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Aula de MDD II | Professora Cláudia Barbosa Doenças Neurodegenerativas · Doença de Alzheimer · Doença de Parkinson · Esclerose Múltipla · Encefalopatia espongiforme transmissível · Doença de neurônio motor · Doença de Huntington · Ataxia espinocerebelosa · Atrofia espinal muscular Alzheimer · Principal doença neurodegenerativa (60-70%) · Principal causa de demência · 10% dos indivíduos acima de 65 anos · 40% acima de 80 anos Demência Senil · Diminuição progressiva das funções cognitivas e da memória · Alzheimer 60-80% · Vascular · Corpos de Lewy · Frontotemporal · Problemas da linguagem: Dificuldade de encontrar a palavra apropriada ou nome para uma pessoa da família, objeto ou lugar. · Perda da memória recente · Perda da noção de tempo e lugar · Diminuição das atividades diárias · Mudança de diagnóstico · Padrão ouro: Biópsia · As alterações encontradas na ressonância magnética na doença de Alzheimer, com contexto clínico de déficit cognitivo, são encontradas principalmente no Hipocampo · Placas amiloide e emaranhado neurofibrilar são alterações características de Alzheimer · São medicações utilizadas para tratamento da doença de Alzheimer, EXCETO Piridostigmina. · Sobre o tratamento da doença de ALZHEIMER, analise as afirmações a seguir. I. Nos estágios iniciais recursos de auxílio à memória, como cadernos de notas, lembretes diários e fazer atividade física podem ser úteis. II. Donepezila, rivastigmina, galantamina e memantina são fármacos aprovados para o tratamento da doença de ALZHEIMER. III. Depressão leve a moderada é comum nos estágios iniciais da doença e responde aos antidepressivos ou inibidores de colinesterase. · Mulher, 86 anos, há 6 meses perdeu-se no trajeto da igreja para a sua casa e vem apresentando esquecimento de evolução insidiosa. Não está reconhecendo os sobrinhos e não se lembra do nome das amigas com quem fazia aulas de pintura e por isso tem deixado de frequentá-las. Não apresenta alteração do ciclo sono-vigília, do humor e do apetite. Qual é a substância envolvida na fisiopatologia do diagnóstico mais provável? R – Acetilcolina · Qual o principal fator de risco de demência de Alzheimer de início tardio? R – Apolipoproteína E · Qual estrutura é acometida primeiramente na Doença de Alzheimer? R – Hipocampo Desencadeantes · Genéticos · Formas familiares de início precoce (<10%) Autossômicas dominantes Genética fator determinante – genes no cromossomo 14 (pressenilina 1), cromossomo 1 (pressenilina 2). · Formas esporádicas de início tardio Genética fator de risco em 30% dos casos História Familiar Cromossomo 19 (gene que codifica a apolipoproteina E-APOE, PICALM, CLU, CR1, TREM2). · Ambientais – não há com evidência comprovada. Fisiopatogenia · Acetilcolina Redução da atividade da colina-acetiltransferase = Redução de níveis de acetilcolina (sinapses) e Redução da transmissão colinérgica. · Peptídeo beta-amiloide Aumento da produção de secretase e Diminuicao da remocao (Apolipoproteína). = Deposição da proteína beta-amiloides e Formação de placas senis no extracelular = Altera sinapses e promove a liberação de mediadores neurotóxicos por células glias. Diminuição e degradação de PBA Função APOLIPROPOTEINA - Captura colesterol/TGC para dentro do neurônio, formação de membrana neuronal. - Quebra da proteína beta-amilóide Mutação = Isoforma ApoE - Aumenta o colesterol e beta secretase - Ineficaz dem degradar PBA - Ativa a fosforilação TAU · Proteína TAU Fosforilação da proteína TAU Alteração do citoesqueleto neuronal (Emaranhado Neurofibrilar) · Mecanismo mitocondrial e oxidativo Lesões oxidativas no DNA mitocondrial (mDNA) = Disfunção mitocondrial = Falhas na remocao proteica – AMILOIDOSE = Acúmulo de radicais livres (stress oxidativo). · Mecanismo inflamatório Níveis elevados de PBA e Placa Senis Emaranhados neurofibrilares = Ativação de astrócitos e da micróglia = Neurotransmissores, Citocinas, IL, espécies reativas do oxigênio = Mobilizam macrófagos e linfócitos através da BHE. · Mecanismo vascular A deposição de PBA na túnica média e adventícia de artérias de pequeno e médio calibre é causa de micro-hemorragias e micro-infartos. Alteram suprimento de nutrientes celulares. Alteram a remoção de produtos metabólicos. Patologia · Placas senis · Degeneração neurofibrilar (córtex cerebral, hipocampo, córtex entorrinal e estriado ventral) = Comportamento cognitivo e Transtorno comportamental. Alvos terapêuticos · Melhorar a função cognitiva Inibidores da acetilcolinesterase – Donezepil, riastigmina, galantamina. Antagonista de receptores de gluramato (NMDA) evitando um influxo excessivo de cálcio (diminui excitotoxidade pós Ach) - Memantatina · Melhorar alterações comportamentais Depressão (Inibidores da receptação da serotonina) Anti-psicóticos ou psicoestimulantes · Agir evolução da doença Atividade anti-amilodogênica Anti-inflamatórios Parkinson · Segunda mais comum · 3% em maiores de 65 anos · 70% das síndromes parkinsonianasParkinsonismo · Primário ou idopático (doença de Parkinson) · Secundário ou adquirido - Infecção: Parkinsonismo pós ecefálico - Toxinas: Manganês, monócido de carbono - Medicamentos: Reserpina, metoclopapramina, flunarizina - Vacular, trauma e tumor · Tremor · Rigidez · Bradicinesia · Falta de expressões faciais · Postura encurvada – rigidez nas costas · Abertura reduzida dos braços · Na doença de Parkinson, qual é a principal deficiência neuroquímica e em que via anatômica ela se encontra? R – Dopamina – Via nigroestrital. · Homem de 67 anos com tremor de repouso em mãos há 3 anos. Iniciou o quadro em mão direita, com predomínio assimétrico. A frequência do tremor é de 3 a 5 Hz, melhorando com o movimento. Notou que a caligrafia para assinar o nome ficou diferente quando seus cheques passaram a não serem aceitos mais na rede bancária. Os familiares avaliam que ele está mais lento para realizar as atividades diárias habituais. AP: tabagismo, HAS e uso esporádico de bloqueador de canal cálcio (flunarizina) para sintomas de vestibulopatia periférica. A principal hipótese diagnóstica é: Doença de Parkinson. · A Tríade Clássica de Parkinson é: Tremor em repouso, rigidez e bradicinesia. Desencadeantes · Genéticos · Formas familiares (<10%) Genética – 15 genes conhecidos · Formas esporádicas · Ambientais · Exposição crônica a neurotoxinas: Pesticidas, herbicidas, manganês, mercúrio, cianeto, dissulfeto de carbono, solventes e produtos petroquímicos. Fisiopatogenia · Presença de corpos de Lewy Erro no dobramento proteico alfa-sinucleína Resíduos das proteínas expostas Agregados citoplasmáticos de proteínas neurofilamentares (Corpos de Lewy) · Neuroinflamação · Estresse oxidativo e disfunção mitocondrial Radicais reativos de oxigênio atacam moléculas – chave, como enzimas, fosfolipídeos e DNA. Degradação da dopamina em ácido 3,4 – dihidrofenilacético pela MAO = Peróxido de hidrogênio (na presença de ferro) = Radicais livres hidroxila = NEUROTOXICIDADE Patologia · Morte progressiva de neurônios dopaminérgicos nigrais dos glânglios basais Morte de neurônios da via nigroestrital (mecanismo ainda não tão conhecido) - Corpos celulares na substância negra - Axônios para núcleos caudado e putamen = Despigmentação (neuromelanina) e diminui o nível de DOPAMINA. Palidez da substância negra · Queda dopamina = Comprometimento motor e cognitivo Neurotransmissor – controle motor, cognição, compensação, prazer, humor Receptores dopaminérgicos (D1, D2, D3, D4 e D5) – Distúrbios SNC. = Aumento da ACETILCOLINA (contração muscular). https://aluno.sanarflix.com.br/#/portal/sala-aula/5daaa73e4340d20011fb2817/5daaa5c6132ed4001119e97a/documento/5f2dbe14ed5ab5001c866392 esclerose múltipla · Doença autoimune, de caráter desmielinizante, crônica e evolutiva que atinge a substância branca do SNC. · A autoimunidade representa o processo de agressão á bainha de mielina do SNC por uma resposta inflamatória exacerbada e contínua. Desencadeantes · Genéticos · Ambiental · Infecções virais, níveis baixos de vitaminaD prolongadamente, exposição ao tabagismo, obesidade, contato com solventes orgânicos. Epidemiologia · Predominando em regiões temperadas e frias e em indivíduos caucasianos. · Predominantemente em adultos jovens, entre 20 e 40 anos, mas não exclui outras faixas etárias. · Segunda causa de incapacitação por origem não traumática em adultos jovens. Fisiopatologia · Interações complexas entre genética e fatores ambientais que possam explicar o desenvolvimento da doença. · A ação do sistema imune de forma desregulada e agressiva ao SNC está envolvida no processo patológico. · A doença se inicia a partir da ativação desregulada do SI com linfócitos T na periferia, ou seja, no sangue periférico e linfonodos. Com isso, há consequentemente ativação de linfócitos B e monócitos que atravessam a barreira hematoencefálica e chegam ao SNC gerando reações inflamatórias indesejadas com a produção de citocinas e anticorpos. Tal reação de maneira contínua ocasiona a desmielinização. · A perda de função durante um surto da doença ocorre tanto pelo processo inflamatório agudo, quanto pelos efeitos diretos da desmielinização que geram bloqueio da condução dos impulsos nervosos. Quadro Clínico A identificação mais evidente ocorre na presença de um episódio de surto da EM. Os sintomas neurológicos são transitórios e focais e variam de acordo com o tipo de lesão em curso, por exemplo, pela dimensão da lesão ou locais da substância branca do SNC que foram acometidos simultaneamente. O surto é caracterizado pela perda de funções que podem ser sensitivas, motoras, visuais e/ou como síndromes medulares. Sua ocorrência e cessação podem ocorrer de forma súbita ou até mesmo durar alguns dias ou semanas. Essa perda de função ocorre de maneira transitória e há remissão das manifestações durante certo período de tempo até que um novo surto seja evidenciado. Sinais e Sintomas A apresentação clínica é variável, podendo cursar com sintomas específicos ou difusos e citaremos aqui as manifestações mais comuns que variam em sintomas sensitivos, motores, visuais e síndromes medulares, além de manifestações gênito-urinárias e psiquiátricas. Dentre as alterações sensitivas destacam-se a hipoestesia que é caracterizada por perda ou diminuição de sensibilidade em um determinado segmento corporal, parestesia que é a sensação de formigamento e dormência e até mesmo dor. Vale destacar que os sintomas sensitivos são mais proeminentes do que os motores. Alterações motoras são percebidas pelo acometimento do primeiro neurônio motor superior como a espasticidade, hiperreflexia, clônus e presença do Sinal de Babinski. Diagnóstico O diagnóstico é definido conforme critérios clínicos e pode ser complementado pelos achados radiológicos e laboratoriais. Assim, a anamnese detalhada com informação sobre sinais e sintomas e evoluções progressivas dos danos crônicos são os principais determinantes do diagnóstico. Logicamente, as fases da doença têm manifestações variadas, por exemplo, se o paciente está no primeiro surto, sem nunca ter apresentado sintomas, ou se o acometimento já é tardio. Em estágios iniciais pode ser complexa a definição diagnóstica e os exames complementares se fazem presente para auxiliar na confirmação. Vale salientar que sintomas isolados não são suficientes para afastar outras patologias e confirmar a EM, é necessária uma avaliação complexa e acompanhamento clínico para definir o quadro. O principal critério utilizado na utilização de exames de imagem é a determinação do envolvimento de duas ou mais áreas do SNC, sendo que deve haver intervalo superior a um mês entre as mesmas, isso se não existir outras explicações claras que definam o quadro clínico. Tratamento O tratamento da EM tem por objetivo tanto reduzir a intensidade e duração dos sintomas com uso de medicamentos sintomáticos quanto atuar como modificador de doença, logo, o diagnóstico precoce é essencial para uma abordagem mais efetiva. As drogas modificadoras de doença são subdivididas em 1a e 2a linha e tratamentos experimentais. Essa divisão leva em consideração os melhores resultados terapêuticos. As drogas de primeira linha são utilizadas objetivando diminuir a atividade da doença, por exemplo, diminuir a agressão pelas células T e os processos inflamatórios, além de reduzir a apresentação de antígenos e prevenir a adesão das células T à barreira hematoencefálica, são elas: Interferons, Acetato de glatiramer, Fingolimode, Dimetil fumarato e teriflunamide. As drogas de segunda linha são uma opção quando o paciente não apresenta resposta com melhora clínica após utilização em doses e tempo de tratamento adequados as drogas de primeira linha. São elas: Imunossupressores (Azatioprina e Mitoxantrone), anticorpos monoclonais (natalizumabe e alentuzumabe). Outra possibilidade de abordagem é com o transplante autólogo de hematopoiéticas, contudo, ainda é experimental.
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