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SEMIOTÉCNICA NA AFERIÇÃO DOS SINAIS VITAIS AULA 02 Professora : ENF.ª Wibyanna Araújo da Silva CONSIDERAÇÕES GERAIS São denominados Sinais Vitais devido à importância como indicadores do estado fisiológico e da resposta a estressores físicos, ambientais e psicológicos. Obtenção de parâmetros vitais do paciente/cliente: observação, tato e aparelhos, que irão registrar valores normais ou anormais. São parâmetros serem regulados por órgãos vitais, revelando o estado de funcionamento deles. Permanecem mais ou menos constantes; Variações nos valores pode indicar problemas relacionados com insuficiência ou excesso no consumo de Oxigênio, depleção sanguínea, desequilíbrio eletrolítico, invasão bacteriana, etc. DIRETRIZES PARA MEDIÇÃO DOS SINAIS VITAIS As necessidades e a condição do cliente determinam quando, onde, como e por quem os sinais vitais serão verificados; O (a) enfermeiro (a) é responsável pela mensuração dos sinais vitais e pode delegar essa mensuração; Após mensuração é preciso analisar os valores, interpretar seu significado e tomar decisões sobre as intervenções; Certificar-se de que os equipamentos estejam funcionando e sejam adequados ao tamanho e idade do cliente; DIRETRIZES PARA MEDIÇÃO DOS SINAIS VITAIS Aprender a história de saúde e doença, terapias e medicamentos prescritas; Controlar o ambiente que afetam os sinais vitais; Decidir com que frequência os sinais vitais devem ser verificados (O enfermeiro é responsável por esse julgamento); Comunicar alterações e documentar os sinais vitais. QUANDO AFERIR OS SSVV Na admissão do cliente; Na prestação de cuidados rotineiros; Durante uma consulta; Antes ou depois de procedimentos invasivos; Nos períodos pré, intra e pós-operatório; da administração de medicamentos e/ou respiratórios e de produtos Antes e depois cardiovasculares hemoterápicos; Sempre que o enfermeiro julgar necessário. MATERIAIS NECESSÁRIOS Relógio com ponteiros de segundos; Bandeja contendo: Termômetro, Esfigmomanômetro e estetoscópio . Almotolia com álcool a 70%; Recipiente com bolas de algodão; para desprezar Saco plástico ou cuba-rim resíduos; Caneta e bloco de anotações PRESSÃO ARTERIAL PRESSÃO ARTERIAL Força exercida sobre as paredes de uma artéria pelo sangue que pulsa sob pressão a partir do coração. Pressão arterial sistólica = pico de pressão máxima quando acontece a ejeção. Pressão arterial diastólica = quando os ventrículos se relaxam, o sangue que permanece nas artérias exerce uma pressão mínima contra as paredes arteriais em todos os momentos. FATORES QUE INTERFEREM NA PA DÉBITO CARDÍACO: quando o coração bombeia mais sangue para os vasos sanguíneos, a pressão nas suas paredes aumenta. RESISTÊNCIA VASCULAR PERIFÉRICA: quando os vasos sanguíneos sofrem constrição, a pressão para impulsionar os conteúdos torna-se maior. VOLUME DE SANGUE CIRCULANTE: o aumento o conteúdo nos vasos sanguíneos = aumenta a pressão. VISCOSIDADE: a “espessura” do sangue é determinada por seus elementos figurados: as células sanguíneas. Quando o conteúdo é mais espesso, a pressão aumenta. ELASTICIDADE DAS PAREDES DOS VASOS : quando as paredes dos vasos sanguíneos estão rígidas e duras, aumenta a pressão necessária para movimentar o conteúdo. VALORES DE REFERÊNCIA DE NORMALIDADE EM REPOUSO Até 03 anos 80/50 mmHg De 08 a 11 anos 100/60 mmHg De 12 a 15 anos 110/70 mmHg Adulto jovem 120/80 mmHg FATORES QUE INTERFEREM NOS VALORES DE PA IDADE: + bx nos recém-nascidos, + alta em idosos SEXO: após a puberdade, as mulheres costumam ter a PA inferior à dos homens RITMO DIURNO: num ciclo diário, a PA aumenta no final da tarde e início da noite, em seguida, cai até o início da madrugada PESO:+ elevada em pessoas obesas EXERCÍCIOS FÍSICOS: aumento da atividade gera aumento proporcional da PA EMOÇÕES: a PA tende a elevar-se frente a sentimentos como raiva, medo e dor. ESTRESSE: tensão contínua por estilo de vida, estresse ocupacional ou problemas existenciais. TÉCNICA DE AFERIÇÃO DA PA PULSO PULSO O pulso é a delimitação palpável da circulação sanguínea percebida em vários pontos do corpo; minuto é a O pulso é um indicador do estado circulatório; O número de pulsos que ocorre em 1 frequência de pulso; Ondulação exercida pela expansão das artérias seguindo a contração do coração. O Nº de sensações de pulsação acontecendo por minuto = Frequência Cardíaca (FC); PULSO Podemos verificar o pulso: radial, braquial, femoral, carotídeo, pedioso, tibial posterior e poplíteo. A verificação da artéria radial ou carótida são mais usadas pois elas permitem uma palpação mais fácil; Quando a condição do cliente piora subitamente, o local da carótida é recomendado para encontrar um pulso mais rapidamente; Se o pulso radial inacessível acesse o pulso apical; A pulsação apical uma acurada avaliação da oferece mais função cardíaca; O pulso braquial e apical é o melhor local para avaliar a pulsação de um bebê uma vez que os demais sítios periféricos são profundos ou difíceis de palpar corretamente. FATORES QUE INFLUENCIAM Atividade física Febre e dor Alteração postural Hemorragias Calor CARACTERÍSTICAS DO PULSO Frequência: Mensurar as medidas basais de frequência de pulsação com o cliente deitado, sentado e em pé; Se detectar frequência anormal enquanto palpa pulso periférico, acessar pulso apica (5º espaço intercostal esquerdo na linha hemiclavicular)l; Anormalidades: Taquicardia – FC acima de 100 bpm; Bradicardia – FC abaixo de 60 bpm. PULSO Variações aceitáveis da Frequência cardíaca: Lactante: 120-160 Infante: 90-140 Pré-escolar: 80-110 Criança em idade escolar: 75-100 Adolescente: 60-90 Adulto: 60-100 Características do pulso a serem observadas são (BARROS, 2016): Intensidade (cheio ou filiforme); Ritmicidade (regular ou irregular); Simetria (iguais em ambos os membros). PULSO: TÉCNICA Determine a necessidade de acesso do pulso radial ou apical; Faça uma avaliação sobre a existência de fatores que interferem na FC e o ritmo de pulsação; Explique o procedimento ao paciente; Lave as mãos; Ajude o cliente a ficar deitado ou sentado; Posicione o antebraço do paciente ao lado do corpo; Coloque as pontas dos dois primeiros dedos de sua mão no sulco ao longo do lado radial; Determine a força do pulso; Conte a frequência, se o pulso está regular tome a frequência durante 1 minuto ou 30 segundos e multiplique por dois; Lave as mãos e anote no prontuário. TÉCNICA: OBSERVAÇÕES Usar a polpa do dedo indicador e médio. Não usar o polegar para verificar o pulso. Aquecer as mãos para verificar o pulso. Em caso de dúvida, repetir a contagem. Não fazer pressão forte sobre a artéria. RESPIRAÇÃO RESPIRAÇÃO A pessoa que esta sendo avaliada não pode ter consciência que essa observação esta sendo realizada, para que o padrão respiratório não seja alterado. O parâmetro de normalidade da frequência respiratória varia, conforme alguns autores, em um intervalo de 12 a 20 incursões respiratórias por minuto, em pessoas adultas. MECÂNICA DA RESPIRAÇÃO Órgãos abdominais Diafragma Pressão negativa Processo ativo = inspiração Processo passivo = expiração FATORES QUE INTERFEREM NA RESPIRAÇÃO Atividade física: aumenta a frequência e a profundidade; Febre: devido à necessidade de perda de calor corpóreo; Dor: altera a frequência e o ritmo; Ansiedade: estimulação simpática = aumenta a frequência e profundidade Hemorragias: Postura: Tabagismo: Medicamentos: analgésicos, narcóticos, anestésicos gerais e hipnóticos sedativos diminuem a frequência e a profundidade Lesão neurológica: tronco cerebral Função da Hemoglobina: altitude elevada, função anormal do eritrócito DPOC: FATORES QUE INTERFEREM NA RESPIRAÇÃO RESPIRAÇÃO As mensurações objetivas do estado respiratório incluem a frequência e a profundidade da respiraçãoe o ritmo dos movimentos de ventilação: Frequência: Observe o movimento completo de inspiração e expiração; Profundidade: Avalie a profundidade das respirações observando o grau de desvio ou movimento da parede torácica. Descreva os movimentos como profundos ou normais. Ritmo: Defina como irregular ou regular. RESPIRAÇÃO: TÉCNICA Determine a necessidade de avaliar a respiração do paciente; Lave as mãos; Certifique-se que o cliente esteja em posições confortável; Posicione a mão sobre o abdome do cliente para checar a respiração; Se o ritmo estiver regular conte o numero de respirações em 30 segundos e multiplique por dois, se o ritmo for irregular conte 1 minuto; Observe a profundidade da respiração; Reponha os lençóis do cliente; Lave as mãos; Registre no prontuário. VALORES DE REFERÊNCIA IDADE FREQUÊNCIA Neonato 30 a 60 mpm Lactente (06 meses) 30 a 50 mpm Pré-escolar (02 anos) 25 a 32 mpm Criança 20 a 30 mpm Adolescente 16 a 19 mpm Adulto 12 a 20 mpm ALTERAÇÕES NO PADRÃO RESPIRATÓRIO Alteração Característica Bradipneia <12 rpm = PIC aumentada, doença neurológica e sedação; Taquipneia: > 20 rpm (rápida e persistente) = febre, exercício físico, anemia ou ansiedade Apneia: A respiração cessa por mais de 10 segundos. Dispneia É a respiração difícil, trabalhosa ou curta. É sintoma comum de várias doenças pulmonares e cardíacas; pode ser súbita ou lenta e gradativa. Ortopneia: É a incapacidade de respirar facilmente, exceto na posição ereta. ALTERAÇÕES NO PADRÃO RESPIRATÓRIO Alteração Característica Ortopneia: É a incapacidade de respirar facilmente, exceto na posição ereta. Hiperpneia: > 20rpm, respiração rápida e profunda (fisiológica apos exercício intenso ou por ansiedade, acidose metabólica ou lesões neurológicas) Hiperventilação Respiração rápida e profunda = Resultado de hipóxia, ansiedade, exercício físico ou acidose metabólica Hipoventilação Respiração superficial e lenta = PIC aumentada Angústia respiratória Uso de musculatura acessória ALTERAÇÕES NO PADRÃO RESPIRATÓRIO Alteração Característica Respiração de Kussmaul Respiração profunda, que pode ser lenta, normal ou rápida. Respiração de Cheyne-Stokes (ou dispneia periódica) Períodos de respiração lenta e superficial, que gradualmente torna-se rápida e profunda, alternando-se com períodos de apneia ( RN prematuros, ICC, AVC...) Respiração de Biot A principal característica e a irregularidade causada por depressão respiratória ou lesão cerebral em nível bulbar TEMPERATURA TEMPERATURA A temperatura corporal e um parâmetro rigorosamente pelo organismo humano. Varia dependendo da circulação sanguínea na pele e da quantidade de calor perdida para o meio ambiente; Devido a essa perda a temperatura aceitável para os seres humanos é de 35,8 à 37,3 ºC; A medida da temperatura deve ser a mais fidedigna possível. Existem diversos locais para verificação da temperatura corporal, entretanto, a aferição timpânica e a mais próxima a temperatura central Calor produzido – Calor Perdido Temperatura corpórea fisiológico controlado TEMPERATURA: LOCAIS PARA AFERIÇÃO Locais que refletem temperatura central: Reto; Membrana timpânica; Artéria temporal; Esôfago; Artéria pulmonar; bexiga urinária. Locais que refletem temperatura superficial: Pele, oral e Axilas. LOCAIS PARA AVALIAÇÃO Cavidade oral: colocar o termômetro embaixo da lingua, orientar a pessoa a fechar os lábios e aguardar de três a cinco minutos; Cavidade retal: introduzir termômetro especifico para essa região, com a devida lubrificação, de 3 a 4 cm do anus. A pessoa deve estar em decúbito lateral. Permanência do termômetro por três minutos; LOCAIS PARA AVALIAÇÃO Região axilar: para colocação do termômetro, a região deve estar livre de umidade para não interferir na medida. Período de permanência do termômetro: de cinco a sete minutos; Pavilhão auricular: recurso tecnológico especial – mais utilizado em unidade de terapia intensiva TIPOS DE TERMÔMETROS Termômetro de vidro ou de mercúrio; Digital, termômetro de tira descartável, retal e timpânico TEMPERATURA Fatores que afetam a temperatura: Idade; Exercício; Nível hormonal; Ritmo Circadiano; Estresse; Ambiente; TEMPERATURA RETAL: 36,4° a 37,2°C AXILAR: 36° a 36,8°C Fatores patológicos: Aumentam: processos inflamatórios, infecções, doenças neurológicas, doenças cardíacas, etc. Diminuem: drogas deprimentes da SNC, choque, depressão mental, etc. Fatores fisiológicos: depende do local onde é verificado/ do horário (+ baixa pela manhã, mas alta à noite) BUCAL: 36,2° a 37°C A febre é um importante mecanismo de defesa; TERMOS E VALORES UTILIZADOS Hipotermia: abaixo de 36ºC. Normotermia: entre 36ºC e 36,8ºC. Febrícula: entre 36,9ºC e 37,4ºC. Estado febril: entre 37,5º C e 38ºC. Febre: entre 38ºC e 39ºC. Pirexia ou hipertermia: entre 39,1ºC e 40ºC. Hiperpirexia: acima de 40ºC. DOR AVALIAÇÃO DA DOR É considerado o quinto sinal vital; A avaliação, a mensuração e o registro sistemático do fenômeno doloroso, evitam sofrimento físico e mental dos pacientes e seus familiares; São fundamentais para propiciar a recuperação rápida de pacientes hospitalizados; Possibilita examinar a natureza, as origens e os correlatos clínicos da dor, conforme as características emocionais, motivacionais, cognitivas e de personalidade do cliente AVALIAÇÃO DA DOR A dor pode ser classificada em três tipos: Dor aguda Dor crônica Dor recorrente TIPOS DE DOR durante um período inflamação, infecção, I – DOR AGUDA: Se manifesta transitoriamente relativamente curto; Podem ser ocasionadas por traumatismo ou outras causas. desaparece quando é diagnosticada e o tratamento é seguido corretamente Normalmente corretamente pelo paciente. TIPOS DE DOR II – DOR CRÔNICA Tem duração prolongada e que esta quase sempre associada a um processo de doença crônica. Pode ser consequência de uma lesão já previamente tratada. TIPOS DE DOR III – DOR RECORRENTE Apresenta períodos de curta duração, que, no entanto, se repetem com frequência; Pode ocorrer durante toda a vida do individuo, mesmo sem estar associada a um processo especifico; Um exemplo clássico deste tipo é a enxaqueca. AVALIAÇÃO DA DOR Localização Intensidade Duração Data de inicio Periodicidade Fatores que Iniciaram Causas que aumentam ou diminuem a intensidade COLETA DE DADOS DE ENFERMAGEM INTENSIDADE DA DOR Observar a intensidade da dor utilizando ferramentas de mensuração.
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