (desidratem) • A reação é uma eliminação temperaturas Os ácidos mais comumente e é favorecida a altas • utilizados são os ácidos de Bronsted (H2SO4, H3PO4, etc.) • Ácidos de Lewis como a alumina (Al2O3) são muito usados nas desidratações industriais em fase gasosa 24 Desidratação de álcoois A temperatura e a concentração do ácido necessárias para desidratar um álcool depende do substrato de álcool: • Os álcoois primários desidratar são os mais difíceis de • Os álcoois secundários normalmente desidratam condições amenas sob 25 Desidratação de álcoois • Os álcoois terciários geralmente são tão facilmente desidratados que condições extremamente amenas podem ser utilizadas Dessa forma, a facilidade relativa com que os álcoois sofrem desidratação dá-se na ordem: Álcool terciário > secundário > primário 26 Desidratação de álcoois Alguns álcoois primários e secundários também sofrem rearranjos de desidratação seus esqueletos de carbono durante a • O rearranjo como: no esqueleto de carbono pode ser visto 27 Desidratação de álcoois Mecanismo: reação E1 Etapa 1: + H O H H3CCH3 H H O+ H3C C HH3C C H H OO CH3 protonated alcohol CH3 H 28 Desidratação de álcoois Mecanismo: reação Etapa 2: E1 H3C H OH3C C H CH3 Etapa H 3: H C H + H O 29 C HH3C CH3 Desidratação de álcoois Mecanismo: reação E2 H + H AC C O H H H 30 alkeno base conjugate catalisador ácido álcool 1o álcool protonado Estabilidade de carbocátions e rearranjos moleculares Os rearranjos durante a desidratação de álcoois secundários Considerando a seguinte reação de desidratação do 3,3- dimetil-2-butanol onde ocorre um rearranjo 31 Estabilidade de carbocátions e rearranjos moleculares O mecanismo do rearranjo é o seguinte: • Etapa 1 CH3 CH3 H3C C CH3H CH H3C C CH3CH CH3 O CH3 OH2 H protonated alcohol+ H O H + H O 32 H Estabilidade de carbocátions e rearranjos moleculares • Etapa 2 CH3 CH3 H3C C H3C C CH3CH CH3 CH H3C CH3OH2 2oa carbocation + H O H 33 Estabilidade de carbocátions e rearranjos moleculares • Etapa 3 CH3 H3C C CH CH3 CH3 transition state 34 O carbocátion 2º menos estável rearranja para o carbocátion 3º estável Estabilidade de carbocátions e rearranjos moleculares (a)• Etapa 4 A (b) H C(a) ou (b) H CH2 C CH3 CH3CH3 (b)(a) (major) (minor) HH3C CH3 H2C HA + + HAC C C C CH3 H3C CH3 H3C 35 CH3 alceno menos estávelalceno mais estável Estabilidade de carbocátions e rearranjos moleculares De modo geral podemos dizer: • O carbocátion secundário menos estável rearranja- se para um carbocátion terciário mais estável O rearranjo ocorre através da migração de um grupo alquila (metaneto - –:CH3 ) do átomo de positiva • carbono adjacente para um átomo com carga • A migração também é chamada de deslocamento 1,2 36 Estabilidade de carbocátions e rearranjos moleculares Os rearranjos ocorrem geralmente com grupos alquila (íons alcanetos) ou com o carbocátion mais estável íon hidreto para levar ao 37 Estabilidade de carbocátions e rearranjos moleculares Os rearranjos de carbocátions também podem levar a uma variação no tamanho do anel 38 Estabilidade de carbocátions e rearranjos moleculares Rearranjo após desidratação de um álcool primário Os rearranjos também acompanham a desidratação de álcoois primários Sendo pouco provável a formação de um carbocátion durante a desidratação de um álcool primário (mecanismo E2), primeiro forma-se um alceno (inicial) O alceno formado pode receber um próton para gerar um carbocátion que posteriormente é desprotonado para formar um alceno mais estável 39 Estabilidade de carbocátions e rearranjos moleculares Mecanismo: 40 Síntese de alcinos via eliminação Os alcinos podem ser sintetizados via compostos denominados dialetos vicinais • Um dialeto vicinal (vic-dialeto) é um composto contendo os halogênios em carbonos adjacentes Um dibrometo vicinal pode ser sintetizado pela adição de bromo ao alceno O vic-dibrometo pode ser então submetido a uma reação de desidroalogenação dupla com base forte • • 41 Síntese de alcinos via eliminação Mecanismo: H H H NH2 R R C C R R E2 Br Br Br NH2 42 R R Síntese de alcinos via eliminação Exemplos: Br H NaNH2 (1) heat H Br (78%) HBr PhPh Br2 (2) CCl4 PhPh NaNH2 heat BrH 43 Ph Ph Síntese de alcinos via eliminação Dependendo das condições, as duas desidroalogenações podem ser realizadas como reações separadas, ou podem ser realizadas consecutivamente em uma única mistura • Se o alcino for terminal, três mols de NaNH2 devem ser utilizados 44 Síntese de alcinos via eliminação Os dialetos geminais também podem ser convertidos em alcinos através de desidroalogenação • Um dialeto geminal (gem-dialeto) tem dois átomos de halogênio ligados ao mesmo carbono As cetonas podem ser convertidas em gem-• dicloretos fósforo através da reação com pentacloreto de 45 Acidez de alcinos terminais O hidrogênio ligado ao carbono de um alcino terminal (hidrogênio acetilênico) é consideravelmente mais ácido que os ligados aos carbonos de um alceno ou alcano A ordem de basicidade dos seus ânions é o oposto da acidez relativa deles 46 Substituição do átomo de hidrogênio acetilênico dos alcinos terminais O etineto de sódio e outros alcinetos de sódio podem ser preparados pelo tratamento de alcinos terminais com amideto de sódio em amônia líquida Os alcinetos de sódio são intermediários úteis para a síntese de outros alcinos (usando haletos primários) 47 Substituição do átomo de hidrogênio acetilênico dos alcinos terminais Ph HExemplos: NaNH2 liq. NH3 I NaPh CH3 I H Ph HPh CH3 ++ NaI 48 + I E2SN2 Hidrogenação de alcenos Os alcenos reagem com hidrogênio molecular na presença de uma variedade de catalisadores metálicos • As reações de hidrogenação que envolvem catalisadores de Pt, Pd ou Ni insolúveis são ditas prosseguir através de catálise heterogênea • Quando o catalisador é solúvel, a reação envolve catálise homogênea (exemplo tris(trifenilfosfina)) – cloreto de 49 Hidrogenação de alcenos Adições Sin e Anti Uma adição que coloca as partes do reagente que está sendo adicionado do mesmo lado (ou face) do chamada adição sin reagente é O oposto de uma adição sin é uma adição anti • A hidrogenação é uma adição sin 50 Hidrogenação de alcinos Dependendo das condições e do catalisador empregado, um ou dois mols de hidrogênio serão adicionados a uma ligação tripla carbono-carbono • Quando um catalisador de platina é utilizado, o alcino geralmente para fornecer um reage com alcano dois mols de hidrogênio • A hidrogenação de um alcino em um alceno pode ser realizada de catalisadores ou reagentes especiais, levando ao alceno (E) ou (Z) 51 Hidrogenação de alcinos Adição Sin de hidrogênio: síntese de alcenos cis Um catalisador heterogênio que permite a hidrogenação de um alcino a um alceno é o composto boreto de níquel, chamado de catalisador P-2 • O catalisador P-2 pode ser preparado pela redução do acetato de níquel com boroidreto de sódio 52 Hidrogenação de alcinos Outros catalisadores especialmente condicionados podem ser utilizados para preparar alcenos cis a partir de alcinos dissubstituídos • Paládio metálico depositado em carbonato de cálcio pode ser utilizado condicionado em quinolina – catalisador de Lindlar 53 Hidrogenação de alcinos Adição Anti de hidrogênio: síntese de alcenos trans Uma adição anti de átomos de hidrogênio à tripla ligação carbono-carbono ocorre quando os alcinos são reduzidos com lítio ou sódio metálico em amônia ou etilaminas a temperaturas metal baixas – redução por dissolução do 54 Hidrogenação de alcinos Mecanismo detalhado da metal R redução por dissolução do R H H NHEt R C C R C C C C RR Li Li R H R HEtHN H C C C C 55 H R R trans alkene vinyl anion radical anion vinyl radical
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