Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Alan Paz Lesões Ovarianas - Cistos funcionais ou benignos e tumorais: cistos são os mais comuns - Inflamações do ovário (ooforites): são raras e geralmente acompanham inflamação tubária - Ooforite autoimune: mais rara ainda, associada a infertilidade Neoplasias Ovarianas - Derivam do epitélio mulleriano, das células germinativas e das células estromais dos cordões sexuais - Além disso, também é possível ocorrer tumores metastáticos nos ovários • Tumores de Ovário - Correspondem a 3% de todos os tipos de câncer em mulheres - Entre os cânceres do trato genital feminino, está atrás apenas do carcinoma do colo uterino e do endométrio - É muito difícil a detecção precoce, geralmente quando são detectados já estão em estágio mais avançado e já houve disseminação além do ovário o Classificação - Benignos: mais frequentes (80%), ocorrem principalmente em mulheres jovens de 20 a 45 anos - Borderline: faixa etária um pouco acima dos 45 anos - Malignos: mais comuns em mulheres mais velhas, entre 45 e 65 anos o Fatores de Risco - Nuliparidade - História familiar significativa - Disgenesia gonadal em crianças - Mutações hereditárias o Mutações Hereditárias - Gene BRCA1: ocorrem em aproximadamente 5% das pacientes com câncer de ovário com menos de 70 anos de idade - Gene BRCA2 - O risco estimado de câncer de ovário em mulheres portadoras de mutações BRCA1 ou BRCA2 corresponde a 20-60% para a idade de 70 anos - Oncogene HER2/neu (ErbB2): presente em 30% dos adenocarcinomas de ovário, relacionados com mau prognóstico - P53: mutações ocorrem em 50% dos carcinomas de ovário OBS: os tumores ovarianos serosos são mais agressivos do que os mucinosos. OBS²: quase todos os casos relatados de carcinoma de ovário originados em mulheres com mutações em BRCA1 ou BRCA2 são carcinomas serosos de alto grau e comumente apresentam mutações em p53. o Origem: tumores do epitélio mulleriano, das células germinativas, do estroma ovariano (cordão sexual), tumores secundários (metastáticos) ➢ Estruturas Derivadas do Epitélio Mulleriano - Tubas uterinas: células colunares serosas ciliadas - Revestimento endometrial: células colunares não ciliadas - Glândulas endocervicais: células colunares mucinosas não ciliadas o Características Gerais dos Tumores Ovarianos - A maioria não são funcionais (não produzem hormônios) - Tendem a produzir sintomas relativamente leves, até atingirem um tamanho maior - Tumores malignos geralmente já se disseminaram para fora do ovário no momento do diagnóstico - Os epiteliais tendem a ser bilaterais o Sintomas mais comuns - Dor e distensão abdominais - Sintomas urinários e intestinais: pela compressão do tumor ou invasão por câncer - Sangramentos abdominal e vaginal - Os tumores benignos são geralmente assintomáticos Tumores do Epitélio Mulleriano (Epitélio Superficial e Estroma) - Correspondem a maioria das neoplasias primárias do ovário • Classificação - É baseada na diferenciação e na extensão da proliferação do epitélio (comportamento biológico do tumor) o Tipos histológicos principais - Tumor seroso - Tumor endometrióide - Tumor mucinoso o Comportamento Biológico do Tumor - Benigno: proliferação epitelial mínima - Limítrofe/borderline: proliferação epitelial moderada - Maligna: proliferação epitelial acentuada com invasão do estroma • Características gerais - Podem ser tumores muito pequenos ou grandes - São adicionalmente classificados com base na sua composição: podem conter áreas císticas (cistadenomas), císticas e fibrosas (cistadenofibromas) e áreas predominantemente fibrosas (adenofibromas). - A presença de área cística dificulta um pouco o diagnóstico. • Origem dos Tumores Epiteliais - Ainda não elucidada, em parte porque os tumores mais comuns são detectados relativamente tarde - A teoria mais aceita é a transformação do epitélio celômico dos ductos de Muller • Categorização dos Tumores Epiteliais: mais usada para os tumores serosos - Essa distinção é feita com base no grau de atipia nuclear e está correlacionada à sobrevida da paciente o Carcinoma tipo I (baixo grau): bem diferenciado - Alguns surgem em associação com tumores limítrofes serosos ou endometriose - Mutações nos oncogenes KRAS ou BRAF, com mutações raras em p53 - Podem ser serosos¸ endometrioides ou mucinosos de baixo grau o Carcinoma tipo II (alto grau): moderadamente a pouco diferenciado; - Alta frequência de mutações no gene p53, não possuem mutações em KRAS ou BRAF - Surgem a partir do carcinoma intraepitelial seroso (pode vir das fímbrias ou dos cistos de inclusão). - Geralmente são tumores serosos 1. Tumores Serosos - Neoplasias císticas, são revestidas por células epiteliais altas, colunares, ciliadas e não ciliadas, e preenchidas por líquido seroso claro (epitélio de tipo tubário) - Os tipos benigno, borderline e maligno: 30% de todos os tumores ovarianos e um pouco mais de 50% dos epiteliais - Aproximadamente 70% são benignos ou borderline e 30% são malignos - Os cistadenocarcinomas são os mais comuns, representam cerca de 40% de todos os tumores ovarianos, e ocorrem mais tardiamente. - Os tumores benignos e limítrofes são mais comuns entre 20 e 45 anos de idade - O carcinoma seroso ocorre, em média, mais tarde na vida o Indicadores importantes de malignidade - Massa tumoral sólida ou papilar - Fixação da cápsula - Nódulos na cápsula o Fatores de risco (tumores serosos) - Benignos e borderline: pouco se sabe a patogenia - Carcinomas: nuliparidade/baixa paridade, histórico familiar e mutações hereditárias - Mulheres entre 40-59 anos que usaram ACOs ou fizeram laqueadura tubária: risco reduzido o Patogenia dos Tumores Serosos de Alto Grau - Acredita-se que estes tumores ocorram predominantemente no ovário porque o epitélio celômico é incorporado ao córtex ovariano para formar cistos de inclusão (mesoteliais, corticais ou germinativos) - Possivelmente esses cistos são formados como resultado de invaginações do epitélio superficial, que subsequentemente perde sua conexão com a superfície ▪ Possível origem das tubas uterinas - Observou-se que mulheres com mutações do BRCA1 e BRCA2 que realizaram salpingo-ooforectomia profilática apresentavam câncer ovariano seroso de alto grau esporádico ▪ Carcinomas serosos sem o envolvimento simultâneo da tuba - Cisto de inclusão cortical (invaginação do epitélio superficial): metaplasia serosa - Geralmente, quando se tem tumor ovariano, se retira a tuba (exceto em paciente muito jovem) ▪ Hipótese alternativa - Os cistos corticais se originariam de implantes de epitélio desconectado das tubas em locais onde a ovulação rompeu a superfície do ovário o Perfil Mutacional dos Carcinomas Serosos ▪ Alto grau - Mutação do TP53 - KRAS E BRAF sem mutações - Amplificação de oncogenes: poderia-se identificar o PIK3CA - Deleções nos genes supressores tumorais (na proteína RB) - Mutações no BRCA1/2: são raras nos carcinomas serosos de alto grau esporádicos (aqueles que não se observa a história familiar) ▪ Baixo grau - Mutações: KRAS, BRAF e ERBB2 - TP53 selvagem o Características ▪ Macroscopia - Císticos com áreas papilares - Massas que se projetam a partir da superfície ovariana ▪ Microscopia - Epitélio de revestimento colunar (cílios abundantes nos tumores benignos → presença de cílios é sinal de benignidade) e/ou papilas - Presença de micropapilas e papilas complexas com invasão do estroma (nos malignos) - Presença de calcificações concêntricas (corpos de psamoma) → pode ser encontrada tanto nos benignos quanto nos malignos o Tumores Serosos Benignos - Parede cística lisa e brilhante - Sem espessamento epitelial - Pequenas projeções papilares o Tumores Borderline - Maior número de projeções papilares - Complexidade das papilas estromais,estratificação do epitélio, leve atipia nuclear e ausência de invasão do estroma o Tumores Serosos Malignos - Grandes áreas de massa tumoral sólida ou de projeções papilares - Irregularidades na massa tumoral - Fixação ou nodularidade da cápsula - Atipia nuclear acentuada: pleomorfismo, mitoses atípicas e multinucleação - Corpos de psamoma - Propensão para disseminação para superfície peritoneal e para o omento - Associados à presença de ascite ➢ Carcinoma Intraepitelial Tubário Seroso - Células morfologicamente idênticas aos carcinomas serosos de alto grau - Não há invasão o Comportamento Biológico – Depende do grau de diferenciação – Depende da distribuição e características do implantes peritoneais – Podem ocorrer na superfície dos ovários ou como tumores primários da superfície peritoneal o Prognóstico: está relacionado com – Aspecto histológico – Padrão de crescimento sobre o peritônio (invasivo ou não-invasivo) – Presença de implantes invasivos: grandes massas abdominais ▪ Sobrevida em 5 anos ❖ Tumores confinados ao ovário: - Limítrofes: 100% - Malignos: 70% ❖ Tumores com comprometimento do peritônio – Limítrofes: 95% – Malignos: 25% OBS: lembrar que a sobrevida em 5 anos não é sinônimo de cura e que os tumores limítrofes podem reaparecer após anos. 2. Tumores Mucinosos - São menos comuns que os serosos - Correspondem a cerca de 30% de todas as neoplasias ovarianas - Frequentes na meia-idade - Raros antes da puberdade e após a menopausa - 80% são benignos ou limítrofes, aproximadamente 15% são malignos - Os carcinomas mucinosos ovarianos primários são relativamente raros e representam < 5% de todos os cânceres de ovário o Sobrevida em 10 anos - Tumores limítrofes, estágio I: > 95% - Tumores malignos não invasivos: 90% - Tumores malignos francamente invasivos: 66% OBS: tabagismo é um fator de risco para tumor mucinoso, enquanto que não é fator de risco para tumor seroso. o Macroscopia - Raramente há envolvimento superficial e raramente são bilaterais - Grandes massas císticas - Tumores multiloculados preenchidos com um fluido pegajoso e gelatinoso o Microscopia - Revestimento de células epiteliais colunares altas com mucina apical e ausência de cílios ➢ Pseudomixoma peritoneal - Associado às neoplasias mucinosas ovarianas com ascite mucinosa extensa, implantes epiteliais císticos nas superfícies peritoneais e aderências - Pode provocar obstrução intestinal e causar a morte - Na maioria dos casos, o que acontece é um tumor mucinoso primário extraovariano, geralmente do apêndice, com disseminação ovariana e peritoneal secundária - Já que a maioria dos tumores ovarianos mucinosos é unilateral, quando se verifica tumores mucinosos bilaterais, deve ser avaliada a possibilidade daquele tumor ser de origem não ovariana 3. Tumores Endometrioides - A maioria são carcinomas endometrioides (estes representam 20% de todos os cânceres de ovário) - 15% a 30% dos carcinomas endometrioides de ovário são acompanhados por carcinoma do endométrio - 15 a 20% dos casos coexistem com endometriose o Macroscopia - Combinação de áreas sólidas e císticas - 40% são bilaterais o Microscopia: glândulas tubulares semelhantes ao endométrio o Taxa de Sobrevida em 5 anos: 75% para pacientes com tumores de estágio I 4. Tumores de células claras - Os tumores de células claras benignos e limítrofes são muito raros o Adenocarcinoma de células claras: tumor de células claras maligno - São pouco comuns - Apresentam células epiteliais grandes com citoplasma claros, abundantes, semelhantes ao endométrio gestacional hiperssecretor - Assemelham-se ao carcinoma de células claras do endométrio e ao carcinoma de células renais - Acredita-se que tenham origem mulleriana e que sejam variantes do adenocarcinoma endometrióide - Podem ser sólidos ou císticos - Sobrevida em 5 anos: 65% quando confinados aos ovários 5. Tumores de células transicionais o Tumor de Brenner - São adenofibromas raros compostos de ninhos de células epiteliais transicionais (lembram as células da bexiga) - Podem conter microcistos ou espaços glandulares revestidos por células colunares secretoras de mucina - Às vezes são encontrados no interior de cistadenomas mucinosos ▪ Macroscopia - Podem ser sólidos ou císticos - Geralmente são unilaterais (90% dos casos) - Variam de tamanho, desde lesões menores de 1 cm até tumores maciços de 20 a 30 cm ▪ Microscopia - Ninhos bem delimitados de células epiteliais transicionais com glândulas mucinosas no centro - Estroma fibroso semelhante ao ovário normal Tumores de Células Germinativas - Constituem de 15 a 20% de todos os tumores ovarianos - A maioria consiste em teratomas císticos benignos - Os demais, encontrados principalmente em crianças e adultos jovens, tendem a ter comportamento maligno - Há grande homologia (semelhança morfológica) com os tumores de células germinativas do testículo, principalmente em crianças 1. Teratomas: são divididos em maduros (benignos); imaturos (malignos); e monodérmicos/altamente especializados. o Teratoma Maduro (benigno) - A maioria dos teratomas benignos é cística, sendo conhecidas como “cisto dermoide” - Teratomas císticos são encontrados em mulheres jovens durante o período reprodutivo ativo - Raramente podem ser inteiramente sólidos ▪ Macroscopia - São bilaterais em 10% a 15% dos casos - Caracteristicamente, são cistos uniloculares contendo pelos e material sebáceo caseoso - É comum encontrar estruturas dentárias e calcificações nas paredes ▪ Microscopia - Epitélio escamoso estratificado com glândulas sebáceas, hastes de pelos e outros anexos cutâneos - Estruturas de outras camadas germinativas (osso, cartilagem, tecido tireoidiano, neural, etc) o Teratomas Monodérmicos ou Especializados - São sempre unilaterais, embora um outro teratoma contralateral possa estar presente - São raros, os mais comuns são: ↳ Struma ovarii: composto inteiramente por tecido tireoideano maduro. Podem ser hiperfuncionantes, causando hipertireoidismo ↳ Carcinoide: supostamente originado de epitélio intestinal, particularmente grande (> 7 cm), também pode ser um tumor funcional, produzindo 5-hidroxitriptamina e a síndrome carcinoide ↳ Carcinoide estromal: combinação de struma ovarii e carcinoide no mesmo ovário, muito raro o Teratomas Imaturos (Malignos) - Tumores raros, diferem dos teratomas benignos porque seus tecidos componentes lembram o tecido embrionário e fetal imaturo - Encontrado principalmente em adolescentes pré-puberais e mulheres jovens, idade média de 18 anos - Crescem rapidamente, com frequente penetração na cápsula e disseminação local ou à distância (metástases) ▪ Macroscopia - Tumores volumosos, superfície externa lisa - São sólidos com áreas de hemorragias e necrose - Pode haver pelos, material grumoso, sebáceo, cartilagem, osso e calcificação ▪ Microscopia - Variadas quantidades de tecido imaturo - A quantidade de neuroepitélio imaturo – graduação e risco de disseminação extraovariana - Não precisa ter células atípicas, a presença de tecido imaturo já indica ▪ Prognóstico - Tumores de baixo grau (estádio I): excelente prognóstico - Tumores de grau mais elevado: tratados com quimioterapia profilática - A maioria das recidivas ocorre nos 2 primeiros anos e a ausência de doença após este período indica excelente possibilidade de cura 2. Disgerminomas - É o equivalente ovariano do seminoma do testículo - Representam 2% de todos os cânceres de ovário, são relativamente raros, mas ainda assim constituem metade dos tumores malignos de células germinativas - Podem ocorrer na infância, mas 75% ocorrem na 2ª e na 3ª década de vida - Alguns acometem pacientes com disgenesias gonadais - A maioria não tem função endócrina - Alguns produzemníveis elevados de gonadotrofina coriônica - Todos são malignos, mas o grau de atipia é variável e apenas 1/3 é agressivo ▪ Prognóstico - São sensíveis à quimioterapia - No geral, mesmo as que ultrapassam o ovário podem ser curadas - Sobrevida total ultrapassa 80% ▪ Macroscopia - Unilaterais em 80% a 90% dos casos e, geralmente são sólidos - Variam em tamanho de nódulos pouco visíveis (pequenos) a massas que preenchem todo o abdome (grandes) - São moles/carnosos, macios e suculentos - Superfície de corte amarelo-esbranquiçada a cinza-rosada ▪ Microscopia - Grandes células vesiculares que possuem um citoplasma claro, limites celulares bem definidos e núcleos regulares - Células dispersas em lâminas ou cordões separados por pouco estroma fibroso - Linfócitos e granulomas podem infiltrar o estroma 3. Tumor do Seio Endodérmico (Saco Vitelino) - Tumor raro, mas é o 2º tumor maligno mais comum das células germinativas - Similar ao saco vitelino normal, o tumor é rico em α-fetoproteína e α1-antitripsina - Frequente em crianças e mulheres jovens - Crescem rápido e agressivamente - Causa dor abdominal - Geralmente são unilaterais - Sensíveis à quimioterapia combinada ▪ Microscopia: - Estrutura semelhante a um glomérulo: composta por vaso sanguíneo central envolvido por células germinativas ↳ Corpo de Schiller-Duval: alteração morfológica clássica - Gotículas hialinas intra e extracelulares 4. Coriocarcinoma Ovariano - A maioria ocorre em combinação com outros tumores de células germinativas - Os coriocarcinomas puros são extremamente raros - São agressivos, geralmente com metastáses ao diagnóstico (prognóstico bem reservado) - Altos níveis de gonadotrofinas coriônicas - Diferentemente dos coriocarcinomas placentários, os ovarianos são insensíveis à quimioterapia, sendo muitas vezes fatais ▪ Microscopia: idênticos a lesões placentárias mais comuns 5. Carcinoma embrionário - Altamente maligno, originário dos elementos embrionários primitivos - Histologicamente semelhante aos tumores testiculares 6. Poliembrioma - Tumor maligno que contém os corpos embrioides 7. Tumores Mistos de Células Germinativas - Contém várias combinações de disgerminomas, teratomas, tumor do seio endodérmico e coriocarcinoma Tumores do Estroma – do Cordão Sexual - Derivam do estroma do ovário, que é derivado dos cordões sexuais das gônadas embrionárias - Como o mesênquima gonadal não diferenciado pode produzir diferentes tipos celulares, os tumores podem se parecer ou com as células das gônadas masculinas ou com as femininas - Podem ser tumores feminilizantes (de células da granulosa/teca) ou masculinizantes (de células de Sertoli/Leydig) 1. Tumores de Células da Granulosa e da Teca - Abrange neoplasias ovarianas formadas por proporções variáveis de diferenciação em células da granulosa e da teca - Podem ser compostos quase totalmente por células da granulosa ou por uma mistura de células da granulosa e da teca - Aproximadamente 2/3 ocorrem em mulheres na pós-menopausa o Importância - Potencial de grande elaboração de estrógeno - Pequeno, mas evidente risco de malignidade nas formas compostas (dois componentes) - Todos são potencialmente malignos - Em meninas pré-puberais: tumores funcionalmente ativos podem produzir puberdade precoce - Em mulheres adultas: podem estar associados a hiperplasia endometrial, doença cística da mama e carcinoma endometrial - Ocasionalmente, tumores de células da granulosa podem produzir andrógenos, masculinizando a paciente ▪ Prognóstico - Todos os tumores são potencialmente malignos, é difícil predizer seu comportamento biológico a partir da histologia - A taxa de sobrevida em 10 anos é de aproximadamente 85%, bom prognóstico - Tumores compostos predominantemente por células da teca quase nunca são malignos - Em geral, crescem lentamente - Recorrências na pelve e no abdome podem ocorrer de 10-20 anos após remoção do tumor original ▪ Macroscopia - São unilaterais, sólidos com superfície amarelada (devido aos lípides intracelulares) ▪ Microscopia - O componente de células granulosas desses tumores tem vários padrões histológicos - Células de formato cuboide a poligonal, formando cordões anastomosantes, intercomunicantes - Corpos de Call-Exner: lembram folículos imaturos, são estruturas semelhantes a glândulas com material acidófilo - Tumor de células da granulosa: células tumorais dispostas em lençóis, com estruturas pontuais semelhantes a folículos. Há forte positividade imuno-histoquímica com anticorpo inibina (produto das células da granulosa). 2. Fibromas, Tecomas e Fibrotecomas - Originam-se do estroma - São relativamente comuns o Fibroma: compostos por fibroblastos bem diferenciados - Compõem a maioria dessa categoria de tumores, os fibromas puros são hormonalmente inativos - São unilaterais em 90% dos casos - Geralmente são massas sólidas, esféricas ou discretamente lobuladas, encapsuladas - Podem ser percebidos como uma massa pélvica, acompanhada por dor - Síndrome de Meigs: associação de tumor ovariano, ascite (acontece em 40% dos casos em que os tumores medem > 6 cm) e hidrotórax (geralmente no lado direito) - Síndrome do nevo de células basais: neoplasia cuja morfologia lembra carcinoma basocelular o Tecomas: células fusiformes volumosas com gotículas lipídicas - Tecomas puros são raros - Quando há predomínio das células da teca, podem ser hormonalmente ativos. o Fibrotecomas: mistura dos dois tipos 3. Tumores de Células de Sertoli-Leydig (Androblastomas) - Lembram as células do testículo - Frequentemente produzem masculinização ou desfeminilização em mulheres (atrofia das mamas, amenorreia, esterilidade e perda de cabelo) - Contudo, alguns têm efeitos estrogênicos - Ocorrem em mulheres de todas as idades, mas o pico de incidência ocorre nas 2ª e 3ª décadas - São tumores unilaterais ▪ Macroscopia - Tumores com superfície de corte sólida, amarelo-acastanhado ▪ Microscopia: - Tumores bem diferenciados: túbulos compostos de células de Sertoli ou de Leydig entremeadas com estroma - Tumores pouco diferenciados: apresentam padrão sarcomatoso, com arranjo desorganizado, as células de Leydig podem estar ausentes - Elementos heterólogos podem estar presentes (glândulas mucinosas, ossos e cartilagem) ➢ Tumores menos comuns derivados do estroma do cordão sexual 4. Tumores de células hilares (Tumores puros de células de Leydig) - Agrupamento de células poligonais organizadas ao redor dos vasos - São raros, unilaterais, quase sempre são benignos - Cristaloides de Reinke: estrutura citoplasmática típica, característica das células de Leydig - Produzem sinais de masculinização 5. Luteoma da gravidez - Tumor franco semelhante ao corpo lúteo da gravidez - Produz virilização da gestante e dos bebês do sexo feminino 6. Gonadoblastoma - Ocorre em indivíduos com desenvolvimento sexual anormal e nas gônadas de natureza indeterminada - Acredita-se que é composto por células germinativas e derivados do estroma – cordão sexual - 80% dos indivíduos tem fenótipo feminino, enquanto que 20% tem fenótipo masculino com criptorquidia e órgãos sexuais internos femininos 7. Carcinoma de células pequenas do ovário - Provavelmente origina-se das células do estroma ovariano - Ocorrem em mulheres jovens - Podem estar associados à hipercalcemia Tumores Metastáticos do Ovário 1. Derivados de tumores de origem mulleriana: útero, tubas uterinas, ovário contralateral ou do peritônio pélvico. São os mais comuns. 2. Derivados do epitélio extramulleriano: mamas e TGI (colón, estômago, trato biliar, pâncreas) o Pseudomixoma peritoneal: derivado de epitélio extramulleriano - Tumor original do apêndice, causador de quadro exuberante e de prognóstico reservado devido à grande produção de muco.o Tumor de Krukenberg: derivado de epitélio extramulleriano - Exemplo clássico de neoplasia gastrointestinal com metástases ovarianas - A forma de apresentação geralmente é de metástases bilaterais com células produtoras de mucina e em forma de anel de sinete - Na maioria das vezes, é de origem gástrica
Compartilhar