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Farmacologia geral e farmacologia dos anestésicos venosos

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1 Junyara Souza 
Conceito atual de anestesia: inconsciência, analgesia, 
relaxamento muscular e bloqueio dos reflexos 
simpáticos. 
Melhora dos perfis farmacodinâmicos e 
farmacocinéticos das drogas; 
Progresso em anestesiologia: avanços na 
monitorização, protocolos, checklists, qualidade e 
segurança. 
FARMACOCINÉTICA: 
Estuda a relação temporal entre a administração do 
fármaco e sua concentração no sítio de sua ação 
(biofase), além do metabolismo e eliminação do 
fármaco. 
 O que o corpo faz com o fármaco. 
Conceitos importantes: 
→ Biodisponibilidade 
→ Volume de Distribuição (VD) 
→ Clearance (Cl) 
→ Biotransformação 
→ Modelos compartimentais 
→ Histerese 
 Biodisponibilidade: 
A biodisponibilidade é definida como a fração da dose 
administrada que efetivamente é absorvida e chega à 
corrente sanguínea. 
Proporção de exposição de uma dose de fármaco 
fornecida por uma outra via versus a sua 
administração IV 
 
 
Volume de distribuição: 
Volume plasmático aparente de distribuição de um 
fármaco. É a dose de fármaco (ou soluto) dividida pela 
concentração do fármaco no plasma. Varia com as 
propriedades físico-químicas do fármaco e reflete a sua 
capacidade de penetração nos tecidos. 
VD = Dose/Concentração 
Modelo unicompartimental: o volume de distribuição 
permanece constante no modelo unicompartimental. 
Não é o caso do organismo. 
 
 
Modelo bicompartimental: Tecido com alta afinidade 
para a droga. Nesse caso, a concentração plasmática 
cai para 2.5 mg/mL após um bolos de 10mg, o que leva 
o volume de distribuição para 4l. 
 
 
 
2 Junyara Souza 
 
 
Cinética de primeira ordem: uma percentagem fixa da 
droga é eliminada a cada fração fixa de tempo Ex: 50% 
da dose a cada 2 min, tanque de 1l, bolos de 10mg. 
 
 
 
 
 
 
Clearance: 
Volume plasmático “clareado” da droga por unidade 
de tempo (ex: L/min). 
É definida como o volume de plasma do qual o fármaco 
é completamente removido por unidade de tempo. 
 
Relação entre Clearance volume de distribuição: 
→ C= 64mg-48mg / 1min / 16mg/l C=1l/min 
→ C=48mg-36mg / 1min / 12mg/l C=1l/min 
→ C= 36mg-27mg / 1min / 9mg/l C=1l/min 
É importante notar que a depuração não indica a 
quantidade do fármaco que está sendo removida, mas 
sim, o volume de líquido biológico, como o sangue ou 
o plasma, do qual o fármaco teria sido totalmente 
removido. 
Biotransformação: 
Metabolismo hepático (Oxidação, redução, hidrólise 
e conjugação): 
→ Reações de fase I: Oxidação e redução. 
Envolvem um sistema de enzimas chamado 
P450. Essas enzimas podem ser induzidas por 
algumas drogas (ex: erva de São João) que 
aumentam a capacidade intrínseca, ou inibidas 
 
3 Junyara Souza 
por outras drogas (B bloqueadores, 
antibióticos) 
→ Reações de fase II: Conjugação e hidrólise. 
Ocorrem fora do sitema P450. A 
glucuronidação é a adição de grupos polares 
(ácido glucurônico) às moléculas hidrofóbicas 
gerando metabólitos hifrofílicos, mais fáceis de 
excretar através do rim 
Metabólitos hepáticos são inativos na maioria das 
vezes, com algumas exceções (midazolan, morfina, 
cetamina). 
 
Modelos farmacocinéticos multicompartimentais: 
Os modelos compartimentais consistem num ou mais 
compartimentos periféricos conectados a um 
compartimento central. O compartimento central é 
representado pelo plasma e tecidos altamente 
perfundidos. Assim, quando uma dose intravenosa do 
fármaco é administrada, ela entra diretamente no 
compartimento central e também é deste 
compartimento que ocorre a sua eliminação, uma vez 
que é no compartimento central que se encontram os 
órgãos envolvidos na eliminação, primariamente rins e 
fígado, e tecidos altamente perfundidos. 
 
 
 
Num modelo multicompartimental o fármaco 
distribui-se em várias velocidades dentro de diferentes 
grupos de tecidos. Aqueles que apresentam elevado 
fluxo sanguíneo podem equilibrar-se com o 
compartimento plasmático, assim somado ao sangue 
compõem o compartimento central. Enquanto essa 
distribuição inicial do fármaco é efetuada, o fármaco é 
liberado para um ou mais compartimentos periféricos 
compostos de grupos de tecidos com menor fluxo 
sanguíneo e afinidade pelo fármaco. 
O corpo pode ser representado como uma série, ou 
sistemas, de compartimentos que se comunicam 
reversivelmente entre si. Um compartimento não é 
uma região anatómica ou fisiológica real, mas é 
considerada como um tecido ou grupo de tecidos que 
devem possuir fluxo sanguíneo e afinidade por 
fármacos similares. Dentro de cada compartimento 
considera-se que o fármaco se distribua 
uniformemente; a mistura do fármaco dentro do 
compartimento é rápida e homogénea, tanto que a sua 
concentração é representada como uma concentração 
média e cada molécula do fármaco possui igual 
probabilidade de sair do compartimento. 
Conceitualmente, fármacos movem-se para dentro e 
para fora dos compartimentos. 
O emprego de modelos compartimentais em 
farmacocinética leva, geralmente, implícita a suposição 
de que os processos que se estudam, ou o fluxo dos 
fármacos até ao compartimento, se desenvolvem 
segundo cinética de primeira ordem. Por exemplo, o 
resumo dos processos que retiram medicamentos do 
organismo irreversivelmente, pode caracterizar-se por 
uma constante de velocidade de eliminação de 
primeira ordem cinética, que compreenderia a 
excreção urinária, a biotransformação e outros 
processos que contribuem na retirada do fármaco do 
organismo. 
 
O medicamento é administrado no tanque central, de 
onde é distribuído para dois tanques periféricos e 
eliminado ao mesmo tempo; 
O volume dos tanques é proporcional aos volumes de 
distribuição. 
 
 
4 Junyara Souza 
Tempos de meia-vida: 
T1/2 (A): meia-vida de distribuição (tempo necessário 
para que a concentração do fármaco no organismo 
reduza-se à metade (50%) na fase de distribuição); 
T/1/2 (B): meia-vida de Eliminação (tempo necessário 
para que a concentração do fármaco no organismo 
reduza-se à metade (50%) na fase de eliminação. 
 
T 1/2 vida contexto sensível: tempo necessário para a 
concentração do fármaco, no compartimento central, 
diminuir em 50% (half-time) após o término de um 
regime específico de infusão. QUANDO FAZ INFUSÃO 
CONTÍNUA. 
 
Simulação do acúmulo de propofol nos tecidos 
periféricos (linha azul) e a quantidade cumulativa de 
propofol eliminado (goldline) após um bolus de 2 
mg/kg para um homem de 53 anos de 77 kg: 
 
 
Simulação de tempos de decaimento para infusão 
alvo-controlada de propofol, mantendo uma 
concentração alvo de 4 μg/mL por 30, 60 e 120 
minutos. Uma vez terminado, o tempo necessário para 
atingir 0,5 μg/mL foi 30, 40 e 65 minutos para cada 
infusão, respectivamente: 
 
 
Histerese: 
Tempo para equilíbrio entre as mudanças na 
concentração plasmática e o efeito da droga. 
Leva em consideração o tempo para droga sair do 
plasma para o sítio de ação e o tempo para ação da 
droga quando nesse sítio. 
Atraso no equilíbrio entre o aumento e a queda nas 
concentrações arteriais da droga e o início e o fim do 
efeito da droga. 
 
Constante de equilíbrio (ke0), é a velocidade com que 
o fármaco por via venosa entra em equilíbrio com seu 
efeito máximo terapêutico no sítio efetor. 
Ke0 alto (alta velocidade), produz efeito mais rápido; 
Histerese rápida = tempo curto para fazer efeito. 
FARMACODINÂMICA: 
Estuda a relação entre a concentração do fármaco no 
sítio de ação (biofase – sítio efetor) e o seu efeito 
específico. (atividade farmacológica). 
 
 
5 Junyara Souza 
Conceitos farmacodinâmicos: 
→ Potência 
→ Ligação proteica 
→ Efeitos adversos e colaterais 
Mecanismo de ação dos fármacos: 
Alvos para a ação dos fármacos: canais iônicos ou 
proteína G 
→ Receptores acoplados a canais (Ionotrópicos): 
alvos para a ação de neurotransmissores 
rápidos (AChR, GABA e Glutamato). 
→ Receptores acoplados à proteínaG 
(metabotrópicos): atuam sobre os efetores 
intracelulares (AChR e receptores 
adrenérgicos). 
 
Relação dose-resposta: 
Afinidade: é a tendência do fármaco de se ligar ao 
receptor; 
Eficácia: é a tendência do fármaco de, uma vez ligado, 
ativar o receptor e produzir um máximo de efeito; 
Potência: Quantidade de droga necessária para 
provocar um efeito esperado. Tem relação com 
afinidade e eficácia. Inversamente proporcional, se usa 
pouca droga – efeito alto; 
Dose eficaz 50: dose que produz resposta desejada em 
50% dos animais em estudo. 
Dose letal 50: dose que produz a exterminação em 50% 
dos animais em estudo. 
Índice de proteção ou índice terapêutico: é a relação 
entre a dose letal, 50% (DL50), e a dose eficaz, 50% 
(DE50). É a dose segura. 
Número necessário a tratar (NNT): se refere ao 
número de pacientes que precisa ser tratado para que 
um deles mostre o efeito desejado ou indesejado; 
Taquifilaxia: é a diminuição gradativa do efeito de uma 
droga quando administrada de modo contínuo ou 
repetida, após poucos minutos da utilização (ex.: 
nitroprussiato de sódio, efortil). 
Tolerância: é a diminuição mais lenta do efeito de um 
fármaco quando administrado de modo contínuo ou 
repetido, após dias ou semanas. 
 
Interação fármaco receptores: 
Agonistas: “ativam” o receptor ao ocupá-lo. Sua 
potência depende da afinidade pelo receptor e da sua 
eficácia. 
→ Agonistas totais: produzem efeito máximo 
(alta eficácia). 
→ Agonistas parciais: produzem efeito 
submáximo (eficácia intermediária). 
Antagonistas: ligam-se aos receptores sem produzir 
resposta. 
Antagonista químico: duas substâncias se combinam 
em solução e o efeito da droga ativa é perdido. Ex.: 
quelantes, Ac neutralizantes etc. 
Antagonista farmacocinético: reduz a absorção, 
aumenta o metabolismo ou a eliminação. Ex.: 
fenobarbital (promove a indução enzimática; acelera o 
metabolismo de vários fármacos) 
Antagonista competitivo: compete com o agonista 
pelos receptores, resultando na redução do efeito 
deste 
Antagonista não competitivo: bloqueia os eventos 
desencadeados pelo agonista. Ex.: nifedipina bloqueia 
os canais de Ca++, reduzindo a hipertensão arterial 
Antagonista fisiológico: descreve duas drogas com 
ações opostas no organismo. Ex.: a histamina aumenta 
a produção de secreção ácida, enquanto o omeprazol 
inibe a bomba de prótons (reduz a secreção ácida). 
 
 
 
 
6 Junyara Souza 
ANESTÉSICOS VENOSOS NÃO OPIOIDES: 
Indutores anestésicos: 
→ Barbitúricos 
→ Benzodiazepínicos 
→ Etomidato 
→ Propofol 
→ Cetamina 
 
Os anestésicos venosos são mais utilizados no estágio 
de indução anestésica, visto que levam ao estado de 
inconsciência em cerca de 20 segundos, assim que o 
fármaco chega ao cérebro. A vantagem desses 
anestésicos é que eles “burlam” a fase excitatória da 
anestesia, que é indesejável. Porém, os anestésicos 
venosos não devem ser utilizados para manutenção 
da anestesia, pois sua eliminação é relativamente 
lenta quando comparada com os fármacos inalatórios, 
exceto em procedimentos de curta duração, nos quais 
pode-se usar a ketamina sem a necessidade de um 
anestésico inalatório. 
Analgesia: as drogas usadas têm o objetivo apenas de 
aliviar ou minimizar a dor. Ou seja, elas provocam a 
ausência ou o amortecimento da dor sem perda de 
consciência. 
Anestesia: são usadas drogas anestésicas no paciente 
para que o cérebro dele não reaja à dor durante um 
procedimento cirúrgico. 
 
Barbitúricos: 
 
Derivados do "ácido barbitúrico", (união do ácido 
malônico com a ureia); 
Descoberto por Adolf Von Baeyer em 1864 
Os usados mais comumente são os tiobarbitúricos: 
→ Tiopental (Pentotal, ácido 5-etil-5[1-
metilbutil]2-tiobarbitúrico) 
→ Tiamilal (Surital, ácido 5-alil-5 [1--metilbutil]2-
tiobarbitúrico) 
→ Oxibarbiturato metoexital (Brevital, ácido 1-
metil-5-alil-5[1-metil-2-pentanil] barbitúrico). 
Não é tão usado atualmente. 
Mecanismo de ação: Deprimem o sistema ativador 
reticular no tronco cerebral por facilitação dos 
receptores GABA-A. 
São potentes anestésicos, com alguma ação 
analgésica. 
Por serem altamente lipossolúveis, têm ação 
ultrarrápida e metabolismo lento, ou seja, sua 
excreção é mais demorada, visto que a alta 
lipossolubilidade provoca maior grau de distribuição 
dessas drogas pelos tecidos do corpo. A 
lipossolubilidade é essencial para a penetração da 
barreira hematoencefálica. 
Efeitos farmacodinâmicos: diminuem a taxa de 
metabolismo cerebral do oxigênio, o fluxo sanguíneo 
cerebral e a pressão intracraniana (podem induzir um 
EEG isoelétrico). 
Ação anestésica (Hipnótica) dos barbitúricos é 
terminada primariamente por redistribuição. Lenta 
eliminação terminal por metabolismo hepático, 
conjugação biliar e excreção renal. 
Tiopental tem meia-vida de eliminação de 10 a 12 
horas e o metoexital de aproximadamente 4h 
Estimulam a formação de porfirina e podem precipitar 
uma crise aguda em pacientes com porfiria. 
Contraindicados nesses casos. 
Usos clínicos: 
 Indução de coma por barbitúrico!! 
Tiopental (indução anestésica): 
→ 3 a 5 mg/kg em adultos, 5 a 6 mg/kg em 
crianças e 6 a 8 mg/kg em bebês 
→ Indução inconsciência em menos de 30 
segundos e o despertar espontâneo dentro de 
20 minutos. 
Metoexital (indução anestésica): 
→ 1 a 1,5 mg/kg em adultos. Em doses menores 
pode ativar descargas convulsivas corticais no 
EEG em pacientes com epilepsia do lobo 
temporal 
 
 
7 Junyara Souza 
Propofol: 
 
Composto alquilfenol preparado em uma emulsão de 
lecitina de ovo, óleo de soja, glicerol e ácido 
etilenodiaminotetracético ou metabissulfito como um 
antimicrobiano. MUITO LIPOSSOLÚVEL! TEM QUE SER 
DILUÍDO! 
Atua como facilitador gabaérgico (aumenta a 
afinidade de ligação do GABA com o receptor GABAA 
(similar ao barbitúrico) 
Reduz a resistência vascular sistêmica (vasoplegia por 
uma redução do tônus simpático e efeito direto no 
músculo liso vascular) além de depressão miocárdica 
direta, com queda da pressão arterial (dose 
dependente) 
Reduz a taxa metabólica cerebral do consumo de O2, 
o fluxo sanguíneo cerebral e a pressão intracraniana. 
Contudo, seu efeito sobre o sistema cardiovascular 
pode reduzir a pressão de perfusão cerebral (PPC). 
Possui qualidades neuroprotetoras similares ao 
tiopental. 
Possui também propriedades antipruriginosas e 
antieméticas. 
A emulsão de propofol causa dor à injeção. Fazer 
anestésico local antes. 
 
Propriedades: 
Ação anestésica do propofol é terminada 
primariamente por redistribuição. 
Pode ser usado em bólus único ou em infusão 
contínua. 
A meia-vida de redistribuição é muito curta (2-8 
minutos), e a meia-vida contexto-dependente para 
infusões de até oito horas é menor do que 40 minutos. 
Metabolismo é primariamente hepático, com 
metabólitos hidrossolúveis inativos são eliminados por 
via renal. Doença hepática e renal clinicamente 
significativa não altera acentuadamente a 
farmacocinética do propofol (outros sítios de 
degradação, como o pulmão). 
O uso de infusão em alta dose no longo prazo pode 
causar síndrome de infusão do propofol (SIPR) 
caracterizada por insuficiência cardíaca, rabdomiólise, 
acidose metabólica, insuficiência renal, hipercalemia, 
hipertrigliceridemia e hepatomegalia. A SIPR é rara, sua 
fisiopatologia é incerta, mas é geralmente fatal. 
Usos clínicos: 
Dose de indução em adultos é de 1,5 a 2,5 mg/kg. 
Obeso: usar peso corporal magro 
Infusão contínua alvo controlada (anestesia venosa 
total) 
Idoso: reduzir dose (volume de distribuição diminuído 
e depuração mais lenta) 
Bolus lento ou gradual atenuar o efeito cardiovascular 
 
Benzodiazepínicos: 
 
Ligam-se aos mesmos receptores GABAA que os 
barbitúricos, mas em um local diferente do receptor. 
SÃO MUITO LIPOSSOLÚVEIS. 
Mecanismo de ação similar ao propofol e barbitúricos. 
Diminuem, do mesmo modo, a taxametabólica 
cerebral do consumo de O2, o fluxo sanguíneo 
cerebral e a pressão intracraniana. 
São eficazes na supressão e no controle de convulsões. 
GERALMENTE EM TENTATIVA DE SUICÍDIO - Sedação 
com benzodiazepínicos pode ser revertida 
farmacologicamente por Fumazenil é um antagonista 
competitivo específico. Dose de flumazenil é de 0,5 a 
1 mg intravenosa. Cuidado: eliminação mais rápida do 
que os benzodiazepínicos. 
Propriedades: 
São metabolizados no fígado e são suscetíveis à 
disfunção hepática e à coadministração de outras 
medicações 
São altamente ligado à proteína (fração de fármaco 
livre aumentada na doença hepática grave e na 
doença renal crônica) 
Metabolismo hepático. Os metabólitos primários do 
diazepam (desmetildiazepam e o 3-hidroxidiazepam) 
são farmacologicamente ativos e prolongam os 
efeitos sedativos. 
 
8 Junyara Souza 
Um metabólito conjugado do midazolam, alfa-
hidromidazolam, também pode se acumular em 
pacientes com DRC em uso de grandes doses de 
midazolam. 
Os recém-nascidos podem exibir síndrome de 
abstinência por benzodiazepínicos administrados à 
mãe (geralmente são evitados durante a gravidez). Ter 
flumazenil em sala de parto. 
Usos clínicos: 
Midazolan: 
→ Dose de indução: 0,1 a 0,2 mg/kg por via IV. 
→ Recuperação lenta limita sua utilidade como 
agente de indução na rotina 
→ Normalmente usa propofol ou etomidato 
Sedação e ansiólise em doses menores. 
Anticonvulsivante em doses hipnóticas 
 
Etomidato: 
 
Derivado imidazólico carboxilado 
Lipossolúvel em pH fisiológico (dissolvido em 
propilenoglicol na solução injetável - dor a injeção) 
É um estereoisômero. Apenas o isômero R possui 
atividade clínica anestésica. 
Age por ligação aos receptores GABAA, aumentando a 
afinidade dos receptores pelo GABA. 
Parece causar desinibição subcortical, explicando os 
movimentos mioclônicos involuntários e o trismo 
encontrados comumente durante a indução com essa 
medicação. 
Diminui a taxa metabólica cerebral de consumo de 
O2, o fluxo sanguíneo cerebral e a pressão 
intracraniana, enquanto mantém uma boa PPC 
secundária à estabilidade hemodinâmica. Tem maior 
estabilidade hemodinâmica que o propofol. 
É capaz de produzir potenciais semelhantes à 
convulsão no EEG em pacientes epilépticos sem criar 
convulsões reais, apesar de ter propriedades 
anticonvulsivantes. NÃO É BOA ESCOLHA EM 
PACIENTES EPILÉTICOS. 
Usado na ECT. 
 
Propriedades: 
Náuseas e vômitos pós-operatórios > tiopental > 
propofol 
Não tem qualquer propriedade analgésica 
Inibe transitoriamente a 11-beta-hidroxilase (enzima 
envolvida na produção de esteroides) o que causa 
supressão adrenocortical (supressão por 5 a 8 horas 
com única dose). 
Não é uma boa droga para fazer infusão contínua. 
Não causa liberação de histamina e causa mínima 
depressão hemodinâmica (fundamenta seu uso na 
prática clínica). 
Despertar ocorre primariamente por redistribuição. 
Eliminação terminal por biotransformação hepática em 
metabólitos inativos que são excretados por via renal. 
Usos clínicos: 
Perfil hemodinâmico favorável na indução (mínima 
depressão cardiovascular) 
Frequentemente usado em pacientes com doença 
cardiovascular significativa ou para situações de 
emergência (choque) – atenção para pacientes 
chocados, deve-se fazer a ressuscitação volêmica 
anteriormente; 
Dose de indução para adultos é de 0,2 a 0,3 mg/kg 
Início de ação rápido, aproximadamente um tempo 
de circulação do braço ao cérebro. 
A mioclonia e o trismo que podem seguir a indução 
(ventilação difícil inicialmente) 
Não inibe a resposta simpática à laringoscopia e à 
intubação, a não ser que seja combinado com um 
analgésico. 
 
Cetamina: 
 
Derivado fenciclidina (fenilcicloexilpiperidina) 
altamente lipossolúvel 
Esterioisômeto: 
→ Mistura racêmica (50% isômero S e 50% R) 
 
9 Junyara Souza 
→ Forma S mais potente que o estereoisômero R 
com menos efetos psicodélicos (delírios, 
alucinações), taxa de depuração maior e 
recuperação mais rápida 
Estimula o sistema nervoso simpático com mínima 
depressão respiratória 
Broncodilatação potente. 
Antagonista do receptor N-metil-D-aspartato 
(NMDA): receptor excitatório das vias centrais de dor 
(medula espinhal, áreas associativas do sistema 
tálamolimbicocortica). Seu neurotransmissor 
excitatório é o glutamato. 
 
Propriedades: 
Produz vasodilatação cerebral, com AUMENTO do 
fluxo sanguíneo cerebral, pressão intracraniana e da 
TMCO2 (contraindicada em pacientes com hipertensão 
intracraniana e intraocular). 
Provoca mioclonia, aumento da atividade do EEG e 
nistagmo 
Propriedades anticonvulsivantes 
Anestesia dissociativa: bloqueia o sinal doloroso na 
medula espinal e “dissocia” o tálamo e o sistema 
límbico (o paciente parece estar consciente, com olhos 
abertos, olhar fixo e nistagmo, porém irresponsivo aos 
estímulos sensoriais). 
Isoladamente, é um depressor miocárdico direto, mas, 
pela liberação indireta de catecolaminas aumenta PA, 
FC e Débito Cardíaco. Em pacientes com choque 
cardiogênico DEVE-SE TER ATENÇÃO, pode ter um 
déficit no armazenamento de catecolaminas. 
O término do efeito clínico da cetamina é devido 
primariamente à redistribuição. 
A cetamina é metabolizada no fígado (P450) em vários 
metabólitos, dos quais, a norcetamina retém algumas 
das propriedades anestésicas. Os metabólicos são 
excretados por via renal. 
Apesar de manter os reflexos das vias aéreas 
superiores, não protege contra broncoaspiração!!! 
Causa aumento do lacrimejamento e da salivação, 
que podem levar a laringospasmo (requer pré-
tratamento com anticolinérgico como glicopirrolato ou 
atropina) 
Pode provocar efeitos psicodélicos como alucinações, 
experiências fora do corpo e medo (consideração em 
pacientes psiquiátricos). 
ATENÇÃO: Os efeitos psicodélicos são reduzidos com 
associação aos benzodiazepínicos. USAR CETAMINA 
EM ASSOCIAÇÃO COM BZD. 
Múltiplas vias de administração (intravenosas, 
intramuscular, oral, retal e mesmo peridural e 
intratecal) 
 
Usos clínicos: 
Dose de indução anestésica em adultos é de 1 a 2 
mg/kg IV 
Indução IM (4 a 6 mg/kg) com quando há dificuldade 
de acesso venoso (pediátricos e não cooperativos), 
Indução IM mantém ventilação espontânea 
Usada como medicação adjunta na anestesia geral 
(analgesia preemptiva antes da incisão cirúrgica ou 
como estratégia de modulação da dor e prevenção de 
hiperalgesia pelos opióides) 
Usada na modulação da dor crônica. 
 
Opioides: 
Opiáceos: Alcaloides naturais, isolados a partir do ópio 
(mistura de alcalóides do suco das sementes da 
Papaver somniferum); 
 
Morfina, isolada em 1817 pelo farmacêutico alemão 
Sertuener 
Codeína (metilmorfina), pode ser obtido de duas 
formas, diretamente da papoula ou sinteticamente por 
metilação da morfina 
Tebaína ou paramorfina: antagonista da morfina, 
utilizado para criar derivados sintéticos como a 
naloxona. 
Papaverina: é utilizada pela medicina como 
espamolítico, vasodilatador 
Narcotina ou noscapina: usada como antitussígeno, 
sudoríparo e antipirético, mas não tem efeito 
analgésico. 
 
10 Junyara Souza 
Heroína ou diamorfina: opiáceo semissintético obtido 
de pequena modificação na molécula original da 
morfina 
 
A partir de 1960 surgiram os opióides sintéticos como 
o fentanil, sufentanil e alfentanil. O termo opióide 
passou a ser usado para os fármacos sintéticos 
desenvolvidos em laboratório; 
Opióide são todas as substâncias endógenas, naturais 
e sintéticas, que apresentam ação semelhante à da 
morfina (ação em receptores opióides e antagonizados 
pela naloxona). 
Mecanismo de ação: 
Modulação e inibição da transmissão nociceptiva ao 
nível do corno dorsal da medula espinhal reduzindo 
atividade da substância P 
Desinibição dos interneurônios de vias descendentes 
inibitórias eferentes 
Ao nível encefálico, a ocupaçãode receptores opioides 
nos interneurônios da substância cinzenta 
periaquedutal (SCPA) modulando e modificando a 
interpretação dos estímulos nociceptivos aferentes. 
 
 
Efeitos farmacológicos: 
Alterações psicomotoras, variando de sedação à 
agitação (ação em nível subcortical, formação reticular 
ascendente e sistema límbico) 
Depressão da ventilação pulmonar (redução dose-
dependente da resposta dos centros respiratórios à 
hipoxemia e à hipercapnia) 
Inibição da tosse (receptores centrais do bulbo) 
Broncoconstrição (ação direta da histamina liberada 
dos mastócitos, que exibem receptores opióides em 
sua membrana) 
Prurido (ocupação de receptores μ nos neurônios 
espinhais e nos receptores 5HT3 de serotonina no 
tronco cerebral) 
Hipotensão arterial (pelo efeito simpaticolítico e 
vasodilatação secundária à redução do tônus simpático 
dos centros vasomotores e liberação de histamina 
Bradicardia sinusal pelo estímulo central vagal na base 
do IV ventrículo. 
Miose (ação direta no núcleo autonômico do nervo 
oculomotor) 
Náuseas e vômitos: estimulação da zona 
quimioceptora do gatilho no bulbo, associada ao 
retardo do esvaziamento gástrico e aumento do tônus 
do piloro 
Constipação intestinal: aumento do tônus basal da 
parede do intestino delgado e do cólon, reduzindo a 
peristalse 
Redução da secreção biliar e pancreática, podendo 
desencadear espasmo do esfíncter de Oddi. 
Retenção urinária: elevação do tônus das fibras 
circulares do esfíncter vesical, e redução daatividade 
de suas fibras longitudinlais 
 
Metabolismo e metabólitos ativos: 
Opióides são lipossolúveis, altamente ligados a 
proteínas, bases fracas que são ionizadas em pH 
fisiológico. 
De forma geral são metabolizados pelo sistema CYP 
hepático + conjugação hepática em diferentes graus 
seguida de excreção renal) 
O remifentanil é a principal exceção a essa regra 
(metabolizado por esterases plasmáticas, portanto, 
não dependem da função hepática ou renal). 
 
 
11 Junyara Souza 
 
 
 
Tolerância: necessidade de doses maiores para atingir 
um efeito analgésico semelhante com o uso crônico. A 
tolerância analgésica aumenta mais do que a tolerância 
aos efeitos depressores da respiração, reduzindo a 
janela terapêutica. 
Hiperalgesia: Resposta aumentada a estímulos 
dolorosos normais por três mecanismos: ativação do 
receptor NMDA (sistema glutaminérgico central), 
liberação aumentada de neuropeptídeos espinais 
excitatórios e facilitação espinal descendente. 
Dependência: caracteriza-se por uma síndrome de 
abstinência complexa com sinais físicos e distúrbios 
emocionais. 
 
Morfina: 
Protótipo dos opioides 
Pouco lipossolúvel o que aumenta sua latência (pico 
no SNC em 90 minutos IV) reduzindo o risco de 
reduzindo o risco de depressão respiratória aguda 
(observar o pico da concentração antes da próxima 
administração) 
Meia vida de eliminação em torno de 4-6h 
Grandes doses em bolos provoca liberação de 
histamina e hipotensão. 
Extenso metabolismo de primeira passagem após 
administração oral produzindo altos níveis de seu 
metabólito principal, morfina-6-glicuronídeo. 
Fentanil: 
Muito lipossolúvel, com pico de efeito em 3 a 5 min 
após adm IV, com duração de efeito entre 30 e 45 min 
(meia vida de eliminação de aprox 2h). 
Alto risco de depressão respiratória. 
Vias de administração: IV, tansdérmica, transmucosa, 
intranasal. 
Útil para sedações e analgesias em procedimentos 
cirúrgico menores e também durante as fases de 
indução e manutenção da anestesia. 
A meia-vida contexto-sensível prolongada o que limita 
o uso de infusões 
 
Sufentanil: 
Mais potente opióide comercialmente disponível (10x 
> fentanil) 
 
Alfentanil: 
10x menos potente que o fentanil 
Pico plasmático 90 segundos após a administração IV 
em bólus 
 
Remifentanil: 
Congênere potente do fentanil, com rápido início de 
ação (90 seg), curta duração (~3 minutos) e meia-vida 
contexto-dependente curta (~5 minutos) 
Metabolizado por hidrólise de éster no sangue e 
tecidos, não sendo afetado pela insuficiência hepática 
ou renal 
Como não se acumula e o término de seu efeito é 
muito confiável, o remifentanil é adequado para uso 
em infusão contínua para pequenos procedimentos e 
também infusão durante a anestesia geral 
Ao optar pelo seu uso, a analgesia pós-operatória deve 
ser bem administrada 
 
Metadona: 
Disponível na forma oral e IV 
Usada no tratamento da dependência de opióides por 
seu prolongado tempo de meia vida. 
 
12 Junyara Souza 
Usada também no tratamento da dor crônica 
(isômero dextrógiro também tem antagonismo NMDA, 
que pode atenuar os efeitos da tolerância opioide) 
A metadona prolonga o intervalo QT 
 
Naloxona: 
Antagonista competitivo do receptor opioide com 
maior afinidade para o receptor, revertendo todos os 
efeitos clínicos dos opioides 
Muito usada para reverter a depressão ventilatória 
induzida pelo opioide 
Por ser rapidamente metabolizada no fígado, sua 
duração de ação em geral é mais curta do que a do 
opioide que se destina a reverter (pacientes devem ser 
cuidadosamente monitorados para a recorrência da 
depressão ventilatória 
A naloxona pode causar taquicardia e, mais raramente, 
edema pulmonar e até mesmo morte súbita em 
indivíduos anteriormente saudáveis 
 
Nalbufina, pentazocina e butorfanol: 
São agonistas-antagonistas opióides mistos 
(agonismo e antagonismo em receptores diferentes) e 
agonista parciais 
Esses “agonistas parciais” têm um menor potencial de 
abuso do que agonistas opióides, mas são menos 
eficazes no tratamento da dor 
Usados para atenuar os efeitos secundários dos 
opióides (depressão ventilatória, prurido), mantendo 
algum nível de analgesia (agonismo parcial). 
O antagonismo precipita a síndrome de abstinência 
em pacientes dependentes de opioide. 
 
 
 
 
 
13 Junyara Souza

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