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ALTERAÇÕES DO LÍQUIDO AMNIÓTICO

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ALTERAÇÕES DO LÍQUIDO AMNIÓTICO (LA) 
FUNÇÃO DO LA FISIOLOGIA 
 
Fundamental para o 
desenvolvimento fetal. 
Protege o feto de 
traumatismos externos. 
Impede a compressão do 
cordão umbilical. 
Permite o desenvolvimento 
dos sistemas 
musculoesquelético e 
respiratório fetais 
Balanço entre produção e consumo. 
a partir do 1º trimestre, o principal 
meio de produção do LA é a diurese 
fetal e o seu principal meio de 
consumo, a deglutição fetal. 
Tanto a produção quanto o consumo 
aumentam com a IG, atingindo valores 
próximos a 1000ml/dia no final da 
gestação. 
OLIGOIDRÂMNIO 
DEFINIÇÃO FISIOPATOLOGIA ETIOLOGIAS 
Diminuição 
do volume 
de LA 
Incidência: 
1-5% 
Resultante da 
diminuição da 
produção do LA ou da 
incapacidade do saco 
amniótico manter seu 
conteúdo. 
OBS: não existem 
patologias que cursem 
com o aumento do 
consumo de LA 
DIMINUIÇÃO DA PRODUÇÃO INCAPACIDADE DO SACO AMNIÓTICO 
Malformações bilaterais do trato urinário fetal→ agenesia renal bilateral, 
rins policísticos, rins multicístico bilateral e obstrução uretral 
Insuficiência placentária 
Rotura prematura das membranas ovulares→ incapacidade do saco 
amniótico manter seu conteúdo 
Maior parte dos casos, sobretudo nos mais leves, não é possível determinar a etiologia, sendo considerada idiopática. 
1º trimestre: sua ocorrência é rara. 
2º trimestre: principais causas são a malformações do trato urinário fetal, seguida pela RPMO e a insuficiência placentária. 
3º trimestre: RPMO e insuficiência placentária, embora algumas vezes a etiologia não possa ser determinada. 
Causas fetais sem malformações: restrição de crescimento intrauterino, gestação pós- -termo, infecção por citomegalovírus; 
Causas fetais com malformações: obstrução do trato urinário, patologia renal, defeitos do tubo neural, aneuploidias; 
Causas maternas: uso de fármacos (inibidores da síntese de prostaglandinas e medicações hipotensoras que inibem a conversão da angiotensina). 
CLÍNICA DIAGNÓSTICO CONDUTA PARTO PROGNÓSTICO 
Relativamente 
pobre. 
Suspeitado 
quando a 
altura uterina 
for menor do 
que o 
esperado para 
IG ou pela 
melhor 
identificação 
das diversas 
partes fetais 
à palpação 
uterina. 
Observação da diminuição do volume do 
LA à USG→ índice de ILA 
A cavidade uterina é dividida em 4 
quadrantes, mensura-se então o 
diâmetro vertical do maior bolsão de LA 
(livre de cordão umbilical e partes 
fetais), por fim as medidas são somadas. 
A medida é utilizada preferencialmente 
em gestações acima de 26 sem e quando 
o fundo uterino ultrapassa a cicatriz 
umbilical. 
ILA ≤5 cm 
Em gestações gemelares, ILA não 
recomendado, usa-se método do maior 
bolsão vertical (oligoidrâmnio se ≤2) 
- Exame ultrassonográfico com avaliação da morfologia 
do trato urinário fetal → à procura de malformações. 
- Avaliação da circulação fetal através do doppler das 
artérias umbilical e cerebral media → para diagnostico 
de insuficiência placentária. 
Para ILA > 3: 
Avaliação seriada do volume do LA em intervalos 
semanais. 
Teste de vitalidade fetal (cardiotocografia, perfil 
biofísico fetal ou dopplervelocimetria) 2x/sem, enquanto 
normais. 
Para ILA< 3 ou teste de vitalidade fetal anormal em 
feto viável: 
Internação da paciente + controle diário da vitalidade 
fetal 
De etiologia 
idiopática: 
- 37 sem (se ILA 
entre 3,1 e 5,0) 
- 34 sem (se ILA ≤ 3) 
Via de parto: 
caso a vitalidade fetal 
esteja comprometida, 
opta-se pela 
cesariana. 
Etiologia idiopática, 
com vitalidade fetal 
preservada, parto 
normal pode ser 
realizado 
Alguns casos de causa indeterminada e 
de menor intensidade podem se 
resolver espontaneamente. 
Está relacionado a resultados maternos 
e perinatais adversos: deformações 
fetais, compressão do cordão umbilical, 
óbito fetal. 
No 1º trimestre tem mau prognostico 
e, geralmente, evolui para 
abortamento. 
2º trimestre: depende da etiologia 
- malformações bilaterais do trato 
urinário, com rins ausentes ou não 
funcionantes a vida extrauterina não é 
possível. Jamille Ponte 
POLIDRÂMNIO 
DEFINIÇÃO FISIOPATOLOGIA ETIOLOGIAS 
Aumento do 
volume do 
LA 
Incidência: 
1 a 2% das 
gestantes 
Aumento da 
produção do LA 
ou diminuição do 
seu consumo 
AUMENTO DA PRODUÇÃO DIMINUIÇÃO DO CONSUMO 
Diabetes mellitus materno (por diurese osmótica); 
Anema fetal, tumores fetoplacentários ou transfusão fetofetal (pelo aumento 
da produção de urina devido a circulação hiperdinâmica). 
Outras causas fetais correspondem às infecções (parvovírus, citomegalovírus 
[CMV], toxoplasma, sífilis), além de tumores fetais, tais como o teratoma 
sacrococcígeo, os tumores intracranianos, os teratomas cervicais etc. 
Malformações fetais→ anencefalia, hernia diafragmática, 
malformação adenomatóide cística, atresia esofágica e atresia 
duodenal→ impedem uma adequada deglutição ou absorção no 
intestino delgado 
Na maioria dos casos, cerca de 60%, os polidrâmnios são de natureza idiopática, e em cerca de 40% é possível identificar que têm uma causa 
materna, fetal ou placentária. 
CLÍNICA DIAGNÓSTICO CONDUTA PARTO 
AU maior que 
esperado pra 
IG. 
Desconforto 
abdominal, 
dispneia, 
edema 
suprapubico, 
pele lisa e 
brilhante na 
região do 
abdome, 
dificuldade de 
palpação das 
diversas 
partes fetais 
e dificuldade 
de ausculta 
dos 
batimentos 
cardíacos 
fetais. 
Quando a medida da altura do fundo uterino ultrapassa a esperada 
para a idade gestacional 
Quando se observam sobredistensão uterina e dificuldade na 
palpação de partes fetais e na ausculta dos batimentos 
cardiofetais. 
Confirmado na USG 
 
Testes laboratoriais como o teste de tolerância à glicose oral para 
afastar diabetes. 
Pesquisa de anticorpos irregulares para afastar a isoimunização e 
sorologias para toxoplasmose, sífilis e parvovírus B19. 
Avaliação detalhada da anatomia fetal, em especial do trato 
digestivo superior (bolha gástrica). 
A ausência do estômago ou o estômago pequeno podem ser 
sugestivos de atresia de esôfago. 
A imagem da dupla bolha gástrica pode ser sugestiva de atresia ou 
estenose duodenal, e a dilatação intestinal, de possível obstrução 
intestinal. 
Avaliação do pico de velocidade sistólica da artéria cerebral média 
para descartar a presença de anemia fetal. 
Avaliação do peso fetal estimado, descartando macrossomia fetal. 
Avaliação da vitalidade fetal 
Realização de amniocentese deve ser considerada juntamente com 
os pais, seguida da realização do cariótipo fetal diante de 
polidrâmnio severo e sempre que estiver indicada uma 
amniodrenagem: 
- suspeita de alteração do trato digestivo alto→ anomalias do 
cromossomo 13 e do 18 (nos achados de atresia esofágica) e 
alterações do cromossomo 21 (nos casos de estenose/atresia 
duodenal) 
- O risco de aneuploidia depende da presença de malformações 
associadas. 
No caso de polidrâmnios aparentemente idiopáticos, o risco de 
aneuploidia é de 0,2% a 1%, sendo maior nos casos mais severos 
sem macrossomia fetal. 
-PCR para toxoplasmose, parvovírus B19, nos casos de alterações 
das sorologias maternas. 
Obs: Amniodrenagem deve ser realizada com o objetivo de 
diminuir a sintomatologia materna e a ameaça de parto prematuro, 
sendo realizada até 35 semanas de IG, nas pacientes com 
polidrâmnio severo e colo uterino menor que 15 mm ou na presença 
de dinâmica uterina. 
Tratamento medicamentoso: inibidores das prostaglandinas 
(NSAIDS- indometacina) atuam diminuindo a filtração glomerular 
fetal com consequente redução da produção de urina fetal e 
favorecem a reabsorção pulmonar e a passagem do líquido através 
das membranas, promovendo, dessa forma, diminuição na 
quantidade de líquido amniótico 
- Dose recomendada é de 50 mg/8-12 horas por um período 
máximo de 5 a 7 dias 
- polidrâmnio idiopático, 
pode-se indicar a 
interrupção a partir de 37 
semanas em função da 
sintomatologia materna.- polidrâmnios idiopáticos 
assintomáticos, recomenda-
se o parto a termo. 
PROGNÓSTICO 
Casos leves e idiopáticos 
resolvem-se 
espontaneamente. 
Maior risco de resultados 
maternos e perinatais 
adversos: 
Dificuldade respiratória 
materna, parto prematuro, 
apresentações anômolas, 
prolapso de cordão, rotura 
prematura das membranas 
ovulares, trabalho de parto 
prolongado, atonia uterina 
pós-parto, descolamento 
prematuro da placenta após 
rotura das membranas. 
Jamille Ponte

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